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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

REVISTA "BECO DAS PALAVRAS" ,EDIÇÃO DE JULHO/AG/SET





                                                         O BLOG DE SETEMBRO/15


APRESENTANDO AOS NOSSOS LEITORES UMA PARTE DA REVISTA LITERÁRIA "BECO DAS PALAVRAS",EDIÇÃO DE JUL/AG/SET




EDITORIAL
Desde que começamos, nosso principal objetivo é divulgar a cultura brasileira e seus agentes.
Orgulhamo-nos de  contribuir para melhorar a sociedade, tornando – a mais bem informada mais justa, independente, pensadora, onde tudo é normal e todo pensamento é livre.
Durante todos estes anos e vivendo muitas batalhas, desenvolvemos boas parcerias, conhecemos muitos bons autores aos quais demos voz e vez,espaço e divulgação,já que estão sempre longe da grande imprensa que não lhes reconhece o talento. Estamos abertos a todos, a todos tentamos ajudar na realização dos seus sonhos.
Assim surgiram nomes que muito em breve estarão brilhando no cenário nacional, porque acreditam que o livro é a força motora das transformações sociais e o responsável pelo ser humano melhor, mais consciente e respeitador dos seus semelhantes.
Ainda no terreno dos livros, não podemos deixar de citar nossas Seletas, com as quais lançamos nossos novos autores no mercado, despertamos o interesse do público pela poesia, que alguns acham maldita porque dizem que não vende  e pela nova geração de autores brasileiros, aumentando, deveras, nosso patrimônio cultural.
Depois de tudo isto só nos faltava a revista bem, não falta mais.nasceu ,em setembro/14, virtualmente, a revista literária “BECO DAS PALAVRAS”. Um projeto dedicado aos livros. Uma revista feita para quem adora, vive e respira literatura. Assim, democratizamos a literatura. A cultura deve ser de todos para todos. Confiamos na sua universalidade.
Apesar de não termos sido muito divulgados, os acessos, segundo informações do site, atingiram mais de 10000 visitas. Começamos a criar asas e ousadamente, bancamos e publicamos a revista impressa, contando com a valiosa assessoria da EGBA, a Empresa Gráfica da Bahia, que muito nos ajudou com orientação e conselhos. Em Dezembro/14 realizamos o desejo de torná-la impressa; apenas 100 exemplares para ser distribuídos entre nossos autores,colaboradores,amigos e simpatizantes.
A partir de Abril nosso projeto se estende e nossa revista será impressa  trimestralmente,sento portanto ,três edições anuais,onde reunimos novos bons autores e os ícones da Literatura do passado.Pretendemos viajar por todo universo literário dos livros aos e-books,dos romances á história,dos contos infantis á literatura fantástica,tão em voga nestes tempos cibernéticos.Enfim,não somos o docinho brigadeiro,mas,queremos agradar a todos.
Continuamos nossa versão digital e assim estaremos sempre a seu lado,amigo leitor.
Esta revista é um mimo para vocês, uma homenagem ao livro como fonte reparadora da humanidade e uma forma de refletir sobre o mundo,as ideias,sobre quem somos e o que queremos.
Se você gostou convido-lhe a ser nosso assinante.
Miriam de Sales
Editora



Letras graúdas

  
BALZAC ,UM OBSERVADOR SAGAZ DA HUMANIDADE
                                               *Nasceu a 20 de maio de 1799,em Tours
                                               +Morreu  a 18 de agosto de 1850[
                          
                               Um dos fundadores  da literatura realista este memorável escritor tem uma obra vasta e eterna.Seus personagens são inesquecíveis e retratam a fauna humana de um modo contundente e  verdadeiro,que os tornam vivos,a ponto do próprio Balzac no seu leito de morte pedir,aflito :-Chamem o Dr. Bianchon,um dos personagens mais presentes na s suas obras.
Balzac acompanhava pelas ruas de Paris um casal de  trabalhadores,observando-lhes os costumes,o andar ,as palavras trocadas entre si ,assim ,como ,passava noites  inteiras cemitério Pére Lachaise visitando túmulos de escritores famosos ,pedindo-lhes inspiração e conselhos.
Algumas vezes valia-se de pseudônimos  ,como na obra “Le Vicaire des Ardennes”,que tratava de  de casamento clerical e incesto.
Porém,sua obra mais importante,a “Comédia Humana” foi lançada com seu nome verdadeiro e representa um dos mais abrangentes,complexos  e estarrecedores  feitos da literatura mundial.São quase 100 romances que retratam a vida na França do  urbana e provinciana na época pós-napoleônica e misturam personagens do povo e banqueiros,meretrizes e duquesas,política,religião  e convenções sociais de uma forma crua,quase fotográfica.
Balzac trabalhou durante três anos no escritório de advocacia de um amigo de infância,deixando para trás as turbulências da juventude até abandonar tudo e tentar a carreira literária.
Escreveu uma peça inacabada para o a ópera cômica e  em seguida a tragédia “ Cromwell”.
Só em 1832 concebeu a Comédia Humana,começando com  “Eugênia Grandet”,seguida do “Pai Goriot”,ambos  livros de  muito sucesso,na época e sempre.
Pobre,feio,medindo menos de  um metro e meio,dentes estragados,pouco asseado e mal vestido,com certeza a Duquesa de Langeais,um de seus personagens não o convidaria para o chá da tarde ,nem o banqueiro Cezar Biroteau lhe emprestaria dinheiro...
Trabalhou  exaustivamente   até sua morte,movido a cafezinho,dificuldades financeiras e  seus textos foram evoluindo do desânimo ao entusiasmo,embora sua opinião sobre a humanidade em nada tenha mudado.
Monteiro Lobato, numa das cartas para o amigo Godofredo Rangel ,aconselhava: -“Leia o Lírio, (O Lírio do Vale) Rangel e esqueça o alfabeto...
Vítor Hugo,dizia : - “Ele reluzirá...entre as mais brilhantes estrelas da sua terra natal.”
Sábias palavras ,pois,Honoré de Balzac influenciou grandes escritores como Proust,Dickens,Zola,Flaubert e continua sendo um ícone da literatura ocidental.

PECADOS DA LÍNGUA

O QUE É  HETERÔNIMO
Ôpa,o nome é danado de difícil e pouca gente parece saber o que é isso.
-Parece xingamento,diz o meu neto.Você é um heterônimo!
Parece,mas,não é.
O nome vem do grego  heteronymus que significa “outro nome”.Heteros:outro,diferente;nomos:nome.
Note que é diferente de pseudônimo,muito usado pela classe artística em geral,este também vindo do grego,porém ,significando um nome falso.Pseudo:falso.
Por exemplo: a famosa Marilyn Monroe cujo nome verdadeiro era Norma Jean Baker.
Já os heterônimos são nomes imaginários usados por escritores  que não querem usar pseudônimo,mas,que preferem ,partindo do seu ego original criar  uma personalidade, uma pessoa  inteira,viva e  quase real pois,um  ser  não é um só  são  muitos,assim cada traço do caráter do autor é explorado pelo mesmo,usando nomes diferentes e até textos com qualidades,tendências e características diferentes do seu criador.
Quem cria os heterônimos é chamado de ortónimo.
Comentando os diversos heterônimos criados por ele –Alberto Caieiro,Ricardo Reis e Àlvaro Reis – Fernando Pessoa,um dos maiores poetas portugueses,escreveu:
“E assim arranjei e propaguei,vários amigos e conhecidos que nunca existiram,mas que ainda hoje,a perto de trinta anos de distância,oiço,sinto,vejo.E tenho saudades deles”
Poética Fernando Pessoa



ANALISANDO  OS VÁRIOS HETERÔNIMOS
DE FERNANDO PESSOA
VÂNIA MARIA DO NASCIMENTO DUARTE

Torna-se digno de nota, antes de tudo, que Fernando Pessoa, apesar de ter se revelado como um artista composto por vários “eu” poéticos, sobretudo no tocante à heteronímia, também assinou vários poemas com seu verdadeiro nome – caracterizados pelo que denominamos de poesia ortônima. Modalidade esta em que a pessoa aparece como ela mesma, perfaz-se de notórios traços ligados à tradição literária portuguesa, tais como o saudosismo, sebastianismo (sentimento relacionado ao desaparecimento de D. Sebastião) e o visionarismo em relação à nacionalidade lusitana – concepções intrínsecas à própria visão de mundo do poeta, concebida como politicamente conservadora.

Sua poesia de cunho nacionalista, composta em Mensagem, caracteriza-se como poemas épicos, os quais têm como unidade temática as grandes navegações. Nesses prevalecem um sentimento marcado por uma intensa melancolia em relação ao futuro de Portugal, visto como algo sombrio quando comparado como passado glorioso, demarcado pelas descobertas marítimas. Como bem nos retratam os excertos contidos no poema intitulado Nevoeiro:

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro... 
É a Hora!
(Trechos extraídos da Obra Poética, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1976)

No que se refere à produção lírica, esta se encontra manifestada em Cancioneiro, na qual são retratados temas ligados à infância, vida, arte, solidão, saudade, dentre outros, sempre associados a um clima nostálgico do passado em consonância ao tédio vivido pelo presente.

Grandes mistérios habitam
O limiar do meu ser,
O limiar onde hesitam
Grandes pássaros que fitam
Meu transpor tardo de os ver.

São aves cheias de abismo,
Como nos sonhos as há.
Hesito se sondo e cismo,
E à minha alma é cataclismo
O limiar onde está.

Então desperto do sonho
E sou alegre da luz,
Inda que em dia tristonho;
Porque o limiar é medonho
E todo passo é uma cruz.
Alberto Caeiro

De acordo com a biografia instituída por Fernando Pessoa, Alberto Caeiro era órfão e vivia com uma tia no campo, por isso só recebeu a instrução primária. Autor de uma poesia aparentemente caracterizada pela simplicidade, no fundo mostra-se norteada por uma intensa complexidade filosófica, visto que o poeta nega tudo que esteja aquém da percepção sensível. Em função de tal posicionamento, demonstra todo seu empenho em impedir que o pensamento racional dificulte o contato direto com a natureza.
Apresentando-se como rústico e ingênuo, considera que o verdadeiro conhecimento é aquele oriundo das forças sensitivas, pois acredita que a racionalidade preconizada pela ciência acaba por destituir a naturalidade humana, ao criar mistérios que na verdade não existem. Tais pressupostos pedem ser conferidos em O guardador de rebanhos: conferidos em O guardador de rebanhos:

I

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr do Sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
É se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado p
or toda a encosta A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do Sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
[...]
Ricardo Reis 
Ricardo Reis foi educado em colégio de jesuítas, tornou-se médico, monarquista e se revela como verdadeiro apreciador da cultura clássica. Mostrando-se contrário a Alberto Caeiro, sua produção é permeada pela racionalidade, pautando-se por temas relacionados à fugacidade do tempo, haja vista ter sido bastante influenciado pelos representantes árcades. Diante de tal perspectiva, valoriza a simplicidade conferida pela vida campesina, tendo como fonte de inspiração a ideologia de Horácio (baseada no Carpe Diem).

