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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

AS MAL - CHEIROSAS QUÍMICAS ELEITORAIS



OK,você, amigo,como eu,como todos,estamos cheios de políticos,esses seres desnecessários e pouco escrupulosos,salvo raríssimas exceções;se Deus pedisse a Lot dez políticos honestos para destruir essa Sodoma corrupta não encontraria.Sairia decepcionado,questionando se teria sido uma boa idéia dar autonomia aos macacos.

Os políticos nos enganam e manipulam de diversas maneiras.Quer saber de uma?

De saco cheio você resolve votar no Tiririca e outros do mesmo naipe.Sabe o que acontece?

Esse nobre candidato a deputado federal por São Paulo, cujo Estado bate no peito e se acha como o mais poderoso da Federação,o mais rico e o mais culto,pois,como você sabe,cara pálida -e talvez seja um deles-,é composto de descendentes de europeus emigrados que vieram “fazer a América”,trazendo para nós,pobres caipiras,sua cultura e seus valores.Pois é ,este candidato com suas vestes de palhaço de circo,seus passos de dança e slogan irreverente,que parece tão puro e ingênuo como devem ser os palhaços,é na verdade,uma bomba – relógio.Voltada,contra você,meu prezado amigo.Que está perpetuando o que o Sistema tem de mais podre.Pois,o palhaço Tiririca é um puxador de votos.

A enorme quantidade de votos que o levará à vitória servirá para eleger outros coleguinhas de partido e coligações ,pois é assim que funciona graças às artimanhas do voto proporcional adotado no Brasil,o mais danoso meio de compor o legislativo.

O eleitor vota num candidato e elege outro.Assim como nas casadinhas dos supermercados:-compre um,leve dois,recorda?

Você,eleitor incauto,estufa feliz o seu peito magro alimentado a salário mínimo e pensa:-Sou um revolucionário,estou sacaneando o sistema!Que nada,sinto lhe desiludir;você está é ajudando a eleger mensaleiros como Valdemar da Costa Neto,pois,o “quociente eleitoral” do Tiririca foi o bastante para elegê-lo e as sobras vão para os companheiros.Do seu partido e das coligações.Candidatos do PT,do PC do B,do PT do B.

Imagine,cara!

Se você quer contestar o sistema vote em branco.Ou anule seu voto.

Não sirva de agulha para linhas ordinárias.

FALA O LEITOR:

02/10/10 07:12 - Mario Macedo de Almeida

UMA GRANDE TEXTO, BOM DE LER E REFLETIR...PAZ E LUZ MIRIAM!










segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O VOTO CONSCIENTE



O brasileiro brinca com tudo e com relação as eleições não seria diferente.Porque seria?

Muitos de nós,mesmo os mais escolarizados ainda não nos demos ao trabalho de pensar na importância do ato de votar.

Agimos como se não fosse com a gente,como se não fosse essa decisão que pautasse os rumos do país.

Não nos debruçamos no passado dos candidatos,não fuçamos suas vidas e seus propósitos,não nos informamos das suas tendências políticas nem da sua corrente partidária.

Levamos na brincadeira; rimos dos nomes e tipos estrambóticos que aparecem nos programas eleitorais gratuitos.

Sem saber, que por trás das gracinhas do Tiririca ,estão as velhas raposas a rirem-se de nós.Eles sim,com causa e motivo.

Na minha terra temos como candidatos um mata – mouros chamado Popó, ex-boxer,especialista em quebrar cara de adversários;um travesti Leo-Kret, (acho que é esse o nome),folclórico,escrachado,mas,muito bem votado nas eleições passadas e que agora disputa a Câmara Estadual .É mole ou quer mais,cara pálida?

Temos um espancador de mulheres que aspira ao Senado , e um palhaço sem graça,em São Paulo,estado que já votou no rinoceronte Cacareco e no Macaco Tião.E ,eles,lá no Sul Maravilha,se acham!

Temos também,neste circo brasileiro,mulheres peras , melancias e outras frutas,sei lá...

Enfim, nossa eleição é o programa do Chacrinha,ressuscitado.Que maravilha,Terezinha!

Só que,como em todo teatro que se preza,pagamos o preço.E o preço é a falta de educação,de saúde,de segurança,de leis importantes que se façam cumprir,a falta de oportunidades para nossa juventude,a ausência da esperança.

Que condições temos de melhorar com esses congressistas que botamos lá?

Como podemos cobrar de analfabetos e ou oportunistas que não sabem fazer leis e nem cumprem as muitas já existentes?

Você, amiga,contrataria uma cozinheira que não soubesse cozinhar?Você, madame,contrataria um motorista sem carta de habilitação e experiência de cinco anos no trânsito?Você,empresário,contrataria um gestor para sua empresa que nada entendesse de gestão?

Pois é, amigos.Nós somos sócios majoritários dessa imensa e rica empresa Brasil S/A;pense nisto porque quando as ações desta empresa começarem a desabar na Bolsa,você só pode se queixar de si mesmo.

Não vote por ideologias,nem por amizade,nem a pedido de amigos, ou porque um candidato é do sudeste ou do nordeste. Não acredite,como os abestalhados,em votos de protesto.Porque você será o protestante e o protestado,frustrado nos seus desejos e ideais. Vote naquele que,além de confiável,é também preparado para legislar e tocar o país com decência e dignidade.Vote naquele que você gostaria que fosse seu vizinho de apartamento;ou o síndico do seu prédio.Ou que tenha os mesmos valores que você.

