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quarta-feira, 31 de março de 2010

JUCA MULATO,MENOTTI DEL PICCHIA




Menotti Del Picchia
Juca Mulato

Juca Mulato nasceu em Itapira, cidade da zona mogiana do Estado de São Paulo, em 1917. Seu pai, recém-formado em Direito e fazendeiro nessa cidade, acabara de publicar na Capital paulista seu poema Moisés. Exercia agora uma vaga advocacia numa terra quase sem demandas e dirigia o jornal local, Cidade de Itapira, em cujos prelos imprimiu o primeiro exemplar do seu poema.
Foi no ambiente da fazenda Santa Catarina da Capoeira do Meio e na paz e no silêncio do parque que se debruça sobre o Cubatão, bairro no qual serpeja o Rio da Penha, em cujas margens bivacavam ciganos, que a imagem do caboclo do Mato e sua alma lírica empolgaram o advogado-poeta.
E a Filha da Patroa ?
Essa, ainda hoje, nascerá no coração de cada leitor do poema quando haja atingido a idade do amor. É uma idéia e um sonho. Continuará a lembrar, vida afora, a criatura que teria sido o complemento do seu ser, realização sempre sonhada e impossível de um perfeito amor ideal.
Compõem o poema o Céu e a Terra. Todas as coisas telúricas e celestes, o chão que abriga o homem e o alimenta e o que há no mistério do azul quando ele olha para as estrelas. Ali descobre uma nova e mágica dimensão do universo: os animais, como o prudente e confidente Pigarço e os lerdos bois pensativos e decorativos; o galo, clarim do dia que ilumina as coisas para a vida e oferece as maravilhas do mundo ao homem que acorda.
A fala do "Juca" é coloquial e divina. Sai da boca do homem e vem da conexão mágica que ele tem com as coisas. É que o universo é um eterno diálogo de vozes mudas. Cabe-lhe comunicá-las às demais criaturas. Ele é o intérprete da formidável comunhão espiritual que nos envolve numa harmoniosa coesão de vivências e mistérios regida pela fatalidade dessa divina força que é o amor ("...Che muove il sole e l`altre stelle...")


Texto retirado da Revista Agulha




TRECHO ESCOLHIDO DO POEMA "JUCA MULATO",UM DOS MAIS BELOS DO MODERNISMO BRASILEIRO :



E, na noite estival, arrepiadas, as plantas


tinham na negra fronde, umas roucas gargantas


bradando, sob o luar opalino, de chofre:”


Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre…


Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida


é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida…


Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito


é o mesmo que cravar uma faca no peito.


Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:


não amar é sofrer; amar é sofrer mais.


Obs:Se desejar conhecer o poema completo acesse o site http://lachansondamour.wordpress.com/
Img:Busca Google

LEIA MAIS:
CEM ANOS DE SOLIDÃO
RILKE,O POETA

terça-feira, 30 de março de 2010

NOVOS AUTORES




CLARA MACIEL,O TRIUNFO DA PERSISTENCIA
Algumas pessoas querem escrever;outros,sonham em escrever.Muitos sonham com a fama,mas,não se levantam da cama.
Para esses,aquela morena sestrosa que adentra a praça,deveria servir de exemplo.
Clara vai à praça fazer poesia.
A praça é do povo como o céu é do condor,diz o Poeta Maior.A praça,poeta ,é de quem tem coragem.
Coragem de recitar para o público que passa os seus poemas,coragem de oferecer seus livros,coragem de atuar.
_Que horror,diz o Conselheiro Acácio! Vender livros na praça!
Sim senhor,Conselheiro,o artista deve ir onde o povo está.Os livros têm que ter o cheiro do povo,devem ser do tamanho do bolso do povo,devem caber no universo do povo.
Clara Maciel leva a poesia às massas.Vende seus versos a quem quer comprar.Não se acanha,não se esconde.
E derrama versos preciosos como esses,quase um confiteor,quase uma declaração de guerra,diante de uma platéia embevecida.
Guerra declarada contra o machismo,o mau -caratismo e outros ismos tão prejudiciais à felicidade e ao entendimento entre os homens.
Solta a voz Clara Clarear,Clara Rouxinol,Clara guerreira, Clara Poesia :

UNIVERSO REVOLUCIONÁRIO FEMININO.
Autora: Clara Maciel

Que choquem os meus modos
Minha maneira de vestir, de recitar
Minha conduta nem santa nem puta
Meu estilo é meu! E daí?
E as rugas no meu rosto?
São prêmios por anos de batalhas
Para não ver os frutos do meu ventre
Nas calçadas disputando espaços
Marcados com sangue, carne aberta à navalha.
Ao meu modo sou mulher revolucionária
Que vai á luta disputa, conquista
Que ao invés do lamento e conformação
Usa as armas que possui
Papel, caneta e inspiração
Repudiando o pouco caso
De tanta gente “distinta”
Que de maneira hipócrita e vil
Horrorizam-se com os frutos da salvação
Ganhando e perdendo a vida nos sinais, nas ruas
Tapeando a fome com drogas e restos
Recebendo fermentado e amassado
Pelas mãos do próprio diabo - O Pão
Por conta de um sistema que enoja
Nossa casa, nossa gente - Nossa Pátria.
Que choquem os meus modos
Sou mulher liberta, poetisa ou poeta
Sou espírito livre, felina indomável
Jóia rara recuso-me ser lapidada.
E os meus poemas?
Meus poemas são santuários, templos de proteção
Arquivos eternos de sentimentos
Que sem nenhum pudor, comedimento
Revelam a minha intenção puramente feminina
De amar e ser amada.
Ao meu modo sou mulher revolucionária,
Sou poeta, sou CLARA.

Conhecendo a escritora - Clara Maciel

Clara Maciel nasceu em 22 de agosto. O ano? Não vem ao caso. Formação ADM-Geral. Clara está incluída no Dicionário dos Autores Baianos. Ela é membro da Academia de Cultura da Bahia – ACB. Membro da Academia Internacional de Letras Artes e Ciências – AILAC com sede em Buenos Aires – Argentina. Membro do Grupo de Ação Cultural da Bahia GACBA. Sócia da Casa do Poeta Brasileiro – POEBRAS. Membro Dell’Academia Superiore di Crescita Personale – Itália. Fundadora de o Movimento Cultural Clarear. Criadora e participante ativa do projeto Escritores na Praça. Poetisa de Rua – Praça da Piedade.
Autora dos romances: A Ilha dos Condenados - Aventura, campeão de vendas em 2005, coleção Apoio, pela Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia.
O Descendente.
Eclipse (Um portal para a fuga I, II e III)
Um Erro no Passado.
No Reino da Rainha Primavera – infanto-juvenil.
Fundadora da Associação de Capoeira e Manifestações Culturais de Irará. BA, membro da Comissão da Câmara de Livro – CBL, Salvador também é autora de várias obras literárias.
Clara, além de romancista é também Poetisa, Compositora, e Cordelista. Tendo como referência os mestres em cordel Valdevino Paiva e Antônio Vieira. Ela adora estar em contato com seus leitores e amigos e se considera uma escolhida por Deus para polinizar o afeto, a alegria, a amizade e o amor fraternal entre as pessoas.
Contato para pedidos e venda dos seus livros: ecsmaciel@yahoo.com.br

segunda-feira, 29 de março de 2010

PARABÉNS,SALVADOR:461 ANOS!

VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?

Você já foi a Bahia?
Se não foi,amigo,vá.
Vá ver a pátria do samba
o reino de Yemanjá.
Salte na praia morena
onde Cabral aportou.
Olhe,abra a boca e se fique
como ficou o cacique
no dia em que Frei Henrique
nossa terra batizou.


Ande,respire a poesia
que o panorama ilumina!
Saveiros,Farol da Barra
Cais Dourado, Amaralina.
Veja tudo e se concentre
nessa doçura marinha.
E diga,sinceramente
se depois você não sente
a exaltação eloqüente
de Pero Vaz da Caminha.