Demonstra ser um autêntico epicurista, uma vez adepto das ideias de Epicuro (séc. III a.C), o qual ressaltava que a verdadeira sabedoria reside no equilíbrio dos sentidos e nos prazeres naturais, abnegados de “eventuais” excessos. Características demarcadas em:

Anjos ou Deuses
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nós e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem E nós não desejamos.

Álvaro de Campos Engenheiro naval formado na Escócia, Álvaro de Campos se mostra como um futurista, demonstrando sua sensibilidade poética arraigada no presente e no futuro, sendo que aquele aparece em menor instância, quase sempre camuflado no saudosismo dos tempos de criança.

Digamos que semelhantemente a Alberto Caeiro e Ricardo Reis, o poeta em questão também cultua as sensações, no entanto, estas resultam do contato com a modernidade, promovido pelo barulho dos automóveis, das máquinas a vapor, enfim, pelo crescimento industrial. Fatores responsáveis pelo instaurar de um sentimento de angústia e perplexidade - mediante tais avanços -, os quais resultam numa criação de cunho existencialista. Como nos revela a seguinte criação: 
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
[...]
                                                       POÉTICA



SEGREDOS
Nas janelas da alma
Histórias não contadas.
No cenário:
Colchas de retalhos
Fragmentos expostos

Que se resumem em
uma única palavra:
SEGREDOS
Nas janelas da alma
Histórias não contadas.
No cenário:
Colchas de retalhos
Fragmentos expostos

Que se resumem em
uma única palavra:
FIM



CLÁUDIO  HERMÍNIO,poeta mineiro









Força da Fé
 Jania Souza, Natal, RN
Madre Teresa de Calcutá
teu coração é maior que a razão
 mostrou ao mundo incrédulo
quão forte é o poder da fé.
Nada te abalou em vida
 nem mesmo o perigo da lepra.
Com mãos doces lavaste as feridas
ao homem sem esperança
e o preencheste com amor
semente que o conduziu ao céu.
Jania Souza é escritora capixaba.
janiasouza@uol.com.br
C/foto da escritora + livro





Festa no jardim

Paola Rhoden , poetisa brasiliense.
Brasilia 20 de Março de 2015.

Meu jardim à tarde, vira festa.
Parece até uma floresta.
Tesoureiros cortam ares,
João de barro, trina alto pela porta da casinha,
Asa branca voa baixo, busca água na biquinha.
Quero-quero martelando,
assusta a garça passeando.
Sabiá canta, na paineira sua mágoa,
Rouxinol trina saudoso, chamando sua amada,
Beija flor bem ligeirinho,
visita todas as plantas, que são tantas,
não faz faz mais nada.
Uma beleza a revoada, do verde Periquitinho.
Na galhada do ipê,  a Rolinha faz seu ninho.
Canário canta, no alto do coqueiro,
O anu preto busca a larva, bem ligeiro.
O Chopim, um deslavado, ocupa a casa do vizinho.
Andorinha, alvoraçada,
faz a sua revoada,
curtindo o seu verão.
E o Carcará, bem traiçoeiro,
espreita, no alto do Pinheiro,
um descuidado, para sua refeição.
E a borboleta, indiferente,
 constante,
voa alto, voa baixo,
deixa o jardim mais vibrante.
E essa faina alvoraçada,
alegra meu coração.


A POESIA



Exala fluidos, adentra mundos
Toca e aprofunda-se.
Olhares, gestos, palavras, conteúdos
Fundem-se.
A poesia acalma, humaniza.
Colore becos, palcos, praças da vida.
Poesia é arte, falada, cantada
Ornamentada, escrita.
Poesia são vogais, consoantes
Soltas as comédias trágicas e cômicas.
Ações incorporadas as emoções.

Oh! “SE A POESIA PUDESSE MUDAR O MUNDO”
Transforma-lo em paraíso.
Abrandar almas, através dos livros
Escola viva, da vida.
Poesia é cruzamento de raças
Negro, amarelo, cafuzo.
É o feio é o belo.
É o pobre é o rico.
Poesias são os suspensos arranha-céus.
E as submersas palafitas.
Concretas ou abstratas
Mares de utopias.
É uma panela cheia
É um prato vazio.
Poesia, desconhece maldade
Aspira, transpira sensibilidade
Absorve fluídos de liberdade....
Libera libido aos amantes
Fortifica almas dos solitários.


SE A POESIA NÃO TRANSFORMAR O MUNDO
Será a flecha que indicará trilha
Para uma provável humanização.
Sentir, Amar, Doar, Educar-se.
Até que um dia a paz se concretizará
Na humanidade.
 
Malú Ferreira, poetisa baiana.
maluvife@hotmail.com




JOVINA S 
Reencontro
Esta pequenina pétala nos meus braços
Vem das flores gigantes e viçosas,
Plantadas por minhas tataravós, bisavós, avós
E por mamãe.
Nos quatro cantos do Brasil
Plantaram canaviais,
Arrancaram ouro das pedras,
Diamantes dos rios,
Fizeram cabedais
Jorraram leite na boca de todos os brasileiros.
Onde tinha fome plantaram grãos,
Músicas, danças, sabores
E cores,
Em todos os pântanos fizeram jardins multiflores.
Quero respeito para as mulheres pretas parideiras
Dos muitos Brasisi
E para toda gente negra que em tudo bota tento.
Só constrói, conserta não arrebenta.
Que nossos malungos criancinhas
Possam seguir em frente,
Pulando amarelinha com a barriga cheia de leite.
Bons ensinamentos.
De bem com o espelho.
Longe da morte matada.
Jovina S.











ANTONIO ROBERTO(TUNIN) 
Pássaro Solitário

Andando pela estrada, vou.
Final de verão, quase outono.
O silêncio grita onde estou,
De relance a relva espiono.

Sobre a haste do seco mato.
Vejo um serzinho solitário.
Parado, pensando a vida em seu recato?!
Nada! É o papa-capim enfeitando o cenário.

Aproximei-me devagarzinho.
Não poderia perder a oportunidade.
Em fotografar aquele animalzinho,
Para matar a minha curiosidade.


Ele bem comportado,
Permitiu-me a façanha,
Fiquei um pouco desconfiado,
De sua cordialidade tamanha.

O galho seco pendeu,
Como se fosse uma gangorra fugaz,
E o bichinho se prendeu,
Numa agilidade perspicaz.

Ele lá no galho ficou,
Dei curso ao meu caminho,
Saudade em mim deixou,
Aquele menino passarinho.

Tunin/março/2015.














Entrevista  com Gisele Ferreira ,criadora da FLIPOÇOS  - FESTA LITERÁRIA DE POÇOS DE CALDAS (C/fotos)
BP-Gisele, admiro bastante seu trabalho que pude participar no ano de 2014 e constatei  a responsabilidade e o carinho com que é  gerida. Mas, amiga dá trabalho criar e sobretudo,manter uma festa literária,no Brasil?
Sim, o trabalho é intenso tem muitos detalhes a serem olhados, mas com amor e dedicação é possível realizar. Felizmente o Flipoços atingiu o patamar dos grandes eventos literários do Brasil, mas foi graças a este trabalho árduo não só meu, mas, da minha equipe que conseguimos inseri-lo no Calendário Nacional. Temos muita alegria em contribuir para que o País se torne efetivamente uma terra de leitores.
BP:Como são selecionados os convidados?
Assim que definimos a temática central do Festival, buscamos convidados ligados ao tema. Entretanto, o Flipoços é um evento extremamente eclético e diversificado. O que buscamos realmente são convidados e assuntos que despertem ainda mais o gosto pelos livros e leitura. Não há uma fórmula para isso, mas estamos sempre muito antenados nas tendências, nos assuntos do momento, nos escritores que estão despontando, procuramos ter uma visão globalizada para que o conteúdo do Festival atenda a todos, indistintamente.
BP:Qual é  - ou deveria ser - a participação das Editoras?
As Editoras e Livrarias participam da Feira do Livro que desenvolvemos em paralelo ao Festival. Entretanto, a participação das Editoras no oferecimento de autores ainda é bem pequena. Acho que elas se envolvem pouco com o Festival e ajudam pouco no que tange a cobrir as despesas do autor. Isto fica sempre a cargo da nossa organização.
BP:Os novos escritores e poetas  que estão despontando   têm chance  de uma palestra solo ,bate – papo ou participação poética?
Sim, no Flipoços sempre! Aliás, um dos maiores diferenciais do nosso Festival é exatamente este, dar oportunidade aos novatos e ajudá-los a alavancar suas obras. Felizmente, temos visto muitos escritores novatos que passaram pelo nosso Festival começarem a tornar conhecidos e famosos (rsrs) nós costumamos dar muito sorte a eles!
BP:Como você lida  com patrocínio   num país onde é raro e difícil o mecenato?
Esta é a tarefa mais difícil no processo. Possuir projetos incentivados no Brasil não é garantia de ter recursos para viabilização do projeto. Mas no nosso caso, apesar de árdua missão de captação, temos tido alguns retornos bem felizes. Como é o caso da Petrobras que nos apoia há nove anos e somos muito gratos a ela. Este ano, depois de seis anos batalhando muito e correndo atrás, conseguimos ser aprovado no Edital do BNDES, o que me deixou muito orgulhosa, porque foi por puro merecimento. Aqui em Poços contamos com patrocínios de algumas empresas como o Grupo DME, Cerâmica Togni, Mineração Curimbaba, V Metais, Bourbon Coffee que são apoios fundamentais também. Enfim, a luta é grande e para sempre, mas não sou do tipo de desistir das coisas. Nunca desisto. 
BP: Existe,também,um espaço externo onde artistas e artesãos de rua trazem seus trabalhos e o folclore sempre está muito presente atraindo multidões.Fale um pouco sobre esse casamento da música com as palavras , este entrosamento entre as  tradições  e a  moderna literatura?
Minas Gerais é um Estado muito rico em cultura e tradições. Em Poços de Caldas contamos com alguns grupos folclóricos importantes de relevância nacional. Então sempre que possível inserimos estes grupos no Festival, além de quê, o Flipoços é famoso também por valorizar outras manifestações artísticas como música, teatro, dança, artes plástica e muitos outros. Mas sempre à luz da Literatura. O Flipoços é o festival literário mais temático de todos.

