Seguidores

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O SELF-PUBLISHING ESQUIZOFRÊNICO OU CINDERELA SEM SAPATINHOS




Fast-food editorial
Ser publicado hoje não é uma tarefa muito difícil. Muitas empresas escancaram a receita da arte para quem quiser, sem segredos. Publique seu livro! Seja um autor! Escolha pelo número! Editoras que misturam self-servicefast-food ao processo editorial crescem a cada dia. Oferecem todos os serviços para transformar aquele arquivo em livro e, de quebra, ainda organizam a noite de autógrafos. A contrapartida é – na maioria esmagadora dos casos – a garantia da venda, assinada em contrato pelo autor, de boa parte do que foi impresso. O suficiente para cobrir os custos e gerar lucro ao "patrocinador". E nada que o autor não possa se mobilizar para conseguir. Já vimos por aí muitos casos parecidos.
Fada madrinha
O que é publicar um livro? É ser lido. Assim como todo artista, o escritor quer palmas no fim do espetáculo. Aquele ainda não publicado é como a gata borralheira, esfregando o chão enquanto a madrasta e suas filhas, os publicados, curtem o baile. Para colocá-los no mesmo nível é que surgiu a fada madrinha que Cinderela tanto aguardava: o self-publishing (feito pelo próprio autor ou por editoras de serviço). Como se fosse mágica, aquele vestido todo rasgado e sujo torna-se um belo exemplar de nobreza — preparado para a festa. O autor, até então desiludido, se enche de esperanças, veste seu livro, e vai para o lançamento. E tudo ocorre bem, com o príncipe encantado por sua obra, até a meia-noite, quando a livraria fecha e o livro vira abóbora. Será que no dia Seguinte vão achar a Cinderela?
Realidade dos esquizofrênicos
Aquele que se preocupa em fazer o livro acontecer e busca o lobby usual e o marketing conveniente , mesmo tendo em conta infinitos fatores, como tiragem pequena e distribuição inexistente, tem mais chances de ser encontrado. O autor precisa deixar seu rastro. Já os que se  auto-publicam para vender cinquenta livrinhos aos seus amigos, familiares, e curtir uma noite de baile, não fugirá do óbvio: morrerá sozinho, no alto da torre, preso, amaldiçoado pelo feitiço do esquecimento. É a fenda que divide o self-publishing em dois lados: os que deixam o sapatinho de cristal perdido no baile e os que vivem a realidade dos esquizofrênicos.

Após o baile
Todo esse novo mercado é incentivado pela demanda, óbvio. Afinal, qual escritor não deseja debutar no mercado editorial sem as dificuldades tão conhecidas por todos? Quem não deseja estar ao lado dos bons? O escritor sempre negado pelas editoras quer fazer parte da festa. O que acontece hoje é bem claro. Achou-se uma maneira de escoar a criação desenfreada dos tempos modernos. Coloque uma máquina de escrever em quase todas as casas para termos um resultado: irão usá-la para criar. Mais esperto será o empreendedor que comprar uma tipografia e oferecer seus serviços. São as idéias se repetindo entre os séculos.
Mas um livro, além de tudo, é arte. A edição dele em caráter industrial é um erro. Não acredite que diagramar em formato de livro aquele arquivo que você digitou é o mesmo que editá-lo. Afirmar essa construção do livro como arte é defender o papel do editor perante o camelódromo do conteúdo e, ao mesmo tempo, alertar ao escritor que, salvo poucos casos, se auto-publicar no conceito “Cinderela sem sapatinho” é doentio. A realidade é cruel, mas precisa ser enfrentada. Vá atrás do seu príncipe, mas não esqueça de deixar pistas para um encontro após o baile.
-
*Raphael Vidal é escritor e editor. Idealizou e editou a revista de contos Bagatelas, publicação impressa e online que lançou jovens escritores lusófonos durante o boom da literatura contemporânea nos anos 2000, e movimentou livrarias com bate-papos literários. Também como editor, idealizou o selo Colofon, literatura contemporânea, da vieira & lent casa editorial, por onde foi publicado o primeiro livro transmídia no Brasil — com lançamento simultâneo em uma livraria — nos formatos e-book e impresso. Como escritor, tem contos publicados em sites e revistas no Brasil e em Portugal. Seu ensaio Guerra dos sebos (Portal Literal, 2007), inaugurou suas reflexões conceituais sobre o negócio dos livros. Tem colunas nos portais PNET Literatura, de Portugal, e
Subtítulo, do Brasil.
raphaelvidal@gmail.com
 Blog: FIMdolivro

sábado, 18 de junho de 2011

VAMOS PRESERVAR NOSSA MEMÓRIA!