Aqui é a Cidade Baixa
comercio,quinquilharias
crioulas em cada beco
moleques em cada esquina.
Ali,secos e molhados
e,acolá,encadernados
pensamentos ensebados
Livraria Catilina.

Depois,se tem boas pernas
vá para a cidade alta;
subindo as mesmas ladeiras
que Castro Alves subiu.
Vendo as famosas repúblicas
da estudantada de outrora
que há muito se foi embora,
com o romantismo,partiu.

Mas,se não quer ter trabalho
ou sofre de reumatismo,
não se entregue ao pessimismo
que pode subir sentado;
de taxi,não,que isto é feio.
Tome o Elevador Lacerda
E,se quiser mais poesia
suba de Plano Inclinado.

Cidade Alta,não pare
vá direto à Rua Chile,
vitrinas,bares,desfile
do grãfinismo da terra.
Mas,isso de hotéis gigantes,
cinemas,auto-falantes
pares janotas,galantes
nada da Bahia encerra.

A Bahia que estimamos
mora juntinho ao Terreiro.
Fica do Monte Serrat
à baixa do Sapateiro.
Anda de torço e chinela
brinca no Largo da Sé,
]chupa roletes de cana
da boa cana caiana,
come os quindins da baiana,
caruru e acarajé.

É esta a musa gostosa
mulata bela, dengosa
muito sonsa e muito prosa
que,ora,apresento a você.
Que almoça lá no Mercado
um vinho tinto gelado
com vatapá preparado
com bem pimenta e dendê.

Mulata que arranja tudo
com meu sinhô do Bonfim
que tange o diabo de casa
com perfume de alecrim.
Que é devota de verdade,
mas,quando cisma de amar...
Tem artes,ninguém se iluda.
Pega um raminho de arruda
benze o gajo e o gajo gruda
que só Deus pode apartar.

Mulata filha de um sonho
que teve Nosso Sinhô
após fazer o universo
no dia que descansou;
E que depois de criada
agradou tanto ao Criador
que esse de uma só penada,
com letra bem caprichada
escreveu sobre a fachada
“Terra de São Salvador”

Martins D´'Alvarez,poeta cearense



CEZARUBALDO CEZAR ,poeta baian 14:54 (4 horas atrás)

Parabéns,Miriam,por ter-nos trazido o poeta com tão belos versos.Parabéns Salvador,terra de mistérios benditos,de poetas,poetizas,mártires,terra da brancura da paz no oceano negro,terra de amor ao mar,de amor à Iemanjá,que tem você como embaixadora da cultura,senhora dos contos e causos que nos ensina a história por todos os dias vivida.

Parabéns,caríssima.

Beijos











Martins D'Alvarez,poeta cearense

domingo, 28 de março de 2010

FRASES ENGRAÇADAS (E IRREVERENTES )SOBRE ESCRITORES

Só há uma coisa mais rara do que a primeira edição de certos autores: é a segunda edição
Franklin Adams

Levei quinze anos para descobrir que não sabia escrever,mas,ai já não podia parar;tinha ficado famoso.
Richard Benchley
Alguns livros são do tipo que,quando você os larga ,não consegue pegar mais.
Millôr Fernandes
Ultimamente,as palavras andam tomando uma surra dos escritores.
John Fowles
Não há assuntos chatos;apenas,escritores chatos.
H.L.Mencken

Se você não conseguir fazer com que as palavras trepem,não as masturbem.
Henry Miller
Basta ler meia página de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato.
Stanislaw Ponte Preta
Escrever é a única profissão em que ninguém ´é considerado ridículo se não ganhar dinheiro.
Jules Renard

sábado, 27 de março de 2010

CEM ANOS DE SOLIDÃO




A obra “Cem Anos de Solidão” conta a saga da família Buendía, desde a fundação da cidade de Macondo até a sexta geração, quando a linhagem é encerrada. Essa narrativa é do gênero Realismo Fantástico e trabalha com elementos simbólicos, elementos estruturais do pensamento de uma sociedade arcaica, como o conformismo e imobilismo social e o modo de percepção do tempo. O tempo é mítico, ou seja, fora do tempo e do espaço dos homens, e entre outros fatores conta com elementos arquetípicos e alegóricos.José Arcádio Buendía e sua esposa Úrsula Iguarán são os fundadores da cidade de Macondo. Em razão disso, eles tomam sentido arquetípico, pois a partir daí eles se tornam referências tanto para as famílias que os acompanharam ao local onde foi fundada a cidade, quanto para sua própria família. São eles os geradores do primeiro ser humano a nascer na cidade de Macondo e é a partir deles que tudo começa.A cidade de Macondo é constituída por uma civilização arcaica, primitiva, pois os homens se defendem da História, dos acontecimentos passados, abolindo-os através da regeneração periódica do tempo. Um exemplo disso é a reação das pessoas com os fatos corridos. A própria personagem Úrsula, apesar da intensa seqüência de tragédias e fatos fantásticos que ocorriam em clã, permanecia plácida e passiva, apenas repetindo que “o mundo dá voltas”.

MITO DO ETERNO RETORNO
A expressão “o mundo dá voltas” alude ao tempo em que se passa a narrativa, que é o tempo mítico, o qual Mircea Eliade [O MITO DO ETERNO RETORNO] define como tempo que “transcende o tempo concreto”, ou seja, tudo ocorre ciclicamente e a trama é toda na base de acontecimentos fantásticos. É o lllud Temporis, o tempo imemorial das origens.
Todas as gerações da família Buendía foram acompanhadas pela personagem Úrsula, que viveu em torno de cento e cinqüenta anos. Essa centenária personagem elucida que as características físicas e psicológicas de sua família estavam associadas aos nomes repetidos: todos os Josés Arcádios eram impulsivos, extrovertidos e trabalhadores, enquanto que os Aurelianos eram pacatos, estudiosos e fechados em seu mundo interior. As sucessivas gerações de homens e mulheres batizadas homonimamente reforçam a sensação de repetição característica do tempo cíclico.
Eliade nos diz que as civilizações arcaicas percebem o tempo como heterogêneo, dividindo-o em linear (profano) e cíclico (sagrado). Há duas concepções para tempo cíclico: o infinito e o limitado. Os pergaminhos de Melquíades (cigano de imensa sabedoria e muito próximo de José Arcádio Buendía) contendo a saga da família Buendía estão escritos em tempo linear, com passado-presente-futuro. Porém a narração, a trama dos fatos, ocorre em tempo cíclico limitado, com as sucessivas repetições dos destinos das seis gerações e a extinção da estirpe ao final do ciclo de cem anos de solidão aos quais foram condenados.
Os pergaminhos foram escritos em tempo linear para fazer entender a passagem do tempo (ou seja, que inevitavelmente está sempre em curso). Esse artifício faz o tempo “correr” durante um determinado período (um ano, por exemplo), mas fantasticamente acaba retornando sempre.
Os manuscritos de Melquíades encontram-se grafados em sânscrito, antiga língua da família indo-européia, clássica da Índia e do Hinduísmo, citada como língua materna do cigano, declarando sua origem indiana. O fato de estar escrito em tal língua é usado na narrativa para ressaltar seu ritmo religioso, sagrado, sublinhando a concepção unidimensional do tempo para a humanidade primitiva, que se protege contra o terror da História, tendo uma condição de impotência diante de dados históricos, uma forma de existência aflitiva.