BP:E as novidades deste ano para o público infantil?
São muitas, afinal, nesta edição comemorativa dos 10 anos do festival, estamos homenageando as crianças. Desta forma a temática “A Literatura como Resgate da Velha Infância” vai valorizar as crianças. Muitos escritores da literatura infantil estão convidados, atividades culturais diversas oferecidas pelo Sesc Minas ocuparão grande parte da programação, mas a grande estrela, será o escritor e cartunista Ziraldo, que será o Patrono do Flipoços 2015.

BP: Você tem uma bela festa temática e inovou criando um espaço para autores independentes divulgar e vender seus livros,por isto,dou-lhe os parabéns.Mas, como isto é feito?O autor deve entrar em contato com a produção,se cadastrar,enviar um portfólio ou a seleção é feita por vocês?
Como disse anteriormente, nós queremos valorizar os novos escritores e aqueles que precisam de oportunidade. Então abrimos esta oportunidade que tem sido muito aceita pelos escritores independentes. Os interessados entram em contato, fazemos o cadastro e disponibilizamos as vagas. A procura é muito grande mas infelizmente não conseguimos atender a todos de uma vez. As vagas são limitadas a 25 escritores por edição.

BP:Sei que as editoras podem comprar espaço para um stand   ,mas,como isto pode ser feito?
A editora ou livraria interessadas em participar da Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, devem entrar em contato antecipadamente porque a Feira fecha muito rápido. Por volta de outubro os expositores devem ligar para a GSC (35) 3697 1551 e reservar o estande.

BP:Como você lida com as temíveis “panelinhas” literárias?
Sim, mas de forma tranquila. O que ocorre normalmente é que a “grande mídia” as vezes subestima nosso festival, por ser no interior (rsrssr). Mas as poucos, todos estão enxergando o grande bem que este evento faz para o Brasil, para Minas Gerais, para Poços e toda nossa região. Vamos em frente sempre!

BP:Esta festa vem crescendo a cada ano e já está solidificada no calendário das principais festas literárias   brasileiras.Quais são seus planos para o futuro?
Manter a qualidade e o conteúdo eclético e diversificado, visando sempre despertar mais e mais pessoas para os livros e leitura. Queremos no mínimo, que nossa cidade e nossa região sejam lugares de leitores e com número crescente de interessados em cultura literária. Ficamos muito contentes de hoje estarmos entre os principais festivais literários do Brasil. Isto é o reconhecimento de um trabalho persistente e feito com muito amor e dedicação, visando sempre o bem comum e coletivo.

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Foto 1 – Flipoços o mais charmoso festival literário de Minas Gerais, recebe grande público em suas edições e festeja em 2015, 10 anos de grande sucesso.
Foto 2 – Momento histórico e único: encontro de Ariano Suassuna e Rubem Alves em Poços de Caldas no Flipoços 2013. Foi a primeira vez que os ilustres escritores se viram, trocaram livros e autografaram um para o outro.

                                                           Entocados : GPL

                                                                                                                                                                                                                         
                                                                                            Ao completar 152 anos  o Gabinete Português de Leitura ,em Salvador,Bahia,tem uma história que merece ser contada.
Situado num dos mais belos edifícios em estilo neomanuelino no Brasil   onde repousa uma das mais  completas bibliotecas com livros raros e totalmente aberta ao público,nestes  anos  dedicados a difundir a cultura  o Gabinete tem muito a comemorar  .Trata-se de uma instituição lítero -  educativa ,dedicada aos estudos lusófonos criada a  2 de março de 1863 por membros eméritos da grande comunidade lusa ,em Salvador,cujo lema é “ Saudades e Perseverança”. .Já havia em Salvador a Real Sociedade Portuguesa de  Beneficência 16 de Setembro que ,ainda hoje,mantém o Hospital Português,referencia nacional em  instituições destinadas á saúde,onde nasceu,em tempos idos o GPL. O objetivo maior era atender o aspecto cultural da grande colônia, dotando-a do "maior número de obras de reconhecida utillidade  escriptas nos idiomas Portuguez e Francez e mais aquellas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil"
Seu primeiro presidente foi o comendador Manoel Joaquim Rodrigues  .
O GPL teve várias sedes,mas, hoje fica no centro de Salvador,na Praça da Piedade ,num edifício com obras do arquiteto  Alberto Borelli e,na fachada imponentes  estátuas de Pedro Álvares Cabral e Luis de Camões e dentro do prédio um vitral  alegórico representando a Primeira Missa no Brasil e dois murais representando “o Adamastor” e” Camões a Salvar Os Lusíadas.”
Ainda contamos com o Centro de Estudos Portugueses – Casa Fernando Pessoa – onde,ano passado o professor e escritor Manoel Gandra discorreu sobre o maior dos poetas modernos portugueses,para alegria dos seus admiradores.
Muitas exposições artísticas são realizadas ali  como a do pintor Floriano Teixeira,fotografias,como a do Timor Leste e dos Lusíadas,palestras, debates e eventos literários.
Vale a pena fazer uma visita,desfrutar da magnificente biblioteca e passar uma tarde agradável num dos mais belos edifícios de Salvador.






CANTINHO BEM HUMORADO
O professor do curso de medicina, dirige-se a um aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! - Responde o aluno.
- Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.

- Traga um feixe de capim, pois temos um "asno" na sala.. - ordena o professor ao seu auxiliar.

- ...E para mim um cafezinho! - Replica o aluno ao auxiliar do mestre.

O professor, muito irritado o expulsou da sala de aula - o aluno era nada menos do que o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.

Ao sair da sala, o aluno ainda corrigiu o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins "nós" temos. "Nós" temos quatro: dois meus e dois seus. "Nós" é uma expressão usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

- Às vezes, a vida nos exige mais compreensão do que conhecimento!
Viva a humildade...
E haja capim!!!





O Dois de Julho na Bahia


É a data cívica mais importante para os baianos, dada a sua relevância para a história do Brasil. Foi quando nosso país de fato conquistou a sua soberania. Todos os anos, esta data é festejada com um Cortejo cívico composto por bandas sinfônicas e uma carruagem toda paramentada, puxada pelo povo. No alto, a figura de um índio e ao lado, a de uma índia. O patriotismo é notório diante da multidão que se manifesta com alegria, portando bandeirolas da Bahia e do Brasil. Tudo é muito colorido e com grande simbolismo.
O índio representa o nativo, aquele que era o dono da terra que o colonizador tomou. Associado aos nossos indígenas vem outro destaque, o papel do guerreiro. Eles foram muito importantes nas batalhas e confrontos, pois, enquanto as tropas portuguesas carregavam suas armas, dava tempo do índio atirar pelo menos três flechas. E suas flechas compridas e certeiras, eram mortíferas. Sempre lutou ao lado do branco, contra o invasor, nos baluartes e fortins de Salvador, desde o início da colonização. Na Independência, o processo se inverteu, o português assumiu o papel de invasor indesejado que, movido por uma ambição desmedida, levou o nosso pau-brasil, muito açúcar e todo o nosso ouro, para saciar uma Corte palaciana portuguesa, frívola, perdulária e improdutiva.
Outra participação importante que geralmente não é citada nos livros de História, é a dos escravos que tiveram um importante papel, uma vez que os Engenhos colocaram seus efetivos a serviço da causa da Independência. Nos embates, portavam as próprias ferramentas de trabalho: os afiados facões e foices do corte da cana,
Para comemorar o Centenário da Independência da Bahia foi inaugurado o monumento ao Dois de Julho, considerado obra de maior expressão e beleza plástica do Estado.  As figuras ali representadas simbolizam os Rios São Francisco e Paraguaçu. A índia, a filha mais nobre da Bahia, Dona Catharina Álvares de Paraguaçu, que foi casada com o Caramuru, primeiro habitante do Estado.

Almir Tosta
Do livro “A Bahia das tradições, mistério, mitos e magia”
Almir Tosta é engenheiro, escritor, natural de Petrópolis– RJ, local de sua residência. É membro efetivo da Academia Petropolitana de Letras (APL), onde lançou seu mais recente livro, “A Bahia das tradições, mistério, mitos e magia”, obra premiada pela própria Instituição, como livro destaque em 2013. Morou em Salvador durante 40 anos, desenvolveu vasta pesquisa sobre a História da Bahia, o que lhe rendeu 10 livros e lhe credenciou ao título de membro da Academia de Cultura da Bahia.