O país não é apenas sua casa. É a casa de todos nós!

PALAVRA DO LEITOR:
27/09/10 11:05 - lmorete




Miriam, beleza de texto. A verdade é essa mesmo:não sabemos ou não

queremos saber o que fazer com o nosso voto. E ele é arma que temos em

nossas mãos para expurgar tudo isso que anda por aí. Vamos acordar,

gente. Abraços.



01/10/10 18:42 - cavenatti




O político é apenas um reflexo, em espelho amarelado, dos cuidados que

devemos ter de nosso País ... sem dúvida ainda somos aprendiz nesta

arte ..... ABRAÇOS....











sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A PRIMAVERA


                                                            A Primavera,tela de Boticcelli


Chegou a primavera e ,como sempre,será bem vinda.Afinal,é a estação das flores que desabrocham numa indecência de cores e aromas,cheiros quentes e enlouquecedores,libido solta no ar.

Mesmo que você more em apartamentos e só cultive flores de plástico; ou,tenha apenas um caqueiro na varanda;ou ainda,que não se ligue em calendários ou eventos-fique certo-a primavera chegará.

Com ela chegam os pássaros cujo pipilar alegre enche de alegria o ar.São os bem-te-vis,os beija-flores ,as andorinhas.

A Natureza extrapola em luxo e beleza.

Aqui nos trópicos ela nem sempre é reparada. Só os poetas pressentem sua chegada vestida de cor de rosa e coroada de flores,iluminada e dançante.Pois só os poetas têm o poder de perceber o que ninguém percebe, como ver e entender estrelas.

Mas,nos países que saíram do fim do inverno sua chegada é quase uma remissão;sai o branco monótono e frio,o gelo que separa pessoas e vem o renascer da alegria com os primeiros raios do sol.

A primavera gerou a lenda da Bela Adormecida,aquela linda princesa que dormia até que foi acordada pelo beijo do príncipe,simbolizando a amor.

Pois,é amor que a primavera desperta.Parece que soa dentro da terra,nas suas mais íntimas profundezas um clarim tocado por mensageiros desconhecidos,acordando as árvores e as flores,os pássaros e animais e contaminando o mundo dos humanos com a febre da beleza e da alegria.

A nós nos resta assistir a essa alegria tão bela e tão efêmera.Como a juventude e a vida.

PALAVRA DO LEITOR:


SALVE,CARÍSSIMA MIRIAM.BELO,O SEU TEXTO SOBRE A PRIMAVERA.REALMENTE ,NÓS POETAS TEMOS UMA SENSIBILIDADE MAIS APURADO PARA SENTIRMOS O QUANTO DE BELEZA A NATUREZA NOS OFERECE NA PRIMAVERA.AINDA BEM QUE,COMO LIBRIANO,FAÇO PARTE DELA.BEIJOS,AMADA.


24/09/10 10:52 - Norma Suely Facchinetti




Resta-nos também o encantamento do seu texto que nos oferece a

primavera com as mais belas cores poéticas. Beijos Miriam.



25/09/10 08:33 - Zélia Maria Freire




Bom dia Miriam!!!! A PRIMAVERA CHEGOU??? QUE VIVAMOS A PRIMAVERA EM

TODA A SUA PLENITUDE!!! BEIJO DE ZÉLIA



25/09/10 08:20 - Marina Gentile




Querida Miriam, as flores encantam, que delicia. Viva a primavera.

Bom dia para vc flor da Bahia.



12/10/10 09:28 - Iratiense Joel Gomes Teixeira




Que linda mensagem primaveril.Estou lhe conhecendo e adorando o

seu estilo,os seus textos bem elaborados.Convido-lhe a passar

em m/escrivaninha para ler "O bangalô de Helena",que embora

distante em qualidade do que escreves,também prestei minha

homenagem à estação das flores.Bom dia.

































quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Convite para o re-lançamento do livro " A Bahia de outrora"

...E O RELÓGIO BATEU TREZE VEZES!



O Dr. Gable, juiz aposentado, sofreu com o calor daquela noite de agosto. Não conseguia conciliar o sono. Levantou-se, colocou um robe-de-chambre sobre o pijama e foi pitar seu cachimbo, na pracinha fronteira á sua casa. Respirou com alegria a brisa noturna, sentado num banco em frente ao magnífico carrilhão da igreja, que datava do sec. XI.

Um homem do povo, que parecia ter saído de um trabalho braçal, sentou-se ao seu lado, na borda do banco e puxou um cigarrinho de palha. Quase na mesma hora o carrilhão tocou as doze badaladas da meia-noite; quer dizer, deveriam ser doze badaladas, mas, sabe-se lá porque o relógio tocou treze vezes. Os homens se entreolharam e comentaram o erro; treze badaladas! Estaria o sineiro bêbado?

Meses depois o juiz acordou muito mais cedo do que costumava; sem paciência para ficar na cama levantou-se e vestiu-se. Andou até á cozinha. Surpreendeu-se ao ver o criado com a mesa posta para o café da manhã. Ainda era muito cedo. Tomou seu chá e, ao abrir a porta da rua, outra surpresa; o seu cavalo estava lá, encilhado e pronto para um passeio. Achando tudo muito estranho, interrogou o moço da estrebaria que lhe confessou:

-Tive um pressentimento que o patrão precisasse do cavalo, então o trouxe.