MITO COSMOGÔNICO
Esses pergaminhos também simbolizam o que Mircea Eliade define como mito cosmogônico (representação da Criação), pois neles está contida a criação da família, a origem de tudo. Os mitos cosmogônicos concentram-se nos textos literários alcançando a ordem do sagrado.
Dentro desse conceito podemos citar as chuvas que perduram por mais de quatro anos (cosmogonia aquática, como o dilúvio bíblico), simbolizando a “purificação” após o caos, o início de um novo ciclo, uma regeneração após o massacre de mais de três mil pessoas na estação ferroviária, massacre esse que simbolizou o caos. Encontramos outros exemplos de caos na narrativa, como as ações corrosivas de insetos, aparições de almas, orgias sexuais e etc.
Ao passo que o mito cosmogônico simboliza o início de um novo ciclo, esse tem seu fim marcado pelo caos, constituindo assim uma rotação cíclica dos estágios do tempo, ficando estabelecida a relação COSMOS x CAOS.
O tempo mítico da narrativa “Cem Anos de Solidão” tem uma característica peculiar quanto à velocidade. A velocidade da narrativa, como afirma Genette [FIGURES III], decorre da interação de fatores de natureza diversa: o tempo da história e a componente discursiva que a modeliza numa sintagmática narrativa.
A peculiaridade da obra em questão deve-se ao caráter pluridimensional do tempo: se passa em três velocidades diferentes. O que demorou cem anos (transcendentes ao tempo concreto) para acontecer na cidade de Macondo, na casa dos Buendía foi concentrado numa surreal coexistência de episódios num mesmo instante, como o narrador elucida quando Aureliano Babilônia, o último vivo da estirpe, decifra os pergaminhos escritos pelo cigano Melquíades. Não é a toa que o segundo nome do último Aureliano é Babilônia: vem do grego Babel e significa “confusão de línguas”, tendo sido ele o único a conseguir decifrar os pergaminhos grafados em sânscrito.Na cidade o tempo, mesmo sendo mítico, se passa mais próximo ao real por ser uma simples alegoria da América Latina, ocorrendo na amplitude do mundo, longe do centro.
Já na casa dos Buendía os episódios coexistem, como está explícito na epígrafe: “o primeiro da estirpe está amarrado à uma árvore e o último está sendo comido pelas formigas”, tudo escrito em “tempo presente”. Essa coexistência é encontrada na casa, no centro, por dali se originar o clã dos Buendía, o objeto da trama. O tempo mágico se apresenta nessas ações que o homem considera como mais importantes, únicas e sagradas, o que poderíamos chamar de rituais.
Há ainda o quarto de Melquíades na casa dos Buendía, que apresenta uma terceira característica temporal: nele o tempo é suspenso, simplesmente atemporal. Isso ocorre porque sua figura é altamente mítica, e decisiva na narrativa. É segundo suas previsões que tudo ocorre, nos seus pergaminhos é que está a totalidade do fenômeno COSMOS x CAOS.

CONCLUSÃO
Macondo é uma alegoria da América Latina, tanto no que se refere ao aspecto do conformismo e imobilismo social, visto que o homem aceita passiva e alienadamente os fatos ocorridos, como quando a cidade é invadida e devastada pelos americanos mas o povo, apesar de incomodado, mantêm-se inerte aos fatos, quanto à característica de sociedade patriarcal, pois confere a José Arcádio Buendía a idealização e fundação da cidade, além de ter em sua figura admiração e respeito de todos.
Até mesmo o nome “José” é uma referência ao patriarcado, considerando que José é, na narrativa Bíblica, o marido de Maria e pai de criação de Jesus Cristo. Além disso, é a figura masculina que ilustra o início e o fim da linhagem, quando Aureliano Babilônia encontra na epígrafe, já citada nessa análise, que “o primeiro da estirpe está amarrado a uma árvore (José Arcádio Buendía) e o último está sendo comido pelas formigas (filho de Aureliano Babilônia)”.
Cem Anos de Solidão nos remete ao labirinto do Minotauro (onde nasceu o MITO DO ETERNO RETORNO). É como se a família Buendía estivesse presa numa fortaleza, arquitetada por Melquíades, num labirinto de espelhos impossível de escapar, onde todos os caminhos levam ao centro. Cada membro da família tem traçado seu destino por um caminho, saindo de um mesmo princípio e chegando a um mesmo fim, que é o quarto de Melquíades (o centro ), onde se encontram os pergaminhos que contém encerrados em si o início e o fim de tudo.


Texto extraido do excelente site literário"PARA LER"

sexta-feira, 26 de março de 2010

A LIBERDADE É AZUL!



Começo da manhã,um radioso sol de primavera.Pontos cheios,os velhos ônibus apinhados,todas as suas cadeiras desconfortáveis ocupadas por passageiros sonolentos e largados.Muitos cochilavam,apesar do barulho do cunversê,dos celulares tocando enfurecidos e dos falsos mendigos e pedintes atacando os “otarianos”,que repartiam com eles seu suado dinheirinho.E mais ,a temperatura de 35º.
Junte a tudo isso,os neo-malucos de Edir Maiscedo a ler a bíblia em altos brados,ameaçando com o fogo dos infernos os descrentes,tipos sem coração que relutavam a entrar para o rebanho e pagar os sagrados dízimos.
Subindo a Contorno,eis que surge a vista deslumbrante do mar da Bahia.Amplo,vasto,azul,livre!
Os passageiros respiraram fundo a brisa marinha.
Chegando á Avenida Centenário,o coletivo parou no ponto do Shopping Barra,onde saltaram alguns,um visível ar de alívio no rosto.
Mas,subiu outro tanto e nada mudou;só o calor que aumentou para 40º.

O ponto da Airosa Galvão estava lotado;desceram três,subiram dez.
O ônibus despontou em frente ao Cristo.Uma brisa brejeira,brincalhona,alegre,reconfortou os massacrados passageiros.
A visão do mar,do verde da grama e das pessoas felizes que caminhavam rumo à praia,como que acalmou os passageiros.
De repente, o cobrador solta um grito aflito:

-Pára!Pára!
Assalto,foi o pensamento de todos.
E,o cobrador,enlouquecido,fera ferida,aos berros:
-Pára!Pára!
Assustado,o motorista freou.
O rapaz saltou pela porta traseira, arrancou a flanela vermelha do pescoço,jogou longe a camisa de brim,colada de suor,arrancou os sapatos,as calças,frenético,esquecido das contas,do trabalho difícil,do minguado salário,da mulher,das suas crianças remelentas,da sogra,do patrão,da casa miserável onde vivia,dos traficantes com quem cruzava pelas ruas tortuosas do bairro de periferia,da derrota do Bahia,do inferno,da polícia,dos assaltantes, do apontador,do fiscal,sacudindo os braços ao vento,que o engolfou,o invadiu,numa carícia prazerosa,correu em direção ao mar,atirou-se às ondas,mergulhou,satisfeito.
Não era livre,mas,naquele momento,estava.Começo da manhã,um radioso sol de primavera.Pontos cheios,os velhos ônibus apinhados,todas as suas cadeiras desconfortáveis ocupadas por passageiros sonolentos e largados.Muitos cochilavam,apesar do barulho do cunversê,dos celulares tocando enfurecidos e dos falsos mendigos e pedintes atacando os “otarianos”,que repartiam com eles seu suado dinheirinho.E mais ,a temperatura de 35º.
Junte a tudo isso,os neo-malucos de Edir Maiscedo a ler a bíblia em altos brados,ameaçando com o fogo dos infernos os descrentes,tipos sem coração que relutavam a entrar para o rebanho e pagar os sagrados dízimos.
Subindo a Contorno,eis que surge a vista deslumbrante do mar da Bahia.Amplo,vasto,azul,livre!
Os passageiros respiraram fundo a brisa marinha.
Chegando á Avenida Centenário,o coletivo parou no ponto do Shopping Barra,onde saltaram alguns,um visível ar de alívio no rosto.
Mas,subiu outro tanto e nada mudou;só o calor que aumentou para 40º.