                                                        EROS


  
                Era o ano de 1998 e eu havia terminado as gravações do meu personagem, a cigana Lou Lou Lion, na novela “Que Rei Sou Eu?” de Cassiano Gabus Mendes, dirigida por Jorge Fernando, para a Rede Globo de televisão. Decidi me encontrar com Fred Confalonieri, meu companheiro, naqueles anos, que estava em Manaus dirigindo a produção brasileira do filme Fitzcarraldo, de Werner Herzog. 
          Lá chegando, enquanto Fred trabalhava no seu dia a dia, sobre carregado, para produzir aquela difícil obra em território nacional, eu estudava, havia levado comigo livros sobre a cultura indiana porque me preparava para dirigir o meu documentário “Índia, o Caminho dos Deuses” naquele país oriental, ou às vezes fazia algum turismo durante o dia e, à noite nos amávamos. Fred foi um companheiro inigualável na minha vida. Aquariano de temperamento alegre, entusiasmado, afetivo, fez dos quatro anos em que convivemos os mais deliciosos e divertidos da minha vida. Amante insaciável fazia com que me sentisse super mulher, colocando sempre minha autoestima em níveis elevados. Quando perguntava a ele se meu vestido estava bem para a ocasião, ele me respondia “Você é linda, é atriz, você pode tudo.”
Num dos passeios, diurnos, organizado pelo hotel, com outros turistas, fomos de jangada ao Rio Negro. Estava muito quente como sempre. Na hora do almoço paramos num restaurante a beira do rio, que mais parecia uma casa de índio, mas muito acolhedora, com teto de sapé, redonda, debaixo de árvores frondosas. Comi um delicioso Tambaqui grelhado, bebi caipirinha de Umbu, e ao contrario de fazer a sesta, como os outros, nas redes espalhadas pelo local, pedi ao barqueiro que me levasse para conhecer as cabanas, do mesmo grupo hoteleiro, construídas no topo das arvores, que não estavam distante dali. Lá chegando pedi a ele que me deixasse e viesse me buscar mais ao entardecer. 
Subi a escada de marinheiro até a casinha de sapé construída no alto. Era lindo, o dia estava esplendido e a vista que se descortinava daquele ponto não podia ser mais notável. Entrei e vi que o quarto estava mobiliado de forma simples, mas de bom gosto, com esteira no chão, um colchão sobre ela, lençol, uma mesinha de cabeceira, com bandeja, uma moringa, copos, tudo limpinho. Além desse espaço havia o banheiro e mais nada. Logo bebi um copo de água fresca e voltei para a varanda.
O vento suave trazia com ele perfumes embriagadores e, eu me sentia meio entorpecida, como se estivesse sonhando, tal o encantamento do lugar.         
Nisso vejo um macaquinho chegando aos pulos até um galho da árvore que estava bem a minha frente. Primeiro dependurado apenas com uma das mãos ficou se balançando e, me olhando insistentemente, enquanto na outra segurava uma fruta que mordiscava sem parar de me olhar. Não satisfeito com essa proximidade, ainda ficou mais arrojado, pulou para o alpendre da varanda, sentou na grade de madeira, comendo a fruta e, sempre me olhando. Fiquei observando o macaquinho, mas mantendo distancia, porque quem sabe se ele não poderia vir a ser agressivo comigo? Ficamos assim eu olhando para ele, ele olhando para mim. Mas senti que ele parecia querer brincar comigo. Impulsiva, falei com o bichinho.
- Você é muito abusado, sabia?
Ele me responde claramente e de forma audaciosa.
- Sou. Por quê? Alguma coisa contra?
Perplexa, dei um passo atrás.
- Não acredito que você esteja falando comigo... Devo estar doida...
- Por que você acha que eu não posso falar com você se você fala comigo?
- Ora... - respondi perturbada. - Ora... Porque bicho não fala com gente!
Jogando fora o bagaço da fruta ele parecia se rir de mim ao me responder.
- Quem disse que bicho não fala? Primeiro que eu não sou um bicho qualquer sou um macaco que tem um nome, me chamo Eros, muito prazer em conhecer você, gata.
Não sei se de nervoso, ou por achar aquilo tudo muito maluco, comecei a rir.
- Eros? – sempre rindo. – Não credito... – sacudindo negativamente a cabeça e, esfregando os olhos, entrei na cabana tomei um copo d’água e voltei achando que o macaco, o Eros, não era outra coisa que fruto da minha imaginação, ou da caipirinha, ou do mormaço. Mas não lá continuava ele, agora recostado no corrimão do alpendre apoiado pela trave de madeira que ia até o teto.
-          Não é possível, você ainda está aí?
-          Dei meia volta para entrar novamente, mas fui interrompida pela sua voz que eu tinha que reconhecer, era encantadora. Parecia dublado pelo Antonio Fagundes.
- Não foge, gata.
- Para de me chamar de gata, não sou gata, sou gente e também tenho um nome, ta sabendo?
- Então posso ter a honra de saber o seu nome, linda princesa?
- Além do mais metido a conquistador!
Colocando as mãos por trás da cabeça me olhou de cima a baixo.
- Aqui na redondeza sou conhecido como conquistador, é verdade, você acertou em cheio, princesa.
Resolvi ver até onde o papo poderia chegar.
- Me sinto muito honrada então, nunca pensei que seria um dia, cantada por um macaco conquistador da floresta e, de nome Eros. – fiz uma mesura diante dele.
- Então pode colocar isso no seu currículo de atriz.
Fiquei novamente embaraçada.
- Como é que você sabe que sou atriz? Ainda nem disse meu nome.
- Atriz sim porque toda atriz tem pinta de atriz e isso você tem, agora o nome eu não sei e gostaria de ter o prazer de saber.
- Me chamo Ittala Nandi, sou atriz, diretora, educadora, ...
- Pode parar, stop, minha bonita...
Interrompi injuriada:
- Olha, pode falar comigo, tudo bem, mas não vem com isso de “minha bonita”, porque assim é só o meu noivo Fred que me chama, ta legal?
- Gostei, esse é um homem de bom tom...
- Como de bom tom? De onde é que você tirou isso?
- Ora, minha avó, que era uma paulista quatrocentona, sempre usava essa expressão, por quê? To errado?
- Paulista quatrocentona? - comecei a rir. - Você é mesmo um macaco fora de série... Eu nunca vi nenhum bicho falando, só papagaio, e...
Ele me interrompe abruptamente:
- Você nunca viu filmes da Disney com bicho falando?
- Sim, já vi claro... Mas a bem da verdade, o Walt Disney copiou isso dos filmes indianos, quando ele esteve lá, ainda não era famoso e, viu que nos filmes da Índia todos os bichos falam com todas as pessoas. Não foi uma ideia original dele, é cópia.
- Ela sabe tudo! – diz como se falasse com alguém. – Gosto do seu jeito, bonita.  – dizendo isso vem na minha direção.
Dei um passo atrás e já fui falando:
- Não ouse se aproximar de mim, seu macaquinho metido, senão eu grito.
- Macaquinho porque você não viu o que eu tenho de bom pra te agradar sua gostosa.
Eu já ia me jogando árvore abaixo, quando em um piscar de olhos ele  estava segurando e apertando minha mão entre as suas e, com a mesma rapidez a beija com um jeito muito humano, gentil, delicado e romântico.
Aquele foi um gesto tão bonito que me deixou fascinada de tal maneira que fui fechando meus olhos como se algo tivesse me encantado. Fiquei assim não sei por quanto tempo, talvez segundos, ou mais, mas ao abri-los vi diante de mim, segurando minha mão um homem lindo, alto, loiro, cabelos até os ombros, olhos azuis parecendo um viking, completamente nu, deixando à mostra aquilo que todas nós gostamos e, de um tamanho respeitável.  O curioso é que nada me assustava, era como se eu estivesse certa que tudo estava na sua absoluta normalidade.
- Foi uma feiticeira que me encantou há três anos, aqui na floresta, porque não quis casar com a filha dela. Sou biólogo, neto de família quatrocentona paulista, como já disse e, estava fazendo pesquisa aqui na Amazônia com um grupo de professores da PUC de SP. Quero te agradecer por ter me desencantado. O desencanto só aconteceria quando eu pudesse beijar a mão de uma bela mulher. Quero oferecer a você tudo o que tenho nesse momento e o que há de melhor em mim.
-          Vem comigo...
Assim dizendo foi me abraçando, me apertando contra si enquanto seus lábios procuravam os meus.
Beijamo-nos loucamente até que me ergueu em seus braços, conduziu ao interior da cabana, me colocando suavemente sobre a cama, ao mesmo tempo em que me penetrava com uma sofreguidão e desejo arrebatadores. 
-          Quanto amor! Muito! Com o calor e o fogo que só pode ter um homem que não vê mulher há muito tempo.
Fui despertada desse sonho delicioso ao ouvir a voz do barqueiro que batendo com o remo no tronco da árvore, me chamou para retornarmos.
 FIM 
Ittala Nandi
Rio de Janeiro / Março / 2015





A MORTE DE TERRY  PRATCHETT






Morreu no dia 12 de março de 2015, para meu profundo luto, alguém com quem realizei uma relação parassocial única de admiração e respeito, enquanto inspirador de minha carreira enquanto escritor. Morreu um dos mais respeitáveis autores da literatura fantástica inglesa e, quiçá, mundial. Foi-se Terry Pratchett, autor e criador do Discworld, mundo que usou para satirizar nossa sociedade patética ocidental por meio do humor e comicidade. Esse homem foi dono de um estilo único de escrever que me apaixonou e fascinou pela forma que apenas ele tinha de personalizar objetos e ainda lhe fazer rir de si e dos seus semelhantes. Criou o personagem mais engraçado que já conheci em livros (Rincewind). Formulou as tramas mais divertidas que já li no gênero de humor. Dono de um estilo próprio, de escrita simples, livros curtos, mas repletos de situações que nos levam a repensar a nossa realidade, ele me conquistou. Agarrou minha atenção e manteve meu respeito ante à sua obra magnífica. Desacredito da ideia de que haverá alguém como ele tão cedo em nosso mundo. A literatura fantástica perdeu um grande criador de conteúdos fascinantes e divertidos. Seus leitores perderam a chance de desfrutar um pouquinho mais de sua obra gostosa, ácida e doce. Temos pouco mais do que setenta obras. Mas isso é pouco perto de quem sempre tem sede de lê-lo mais e mais. É muito pouco para quem sempre tem desejo de aprender com aquele mestre.
Ele não era brasileiro. Era inglês. Mas podia ser brasileiro. Admiro-o não por sua nacionalidade, mas pelo valor do que escrevia. Entretanto sua morte significa algo mais do que a perda de um ser humano. Não o conheci enquanto humano, mas tão somente enquanto escritor por meio de sua obra. E ele falava muito dele. Também de quem o lê. Tenho noção da grandeza de um autor pela intensidade de arrepios que ele me faz sentir, ao perceber que eu gostaria de escrever como ele, ou em um grau de qualidade tão próximo quanto possível. Segundo Francine Prose "... há escritores que nos paralisam, fazendo-nos ver nosso próprio trabalho na menos lisonjeira das luzes. Cada um de nós encontrará um arauto diferente do fracasso pessoal, algum gênio inocente escolhido por nós por razões que tem a vem com o que sentimos com as nossas próprias inadequações". Pratchett, para mim, foi um desses autores. Se literatura fantástica é o tipo de obra em que o absurdo, o especial, o mágico ou o surreal pode acontecer e se tornar plausível, Terry Pratchett era um de seus arautos. Se literatura fantástica significa adentrar e explorar nosso paraíso perdido ou nossos nove infernos, Pratchett me ensinou a andar neles e absorver dos mesmos sua essência para buscar traduzi-la ao resto do mundo, com humildade e desprendimento. Por isso hoje, não venho aqui falar de literatura fantástica sem falar de Pratchett. Não tem sentido fazer isso. É como falar de literatura fantástica sem falar de J.R.R Tolkien. Falta algo; um buraco que suas mais setenta obras deixariam no gênero literário e que, creio eu, os mais eruditos autores do passado e da atualidade insistiriam em seu mérito de serem lembradas. Morreu Terry Pratchett. Morreu um dos meus três maiores inspiradores na literatura. Tenho impressão por sua obra de que era uma pessoa sensacional. Um homem de quem eu gostaria de apertar a mão algum dia. Não tive essa chance. Sigo lendo suas obras, na esperança de que me confortem no vazio de sua ausência e na tristeza de que dele não posso esperar mais luz. Por fim deixo um trecho de grandeza ímpar:.  "Deveria existir uma palavra para descrever o breve instante  em que acabamos de acordar, quando a mente ainda se encontra cheia de um nada cálido e rosado. Ficamos completamente  esvaziados de pensamentos, exceto pela crescente  suspeita de que vindo em nossa direção, como um saco de areia molhada num beco escuro, estão todas as coisas das quais preferíamos não nos lembrar  e que se resumem ao fato de que o único alívio no temível futuro é a certeza de que ele será curto".