Os exemplos são inúmeros e tristonhos.
Não é privilégio do  Brasil ,acontece no mundo todo.Mas,aqui,em muito maior número.
Refiro-me ao esquecimento em que caem nossos poetas ,escritores,historiadores,quando a morte os leva ou,o que é pior,ainda em vida.
A diretora de uma conceituada biblioteca pública de  Salvador ,ciosa das nossas tradições,queria fazer uma homenagem ao 2 de Julho,nossa data maior,relatando a história dos nossos heróis,hoje no limbo do esquecimento.
Seria muito oportuno  ,pensou,que alguém,um poeta,quiçá,recitasse o belo poema de Castro Alves ,”Ode ao 2 de Julho”,uma das mais belas poesias do renomado  vate baiano.Pois é,lutou,lutou,mas,não encontrou.
Pediu ajuda a uma poetisa (continuo chamando poetisa às mulheres da  poesia ,não como palavra depreciativa,mas,porque acho verdadeiramente ridículo,chamar uma mulher de poeta,uma palavra  nitidamente masculina.Para mim,poetisa soa mais doce e pronto!) que conhece e é conhecida nos meios poéticos,mas,não teve muito sucesso.
A poetisa  enviou um e-mail” comunitário” ,pedindo ajuda.
Recebi e telefonei imediatamente para a diretora oferecendo-me para declamar.
Seu suspiro de alívio  me aliviou,também.
Desde  adolescente sempre fui convidada para recitar esses versos em praça pública durante os festejos da nossa Independência.
Houve uma época em  que ,adolescente rebelde e pouco afeita à exposições públicas,cheguei a mudar o nome dos versos:transformei-os em “Ódio ao Dois de Julho”,revoltada com essa tarefa repetida todos os anos.Que me perdoe o poeta,ele,também um revolucionário e transgressor.
Mas, voltando ao tema inicial; é terrível perceber como esquecemos dos nossos maiores literatos.
Augusto dos Anjos ,Bastos Tigre,Bilac,Cyro dos Anjos,Adonias Filho, Menotti Del Picchia, Lima Barreto,quem os lê!?
 Artur  e Aloísio Azevedo,Tobias Barreto,onde estarão?Que foi feito de Dionélio Machado?
Guimarães Rosa dizia que um poeta não  morre ,fica encantado.
Mas , o desencanto persiste.Um livro só tem serventia se for aberto e lido.Um escritor conquista a imortalidade pelas suas obras.
Se Deus necessita de  homens ,  o escritor precisa do leitor.
Não qualquer leitor,,mas, um  leitor inteligente e consciente que leia e entenda as sutilezas do texto,que absorva o simbolismo da linguagem,que perceba as abstrações e capte as diferenças de estilo,os meandros e claro – escuros  dos versos,as entrelinhas do texto impresso.
Muitos jovens que conheço confessam que não gostam de ler.Querem apenas o “canudo”,pois,num pais de bacharéis,que nunca deixamos de ser,exige-se diploma de curso superior para tudo.Mesmo que o diplomado escreva cachorro com x e macaco com k.
Como alguém que não lê nada pode chegar ao ensino superior? Mistérios!
Como escritora desejo ser preservada; pretendo que meus livros falem  por mim , depois que eu virar pó.
Do contrário, as minhas se transformarão em letras mortas, sem ninguém que abra meus livros e eles acabem como calço para mesas  desequilibradas.Como acontece nos países de mentes desequilibradas.
Por precaução, enviei meu livro “A Bahia de Outrora” ,já na segunda edição,  para a Biblioteca da Universidade de Harvard que foi aceito,com muita honra,segundo o responsável.
 ,pelo menos,tenho certeza que não acabará calçando cabeceiras de cama mal ajambradas.