O ponto da Airosa Galvão estava lotado;desceram três,subiram dez.
O ônibus despontou em frente ao Cristo.Uma brisa brejeira,brincalhona,alegre,reconfortou os massacrados passageiros.
A visão do mar,do verde da grama e das pessoas felizes que caminhavam rumo à praia,como que acalmou os passageiros.
De repente, o cobrador solta um grito aflito:

-Pára!Pára!
Assalto,foi o pensamento de todos.
E,o cobrador,enlouquecido,fera ferida,aos berros:
-Pára!Pára!
Assustado,o motorista freou.
O rapaz saltou pela porta traseira, arrancou a flanela vermelha do pescoço,jogou longe a camisa de brim,colada de suor,arrancou os sapatos,as calças,frenético,esquecido das contas,do trabalho difícil,do minguado salário,da mulher,das suas crianças remelentas,da sogra,do patrão,da casa miserável onde vivia,dos traficantes com quem cruzava pelas ruas tortuosas do bairro de periferia,da derrota do Bahia,do inferno,da polícia,dos assaltantes, do apontador,do fiscal,sacudindo os braços ao vento,que o engolfou,o invadiu,numa carícia prazerosa,correu em direção ao mar,atirou-se às ondas,mergulhou,satisfeito.
Não era livre,mas,naquele momento,estava.
Fale com o autor:
FALA O LEITOR:
Miriam!!!
Que coisa mais maravilhosa, gostosa de ler. ADOREI
Muito obrigada pela partilha, estou amando conhecer seu trabalho...Pena não ter mais tempo disponível para mergulhar nas tuas palavrase esquecer o mundo, os compromissos, as labutas... Certamente quando eu fizer isto estarei num mundo de sonhos, voando peloimaginário, feliz, satisfeita e.... LIVRE!!! Obrigada mesmo... Espero receber mais e prometo que assim queme "livrar" um pouco desses trabalhos da faculdade vou correndomergulhar no teu mundo!!!!
Tenha um belo dia, paz e muita luz!!!
Ceiça Lima

quarta-feira, 24 de março de 2010

VIDA DE ESCRITOR




Quando você acaba de escrever um livro, você está morto.
Mas,ninguém sabe que você está morto.
Tudo o que eles enxergam é a irresponsabilidade que resulta da terrível responsabilidade de escrever.
Ernest Hemingway,escritor americano

MUY AMIGOS!




Dois amigos chegaram a Salvador mais duros que pau de tarado.Tinham que arranjar dinheiro para a sobrevivência.
Por isso,bolaram um plano que puseram logo em ação,pois D. Nice(necessidade)estava batendo á porta.

-Baiano tem fama de generoso;vamos nos separar e pedir dinheiro na rua;no final do dia,vamos ver quanto conseguimos.
À noitinha se encontraram para contar o dindin.

-Quanto conseguiste?perguntou o argentino. (esqueci de dizer que eram "duristas"sul-americanos.)

-$15.00,disse o chileno.

-Fizeste o quê,prá conseguir?

-Escrevi um cartaz: "estou desempregado,tenho três filhos,preciso de ajuda.
_E,tu?ganhaste quanto? -$6.200.00 reais.

QQQuanto???
O que fizeste,assaltaste um banco!?

-Não! Também fiz um cartaz;só que o meu ,dizia: -Por favor! Me ajude a voltar pro meu país;só falta $1.00 real!

terça-feira, 23 de março de 2010

MADAME,QUAL É A SUA IDADE?



Existem regras sociais não escritas,não é?Gafes grosseiras,difíceis de engolir,que fazem as pessoas lhe olharem torto,e geram o efeito gangorra:onde você está as pessoas saem,de mansinho.Cara,é pior que o efeito sanfona,aquele emagrece engorda,engorda emagrece,terror das mulheres.
Pois,pois,como diria meu marido português,uma delas,a menos aceitável é perguntar a idade das damas.Segredo de estado!Mesmo que a idade esteja estampada na cara,debaixo de uma montanha de panqueique.
Cavalheiro bem educado,de boas maneiras,aquele que ainda manda flores,jamais cairá nessa deselegância imperdoável.
Mas,às vezes,por algum motivo,por isso ou por aquilo,os homens querem saber quantos invernos aquela bela senhora carrega de fato no lombo,descontadas as primaveras que ela confessa.
Homens argutos,certas raposas que se dariam muito bem na política,encontraram a solução.Um processo científico perfeito.Não fere a delicadeza das mulheres,nem constrange o cavalheiro.E,o resultado,mermão,é infalível!
É como um jogo,um joguinho social,como o bridge ou a tranca.
Peça a sua amiga que apanhe papel e lápis e depois fique de costas para ela,deixando-a bem relaxada.
Peça-lhe para escrever o número que corresponde ao mês do seu aniversário.Seu,dela,claro!(Êta raio de língua complicada!)Dê as coordenadas.

Ela vai:
Multiplicar por 2.
Somar 5.
Multiplicar por 50.
Somar a esse produto sua idade exata.
Subtrair 365.
Somar 115.
Peça a ela para dizer,em voz alta,o resultado.
O primeiro algarismo revela o mês de nascimento da garota;os dois restantes ,com precisão matemática,dirão a idade.
Duvida?
Digamos que a moça nasceu em maio,no 5º mês e tenha 42 anos.
Multiplicando 5 x 2 teremos 10.Somando 5,encontramos 15;Multiplicando 15 por 50,temos 750,não é,cara pálida?
Acrescentando a esse número a idade exata,isto é,42,acharemos o número 792;
Subtraindo 365 ficaremos com 327,ao qual,se somarmos 115,finalmente teremos o número da chave do grande mistério que é 542.Bingo!
Realize,Zé:além de saber o grande mistério de Elêusis,ou seja.a idade de uma coroa,você ainda será conhecido como um cobra em Matemáticas ou um prodigioso adivinho.
Não cobro nada pelos meus serviços,mas,seria gentil me enviar um comentário.
Fala,o leitor:
jose claudio,escritor mineiro -
Pô, essa técnica é infalível e ainda a gente sai de bom! Abração. paz e bem.09:19

segunda-feira, 22 de março de 2010

GABRIEL GARCIA MARQUEZ



Gabriel Garcia Marquez,Gabo,para os íntimos,nasceu em Aracataca,na Colombia,a 6 de março de 1928.
Criado por seus avós, Doña Tranquilina Iguarán e o Coronel Nicolás Ricardo Marquez Mejia,que lhe contava belas e heróicas histórias,pois tinha sido um veterano da Guerra dos Mil Dias;ambos os avós influenciaram muito sua literatura,principalmente o clássico “Cem anos de Solidão”,cuja Macondo,foi inspirada por Aracataca,seu berço natal.
Gabo estudou em Barranquilla,onde lia muito os contos das mil e uma noites e Kafka.
Largou o Direito pelo Jornalismo e trabalhou na Venezuela e nos Estados Unidos.
Em 1960 mudou-se para o México,onde escreveu roteiros cinematográficos e seu primeiro livro,”Ninguém escreve ao Coronel”;lá,ainda escreveria seu mais famoso romance,”Cem a
Anos de Solidão”.
Em 1982 recebeu o prêmio Nobel de Literatura.
Escreveu também,”Crônica de uma Morte Anunciada”,O Amor nos Tempos do Cólera”,”Do Amor e Outros Demônios”,”o General em seu Labirinto”.
Considerado um dos maiores escritores latino-americanos está escrevendo sua auto-biografia “Viver para Contá-la,cujo primeiro volume terminou em 2001.
“Cem Anos de Solidão” deveria ser leitura obrigatória para os amantes da Literatura.