Lucas Medeiros(Mogg Mester)




Aydano Roriz






Por que alguns autores “decolam” e a maioria fica “taxiando na pista”?

São muitas as variáveis. A começar pelo fato de que, apenas no Brasil, são lançados, em média, 300 novos títulos por dia, 9.000 por mês, mais de 100.000 títulos por ano.
Texto:
Quase todo mundo tem histórias pra contar, e muitos gostariam de colocá-las num livro. Ótimo. Hoje, qualquer pessoa pode escrever um livro e vê-lo publicado. A Amazon disponibiliza um sistema gratuito de publicação e paga royalties pelos exemplares vendidos (ver site: https://kdp.amazon.com/?language=pt_BR).
Publicar um livro, ao menos em formato digital, já não é problema. A questão é: Porque alguns autores “decolam” e a maioria fica “taxiando na pista”. Exceção feita às celebridades, penso que, na maioria dos casos, a diferença tem a ver com uns poucos fatores.
1 – Quem é o seu público-alvo? Todo mundo? Negativo. Alvo, por definição, é apenas uma minúscula porção do universo. Portanto, seja realista. Quem é o seu público-alvo? Seus amigos, parentes, conhecidos? É pouco. Não dá para “decolar” apenas com eles. Quem tem os mesmos interesses que você? Melhor. Este é um bom alvo e o mercado potencial aumenta substancialmente. Nesse caso, porém, difícil será fazer essas pessoas saberem da existência do Seu Livro. Supondo que você ou o seu editor estejam dispostos a fazer propaganda, ajuda muito. Mas não é tudo. Ainda que a propaganda atinja boa parte do público-alvo, que argumentos você dispõe para fazer as pessoas meterem a mão no bolso e comprarem o Seu Livro?
2 – Um argumento importante é a capa. Capas, nada mais são que embalagens. Experimente ir a um hipermercado para comprar, digamos, um sabonete. Observe quantas opções diferentes existem. Se você não tiver em mente uma marca predefinida, num primeiro momento, o que irá chamar sua atenção será a embalagem. Aí, você pegará o sabonete nas mãos e, dependendo do que lá estiver escrito, se decidirá por aquele ou, se não ficar convencido, procurará outro. Com livros também é assim. Um autor funciona como uma marca. Se a marca for conhecida e gozar de credibilidade, já sai com vantagem. Ainda assim, se um autor desconhecido, do mesmo gênero, apresentar uma capa (título, ilustração e texto) realmente irresistível, talvez você se dê ao trabalho de folhear o livro dele e ler um parágrafo qualquer. E aí, ou o autor te “agarra” no primeiro parágrafo, de cada capítulo, ou bye-bye! Dificilmente você irá comprar o livro de um autor desconhecido.
3 – O desafio do autor é seduzir o leitor. Envolvê-lo tanto, que o faça ler e virar a página para continuar a leitura. Todas as páginas. Até o fim. Do contrário, o leitor irá abandonar a leitura e comentará: “Esse livro... Até que começou legal, mas depois... Quer saber? Não recomendo”. Resultado: o autor dança! Críticas negativas, acredite, são espalhadas 20 vezes mais, e mais rápido, que comentários favoráveis.
4 – Como se consegue escrever de forma a envolver o leitor? Este é o grande segredo. Noves fora conhecer profundamente o assunto, eu só consigo lembrar de dois caminhos. Primeiro, ler muitos, muitos e muitos livros de bons autores. Autores clássicos, inclusive. Depois, escrever, ler e guardar. No dia seguinte, de cabeça fria, reler. Se for o caso, reescrever, ler e guardar. Reescrever tantas vezes quanto as necessárias para que você, autor, possa dizer honestamente para si mesmo: “Minha história é ótima e a prosa está límpida. Tudo amarrado. Um parágrafo leva ao outro. Depois ao seguinte. O final desse último parágrafo, então... Certamente levará o leitor a ansiar pelo próximo capítulo. Não tenho mais dúvida. É o melhor que eu consigo fazer”.
Se vai dar certo com você, não sei. Contudo, os pré-requisitos essenciais para “decolar” são esses. Por último, caso você queira uma avaliação abalizada sobre o Seu Livro, nunca o envie para outros autores. Por gentileza, colegas responderão com elogios ocos, que até poderão fazer bem ao seu ego, mas não acrescentarão nada à qualidade do Seu Livro. Para leitura de originais, as pessoas mais recomendáveis são os professores ou alunos CDFs das faculdades de Letras ou Jornalismo. Geralmente cobram. Em todo o caso, costumam fazer uma avaliação criteriosa e acurada.
Aydano Roriz
 
Minibiografia
Aydano Roriz nasceu em 1949, em Juazeiro, Bahia, mas cresceu e estudou em Salvador, onde ingressou na filial da Abril Cultural. Em 1972 foi transferido para a matriz, em São Paulo. Trabalhou em publicações por mais de 30 anos. Em 2005, para melhor se dedicar à Literatura, mudou-se para a Ilha da Madeira, no Atlântico Norte, a 1.000 quilômetros de Lisboa. Em 2015, Aydano conta oito romances publicados no Brasil, seis em Portugal e quatro em língua inglesa.





Viagem á roda do seu quarto  –livros q/ ajudam a conhecer o  Nordeste
Miriam de Sales Oliveira
Escritora,editora e entusiasta do folclore e tradições nordestinas.O livro descreve a Bahia de antigamente,costumes,tradições,culinária etc




                                                                A Bahia de Outrora

                                                                        Hermes Rosa



                                               A Antiga Gíria Baiana de A a Z
Escritor e pesquisador autodidata levou cinco anos pesquisando gírias,ditados e expressões populares do Nordeste


                                                                   Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro. Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como Auto da Compadecida e O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe ...





                                                                João Ubaldo Ribeiro
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro foi um escritor, jornalista, roteirista e professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letra



                                                         Graciliano Ramos
Graciliano Ramos de Oliveira foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por seu livro  Vidas Secas.  



2015 MOVIMENTADO PARA A ESCRITORA E ARTISTA PLÁSTICA PERNAMBUCANA ESTHERROGESSI
A escritora e artista plástica, EstherRogessi adentrou o ano de 2015 com a sua agenda movimentada. No dia 26/03/15, foi laureada na “Divine Académie Française des Arts Lettr”, na cidade do Rio de Janeiro, no Palacete Julieta Serpa, em solenidade glamorosa.  No dia 07/04/15, participou da Solenidade de Posse dos neo-acadêmicos da ALAF(Academia de Letras e Artes de Fortaleza); participou do lançamento da 6ª Antologia  ALAF, cuja obra de capa, de sua autoria, venceu a seletiva organizada pela LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), com sede em Cabo Frio/RJ. É convidada Especial para o badalado evento: “Personalidades Notáveis”, que acontecerá, no dia 25 de Abril de 2015, na cidade de Itabira/MG. A escritora foi outorgada por três vezes, pelo jornalista e Colunista da “Folha Popular” da cidade de Itabira: Eustáquio Lúcio Félix, com os prêmios: Mulheres Notáveis (2013): Cecília Meireles; Destaque do Ano (2013): Carlos Drummond de Andrade; Personalidades Notáveis (2014): Pedro Aleixo. Desta feita, receberá o Prêmio Pedro Aleixo( 2015).Vale salientar que o ano apenas começando.








                                                                      CARLA PACHÊCO

Ler é viajar sem sair do lugar...
 
                Imagine então se puder somar a isso a leitura de uma narrativa que traduza os aromas, os prazeres, as descobertas, e tudo o mais que torna viajar algo mágico. Porque “nenhum lugar é igual, e um mesmo lugar pode ser visto e vivido de várias maneiras” (Perfume De Hotel - Nova Iorque).
                Mário Quintana dizia que: “Viajar é trocar a roupa da alma”. Sem dúvida o livro tem esse poder, quando realmente deixamos que ele nos leve para outro lugar. E com quantos lugares nos identificamos, nos reconhecemos, nos sentimos tão intimamente ligados, sem que na vida tenhamos a chance real de passear por suas vielas. 
                No caminhar pelas letras dos livros, viajamos longas distâncias sem depender de avião, sem ter de entrar na fila para o check-in, e sem ter de nos preocupar com o limite de bagagens. O quanto vamos carregar só depende de nós, da nossa capacidade de absorver, de nos deixar impregnar pelo perfume.
                Se ainda não fez, faça; vire as páginas e se permita viajar.
                E aí? Qual será o seu próximo destino?


Carla Pachêco, médica e autora da série de livros Perfume De Hotel
Instagram: @perfumedehotel








MAYRANT  GALLO

HÉLIO PÓLVORA (1928-2015)
 
Num de seus contos mais célebres, Jorge Luis Borges afirma, grosso modo, que aquilo que verdadeiramente define uma pátria são os seus artistas, seus ocasos, a natureza, suas montanhas, seus mares, lagos, campos etc. Portanto, quando morre um artista, um pedaço de terra se foi, desapareceu, ainda que, com a sua arte, possamos revivê-lo em sua plenitude criadora, naquele ato que, como nenhum outro, continua, perpetuado por palavras, sons, cores, gestos, imagens, ritmos, tons.
É o que sinto, hoje, ao saber que Hélio Pólvora se foi. Desapareceu o homem, calmo, gentil, generoso, sempre com um comentário inteligente e preciso acerca da literatura ou da vida. Quando liguei para uma amiga e lhe dei a triste notícia, foi o que ela me disse: "Uma pessoa boa". Por um instante, ela esqueceu o artista, o escritor e tradutor renomados, e reviveu o homem, o ser social. Isso, claro, é um sintoma. Vivemos um tempo em que a grosseria e o mau gosto dão o tom das relações e, assim, sentimos mais profundamente quando se vai uma pessoa que era antípoda e adversa a tal tendência.
 Dois meses atrás, estivemos, Emmanuel Mirdad e eu, na casa de Hélio Pólvora. Passamos parte da tarde com ele, conversamos sobre literatura e cinema, ele nos indicou autores e livros, recomendou que não deixássemos de ler o Nobel de Literatura Orhan Pamuk, especialmente Meu nome é vermelho, e depois fizemos três fotos, apenas. Para registrar, sem qualquer pretensão, aquele encontro, que, não sabíamos, seria o último. Tínhamos combinado de promover com ele algumas sessões de cinema, em que assistiríamos a filmes que alternativamente indicaríamos. Hélio seria o primeiro a indicar algum clássico de sua preferência. Mas não foi possível. A vida não deixou. Ou deixou por um fio mais um projeto...
Bem, daqui a algum tempo, quando eu também atender ao chamado das estrelas, e igualmente Mirdad, faremos este encontro cinematográfico noutra esfera. E então relembraremos que, neste plano, aqui na Terra, apenas estávamos ensaiando a verdadeira vida. 
Mayrant Gallo já escreveu mais de uma dezena de livros, entre os quais O inédito de Kafka (2003), Cidade singular (2013) e O gol esquecido (2014). Sua novela Moinhos, que integra o volume Três infâncias (2011), ganhou o prêmio Literatura para Todos 2009, do MEC. Em 2010, foi contemplado com a bolsa de criação literária MinC-Petrobras, o que resultou no romance Os encantos do sol (2013).