O juiz era um inglês velho e fleumático. Não se surpreendeu. Montou o cavalo e deixou que este o levasse. Seguiu para as bandas do rio onde se achava a balsa que transportava os passageiros de uma banda para a outra; o balseiro parecia estar pronto para o transporte apesar do adiantado da hora. Deu-lhe os bons dias:

-Não é muito cedo para o transporte?

-É sim, patrão, mas, tive insônia e pressenti que alguém quisesse atravessar o rio.

O juiz embarcou, gozando a paisagem, sentindo o aroma dos pinheiros. Ao chegar á outra margem entregou-se ao cavalo e deixou que lhe levasse, á vontade. Tomaram o rumo da cidade. Pareceu-lhe que havia um ajuntamento incomum de pessoas na praça principal. Muita coisa inusitada para um dia só, pensou o juiz.

Indagou de um transeunte o motivo daquela agitação.

-Estão julgando um sujeito acusado de assassinato.

Velho corcel ainda sente a espora. O juiz entrou no fórum da cidade. Justo no fim do julgamento quando foi permitido ao réu falar em sua defesa.

-Nada tenho a dizer além do que já falei.

O homem parecia triste e desconsolado. Suas mãos tremiam. Com dificuldade, continuou - Sou inocente, mas, só existe uma pessoa neste vasto mundo de Deus que poderia provar isto. Mas, não sei seu nome, nem onde mora e mal vi o seu rosto. Era uma noite escura aquela quando o carrilhão da igreja em Plymouth tocou treze badaladas á meia-noite. Até comentamos sobre isto.

-Estou aqui! Estou aqui! gritou o juiz, visivelmente comovido. O que o preso afirmou é a pura verdade. Na noite deste assassinato, á mesma hora, nós comentávamos sobre o carrilhão.

O homem foi absolvido e ganhou a liberdade.

A mão de Deus providenciou todos esses acasos. Sua mão misericordiosa tramou a libertação.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

FELICIDADE CLANDESTINA


Para vocês,um presente nesta segunda-feira;um magistral conto de Clarice Lispector.
Deliciem-se!

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio

arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos

achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do

busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias

gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de

pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal

da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde

morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra

bordadíssima palavras como "data natalícia” e “saudade” .

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança,

chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que

éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres.

Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler,

eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lheemprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma

tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de

Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com

ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses.

Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o

emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu

não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me

traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava

num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando

bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina,

e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas

em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a

andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife.

Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias

seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me

esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de

livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua

casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro

ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu

como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se

repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo

indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já

começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho.

Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer

esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às

vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio

de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a

olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e

silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a

aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a

nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco

elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar

entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com

enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você

nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia

ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a

potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à

porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se

refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora

mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser."

Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é

tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro

na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando

como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com

as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar

em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração

pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para

depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas

maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo

comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,

abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela

coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina

para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia

orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo,

sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu

amante.



1920


- Nasce Clarice Lispector a 10 de dezembro em Tchetchelnik, aldeia da Ucrânia, filha de Marieta e Pedro Lispector.



• 1921

- Clarice Lispector chega ao Brasil com dois meses de idade, razão pela qual se considera muito mais brasileira do que russa,e vai residir em Maceió.



• 1924

- A família se transfere para Recife, onde Clarice passa a sua infância, em um prédio da Praça Maciel Pinheiro. Estuda no Grupo Escolar João Barbalho, passando daí para o Ginásio Pernambucano.



• 1930

- Falece sua mãe.



• 1933

- Pedro Lispector transfere-se com a família para o Rio de Janeiro, passando Clarice a estudar no Colégio Sílvio Leite. Nesse período lê bastante, não só a literatura romântica de Delly, como também as obras de escritores consagrados como Júlio Dinis, Eça de Queirós, José de Alencar e Dostoiewski.



• 1938

- Prepara-se, no Colégio Andrews, para ingressar na Faculdade de Direito.

- Nessa época, freqüenta uma pequena biblioteca de aluguel na Rua Rodrigo Silva, onde escolhe os livros pelo título. Descobre, ocasionalmente, a obra de Katherine Mansfield.



• 1940

- Entra para a Faculdade Nacional de Direito.

- Falece seu pai.



• 1941

- Redatora da Agência Nacional, trabalha ao lado de Lúcio Cardoso, que se tornaria um de seus melhores amigos.



• 1942

- Enquanto cursa a faculdade, começa a escrever seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem.



• 1943

- Trabalha em A Noite como redatora, indo depois para o Diário da Tarde, onde faz uma página feminina assinada por llka Soares.

- Naturaliza-se brasileira.

- Casa-se com o diplomata Mauri Gurgel Valente, em 23 janeiro.



• 1944

- Acompanha o marido a Nápoles. Nessa cidade presta ajuda a um hospital de soldados brasileiros.

- Começa a escrever O Lustre.

- Publica o primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, pela editora A Noite. Neste mesmo ano o romance é laureado com o PrêmioGraça Aranha.



• 1946

- Publica, pela Agir, O Lustre.



• 1946

- Reside em Berna, de onde viaja para a Espanha.



• 1949

- França e Itália. Conhece Ungaretti e De Chirico.



• 1949

- Em 10 de setembro nasce, em Berna, seu primeiro filho, Pedro.



• 1950

- Regressa ao Rio de Janeiro.



• 1951

- Passa seis meses em Torkway, na Inglaterra, onde faz as primeiras anotações para A Maçã no Escuro.



• 1952

- Publica Alguns Contos.

- Escreve a crônica "Entre Mulheres" para a revista Comício, sob o pseudônimo de Teresa Quadros.