OBRAS:

O enterro do diabo: A revoada (La Hojarasca) (1955) Memória dos prazeres Relato de um náufrago ,A sesta de terça-feira ,Ninguém escreve ao coronel (1961), Os funerais da mamãe grande ,Má hora: o veneno da madrugada ,Cem anos de solidão (1967) ,A última viagem do navio fantasma ,Entre amigos ,A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada ,Um senhor muito velho com umas asas enormes ,Olhos de cão azul ,O outono do Patriarca ,Como contar um conto (1947-1972) ,Crônica de uma morte anunciada (1981) ,Textos do caribe ,Cheiro de goiaba ,O verão feliz da senhora Forbes ,O Amor nos tempos do cólera (1985) ,A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile ,O general em seu labirinto ,Doze contos peregrinos (1992) ,Do amor e outros demônios (1994) ,Notícia de um seqüestro ,
Obra periodística 1:
Textos Andinos ,
Obra periodística 3:
Da Europa e América ,Viver para contar ,Memória de minhas putas tristes,

LEIA MAIS:
CASTRO ALVES, O POETA DA ESPERANÇA!
RILKE, O POETA
ENTREVISTA COM LEDO IVO

domingo, 21 de março de 2010

CONSELHOS ÚTEIS



AOS MOTORISTAS
Você vai andando tranqüilamente,na sua mão,a 60,quando um ônibus lotado a 100 por hora,bate no seu amado carro,luz da sua alma,para o qual 30% do seu salário ficará comprometido durante 60 meses.
1-Saia do carro e insulte o chofer.
2-Pergunte-lhe,indignado,se tirou a carteira num balaio.
3-Finja não ouvir a resposta nem vá para onde ele lhe mandou.
4-Examine o paralama amassado e tente endireitá-lo.
5-Limpe as mãos e pergunte a alguém da multidão,(sossegue,sempre logo,logo se forma uma multidão)se tem lápis e papel.
6-Peça ao monstrorista que lhe mostre a licença.
7-Escreva o nome dele a idade,o endereço número da matrícula e número da chapa.
8-Escreva os nomes,endereços e idades de três testemunhas.
9-Registre a hora exata e o local do acidente.
10-Anote o valor do prejuízo e a posição em que vinham ambos os carros.
11-Volte para seu carro postando um ar arrogante e cara fechada.
12-Ao dobrar a primeira esquina rasgue o papel e jogue-o fora.Não vai lhe adiantar nada mesmo.
13-Cabisbaixo,mas,não vencido,dirija-se à sua oficina de confiança.
Espero ter lhe sido útil de alguma forma.

sábado, 20 de março de 2010

A MORTE DO PROFESSOR



DOIS ANTIGOS COLEGAS DE ESCOLA SE ENCONTRAM NUM RESTAURANTE DEPOIS DE QUASE VINTE ANOS.APROVEITARAM PARA RELEMBRAR O PASSADO,AS AVENTURAS,OS COLEGAS;E,NATURALMENTE,OS MESTRES.
-SABES,FAZ UM MÊS QUE ESTIVE NO APARTAMENTO DO PROFESSOR FERNANDO.GOSTAVAS DELE?FOI O MELHOR PROFESSOR DE MATEMATICA QUE TIVEMOS.
GOSTAVA,SIM;ELE ME FEZ ENTENDER A ÁLGEBRA.E O VISTASTE?DEVE ESTAR VELHINHO!
-NÃO O VI.IMAGINA!O CRIADO DISSE QUE ELE FOI CASAR!ELE TEM 76 ANOS E A NOIVA ,17.
-CARAMBA!
-POIS É,DIAS DEPOIS VOLTEI LÁ.PERGUNTEI:
-CADÊ O PROFESSOR?
-MORREU!
-MORREU!MAS,ELE NÃO TINHA ACABADO DE SE CASAR!?DE QUE MORREU ELE?
-DE MATEMATICAS.
-O QUE?DE MATEMATICAS!?
-SIM,SENHOR.ELE QUERIA VER QUANTAS VEZES SETENTA E SEIS PODIAM CABER EM DEZESSETE E MORREU NA OPERAÇÃO.




quinta-feira, 18 de março de 2010

SEXTA É DIA DE POESIA!



Partir sem saber para onde.
Repartir sem saber para quem
porque o coração nada sabe da linha reta.
E,o mundo,assim,
não mais será peso
nem apoio.
Mas,doce participação.
Lindolf Bell,poeta brasileiro.

uma mulher,uma musa!


Dostoievsky casou-se com sua taquigrafa,Machado tinha em Carolina uma revisora,Jorge Amado tinha em Zélia a sua primeira leitora e crítica,Saramago tem em Pilar Del Rio a sua musa.
Ele a chama “a sua casa”,reclama porque ela “tardou a chegar”,o fato é que a jornalista Pilar Del Rio,é a alma gêmea de José Saramago,há 23 anos.
Ela organiza seu trabalho e sua obra,traduz seus livros para o espanhol,fundou e dirige a Fundação José Saramago,é a amiga e conselheira de todas as horas.
Ele diz que Pilar o salvou da morte,não só pelo pronto atendimento que lhe deu no auge da crise,como porque ele sabia que tinha um porto a voltar.
Ela discorda dessa estória de musa; diz que “o escritor que,supostamente,tem uma musa,no fundo o que tem é um objeto que lhe facilita pensar ,o que sente por si próprio”.
Aos dez anos,Pilar era viciada em leitura;na sua aldeia,na Espanha,não tinha escolas e ela aprendeu lendo jornais.
A primeira palavra que soletrou foi Eisenhower.
Na adolescência começou a ler os russos,mas,ao contrário da maioria dos leitores,sempre se interessou mais pelos autores do que pelo livro em si.O autor levanta mundos com palavras,ela diz.
Sua paixão pelo jornalismo é sagrada,mas,sempre pesquisa a verdade dos fatos e quer saber tudo sobre os bastidores da notícia.O jornalismo deve procurar saber o porquê das coisas;deve ter uma visão crítica do mundo,completa.Hoje o jornalismo é servil,comprado,conformado.Imagine se ela conhecesse a fundo os nossos PIGs.
Inconformada,voltou-se para o jornalismo cultural;entrevistas,notícias literárias etc.
Seu encontro com Saramago deu-se numa livraria;ao ler o primeiro parágrafo do livro “Memorial do Convento”,apaixonou-se.
Eu,também;e,como Pilar sou fiel a ele até hoje.
As semelhanças entre a leitora e a esposa acabam ai.
Ela leu o livro numa semana;eu,em três dias.Ela o achava um gênio da crítica social.Eu o considero o maior escritor do século XX.
Como fiz,anos atrás,ela foi a Lisboa peregrinar pelos mesmos caminhos de Ricardo Reis,um dos heterônimos de Fernando Pessoa e protagonista do livro “O Ano da morte de Ricardo Reis”.
Depois encontrou Saramago,tomaram um café e leram juntos o “Livro do Desassossego”,de Pessoa. Visitaram Pessoa no cemitério dos Prazeres.( Só os portugueses para darem o nome de Prazeres a um cemitério!)Como vêem,Pessoa abençoou esse amor,nada desassossegado.
Foi uma paixão avassaladora.Saramago,já um escritor respeitado,viajava nove horas de carro só para vê-la em Sevilha.
Pilar é nome de rua em Azinhaga,cidade do Alentejo,onde Saramago nasceu.Uma forma maior de homenagear o poeta na pessoa que ele mais amou.
Ela acha que o leitor completa a obra do autor e o tradutor é quem se coloca ao lado do autor ,pois,traduz e interpreta seu pensamento.
Íntegra como os personagens femininos de Saramago,Pilar completa a vida do autor,pois,sendo a escrita um ato solitário,o escritor precisa de alguém que o ponha em contato com a rotina e resolva os problemas mais comezinhos por ele.
Ela confessa só ter um medo:que termine a vida física do seu marido.Sobre o amor que partilham,define como José:”contar com os dedos e ver a mão cheia.”
LEIA MAIS:
SARAMAGO E EU
O ETERNO FERNANDO PESSOA