CLÁSSICOS

O ESSENCIAL É INVISÍVEL PARA OS OLHOS...
 O PEQUENO PRÍNCIPE
Este livro encantou desde as crianças  até os mais sábios e empedernidos corações.Livro mais traduzido da história literária,perdendo apenas para o Alcorão e a Bíblia ,ganha uma edição de luxo,em capa dura,para guardar e reler sempre que estiver prestes a perder a fé na humanidade.Pois,é muitos anos depois de lançado o Pequeno Príncipe ainda não aprendemos a conviver com as diferenças e continuando não falando com os feios...
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Tradução: Frei Beto
Editora: Geração Editorial
Preço: R$30.00 (luxo,160 pg) R$15.00 (pocket) R$5.000 (e-book)
Sinopse: 
Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida.Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal  Livro mais traduzido da história, depois do Alcorão e da Bíblia, ele agora chega ao Brasil em nova edição, completa, com a tradução de Frei Betto e enriquecida com um caderno ilustrado sobre a obra e a curta e trágica vida do autor.







CONVERSA FIADA
(TEXTO,LIVROS,FESTAS LITERÁRIAS)
A  MÚSICA DAS PALAVRAS

Duas formas de expressão existem desde os primórdios da humanidade, a prosa e a poesia.
Na prosa, empregam-se preciosas palavras algumas,duras,outras fortes ou doces ,coloquiais.Quando escrevemos caprichamos mais na disposição das frases,embora alguns extrapolem o cuidado usando palavras difíceis   e expressões exageradamente acadêmicas,ininteligíveis ao  homem comum.
Palavras escritas ou proferidas são,muitas vezes ,o elo entre gerações,como cita Amós Oz que considera a cultura judaica “uma linhagem de textos em vez de uma linhagem de sangue.”*
Os grandes escritores temperam bem suas palavras  e além de nos passarem importante conhecimento,sabem fazê-lo de modo simples e elegante.
Mas,existe uma forma  de escrever onde as palavras soam como música aos nossos ouvidos.É a poesia ,que nos trás encanto,ritmo,imagens mais nítidas que ascendem ao  coração e ao sentimento.
A emoção que os versos nos passam  não vêm só da sua disposição gráfica,mas,também do   conteúdo das ideias e,principalmente,pela vibração interior que os verdadeiros poetas nos transmitem.
Talvez por causa disto é que o grande poeta Schiller definiu a poesia como “ uma força que age de maneira divina e não apreendida,além e acima da consciência”.
Ou  citando Paul Valèry:” Poesia é a tentativa de representar ou de restituir por meio da linguagem articulada aquelas coisas ou aquela coisa que os gestos,as lágrimas,as carícias,os beijos,os suspiros procuram obscuramente exprimir.” A prosa tem formas e preceitos regulares, deve ser clara e explícita,real e precisa;já a poesia deve ter uma linguagem incomum,uma maior liberdade de expressão e uma interpretação  mais acentuada.  Antigamente os versos tinham que ser metrificados e rimados,isto é  com as mesmas terminações e medidas.Mas,a poesia não pode ser definida apenas por rima e métrica,nem ser aprisionada  em regras determinadas ,pois é livre como a imaginação. Malherbe comparava a prosa á marcha e a poesia á dança. Antes mesmo do  homem   aprender a escrever já sabia cantar; daí,nasceu a poesia.Vitórias guerreiras eram celebradas e cantadas,repetidas pelo povo e acompanhadas por instrumentos musicais,como a harpa e a cítara.Assim cantava Homero,o poeta cego,que espalhava aos quatro  ventos a vitória da sua gente.
Isso me  lembra a importância que os poetas tinham na Antiguidade, cercados por uma aura de nobreza; a eles cabiam divulgar os augúrios e por isso eram chamados de vates  e vaticínios essas interpretações.
Existem várias espécies de poesia, a dramática, representada nos teatros,que possui falas e diálogos,enredo,ação e compreende o drama,a tragédia,a comédia,como as obras de Shakespeare,por exemplo. Como a poesia épica como a de Torquato Tasso (Jerusalém Libertada) ou os Lusíadas ,de Camões que louva os feitos de Vasco da Gama.
Na poesia lírica  exprimem-se os sentimentos de cada um.O amor, a tristeza,a saudade e eram chamadas assim porque os poetas as recitavam “tangendo  a lira”,um instrumento de corda  muito comum no mundo antigo. A poesia satírica nasceu do desejo de levar ao ridículo pessoas ,instituições ou acontecimentos que o poeta achava merecedores  deste tratamento por seus defeitos e vícios. Daí os epigramas como criavam Gregório de Matos e Bocage.
As poesias são compostas de versos de versos e estrofes.Quatro versos formam uma estrofe:
Na alcova sombria e quente,
Pobre demais, se não erro,
Repousa um moço doente
Sobre uma cama de ferro.
Existem os versos brancos , os preferidos para poemas épicos e para os trágicos.
Na Literatura brasileira temos os poemas “O Uruguai”,de José Basílio da Gama,os “Timbiras”,de Gonçalves Dias, “Anchieta” ,de Fagundes Varela.
Todos priorizam a beleza da forma poética, a harmonia e a expressiva distribuição dos acentos.
Nos tempos modernos ,usa-se muito o verso livre,sem medidas regulares.
Mas,os versos rimados agradam muito mais ao ouvido e nos ajudam a recordar as palavras de uma poesia.
Eu os prefiro a qualquer outro.
*Amós Oz:”Os Judeus e as Palavras”



CÁSSIO CAVALCANTI

Um Bem Maior Chamado Amizade

Com citações filosóficas de Aristóteles

Por Cássio Cavalcante

Em tempos tão difíceis nas afinidades humanas, um caos mundial nas relações internacionais, pode se considerar rico, dono de um tesouro quem tiver uma amizade sincera. Isso envolve amor, camaradagem, apego e principalmente benevolência. Elementos que tornam a relação humana amena e agradável.
Aristóteles filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, avisou sobre o assunto:
"Cada pessoa ama não aquilo que é realmente bom para ela, e sim o que lhe parece bom."
Nada é pior do que a atenção de um interesseiro, comum em nossos dias, que é o antônimo de um sentimento que envolve estima e fraternidade. E pior ainda é quando conseguem nos enganar nos sentimos acolhidos quando na verdade estamos sendo usados.
Mais uma vez o filosofo já mencionado nos ensina sobre o delicado assunto:
"Então, quando a amizade é por prazer ou por interesse, mesmo duas pessoas más podem ser amigas, ou então uma pessoa boa e outra má, ou uma pessoa que não é nem boa nem má pode ser amiga de outra de qualquer espécie; mas pelo que são em si mesmas é obvio que apenas boas podem ser amigas. Na verdade, pessoas más não gostam uma da outra a não ser que obtenham algum proveito recíproco."
                Mas como saber se estamos envolvidos em verdadeiros sentimentos como o apreço, a ternura e o apego verídico? Temos que ter a ciência de que tais manifestações nasceram naturalmente. Pois a empatia mútua acontece espontaneamente sem envolver proveitos de qualquer natureza ou vantagens para um dos lados.
                Mais uma vez ainda lembramos Aristóteles que na sua sábia prudência nos alertou sobre isso:
                “...cabe-nos examinar a natureza de amizade, pois ela é uma forma de excelência moral ou é concomitante com a excelência moral, além de ser extremamente necessária a vida.”
                O ser humano é coletivo, surgiu para viver em grupo e nada melhor para facilitar essa convivência do que o velho afeto sincero pelo próximo.
                Mas como já disse a canção amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito.





Crítica
O jornalista Rivelle Andrade dá sua opinião sobre o que merece ser lido.
Pimenta como refresco
                                                              
A escritora baiana Miriam de Sales Oliveira sabe como temperar um texto. Seu livro Contos Apimentados é simplesmente delicioso. A autora reúne 30 contos saborosos e divertidos em que fala de tudo e de todos sem nenhum pudor. Como um Nelson Rodrigues às avessas, Miriam apimenta a vida como ela é de maneira leve e descompromissada.
                A tessitura da escrita da autora enriquece o próprio conceito literário de conto. A escritora elabora histórias curtíssimas, muitas de uma única página, em que sintetiza a problemática humana em poucas linhas. Faz lembrar a escrita enxuta do mestre Rubem Fonseca. Miriam trabalha no limite da palavra.
                A temática recorrente do livro é o sexo. Mas um sexo tão suave e tão sem pecado que o humor transforma toda transgressão em riso. As relações humanas vividas pelas personagens, fictícias ou não, dizem respeito a todos nós. Contos como Festa de Família, O Jantar e Andar de ônibus, por exemplo, trazem um sentido de pertencimento em que o leitor se reconhece no texto. Faz parte do nosso cotidiano.
                Com seu texto claro, objetivo, direto, o que não é coisa simples de se fazer em literatura, a autora usa e abusa de expressões nem sempre politicamente corretas, mas muito divertidas. O humor refinado da escritora não ofende ninguém, mesmo que a carapuça sirva.
                Miriam de Sales Oliveira é uma escritora plural. Conhece profundamente seu ofício e sabe como usar cada palavra. Pela diversidade linguística apresentada em Contos Apimentados se percebe a vasta cultura da autora. Sua literatura é acessível a todos, mas é justamente essa capacidade de angariar leitores que define a qualidade do seu texto. Livro dos bons. Imperdível.

Rivelle Andrade - jornalista



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Na opinião de...

Conversa com o escritor  Dinarte Portela
Dinarte Portela, o escritor de Guarujá, numa memorável entrevista dá dicas para os novos escritores e fala da sua luta  para se impor ao mercado.
 