• 1952-1959

- Reside em Washington.



• 1953

- Em 10 fevereiro, nasce o segundo filho, Paulo.



• 1958-1959

- Colabora para a revista Senhor.



• 1959

- Separa-se do marido e passa a residir definitivamente, com os filhos, no Rio de Janeiro.



• 1959-1960

- Assina, sob o pseudônimo de Helen Palmer, a coluna "Feira de Utilidades", publicada no Correio da Manhã.



• 1962

- Recebe o Prêmio Carmem Dolores pelo romance A Maçã no Escuro.



• 1963

- Pronuncia, no Texas, a conferência "Literatura Atual no Brasil".



• 1967

- Fica gravemente ferida por causa de um incêndio em seu apartamento.



• 1967-1973

- Escreve crônica semanal, aos sábados, para o Jornal do Brasil.



• 1968

- Passa a integrar a Ordem da Calunga, da Campanha Nacional da Criança.



• 1969

- Recebe o prêmio Golfinho de Ouro.



• 1975

- Participa do 1º Congresso Mundial de Bruxaria, em Bogotá, com o texto "Literature and Magic".



• 1977

- Publica uma série de entrevistas em Fatos e Fotos, sob o título de "Diálogos Possíveis com Clarice Lispector".

- Falece em 9 de dezembro.









sexta-feira, 17 de setembro de 2010

QUEM INVENTOU ESSA EXPRESSÃO?




PÓ – DE- ARROZ

Bem antes de Max Factor, Helena Rubinstein e outros cosmetólogos menos votados,as mulheres bonitas (ou não) usavam o pó-de-arroz para suavizar e tirar o brilho deselegante da pele.Trituravam o arroz até virar pó,peneiravam e,com plumas buzuntavam o rosto.

Acho que foi o primeiro pó facial inventado e ainda hoje participa da composição dos pós faciais modernos.

Mas,a expressão pó-de-arroz,curiosamente,não veio da cosmética ,mas, - pasmem! – do futebol.

Ele mesmo, o popular esporte bretão,coisa de macho.E o responsável foi o tricolor carioca Fluminense Football Clube, que tem torcedores do nível de Chico Buarque e outros menos votados.

A estória é curiosa.

Por ser um clube de elite e ter entre seus torcedores presidentes,ministros, e altos empresários,a agremiação criou fama de aristocrática e racista.

Até hoje nem aportuguesou o nome continua Fluminense Football Clube,assim mesmo,britanicamente.

Mas,vamos ao causo:

Em 1914 ,um jogador chamado Carlos Alberto,pintou no clube;era um excelente jogador,mas,tinha um defeito:era mulato.

Preocupado com a repercussão do” colored” entre os torcedores elitistas,Carlos Alberto resolveu usar de um artifício,não muito macho,mas,que poderia solucionar o problema da sua morenice. Aplicou pó-de-arroz no rosto.

Ora,estava tudo muito bom,muito fácil,torcida satisfeita,mas,como se diz, o diabo mora nos detalhes.E o detalhe é que o pó-de-arroz não resiste ao suor.

Daí a pouco ,sob o forte sol carioca,lá se vai goela abaixo o artifício do jogador e sua mulatice bem escondida aparece em toda sua plenitude.

A platéia começou a gritar:

“Pó –de- arroz! Pó –de -arroz!

E,assim nasceu o apelido do Clube ,cuja torcida costumava jogar pó- de- arroz toda vez que a equipe entrava em campo.

Mais tarde,em 1943,essa aristocracia ficou para sempre refletida no símbolo criado pelo cartunista argentino Mollas;um cavalheiro de fraque,polainas,piteira e cartola.

Pois é, até hoje os dirigentes de clubes de futebol passaram a ser chamados de “cartolas”,sinônimo de incompetentes e aproveitadores.





FALA O LEITOR:

18/09/10 17:33 - Rejane Chica

Passar aqui é aprender sempre.De um jeito bem humorado,transmites

tudo.Legal!beijos,tudo de bom,chica



19/09/10 04:15 - josé cláudio




Miriam, até uns dez anos atras ainda funcionava. Eu fui conhecer o

estádio das Laranjeiras quando estive certa vez no Rio e assisti a

Fluminense e Bragantino (quando do auge do Wanderley Luxemburgo no

time). Antes da partida, era um festival de fumaça de pó de arroz

impressionante, um espetáculo até bonito de se ver. Só que atualmente

eles estavam usando era mesmo trigo. Um beijo, minha doce amiga! Paz e

bem.



18/09/10 19:44 - Antonio Maria Santiago Cabral

Boa história, Miriam. Prazer desfrutar das tuas letras.

18/09/10 16:28 - Lucan

Prezada poetisa Amiga, há quanto tempo, que saudade! Você, como

sempre, dando aulas de redação e pesquisadora imbatível. Gostei do

humor de hoje, A gente vai se embrenhando no Recanto, tomando

conhecimento com muita gente, assumindo compromissos, até que perde o

contacto com as pessoas Amigas. Obrigado, mas muito obrigado mesmo por

lembrar-me do seu talento nato como escritora. Nem tenho o que dizer

mais. Parabéns e fique com Deus. bjs. Lucas


18/09/10 10:21 - Maria Luiza D Errico Nieto


Muito interessante, amiga. eu não conhecia a histo´ria. Beijos


17/09/10 18:42 - CONCEIÇÃO GOMES

Sabia que tinha algo a ver com torcida,mas da historia doCarlos

Alberto eu não sabia.Gostei.