quarta-feira, 17 de março de 2010

COMO NASCERAM AS ARTES




As artes que falam aos olhos – escultura,pintura etc –floresceram muito mais rapidamente no mundo antigo do que as dependentes da imaginação,como a Literatura e a música.
Desde que a linguagem começou, ou seja,depois que os grunhidos começaram a ficar inteligíveis,que o contar estórias foi uma atividade muito importante e reconhecida.
Os elementos necessários a uma boa prosa literária,ou seja,um senso de frase,a inventiva e o estudo dos caracteres,podem ser encontrados onde quer que duas mulheres de qualquer raça ou nação se juntem para conversar.
Dos sonhos brotaram as estórias.Eles eram narrados,dramatizados,cheios de gestos e suspense,movimentos rítmicos, danças e cantos.
Todas essas coisas já existiam antes da civilização.
Os sacerdotes estimulavam essa prosa e se aproveitavam dela para criar fábulas aceitas até hoje,como a estória da Criação,por exemplo.
Não ligavam muito para formas literárias;o importante era o espetáculo.
O Teatro e o Drama como o conhecemos ,ainda não existiam.Os divertimentos favoritos eram as sangrentas touradas,os assassinatos punitivos de escravos ou as lutas de morte entre eles.
Os escritos egípcios mais antigos eram receitas mágicas,fórmulas de encantamento,aforismos morais ou simples registros.
Tanto eles como os sumerianos eram simples e práticos.
Ninguém estava interessado na estória de suas origens ou contos fantásticos.
A primeira e mais importante lenda egípcia era a da viagem da alma até Osíris depois da morte,contada e recontada milhares de vezes:”O Livro dos Mortos”.
Os judeus ainda estariam para escrever o seu livro,”A Bíblia”,que continha estórias de todos os povos antigos;uma espécie de enciclopédia da antiguidade.
Em todo o mundo antigo,a música nunca foi uma arte autônoma;existia como complemento dos cantos e danças.Possuía ritmo,melodia,mas,não tinha harmonia.Era cantada,soprada e tocada por todos ao mesmo tempo.Sapateados,batidas de palmas e tambores primitivos faziam o acompanhamento.Além destes,os cìmbalos,as flautas,os tamborins,o alaúde,as trompas de chifre.
Mais tarde vieram os instrumentos de corda:a lira,a harpa,o saltério,o bandolim.
A Literatura não se desenvolveu devido à precariedade da escrita;o saber era propriedade exclusivo dos sacerdotes,que se ocupavam mais das coisas práticas ligadas ao governo e à religião.
Os seres humanos eram os mesmos,tinham bons ouvidos,imaginação,porém,não podiam dominar a escrita e portanto transmitir seus conhecimentos a seus sucessores.

LEIA MAIS:
INVICTUS!
CURIOSIDADES...

terça-feira, 16 de março de 2010

RILKE,O POETA


QUE FARÁS TU,MEU DEUS,SE EU PERECER?



Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?
Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?

Eu sou o teu vaso - e se me quebro?

Eu sou tua água - e se apodreço?

Sou tua roupa e teu trabalho

Comigo perdes tu o teu sentido.
Depois de mim não terás um lugar

Onde as palavras ardentes te saúdem.

Dos teus pés cansados cairão

As sandálias que sou.

Perderás tua ampla túnica.

Teu olhar que em minhas pálpebras,

Como num travesseiro,

Ardentemente recebo,

Virá me procurar por largo tempo

E se deitará, na hora do crepúsculo,

No duro chão de pedra.
Que farás tu, meu Deus?

O medo me domina.


(Tradução: Paulo Plínio Abreu)



Rainer Maria Rilke nasceu em Praga no dia 4 de dezembro de 1875. Depois de viver uma infância solitária e cheia de conflitos emocionais, estudou nas universidades de Praga, Munique e Berlim. Suas primeiras obras publicadas foram poemas de amor, intitulados Vida e canções (1894). Em 1897, Rilke conheceu Lou Andreas-Salomé, a filha de um general russo, e dois anos depois viajava com ela para seu país natal. Inspirado pelas dimensões e pela beleza da paisagem como também pela profundidade espiritual das pessoas que conheceu, Rilke passou a acreditar que Deus estava presente em todas as coisas. Estes sentimentos encontraram expressão poética em Histórias do bom Deus (1900). Depois de 1900, Rilke eliminou de sua poesia o lirismo vago que em parte lhe haviam inspirado os simbolistas franceses, e, em seu lugar, adotou um estilo preciso e concreto, que podemos perceber em O livro das horas (1905), que consta de três partes: O livro da vida monástica, O livro da peregrinação e O livro da pobreza e da morte. Esta obra o consolidou como um grande poeta por sua variedade e riqueza de metáforas, e por suas reflexões um pouco místicas sobre as coisas.Em Paris, em 1902, Rilke conheceu o escultor Auguste Rodin e foi seu secretário de 1905 a 1906. Rodin ensinou o poeta a contemplar a obra de arte como uma atividade religiosa e a fazer versos tão consistentes e completos como se fossem esculturas. Os poemas deste período apareceram em Novos poemas (2 volumes, 1907-1908). Até o início da I Guerra Mundial, o autor viveu em Paris de onde realizou viagens pela Europa e pelo norte da África. De 1910 a 1912 viveu no castelo de Duíno, próximo a Trieste (agora na Itália), e ali escreveu os poemas que formam A vida de Maria (1913). Logo após iniciou a primeira redação das Elegias de Duíno (1923), obra esta em que já se percebe uma certa aproximação dos conceitos filosóficos existenciais de Soren Kierkegaard. Em sua obra em prosa mais importante, Os cadernos de Malte Laurids Brigge (1910), novela iniciada em Roma no ano de 1904, empregou imagens corrosivas para transmitir as reações que a vida em Paris provocava em um jovem escritor muito parecido com ele mesmo.Residiu em Munique durante quase toda a I Guerra Mundial e em 1919 mudou-se para Sierra (Suíça), onde se estabeleceu para o resto de sua vida, salvo algumas visitas ocasionais a Paris e Veneza, concluindo as Elegias de Duíno e escreveu Sonetos a Orfeu (1923). Estas obra são consideradas as mais importantes de sua produção poética. As Elegias representam a morte como uma transformação da vida e uma realidade interior que, junto com a vida, foram uma coisa única. A maioria dos sonetos cantam a vida e a morte como uma experiência cósmica. Rilke morreu no dia 29 de dezembro de 1926 em Valmont (Suíça).Sua obra, com seu hermetismo, solidão e ociosidade, chegou a um profundo existencialismo e influenciou os escritores dos anos cinqüenta tanto na Europa como na América.


Texto extraído do livro "Cartas a um jovem poeta", tradução de Paulo Rónai, Editora Globo – Rio de Janeiro, 1995.
Fonte:Releituras
IMG:Google



LEIA MAIS:
CASTRO ALVES, O POETA DA ESPERANÇA!
HOJE É DIA DE POESIA.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O PRESIDENTE E O ORIENTE - MÉDIO




Brasil traz 'elemento novo' para processo de paz, dizem analistas no EUA
da BBC Brasil, em Washington
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio em um momento de crise de credibilidade no processo de paz na região pode representar um elemento novo e positivo, mas tem poucas chances de obter algum avanço, dizem analistas nos Estados Unidos consultados pela BBC Brasil.


Naturalmente,nenhum pais até hoje conseguiu nem conseguirá a paz,pois não existe uma paz unilateral e os sionistas que dominam Israel não a desejam.
"É positivo que o presidente brasileiro esteja fazendo essa viagem, mostra que o mundo não está completamente indiferente", afirma o especialista em Oriente Médio Thomas Lippman, do Council on Foreign Relations, em Washington. Já é um avanço,pois,os palestinos e seus dramas nunca foram levados a sério pelos chamados paises ricos.A Palestina não tem petróleo!
"Mas nem o Brasil nem qualquer outro país do mundo está pronto para obter algum avanço no processo de paz no Oriente Médio", diz Lippman. "O processo de paz é um embuste, uma ficção."