01-Como você começou a escrever?
Eu comecei a escrever assim que conheci o universo da escrita. Eu entrei na Escola muito tarde, pois vim de uma Cidade em que na época não tinha uma estrutura educacional adequada. Quando cheguei ao Guarujá, ou eu estudava, ou trabalhava. Perdi muito tempo trabalhando. Aos 12 anos vendia sorvete com meu pai na Praia. Cada um tinha um carro. Voltei à sala de aula, a vida era muito dura, ia com fome pra sala de aula. Tive muita dificuldade para aprender a ler e escrever. Mas quando consegui desvendar o mistério da escrita não parei mais. Como era muito caro obter livros eu lia muito Gibis. O dinheiro que eu ganhava no trabalho era dividido metade para meus pais, e a outra parte pra mim. Ia às bancas de jornal e comprava as revistas de estórias em quadrinhos. Eu colecionava muito dessas pequenas literaturas. Tinha várias caixas de papelão cheio de revistas.
 02- Teve dificuldade no começo?
As dificuldades foram muitas, dentre as quais eu respondi na primeira pergunta. Eu só tive essas barreiras mesmas devidas ter passado por necessidade: Meu pai era sorveteiro e minha mãe domestica. Quando eu entendi o sentido da palavra, ai não quis parar mais. Lia muito a bíblia e decorava as histórias de heróis do Velho Testamento: Sansão, Davi, Salomão. Eu já era um adolescente, e muitos garotos e garotas faziam roda tanto na escola, quanto no portão de casa para ouvir minhas histórias, ou estórias, pois eu era mestre em misturar o lúdico com o real, já desde minha adolescência. (Risos).
03-Qual sua formação intelectual?
Eu sou formado em Teologia, e faço licenciatura em Letras também, no futuro pretendo entrar no campo da Filosofia.
04-Você participa de Eventos Literários em todo o País. Como vê o espaço para novos escritores?
Eu vejo um avanço muito grande para os novos escritores, eu sou um visionário. Essa conversa que o nosso Brasil é um pais sem Cultura tem um fundo de verdade, mas também vejo um clima muito dramático em relação a isso. Hoje com a hipermídia. A comunicação tem avançado muito em todos os aspectos. A Internet é uma faca de dois fios. Ou ela anula o autor, ou ela o consagra! No meu caso tive o privilégio de usá-la a meu favor. Os novos autores devem estar atentos a isso.
Falando dos eventos. Eu participo pouco dos eventos literários, é uma parte que eu preciso administrar em minha vida, mas mesmo assim ainda o universo conspira ao meu favor, pois sou convidado a participar de outros eventos, e sempre quando entro em um ambiente que sou convidado o termo escritor e autor fica bem visível para as pessoas ali presente. Isso torna as coisas fáceis pra mim. Sempre alguém está atento a minha pessoa, e isso gera Palestras, noite ou tarde de autógrafos e até entrevistas em TVs.
05-Você escolheu sua Editora ou foi escolhida por ela?
Eu fiz uma pesquisa na internet e no meu primeiro livro eu contratei uma editora para fazer o trabalho. Mais depois resolvi procurar outra, na qual estou até hoje.
06-Qual sua opinião sobre o livro digital. Você faria um?
Embora o avanço tecnológico tenha feito coisas maravilhosas. Eu creio que o livro digital é um nicho que ainda precisa ser explorado. Tenho um romance lançado na versão digital, não vi resultado positivo nisso, e olha que o livro está nas melhores lojas virtuais do Brasil. Uma pesquisa recente aponta que ainda há preferência no livro na versão impressa, e eu creio nisso, senão eu não estaria investindo na versão impressa. Na verdade eu gosto mesmo de ver a fisionomia dos meus leitores, e gosto de honrá-los autografando meu livro e entregando a eles. Já que eu sou um autor independente, que eu seja um dos melhores. Sempre perto do meu público, sempre olhando em seus olhos. Um dia talvez possa voltar a produzir na versão digital, mas mesmo diante das dificuldades, eu ainda prefiro a versão impressa.
07-E a distribuição que é o calcanhar de Aquiles do escritor, como você trata o problema?
Um escritor independente tem que entender que ele é uma marca. Ele tem que gostar de escrever, e depois têm que ter a consciência de amar as pessoas, mesmo aquelas pessoas que não tem o menor gosto por seu estilo literário. Uma vez um senhor veio a mim e me disse: Estou comprando 02 livros seu, não que eu goste, mas minhas sobrinhas amam o seu trabalho. Eu caprichei quando fui autografar os livros. Aonde eu vou levo minha marca, ou seja! Eu mesmo. Quando encontro com alguém logo falam: E os Livros? A partir daí faço todo o meu marketing.
Eu nem preciso distribuir livros. As pessoas quando me vê já fazem o pedido. Amo o que faço! Revistarias, livrarias, e assemelhados cobram 40% ou mais para vender o seu produto. Por que não, eu mesmo vender o meu produto, já que eu sou a própria marca. Outra coisa que me favorece são os restaurantes, Câmara, Prefeitura, eles acabam sendo meus parceiros para vender meus produtos em uma noite, ou tarde de autógrafo. Atualmente sou muito requ isitado a dar palestras em Escolas do Estado e do Município. Vou dou palestras gratuitas e deixo minha marca. Mais ai o escritor tem que ter um bom conteúdo para falar, pois estará diante de professores, alunos, e equipe técnica da unidade escolar. Já teve escola que dei palestras duas vezes. 2012 e 2013.
08-Fale da sua Poesia e de seus livros.
Serei breve!
KDF Traições e Intrigas.
O Livro fala a respeito de um milionário que tem o poder de Premonição. Este foi o meu primeiro livro. Rendeu-me uma grana boa e é comentado até hoje nos lugares que eu vou.
KDF é a sigla: Koldo Dornelles Filhos. Eu nem sei onde eu fui tirar esse nome, mas lembro-me que eu queria um nome incomum para compor o personagem, em algum lugar as pessoas me chamam de Koldo ou KDF. Hilário isso! Koldo certo dia na mansão de seu leal amigo tem um sonho, e descobre através desse sonho que um grupo está usando sua empresa (KDF) para fins escusos. A estória se passa quase sempre no Rio de Janeiro:
Sinopse
Quem somos nós? O que fazer para chegar ao poder e dinheiro?
Que influência o poder do universo tem para reger toda a nossa vida? Para ser um milionário tem que pagar um preço? 
São essas perguntas que se tornam complexas na vida de Koldo Donelles Filhos, dono da empresa aérea KDF, empresa esta que leva o seu nome: Koldo Dornelles Filho.
09-Seu blog é interessante para você, e a internet qual a sua importância para o seu trabalho?
Eu não tenho blog, mas tenho um site, estou nas redes sóciais: Twiter, facebook, e vídeos no youtube. A internet é de vital importância sim, mas se o autor não tomar cuidado ele acaba se tornando um escravo dela. Falo isso devido o tempo que a internet nos toma com coisas banais. 
 É uma ferramenta e tanto, mas que deve ter sua atenção dobrada. Eu perco meu tempo ou me informando através de estratégias de vendas, ou de novidades que possam alavancar minhas vendas futuras, mas é de primordial importância ir à eventos, palestras, clubes, igrejas. O povão é uma ótima estratégia para vendas e divulgação do seu produto.
Mas a internet não deve ser desprezada!
10-Quais os seus planos imediatos?
Eu acredito que seja um cara muito carismático. Atualmente eu tenho sido alvo de atenção de produtores artísticos e empresários. Embora eu esteja sendo Patrocinado por uma empresa a JM Portaria & Serviços Gerais. Esta empresa me auxilia com uma ajuda de custo para financiar os meus livros. O Empresário ainda não definiu se vai investir em outros lançamentos, mas outros empresários da área de comunicação já sinalizaram o interesse sobre possíveis parcerias. Eu jamais imaginei que chegasse tão longe. Eu passo de 08 a 12 horas estudando formas de trabalho, me aprimorando a cada dia. Atualmente com o término do segundo volume: A suave Brisa do amor, o sexto dia. Eu estou escrevendo duas Biografias. Estou quase terminando uma para começar outra. São pessoas do ramo empresarial que gostaram do meu trabalho e pediram pra eu escrever sobre eles. Terminado essas Biografias, eu volto a escrever o terceiro e último volume da saga: A suave brisa do amor, 1970. E, preciso terminar outro livro: Síndrome de Caim.
Esses são meus planos de imediato. Transformar literaturas, em receitas. (Ri sos)
11- Por que o Leitor deveria comprar os seus livros?
Essa pergunta torna-se simples pra mim, e mexe com a minha vaidade:
O leitor deve comprar minhas literaturas simplesmente por que sou bom no que faço! Amo o que faço e procuro dar qualidade em cada texto criado.

     Autor e escritor:
     Dinarte Alves Portela





ALEILTON FONSECA

AS CORES DO MAR

Aleilton Fonseca

Helena me ensinou a contemplar o mar com olhos plenos de desejos. Era manhã, e a claridade respingava em pérolas à flor das águas. Ela tomou-me pela mão e me conduziu até os arrecifes, próximo às ondas, ao abrigo da luz intensa para que não se turvassem os nossos olhos. O sol reverberava ao longe, desmanchando a certeza da linha do horizonte. Ao longe passava um barco, e eu o decalquei na memória como testemunha de nossa aventura.
Eu adorava estar com Helena. O céu e o mar eram apenas os planos justapostos de uma imensa moldura, sobre a qual eu simplesmente saboreava a sua presença. Ela prosseguiu seu ensino, mostrando-me como observar as diversas cores do mar. Eu, de olhos nus, ia tentando ver o que somente ela sabia recolher às retinas. Helena então retirou seus óculos escuros e os pousou docemente em meu rosto. A suavidade das lentes acalmou meu olhar. Ela disse: “concentre-se e veja como é bonito”. Eu obedeci, com vontade de acertar o golpe de vista sobre as ondas. E comecei a notar nas águas, sob o prisma solar, as nuanças de cores, entre o espectro do verde e o azul, em tons suaves, entre mais claros e mais escuros. Era tudo tão simples, era tudo tão bonito. E eu lhe disse, baixinho, como se cochichasse aos seus ouvidos: “Sim, Helena, estou vendo os matizes das águas”.
Helena sorriu, satisfeita e divertida. Eu aproveitei o relance, e naveguei de soslaio nos seus lábios entreabertos. E já me afogava nas águas que se espelhavam revoltas em seus olhos. As ondas cantavam uma melodia, seguindo seu rumo até o areal, arrematando-se nas pedras, com ritmo regular.  Meu coração se apressava, fazendo-me correrem ondas de sal nas veias.
O sol escondeu-se nas nuvens, o calor arrefeceu. Apanhei a mão de Helena, acariciando-a com ternura. Depositei de volta os seus óculos, e ela me olhou nos olhos de relance. Abracei-a e caminhamos pela praia, fugindo das ondas que ameaçavam afogar os nossos pés. Depois, ao final do passeio, viajamos juntos num silêncio abarrotado de palavras. Helena estava muito feliz. E eu, mais que isso, o coração no peito saltitava, refletindo as cores do mar.