17/09/10 10:46 - J C Cavalcante

A história é bem interessante e de real importância, até porque

envolve o mais charmoso clube de futebol brasileiro, símbolo de

respeito, graça, imponência, grandiosidade, inteligência, eficiência,

eficácia, responsabilidade, do próprio futebol, honradez, humildade e

modéstia, além é claro, de ser o melhor do país, quiçá, do mundo.

Rsssssss

19/09/10 19:46 - Maria Olimpia Alves de Melo




Conheço essa história desde antanho (nasci torcedora do Botafogo) mas

não conhecia a origem do apelido. Sua crônica ficou ótima e se puder

me mandar por e-mail, vou passá-la ao meu cunhado, pó-de-arroz

fanático.



20/09/10 08:22 - Exdrúxula Extranha

Um achado para alguém como eu que adoro futebol e história. Gradecida

por me deixar um pouquinho mais culta. Bijim.


20/09/10 22:51 - Paulo Kostella


Puxa, quanta novidade pra mim!! Você é definitivamente minha baianinha

predileta. Boa noite Miriam.























quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CENAS DE CARNAVAL...



O camarote elegante, naquele hotel em Ondina ,estava lotado.Cheio de artistas globais,piriguetes,made in periferia,mas,com cara de donzelas,empresários de moringa cheia,balançando mais que navio em tempestade e velhas senhoras ultrapassadas,fingindo de brotinho e mostrando ,sem querer,as mal disfarçadas pelancas.Além dos gays,é claro;sem eles,nenhum camarote se sustenta.

Repara naquela madame,mesmo ,de nome comprido,apesar de ser ainda muito cedo,já tinha tomado todas,porém,o cavalheiro que a cumprimentou:-Oi! estava ainda pior,pois,sendo assessor de político,nesses tempos brabos em que eles andam em baixa,tinha mesmo que soltar as frangas,descontrair,para não endoidar de vez.

A velhota não devia ser mulher de oi,pois,olhou o sujeito meio atravessado e não respondeu ao cumprimento.

Mas,o tipo achando que não foi ouvido,descambou atrás dela,caindo e levantando e falou:

-Feliz Carnaval prá você!

Contrafeita,a mulher respondeu:

-O mesmo lhe desejo.

O homem sorriu,pegou uma taça,derramou um champanhe e ofereceu.

-Vira essa ai para soltar a alegria...

-Você já bebeu um bocado(hic);não tá na hora de parar?

-Êpa,pára esse papo cabeça.Parece conversa de mulher casada.

-Acontece que eu sou casada.

-Caramba,eu também,pô!Deu um soluço de bebum,- hic,hic- e ficou balançando o corpo prá lá e prá cá,como macumbeiro em transe.Sou um bocado casado;desde 1975,sacou!?

-Ora essa,eu também...Qual é o problema?

-Que puta coincidência,né?O Carnaval tem dessas coisas,a gente encontra caras que não vê a uma cara...Riu,satisfeito com o trocadilho infame. - Puta merda!

-Mas,me diz,você casou naquele convento enooorme,cujo aluguel do espaço deixa a gente limpo?

-Foi.Os bem-nascidos casam ali,né?Disse orgulhosamente_.

-Verdade,falou entornando um copo ,dessa vez de chopp.Também casei ali.E,pensativo:-Quanta coincidência!Não me diga que sua lua de mel foi em Paris...

-Claro,e viajei pela Varig.

_Puxa,eu também.Quase toda a gente passa lua-de-mel em Paris.

E,meio desanimado-Como se isso valesse prá alguma coisa...

Ela pareceu despertar de um sonho e aceitou o canecão de chopp que ele lhe ofereceu;já estava prá lá de marrakech,como diria o mano Caetano,mas,foi em frente.

Falou prá ele,a voz engrolada,meio triste:

_A lua-de-mel não depende do lugar; e,completou,filosofando:-Depende mesmo é do casal...

O cara deu um risinho e explicou:

-Minha mulher sempre diz isso...

Agarrou dois canecões que encheu de chopp,oferecendo um prá ela.

Mas,a mulherzinha já tava mudando o rumo da prosa.

-Olha aqui,Pauleta,você já bebeu demais.Vambora...

E agarrando um cambaleante marido o carregou prá casa.





FALA O LEITOR:

KKK!






Este é verdadeiro homem-chopp: bota-se no isopor, joga-o debaixo dos braços e leva para qualquer lugar!...
Barreto,poeta

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SOU ESCRITOR:QUANTO VOU GANHAR?

Você tem talento, disciplina e até mesmo uma editora querendo publicar seu original. Mas aí, pinta a dúvida: afinal, quanto eu vou ganhar com isso? As respostas que se seguem são os casos mais comuns, a partir da minha experiência, mas na verdade as editoras estão livres para outras negociações. Então vamos lá entender quanto ganha um escritor:


Critério: na maioria dos casos é percentual de direito autoral, que costuma ser entre 8 e 10% do preço de capa do exemplar vendido.

Vendagem: cada livraria fecha de um jeito e em uma data. As editoras normalmente disponibilizam as planilhas de contabilidade para os autores só uma vez no semestre ou no máximo no trimestre, justamente porque tem livrarias que fecham trimestralmente, por exemplo, então para não ficar incompreensível, muitas editoras optam por mostrar o balancete para o autor também com uma periodicidade baixa.