domingo, 12 de junho de 2011

 
NAMORADOS!...
Eu os vejo em todo lugar; aconchegados nos bancos de jardim,agarradinhos nos cinemas,chupando drops de anis ou repartindo um “combo” de pipoca e coca-cola.
Estão nos parques,caminhando juntos,respirando luxúria e esperança;aliás,namorados não têm esperanças,têm certezas;a certeza do amor eterno,dos beijos quentes,do abraço doce e infinito
.Mirìficos, sublimes,extasiados com a beleza do mundo.O por-do-sol foi feito para eles;o luar é seu;os versos de amor,foram eles que os inspiraram.Namorar é estar em estado de graça.
Quando passam,seja nos uniformes escolares,no esplendor da adolescência,seja nas baladas,a sacudir-se prá cá e prá lá,seja nos cinemas,trocando carícias proibidas,meu coração se aperta.
Um dia –helás -esse encantamento vai passar e eles ficarão como a maioria de nós,casmurros,calados,tristes,desesperançados,desanimados,descrentes
Lábios murchos lamentando a ausência de beijos;mãos que não acariciam,dedos em riste,olhares ríspidos.
Onde se escondeu o amor?Cadê os doces amantes que criavam instantes mágicos?
Não,não podemos nos permitir arquivar as esperanças!
Temos que continuar sonhando com uma casinha á beira-mar,ouvindo o canto dos pássaros,enviando e recebendo rosas.È nosso dever manter de pé,o sonho!
Sei que cultivar o amor é tarefa difícil. Não amamos uma pessoa ,porque ela são várias,mudam constantemente com o passar do tempo,mudam os valores,os desejos,as expectativas;mas,o amor é sagaz,sabe contornar obstáculos,reconhecer perigos,o amor determina nossos passos,nos conduz.
Sua lei é sagrada.Irrevogável! Só nos resta obedecer.
Se uma vez houve amor,ele permanecerá;não falo da atração dos sentidos,da peça que a natureza nos prega para que perpetuemos a espécie,seu único interesse.
Falo daquele amor antigo,cheirando a lavanda,com cheiro de castidade,aquele amor suave,duradouro,sem exigências nem pedidos.Um amor de sólidas raízes,capaz do perdão e da compreensão,a cada dia mais amante.
Quando conheci o meu amor ele tinha todos os cabelos, um peito de transatlântico,uns olhos doces e uma fome de viver que me encantou;diziam que ele era belo;não percebi,estava apaixonada. Hoje,seus olhos perderam a frescura,alguns cabelos também se foram,uma barriguinha incipiente apareceu;ás vezes,resmunga um pouco;não sei,vinte e seis anos depois continuo apaixonada.
“Atirei um limão n’água,
Foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.
(Drummond de Andrade)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

FESTA NA ACADEMIA DE CULTURA DA BAHIA

CONVITE


A Federação das Academias de Letras e Artes da Bahia (FALA, BAHIA), que integra 90 academias de letras e artes na Capital e no interior, A Academia de Cultura da Bahia (ACB), a Faculdade 2 de Julho (F2J), a Faculdade Hélio Rocha (FHR), o Instituto Geraldo Leite (IGL), a Academia Maçônica de Letras da Bahia (AMLBA), a Associação Casa do Escritor Baiano e a Associação Comercial da Bahia (no ano em que comemora 200 anos de existência) convidam para a solenidade de posse de novos eleitos à ACB, acompanhada do lançamento de mais um nº da Revista da Academia e homenagens a pessoas notáveis.
Dia 17/06/2001 (sexta-feira) a partir das 16 horas na Capela da Faculdade 2 de Julho – Av. Leovigildo Filgueiras, 81 (Garcia), mesmo prédio do tradicional Colégio 2 de Julho, podendo estacionar gratuitamente e com segurança no pátio da F2J, entrando na esquina do Colégio Antônio Vieira.
Recipiendários: Ana Cristina Santos Matos, Ângelo Gonzalez, Beatriz R. de Oliveira Rocha, Aristides Alves dos Santos, Dinalva de Jesus Santana Macedo, Deomídio Neves de Macedo Neto, Elena Sahno (Rússia), Celso Eduardo da Silva, Francisco Lins de Faria, Jéssica Maguilnik Leão, Jailson Silva dos Santos, José Lourenço da Silva Filho, Kleide Mendes Lopes (Casa do Escritor Baiano), Rizodalvo Menezes, Renata Rimet Ramos Silva (Renata Rimet), Varenka de Fátima Araújo Garrido e Cézar  Ubaldo, poeta feirense, Ewerton Matos,jornalista Verônica Macedo Santos (Verônica de Macedo).
Saudação especial pelo deputado Zé Neto (PT), líder do Governo Jaques Wagner, aos educadores Josué da Silva Mello, ex-reitor da UEFS, recentemente aprovado em Projeto de Resolução pela Assembleia Legislativa para receber o título honorífico de Cidadão Baiano e Geraldo Leite, idem ex-reitor da UEFS, seu idealizador e primeiro reitor, ambos sergipanos e, baianos pelos relevantes serviços prestados.
Na ocasião, será lançado mais um nº da Revista da ACB com os seguintes participantes: Eurípedes Barbosa Ribeiro, Alcides Lisboa, Arlinda Moscoso, Carlos Ventura, Eliane Quadros, Geraldo Leite, Helena Pires, Jerusa Ferreira, José Bezerra, Miriam Sales, Newton Queiroz, Lucas Carneiro, Políbio Hélio Lago, Renata Rimet, Valdeck Almeida, Sandra Stábile, Sônia Vieira Costa, Tecla Dias Mello, Dinalva e Deomídio Macedo, Eldon Canário, João Ubaldo Ribeiro, Edward Cabral Costa, Josué da Silva Mello e José Alconso da Silva Filho.
Entrega do Prêmio Prof. Geraldo Leite de Vídeos (2011) e divulgação do Projeto Alma Brasileira contemplando os premiados do II Concurso Nacional de Poesia e Conto, entrega da Placa de Prata Alma Brasileira com homenagens a Berenice Barreto e Sandra de Jesus Lima (Sandra Berg), com destaque e menções honrosas, cujo Projeto coordenado pela acadêmica Sandra Stábile. 
Será facultado AOS PARTICIPANTES DA REVISTA DA ACB disponibilizarem em mesa própria, outros títulos seus: livros, exposição de arte, fotografias, CD’s, DVD’s, e-books, fazer trocas de livros, telas, folders, distribuição de contatos e jornais, divulgação de blogs, sites, etc. – ampliando a informação dos ilustres convidados e estimulando a leitura dentro e fora da Academia, vendendo-os em preços módicos, aproveitando a presença de maior público na convivência salutar em torno do saber, cuja exposição dar-se-á na área da Lanchonete à direita logo abaixo a Capela, onde ocorrerão a diplomação e as homenagens. Ainda na Capela, seremos brindados com números musicais, regidos pelo destacado Maestro Alcides Lisboa, com experiência em vários países da Europa e Estados Unidos, discípulo do saudoso Maestro baiano Lindemberg Cardoso, seu patrono na ACB e referendado pelo mesmo na mencionada Revista em lançamento.
Em nome dos recipiendários falarão Jéssica Maguilnik e Verônica de Macedo (15 minutos cada).