Temos que concordar;na minha opinião o Estado Judeu não quer nem nunca quis a paz;o genocídio e esmagamento do povo palestino é um exemplo disso.
Lula chegou à região neste domingo
para encontros com autoridades de Israel e dos territórios palestinos, menos de uma semana depois da conturbada passagem do vice-presidente americano Joseph Biden. Para quem os judeus armaram uma tremenda" saia justa";os americanos,seus príncipais aliados estão "por aqui" com eles;
Crise em Jerusalém
Durante
a visita de Biden, na última terça-feira, o governo israelense anunciou a construção de 1,6 mil novas casas em assentamentos em Jerusalém Oriental.
O anúncio provocou constrangimento ao vice-presidente americano, que havia viajado justamente para tentar promover o início das negociações indiretas entre os dois lados, e gerou fortes críticas por parte dos Estados Unidos. Sem comentários!
Em um telefonema ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que o anúncio abalou a relação entre Estados Unidos e Israel e a confiança no processo de paz. A única coisa que mantém essa aliança é o lobby dos judeus ricos de New York e o controle deles à Imprensa e ao dinheiro que financia campanhas de congressistas americanos.
O congelamento dos assentamentos judaicos em territórios palestinos é uma das principais exigências das autoridades palestinas para a retomada das negociações. Criar um Estado Palestino é fácil.Falta vontade.
Confiança
Segundo o pesquisador Douglas Farah, do International Assessment and Strategy Center, a chegada de Lula logo após a visita de Biden pode ter um impacto positivo.
"O Brasil pode gerar um maior nível de confiança em todas as partes envolvidas no processo", diz."Os Estados Unidos não são vistos como um mediador imparcial por todos os lados. O Brasil, ao contrário, não tem uma relação tão próxima com Israel como a dos Estados Unidos", afirma Farah. Verdade;nos mantemos imparciais.Agora,pelo meu gosto o Brasil não deveria se meter nesse "saco de gatos".Os europeus ajudaram a criar o Estado Judeu;eles que desenrolem seus nós.
De acordo com o analista, o fato de Lula ter anunciado que vai dividir seu tempo igualmente entre Israel e os territórios palestinos, inclusive pernoitando em Belém, também deve contribuir para esse nível maior de confiança.
"Será visto como um gesto de solidariedade com os palestinos", diz Farah. "Mas também é importante ressaltar que o tempo de Lula à frente do governo está chegando ao fim, e isso pode ser interpretado mais como um gesto pessoal dele do que como uma postura do Brasil." Nós,brasileiros,somos um povo justo;apoiamos os palestinos.
A visita não deverá trazer mudanças no processo de paz. "Israel já deixou claro que não vai desistir da Cisjordânia, de Jerusalém Oriental, que não vai ceder", diz Lippman.
"É improvável que depois de uma conversa com Lula, Netanyahu decida mudar de ideia."




Transcrito da "Folha de São Paulo".
Comentários:Miriam Sales

domingo, 14 de março de 2010

CASTRO ALVES, O POETA DA ESPERANÇA!



Em 1847,nascia, na Fazenda Cabaceiras, Antonio de Castro Alves,um dos maiores poetas brasileiros.
Filho de médico,o pai mudou-se ,mais tarde,para Muritiba,cidade do Recôncavo Baiano,para que o filho aprendesse as primeiras letras.
Em 1854 a família mudou-se para Salvador e o menino Cecéu foi matriculado no Colégio Sebrão;mas,logo foi transferido para o Ginásio Baiano,do emérito professor Abílio César Borges.
Ávido leitor dos poetas franceses,como Vitor Hugo,aos 13 anos escreve sua primeira poesia.
Indo estudar Direito no Recife,onde foi colega de Tobias Barreto,consegue publicar num jornal desta cidade,”A Destruição de Jerusalém”,provavelmente influenciado por Torquato Tasso,célebre poeta italiano.
Belo,elegante,vasta cabeleira negra,olhos pretos devoradores,o jovem fazia sucesso entre as mulheres;até a famosa atriz Eugênia Câmara,depois sua grande paixão,declamou versos seus no Teatro Santa Isabel.
Em 1864,porém,coisas terríveis aconteceram.Seu irmão mais velho suicidou-se e ele contraiu uma tuberculose;após a primeira hemoptise voltou à Bahia,para tratar-se.
Um ano depois volta para Recife com Fagundes Varela e declama “O Século” na abertura dos cursos jurídicos.Funda uma sociedade abolicionista.
Começam as viagens,Salvador,Rio de Janeiro,sempre em companhia da amada Eugênia Câmara.
Quando ele aparecia nos saraus ou na platéia dos teatros, belo e forte como um jovem herói,irrepreensivelmente vestido de negro que lhe ressaltava a palidez romântica,os homens o aplaudiam com vigor e as mulheres suspiravam,comovidas.Todos os que ouviam a sua voz melodiosa e retumbante,eram presas de fortíssima comoção e prorrompiam em brados entusiasmados.
Cursa o terceiro ano de Direito em São Paulo,na Faculdade do Largo de São Francisco.
1868 foi um ano produtivo. Escreveu e declamou “o Navio Negreiro”,foi aprovado nos exames,seu poema “Gonzaga” estreou no Teatro São José e rompeu com Eugênia.
Parece que a tragédia foi sua companheira,pois,ao sair para uma caçada, pulando para atravessar um riacho,detonou sua própria espingarda e baleou o pé,que teve que ser amputado,sem anestesia.
A conselho médico vai para Curralinho;tenta a cura em Santa Isabel;melhor,volta para Salvador para o lançamento do seu livro “Espumas Flutuantes”.
Em 1871, aos 24 anos,morre o poeta maior da Literatura brasileira.Desaparecia tão cedo a sua formosa mocidade e gênio;foi o guia e chefe dessa geração de jovens desassombrados,que lutava pelo que considerava certo e pela liberdade dos despossuídos.
Já o era no seu tempo como é agora, idolatrado pelo povo;Sofreu com a inveja e a “panelinha” literária da época,que existe e persiste até os nossos dias.Mas,a admiração anônima e espontânea dos leitores é o que interessa ao escritor porque o leva à fama e à posteridade.
Os sábios distinguem e julgam;só o povo ratifica a justiça ou o gosto dessas sentenças;a admiração popular nunca faltou a Castro Alves.
Ainda hoje me emociono até às lágrimas quando recito “Ode ao Dois de Julho” ou “Navio Negreiro”;do mesmo jeito que me emocionava nos idos de ’60,quando na Escola Normal ou nos festejos do 2 de Julho era chamada a recitá-los,em público.
LEIA TAMBÉM:
Um poema de Castro Alves,no blog:wwwfiatluxblogspotcom.blogspot.com
FALA O LEITOR:
Paulo Martins 13:19 (30 minutos atrás)
Grandiosíssimo Poeta! Pena que tenha vivido pouco, não é mesmo, cara Miriam!Mas penso que pessoas assim não morrem de fato!Abraço e ótima semana
Paulo

sábado, 13 de março de 2010

PAPAI BALZAC E O CASAMENTO




Balzac ,apesar de celibatário convicto,sabia das coisas.
Seu livro,”A Fisiologia do Casamento”,narrava com humor e irreverência,os prazeres e percalços da vida conjugal,vista à maneira francesa nos idos de 1830.
O maior problema do casamento nesta época,era o desconhecimento,para as moças do que aconteceria no leito conjugal e,para os homens ,o total descaso sobre os mecanismos da fisiologia feminina,cujo despertar do desejo era mais tardio e totalmente diferente do desejo masculino;o amor romântico recém inventado,povoava de contos de fadas o imaginário dessas garotas e a violência brutal do desejo masculino,”exigindo carícias,plenas,obscenas”,como fala a música de Chico,assustava de tal modo as donzelas,que,praticamente, o casamento terminava aí.
Balzac aconselhava:-“Nunca comecem o casamento por uma violação”.
Ele comparava,de modo magistral ,o recém casado a um orangotango tentando tocar violino.
Um rico banqueiro estava a tocar seu violino , no jardim,quando Balzac reparou o macaco do dono,trazido de Bornéo,vir se achegando,de mansinho,embevecido,escutando os sons.
Num dado momento,o banqueiro se ausentou e deixou o violino no parapeito da janela;como a corrente que prendia o bugio era muito comprida,ele passou a mão no violino e correu com ele para baixo de uma árvore.
O nosso antepassado agarrou o instrumento e cheirou-o,como se fosse uma banana.
O violino emitiu um acorde e o macaco sacudiu a cabeça,voltou-o,mirou-o,de todos os ângulos,levantou-o no ar,agitou-o,colocou-o perto do ouvido,o largou no chão,tornou a apanhá-lo,com um ar de completa desconfiança e agradável surpresa.
Pôs o violino debaixo da barba e segurou com força,mas,ao ver o violino mudo,achou que não valia a pena perder tempo aprendendo a lição.Começou a puxar as cordas com vigor e saíram sons discordes,como era de se esperar.
Enraivecido com o seu fracasso ao produzir música,agarrou o arco e começou a surrar as cordas,sem dó,nem piedade;depois de destruir completamente o violino,sentou-se e começou a desfiar as louras sedas do arco,feito em pedaços.
Deste dia em diante, sempre que vou a um casamento,diz Balzac,não deixo de comparar o novel marido a um orangotango tentando tocar violino.
O amor é a mais doce e melodiosa das harmonias,disso sabemos.
A mulher é um delicado instrumento de prazer( as feministas vão querer o meu sangue,mas,sosseguem,garotas,é o Balzac dizia,não eu),mas,é necessário conhecer-lhe as cordas vibráteis,estudar-lhes a posição,dedilhar com maestria o teclado,acariciar as cordas.
Quantos orangotangos – digo- maridos casam sem ter noção do corpo da mulher!
Despedaçam o coração que não compreendem e falam de amor do mesmo jeito que escravos natos falam de liberdade;por ouvir dizer.
Começam por arrombar a porta alheia e querem ser bem recebidos na sala.
Mas,qualquer artista sabe que a dedicação e o conhecimento do seu instrumento,anos de observação e estudo é que cria a harmonia da música;assim,tocam uníssonos e ambos se tornam uma só alma.
Homens,maridos ou amantes,ajudei em alguma coisa?
Se querem uma melodia maravilhosa aprendam, ao menos ,a tocar o instrumento.