Tempo de repasse: novamente, na maioria das vezes, ok? Normalmente as editoras adiantam uma quantia a combinar para o autor, antes das vendas e vão descontando desta quantia os livros vendidos. O autor só torna a receber quando e se ultrapassar aquela quantia já recebida em direitos autorais (ítem 1). Algumas editoras muito pequenas e sem fluxo de caixa para isso, pagam o autor nas suas datas de fechamento, normalmente de 3 em 3 meses.

Exemplares de autor: isso varia muito, principalmente do tipo de livro que vc escreveu. Livros didáticos normalmente recebem 10 exemplares, ficção costuma receber um pouco mais, em torno de 30, mas isso você pode conversar com o seu editor. Se a quantia que você precisa for maior do que a editora pode lhe dar, vc pode sempre comprar os seus livros com o preço de autor (com um desconto em torno de 60% do preço de capa).

Tiragem: sim, as edições sempre tem uma quantidade de exemplares determinada e isto é sempre colocado muito claramente e muitas vezes consta até mesmo do seu contrato. Você fica sabendo exatamente quantos exemplares rodaram em gráfica, quantos foram para imprensa, quantos foram para livraria, etc. Isto tudo é feito de forma muito transparente e às vezes o editor pede para você assinar junto com ele os exemplares de cortesia do editor (jornalistas, etc).

Vale lembrar que…

Esses são detalhes técnicos que em nada devem impedir sua vontade de publicar ou doutrinar seu talento e disposição para compartilhar suas idéias, certo?

NOTA DA AUTORA:
Transcrevi esse artigo do excelente site da Carolina Vigna para tentar tirar as dúvidas de todo escritor novato sobre os seus ganhos.As negociações com editoras (seja com as que lhe pagam ou as que recebem de você) são quase sempre traumáticas  e o novel escritor se perde ou por falta de conhecimento ou por excesso de expectativas.
Quando comecei a pensar em publicar meus trabalhos comecei a pesquisar muito na Internet,ler muito,perguntar muito e assim fui aprendendo um pouquinho sobre este mercado editorial duvidoso e onde o escritor não navega em águas mansas e pode cair em armadilhas dolorosas.Eu mesma fui vítima de uma cata-níquel,uma editora paulista que tem dado prejuizo a dezenas de autores.
Pense muito,colega,antes de se decidir a publicar seu livro.Procure muito,informe-se,consulte advogados amigos sobre contratos,desconfie de quem oferece muito,e só faça negócios seguros.Queira o preto no branco.
E Boa Sorte!
Você vai precisar.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CARTA AO PRESIDENTE,UM MARCO NA LITERATURA BRASILEIRA





O jornalista Carlos Souza comenta sobre o livro Carta ao Presidente



O excelente jornal virtual "MAIS  BAHIA" desta semana entrevista o jornalista e escritor Carlos Souza,autor da idéia do livro "Carta Ao Presidente".Ele e outros autores através de suas epístolas dizem aos políticos tudo o que eles não gostariam de ouvir ,mas,que a sociedade adora e precisa dizer.Eu recomendo,pois,é um livro que todo brasileiro  consciente de sua cidadania deveria ler.
Eis o texto:

O Mais Letras dessa semana destaca o livro Carta ao Presidente, uma leitura imprescindível nas escolas brasileiras e para os políticos nesse período de eleição. Entrevistamos o jornalista Carlos Souza (foto), o organizador da publicação. Souza atua na área de assessoria de imprensa e marketing pessoal para escritores, instituições culturais e artistas, e está incluído como verbete no Dicionário de Autores Baianos. Na entrevista ele conta sobre a importância da sociedade reivindicar os seus direitos e elogia o governo Lula.

















Por Fabiana Oliva



Mais Bahia - Como foi participar de um livro dessa natureza?



Carlos Souza - Organizar e participar de Carta ao Presidente é uma realização pessoal, que resolvi concretizar junto com outros escritores. Esta foi uma forma que encontrei para contribuir com o meu país, apontando situações que afligem a sociedade e mostrando que esperamos dos dirigentes políticos dessa nação, um Brasil com igualdade de oportunidades para todos.



MB - Como surgiu a ideia desse projeto?



CZ - Em setembro de 2000, nasceu a ideia de organizar Carta ao Presidente. Na época, o presidente do Brasil era Fernando Henrique Cardoso. O país vivia um momento político confuso e então pensei em convidar os amigos para que juntos pudéssemos mostrar nossas insatisfações e levantar questões que afetavam a vida das pessoas. Como o livro seria composto por cartas escritas por diversas pessoas, apresentaríamos os problemas brasileiros sob vários ângulos. A abordagem era a seguinte: Se você tivesse a oportunidade de escrever para o presidente do Brasil, o que diria: Daria sugestões? Criticava ou elogiava? Para minha decepção, os amigos não se empolgaram com a ideia. Recebi apenas duas ou três cartas, quantidade insuficiente para fazer um livro. O projeto, então, ficou engavetado.Em 2009, resolvi resgatar a velha ideia. Já com alguma experiência no mundo literário e mais envolvido em questões políticas e sociais, divulguei o projeto, e então tive uma recepção melhor do em 2000. Agora chega a mão dos leitores e dos políticos o livro “Carta ao Presidente – O que deseja o brasileiro no século XXI.



MB - Qual é o objetivo dessa publicação?