Aleilton Santana da Fonseca nasceu em 21 de julho de 1959, é natural de Itamirim, hoje Firmino Alves-Bahia. Escreve ficção, poesia e ensaios. É Licenciado em Letras pela UFBA (1982), tem mestrado pela UFPB (1992), e Doutorado pela Universidade de São Paulo (1997). É professor titular pleno da UEFS, onde leciona na graduação e no mestrado. É coeditor de Iararana – Revista de arte, crítica e literatura (editada em Salvador, desde 1998). publicou cerca de 25 livros, em poesia, crônica, conto, romance e ensaio. Seu romance Nhô Guimarães foi adaptado para o teatro pela Companhia Baiana de Teatro, Grupo criaturas cênicas, em 2009. É membro da Academia de Letras da Bahia, da Academia de Letras de Itabuna, da UBE-SP e do PEN Clube do Brasil. Em 2013 recebeu o título de Professor de Honra de Humanidades, pela Universidad del Norte, de Assunção, Paraguai. Em 2014, recebeu a Comenda Luis Vaz de Camões, do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa, e a Comenda do Mérito Cultural, Júnior, do Governo do Estado da Bahia. Atualmente, desenvolve um projeto de escrita de um romance urbano, dedicado às complicações das relações afetivas, amor, paixão, encontros e desencontros, diante da dificuldade de tornar as relações afetivas mais sólidas e duradouras.


                                                                         TAIS  MARTINS
                                                 AUTORA E POETA CURITIBANA














                       LIVIANE ALMEIDA
"...Menininha do meu coração
Eu só quero você a três palmos do chão.
Menininha não cresça mais não,
Fique pequenininha na minha canção.
Senhorinha levada, batendo palminha,
Fingindo assustada do bicho-papão..."
Amo-te demais Stella Nicole!
Deus abençoe você, hoje e sempre, amém!!!!




 Quem é a autora?
Nasci em 27/09/1978, na bela cidade de MACAPÁ, onde resido até hoje, com muito amor. Sou filha dos amadíssimos Jurandir Rodrigues e Maria do Rosário Almeida (minha eterna Rosália), esposa de Celso Tadeu Almeida e mãe de Lucas Gabriel e Paulo de Tarso Almeida.
Desde a infância, a paixão pela leitura e pela arte sempre me encantaram, além da literatura, da Língua Portuguesa e toda a imensidão existente no universo das poesias. Lembro-me que meu interesse pelas rimas ficou mais aguçado a partir das leituras intensas em obras de Ferreira Gullar, Clarice Lispector, Cecília Meireles, dentre tantos outros. Mas, sem dúvida, ao conhecer a perfeição literária de Machado de Assis em Dom Casmurro, não pude mais resistir e acabei por render-me ao mundo das letras. Esse encantamento pelos escritos foi norteado e lapidado também pela nobre orientação da minha professora de L. P. Ruth Reis (na quinta série), a quem dedico gratidão eterna.
Alors, Sou Mãe, Consultora Empresarial, Empreteca e uma grande sonhadora. Estudei Ciências Econômicas, Direito, Dominância Cerebral e em 2012, iniciei o Curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literatura pela Universidade Norte do Paraná (Unopar) e confesso que tem sido uma experiência incrível, pois tenho convicção que assim como o amor pelos números é imenso em mim, as letras também inundam meu ser de amor e fascinação.
Aprecio e acompanho trabalhos de cunho literário ou artístico no Amapá. Tenho encantamento pelos feitos do Movimento Poesia na Boca da Noite, do qual participo ativamente. Tenho poesias publicadas em vários veículos de comunicação e em sites de escritores renomados como o 
www.alcinea.com Escrever é sempre uma alegria e sempre que posso esboço alguns escritos em meu facebook, com o perfil Liviane Almeida, ou anteriormente em meu blog intitulado Antropofagias Figurativas em que publiquei, há tempos, alguns textos com ou sem rimas, que puderam expressar o eu-lirico sentido na ocasião. Assim, brevemente estarei a realizar o que de quimera desejo e almejo: Publicar um livro. Poderia ter feito antes, mas como nada ocorre por acaso nesse vida, ao encontrar com a super escritora Miriam de Sales, senti a realização desse sonho mais perto e creio que brevemente o livro será lançado por aqui, pela conceituadíssima Pimenta Malagueta o que deixa-me bastante feliz e entusiasmada.








O CAMINHO DAS PEDRAS

Livros
JUDAS – Amós Oz
 INVASÃO A PERNAMBUCO - Aydano Roriz
NARA LEÃO - Cássio Cavalcanti
O PEQUENO PRÍNCIPE - Antoine Saint Éxupéry. Tradução e adaptação Frei Betto
O DESTERRO DOS MORTOS – Aleilton Fonseca
A ANTIGA GÍRIA BAIANA DE A  a Z -  Hermes Rosa
O LIVRO DOS ABRAÇOS – Eduardo Galeano
A TERCEIRA ROMARIA  – José Inácio Vieira de Melo





CURIOSIDADES
A curiosidade matou o gato diz o ditado, mas,curiosos somos todos nós e sempre queremos saber mais sobre nossos ídolos.
Como será que os mestres da Literatura escreviam?Como se inspiravam?
Bem,alguns não tinham rituais;já outros como  Balzac,por exemplo,tomava rios de café turco,preto e forte enquanto escrevia.Ao contrário de Verlaine,que só escrevia movido a drogas ,Balzac era abstêmio.Mas, Hoffman,o célebre autor dos Contos” tomava um chá de ervas que lhe trazia a inspiração.

Nos tempos anteriores ou posteriores á máquina de escrever  as coisas eram complicadas.H. G. Wells,por exemplo tinha uma letra tão ruim que além dele só seu secretário decifrava.Somerset  Maugham escrevia á mão e depois mandava datilografar.
Edgar Wallace   ditava num aparelho mecânico e chegou a dizer mil e duzentas palavras em vinte minutos.Reclinava-se numa poltrona no seu escritório o microfone numa mão e uma xícara de chá na outra e vamos que vamos até terminar o capítulo.
Charles Dickens adorava luxo;tinha um escritório altamente refinado ao contrário de Woodsworth que escrevia ao ar livre e nunca recebia ninguém;quem quisesse que esperasse ele terminar a escrita.
Victor Hugo escrevia de pé ás vezes até 14 hs por dia.Goethe ,também,mantinha em casa uma escrivaninha bem alta.
Entre os brasileiros,Aloísio Azevedo desenhava e pintava,em papelão, seus personagens antes de escrever o livro;e,mantinha estes desenhos na sua mesa de trabalho.
Ernest Hemingway gostava de escrever no seu quarto.Apesar de mandar fazer uma mesa enorme colocava a máquina de escrever na prateleira da estante.Usava uma média de sete lápis em um dia de trabalho.
Achou estranho?Então curta esta:Faulkner  digitava com os dedos dos pés.
Franz Kafka buscava sua inspiração num bolo de  abacaxi;só escrevia depois de comer um inteirinho.




IBITIARA E C&A

Mirandí Alves Pereira Oliveira
“Palavras Iniciais”
É com muito prazer que escrevo neste espaço que será de grande valia para divulgação das minhas produções, como também, da Cultura da minha querida cidade, Ibitiara –BA.
Ibitiara foi cenário do curta metragem “A Mulher de Branco”. O Filme participou do circuito nacional de exibição em 2011, através do Projeto Revelando Os Brasis, como também, no Canal Futura, no ano de 2013 e no início deste ano de 2015. Mais informações: www.revelandoosbrasis.com.br
          “Próximas Produções: IBITIARA, contos, cantos e encantos”.
Estou produzindo uma coletânea de contos fictícios baseados na realidade do município de Ibitiara. Fará parte: A Lenda das Dunas de Santa Quitéria, A Pedra da Doida, O Morro do Pinga, O Assobio em Ibitiara, além de A Mulher de Branco. Na próxima edição estarei divulgando fotos destas paisagens naturais de Ibitiara. Todas têm seus mistérios e seus encantos. Este fato origina o titulo do livro da coletânea.

Até breve.


SOBRE O SALÃO DE TURIM/MAI/2015
Neste meu segundo ano no Salão Internacional do Livro, em Turim - Itália, admirei-me com o crescimento deste evento literário, que me deslumbra sempre como um dos maiores encontros culturais   deste nosso planeta,reunindo centenas de stands de países diversos – este ano dois stands de língua portuguesa: Brasil e Moçambique – sendo o país homenageado a Alemanha, que  em 2016 dará lugar á Arábia Saudita.
O 28º Salão Literário contou com a presença de muitos brasileiros, não só autores, mas, visitantes e compradores e o stand da A.C.I.M.A, que sediava o Brasil foi muito visitado por pessoas de diversos países que folheavam interessados  os nossos livros expostos nas vitrines do  espaço.
Há dois anos a nossa Editora, uma pequena editora metida a besta, participa deste evento, lançando Seletas que levam nossos autores ao centro do mundo. O melhor destes eventos é o conhecimento compartilhado, a comunicação entre os povos e o fato de vermos e sermos vistos pelos nossos compatriotas no Exterior e tomarmos conhecimento do trabalho que desenvolvem nos seus países de adoção.
Estão de parabéns os organizadores, participantes e o público em geral e, aqui quero demonstrar minha admiração aos organizadores, como a Mariana Brasil, que leva adiante com garra e competência todo esse evento.
                                      ***
Mas, não paramos por ai; neste meu tour pela Itália deixamos nossa Seleta, sempre muito comentada e admirada, nas principais bibliotecas e universidades de Milão, Turim, Veneza, Florença e Roma.
Da Biblioteca Nazionale Centrale de Florença recebemos um amável agradecimento  que louvava a qualidade dos nossos livros.
 NOSSA SELETA LANÇADA NO SALÃO DE TURIM/23015


NOSSA SELETA NA BIBLIOTECA REALE DI FIRENZE
STAND DA M.A.N.D.A.L,A. NO SALÃO INTERNACIONAL DO LIVRO


















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