Benjamin Batista de Macedo Filho
Presidente da FALA, BAHIA e da
Academia de Cultura

Josué da Silva Mello
Diretor do Colégio e da F2J
 


Hélio Rocha
Diretor da FHR

Geraldo Leite
Presidente IGL

Antônio Francisco COSTA
Presidente da Acad. Maçônica de Letras da Bahia

Eduardo Morais de Castro 
Membro Honorário da ACB
e Presidente da Associação Comercial da Bahia

Kleide Mendes Lopes
Presidente da Casa do Escritor Baiano

PAPO DE ESCRITOR NA U.B.E










                 Foto do  encontro  de sábado,dia 4/6 da U.B.E, na Bahia




Não falei que o núcleo da U.B.E na Bahia, não é  brincadeira?
Estamos trabalhando,sim,com garra e entusiasmo.
Azar de quem não acreditar.
Quando pessoas que amam a Literatura se juntam não é para desanimarem diante das dificuldades.Nossa luta é para dar vez e voz ao autor baiano.Fazê-lo ultrapassar as fronteiras do seu Estado e alçar vôos mais altos.
Porém,nosso problema maior é o autor baiano.
Que não participa,não se desloca,não adere,não disponibiliza uma manhã de sábado para lutar pela sua causa.
Gente,a união faz a força!
Não adianta criar grupelhos,vamos criar um grupo.Com G maiúsculo.
Nosso bate papo  descontraído e animado para falar do Livro-edição,distribuição,divulgação,editoras,mídia, presença nas redes sociais,criação de blogs,livro digital-foi muito apreciado pelos cerca de 50 escritores presentes.
Muitos entraram para a Instituição ajudando a fortalecer o elo da corrente.
Nomes literários de peso como Araken Vaz Galvão,decano das letras e o Alfredo,ambos de Valença, no interior da Bahia,apanharam um ônibus ao raiar da madrugada e vieram participar.
Os ativistas  Valdeck De Jesus,Carlos Souza,Roberto Leal e Miriam Sales,também.Os três últimos como atuantes no debate.

A ausência  de outros nomes importantes da nossa plêiade de autores foi lamentada.
Agradeço a presença de todos e espero que nos vejamos no Seminário de Julho,na Livraria Cultura.
Estou colocando o vídeo do encontro  no blog “Contos e Causos”,Miriam de Sales Escritora e no “Café com Pimenta”para que  todos vocês que não puderam participar desta vez, assistam aos temas debatidos ,todos de interesse do escritor.
Seguem os endereços:


Té mais
UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES
FAÇA PARTE DESTE GRUPO!