CZ – O objetivo maior é sensibilizar os políticos do Brasil, para que não esqueçam os compromissos assumidos com o povo que padece das mais variadas injustiças sociais, no momento que seus direitos, garantidos pela Constituição Federal, não são respeitados. Queremos manifestar nossas insatisfações e, ao mesmo tempo, expressar nossos desejos e necessidades, de modo a contribuir para construir um Brasil com menos desigualdade social. Espero que este livro seja visto como uma amostra do que a sociedade pensa e espera dos governantes. Além de lembrá-los que nós, estamos atentos e de olhos bem abertos.



MB - Quais autores participam da obra?



CZ – Participam do livro Ildásio Tavares, Antonio Barreto, Valdeck Almeida de Jesus, Roberto Leal, Tássio Revelat, Luiz Carlos Santos Lopes, Leandro de Assis, Leandro Flores, Antônio Santana Marilene Oliveira, Domingos Ailton, Caetano Barata, Altair Fonseca Ramos, Grigório Rocha, Gricélio Santos, Marcelo de Oliveira Souza, Márcia Menezes Sales, Nilmário Quintela, Rita Maria da Silva Oliveira, Rosana Santos Silva, Débora Galvani, Tula Pilar Ferreira, entre outros.



MB - Qual é a característica mais relevante do livro?



CZ - Como diz o professor Germano Machado na apresentação, a importância do Livro Carta ao Presidente é a singularidade de escritores em levantar uma visão sobre o momento político atual com um texto que não é pretensioso, condenatório nem partidário. É um verdadeiro exercício de cidadania. A sociedade precisa dialogar com os seus representantes, caso contrário, eles se sentem livres e pensam que estão no poder a serviço dos seus próprios interesses. É o povo fazendo uso do seu direito de expressão, garantido pela Constituição Federal



MB - Quais são os temas tratados na publicação?



CZ – Os temas são bem variados. Educação, saúde, segurança pública, meio ambiente, voto, corrupção, crime organizado e por aí vai. Passa pelas principais questões sociais.



MB - Que soluções você aponta para melhorar a vida das pessoas?



CZ - Para construirmos uma sociedade sem tanto problemas como os que vivenciamos no Brasil, onde a violência assusta todos nós, as pessoas ainda vivem debaixo das pontes, a educação é de baixa qualidade e a saúde uma vergonha, precisamos de investimento no social. É por isso que a sociedade tem que abrir os olhos e votar com consciência e, em políticos que realmente tenham propostas de mudanças e condições de cumpri-las. Resumiria dizendo que a educação é o melhor caminho para transformar a vida das pessoas.



MB - Qual é a sua visão sobre o Presidente Lula?



CZ – Olha, acredito que o Presidente Lula fez um bom governo, haja vista o seu percentual de aprovação pessoal girar em torno de 80%. Ninguém pode negar que agora o Brasil tem uma importância internacional que não tinha antes. No entanto o Brasil ainda precisa melhor bastante. Caso contrário, não teremos condições de competir no mercado global.



MB - Qual é a importância desse livro para os brasileiros que exercitam a cidadania?



CZ – Diria que Carta ao Presidente pode ser uma ferramenta de iniciação política, porque as pessoas poderão a partir de sua leitura se despertar para cobrar dos políticos em todas as esferas, seja ela Municipal, Estadual e Federal, os seus diretos que estão garantidos por lei. Imaginem se a sociedade começar a se manifestar através dos mais diversos meios que as novas tecnologias proporcionam? Pode ter certeza que o Brasil vai melhorar. O povo não pode mais ficar inerte com as questões políticas, precisa se manifestar, sugerir, cobrar, fiscalizar e manter longe do poder os políticos corruptos, através da sua arma secreta, chamada voto. Como diz a escritora Morgana Gazel na contra – capa do livro quando brasileiros exercitam a cidadania num livro como Carta ao Presidente, apontando contradições que eles observam ou sentem na própria pele e para as quais reclamam solução, a leitura deste livro faz-se tão necessária e oportuna que, deve ser considerada imprescindível nas escolas do Brasil



MB - Que recado você deixa para os políticos brasileiros?



CZ - O meu recado para os políticos é que eles não esqueçam que estão no poder a serviço do bem estar coletivo e não pessoal. E por essa razão, devem honrá-los o lugar que ocupam, proporcionando a melhoraria da sociedade como um todo e não da minoria, como estamos acostumas a ver.



Obra: Carta ao Presidente – O que deseja o brasileiro no século XXI



Autor: Carlos Souza (Organizador)



Editora: Scortecci



Preço sugerido: R$ 20












quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CONVITE

Convite


Convido a todos para o lançamento do livro “A Bahia de Outrora” ,dia 04/09 às 15.30hs na Nossa Livraria,durante a flimar,festa literária de Marechal Floriano.


Quando:04/09 às 15.30hs


Onde:Tenda de lançamentos da “Nossa Livraria “durante a Flimar


Aproveitando,assistam à Roda de Prosa” O trabalho pedagógico com o livro e a leitura” ,14.30hs que precede o lançamento.


Edna Lopes (Alagoas)


Claudia Pimental (Rio)


Convidados:


Miriam de Sales Oliveira(Bahia)


Antonio Torres(Bahia)


Mauricio Mello Jr.(Pernambuco)










Até lá


Miriam de Sales Oliveira

COM A PALAVRA,O LEITOR:

CEZARUBALDO CEZAR para mim


mostrar detalhes 15:58 (3 horas atrás)
MINHA GRANDE ESCRITORA DA BAHIA E DO BRASIL,DESEJO-LHE SUCESSO EM MAIS ESSA EMPREITADA LITERÁRIA.COM TODO O NOSSO AXÉ.ABRAÇOS.

HISTORIAS DE COMETAS


Para homenagear os caixeiros viajantes ,no seu dia!
OS COMETAS,COMO ERAM CHAMADOS OS REPRESENTANTES COMERCIAIS NOS ANOS 40,ERAM HOMENS CHEIOS DE ESTÓRIAS.
GANHAVAM O SUADO PÃO VIAJANDO,APARTADO DA FAMILIA,VIVENDO NO DESCONFORTO DAS PENSÕES PULGUENTAS,COMENDO MAL,DORMINDO PIOR E,SEMPRE PREOCUPADO COM O TAMANHO DA TESTA,JÁ QUE BALZAC DIZIA,NA “FISIOLOGIA DO CASAMENTO”,QUE ERAM ESSES HONESTOS TRABALHADORES,OS MAIORES CANDIDATOS Á CONFRARIA DE S. CORNELIO,QUE NENHUM HOMEM DESEJAVA FREQUENTAR.
MAS, HAVIA COMPENSAÇÕES;SUA CHEGADA NOS VILAREJOS,ERA MOTIVO DE FESTA E ALEGRIA,AS MOÇAS,DE OLHO NO CAMINHO,POIS,COM ELES VINHAM AS NOVIDADES,A MODA,AS NOTICIAS DA CIDADE GRANDE.
OS COMERCIANTES IAM ABASTECER SUAS LOJAS,AS VENDAS AUMENTARIAM E AS DONAS DE “BATE-FREGE”,COMO ERAM CHAMADAS AS PENSÕES HUMILDES QUE FREQUENTAVAM,ENXERGAVAM O AUMENTO NOS LUCROS,ALÉM DA DIVERSÃO QUE ESSES CAVALHEIROS REPRESENTAVAM,COM SEUS “CAUSOS “ E ANEDOTAS.
NUM TEMPO COM RARISSIMOS JORNAIS E SEM TV,ELES ERAM OS ARAUTOS DAS NOTICIAS,BOAS E MÁS;SABIAM DE TUDO,FUXICAVAM A VIDA DE TODOS.
ANDANDO POR CECA E MECA,NÃO RARO,SE DEPARAVAM COM CASOS EXTRAORDINARIOS,SITUAÇÕES INUSITADAS E INSÓLITAS,COMO ESSA QUE VOU CONTAR.
FOI NO ALTO SERTÃO,EM DEZEMBRO;O SOL DO VERÃO VARRIA A PLANICIE,UM CALOR DE TODOS OS INFERNOS,NEM UMA ÚNICA NUVEM NO CÉU;SILENCIO ABSOLUTO,OS ANIMAIS RECOLHIDOS,APROVEITANDO A SOMBRA DAS POUCAS ÁRVORES EXISTENTES.
CHAPÉU CAÍDO,TERNO AMARROTADO,CAMISA COR DE TERRA BATIDA(HÁ MUITO TINHA DEIXADO DE SER BRANCA),LÍNGUA DE FORA,O FORASTEIRO ENXERGOU UMA CHOUPANA,MEIO FORA DA ESTRADA,ESCONDIDA POR UM UMBUZEIRO.REUNINDO FORÇAS,DESVIOU-SE DA ESTRADA,PAROU NA PORTA DE MADEIRA MEIO RACHADA E BATEU PALMAS.OXALÁ TIVESSE UM VIVENTE!PRECISAVA BEBER ÁGUA.

-Ó DE CASA,GRITOU.SÓ O SILENCIO RESPONDEU.ELE NÃO DESANIMOU.EXPERIMENTOU A OUTRA FÓRMULA,A INFALIVEL:

-LOUVADO SEJA N.SR.JESÚS CRISTO.

UMA VOZ ALQUEBRADA RESPONDEU,VINDO DE MUITO LONGE:

-PARA SEMPRE SEJA LOUVADO.

ELE OUVIU PÉS QUE SE ARRASTAVAM,CUIDADOSOS,EM DIREÇÃO Á PORTA.APARECEU UMA VELHINHA COM UM LENÇO DE RAMAGENS COBRINDO A CARAPINHA,PÉS DESCALÇOS.

-O QUE DESEJA,SÊO MOÇO?

-BOAS TARDES,MINHA VELHA.PODERIA ME CONSEGUIR UM POUCO DE ÁGUA DE BEBER:?

-INHÔ,SIM.TENHO UMA MORINGA,FRESQUINHA.E GRITOU LÁ PRÁ DENTRO,COM VOZ TRÊMULA:

-DIPLOMA!

SEGUNDOS DEPOIS,UM MULATINHO LISO,OLHOS ESPERTOS,APARECEU.

-ANDA,VAI LÁ DENTRO,TRAZ ÁGUA PRO MOÇO.AVIA!

O GAROTO SUMIU NO CORREDOR E,VOLTOU LOGO COM UMA MORINGA E UM COPO DE ALUMINIO.O HOMEM BEBEU,COMO SE O GAROTO FOSSE GANÍMEDES E A ÁGUA,O NÉCTAR DOS DEUSES.AGRADECEU MUITO,NÃO SE ESQUECEU DE DEIXAR UNS TOSTÕES PARA A CRIANÇA,APESAR DOS RECLAMOS DA VELHA,E,INTRIGADO,PERGUNTOU:

-O NOME DELE É DIPLOMA!?POR QUÊ?

-A MODE QUE,MINHA FIA,A MÃE DELE,FOI ESTUDÁ NA CIDADE E O ADEPLOMA QUE ME TRUXE FOI ESSE.