LEIA TAMBÉM:
TODO PODER ÀS MULHERES

FALA O LEITOR:
15/03/2010 17:33 - Maria IaciHoje, pelo menos, a mulher tem a prerrogativa de experimentar antesde casar... Bela crônica! Um beijo na testa. :)

15/03/2010 22:39 - Maria Olimpia Alves de Melop/mail
Uma crônica impecável, da primeira a última linha.


15/03/2010 15:19 - Rejane Chica TU ÉS SEMPRE FANTÁSTICA! E A IMAGEM,RSSRS,...BEIJOS,TUDO DE BOM,CHICA


17/03/2010 10:25 - Ivone Alves SOL,poetisa
Perfeita em estética linguística, humor e mensagem! Sua página é aprendizado e entretenimento. A imagina ficou ótima! Bjs, Miriam!

sexta-feira, 12 de março de 2010

ENTREVISTA COM LEDO IVO





UM IMORTAL DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS DISPARA SEUS PETARDOS: O CALOR E A PAISAGEM EXUBERANTE “ATRAPALHAM” O BRASIL. E MAIS: LITERATURA BRASILEIRA É “PAISAGÍSTICA, COSMÉTICA E DESESPIRITUALIZADA”
Postado por Geneton Moraes Neto em 26 de fevereiro de 2010 às 12:40
Aproveitando a carona no post do excelente repórter Geneton Moraes Neto,nesta entrevista feita com Ledo Ivo,poeta e imortal,,como é costume no Nordeste,agarrei o bonde andando e iniciei uma conversa fiada com o escritor de belos versos.
Um imortal da Academia Brasileira de Letras, o poeta e escritor Lêdo Ivo, aos 86 anos,lança farpas e “chuta o balde” em entrevista exibida no DOSSIÊ GLOBONEWS ( com reprise na segunda-feira, às três e meia da tarde). A entrevista foi gravada num ambiente solene : a sala de reuniões da Academia, no centro do Rio. Mas o escritor – de 86 anos – não se furtou a disparar seus petardos.
Lêdo Ivo defende uma tese original: diz que a exuberância da paisagem atrapalha o Brasil, porque faz com que o brasileiro viva voltado para fora, em detrimento da “vida interior”. Concordo plenamente com ele;o calor nos torna preguiçosos,com preguiça de pensar. O resultado se faz sentir na literatura brasileira:“É claro que a exuberância da paisagem atrapalha. Veja o problema amazônico : a paisagem no Brasil sai pelo ladrão. Isso se reflete na literatura brasileira. É um literatura muito paisagística, muito cosmética. É raro, no Brasil, um escritor do tipo de Machado de Assis, um “tatu” literário, que sonda as almas. Trecho profundo;nossa literatura carece de originalidade,é extremamente descritiva e,não é atoa,que de uns tempos para cá os bons escritores sejam raridades.Uma das funções da literatura é o estudo da condição humana. Você não pode fazer uma literatura cosmética, só de fora.Tirando Rubens Fonseca,o que sobra?Temos uma literatura midiática,vale o que sai na (ou da) Globo. Você tem de fazer uma literatura “de dentro”. Isso falta ao Brasil! É um país que tem uma literatura muito desespiritualizada, uma literatura muito de superfície”
O escritor aponta outro “mal” brasileiro: o calor – que não favorece, em nada, a reflexão :
“O calor excessivo não ajuda a reflexão. Os escritores europeus produzem, em geral, nos meses de frio. Baudelaire anseia pelo frio para escrever seus poemas! Aqui no Brasil, o calor atrapalha muito”.
Lêdo Ivo pede passagem:
*”Não consigo passar da página três de nenhum livro de teoria literária, porque não sei em que língua são escritos”. Nem,eu,querido Ivo;escritor nasce feito,é um dom,e,como dizia mestre Lobato,escrever é como quem mija,tem que deixar fluir.Desconfio de escritores que dizem que “suam” para criar um texto,que se torturam,se isolam...Melhor seria que fossem contadores;ou,economistas....”Um livro de três mil exemplares no Brasil já é um best-seller”.Verdade.E precisa de muita divulgação..”O sistema de de difusão cultural no Brasil mudou. Já não temos críticos literários. Quando surgi, havia críticos como Antônio Cândido, Sérgio Buarque de Holanda, Álvaro Lins e Wilson Martins – que me reconheceram. Pude sair do anonimato e me tornar uma figura pública. Hoje, o ”juiz literário” do poeta é o repórter do segundo caderno”.Acertou na mosca!Os editores miram de alto a baixo o novel escritor,os “jornalões “o ignoram,os vizinhos riem dele.Que saudade dos bons críticos!*”Antes,vinha gente de Minas Gerais para ver Olavo Bilac passar na avenida. Hoje, ninguém vem nem de Nova Iguaçu para ver um de nós passar pela avenida Presidente Wilson!”Claro,só faz sucesso cantora de axé que tem o cérebro na bunda e jogador de futebol que o tem nos pés.
*”Noto que os jovens poetas não têm o senso da tradição literária. Não leram Dante, não leram Skakespeare. Não é culpa deles apenas. É culpa do sistema educacional ! As escolas começaram a privilegiar o presente, como se o Brasil tivesse começado na Semana de Arte Moderna !”.
Ninguém lê nada,caro amigo.Conheço escritores que nunca leram os clássicos,não passam da Folha de São Paulo ou da Veja.Quem não tem uma boa bagagem literária,como pode escrever?*”Desde que, na ditadura militar, se substituiu o estudo da gramática pela chamada “comunicação e expressão”, as novas gerações começaram a falar muito mal. É uma linguagem padronizada – e, às vezes, de grunhidos…”É a turma do “oi”.Nem se comunicam,nem se expressam.E,a gramática sofre torturas inauditas,inclusive,entre jornalistas.As barbaridades que escrevem e falam,seria de rir,se não fosse para chorar...
Lêdo Ivo chama
de “babaca” um nome importante da literatura brasileira. A palavra “babaca” foi usada numa chamada levada ao ar pela Globonews.
Resultado: o poeta foi informado de que já se fizeram até apostas para descobrir quem é o alvo do ataque. Amigos telefonaram para Lêdo Ivo perguntando se era verdade que o “babaca” seria Machado de Assis. Houve quem fizesse outro palpite ousado: o “babaca” seria Joaquim Nabuco. Ou Guimarães Rosa.
Não: o escritor chamado de “babaca” por Lêdo Ivo é Oswald de Andrade, um dos pais do Modernismo brasileiro. Por quê ? Ora, porque ele era “chato”, disse, sucintamente, o poeta.Concordo;nunca consegui ler o Oswald,fruto,a meu ver,da elite paulistana que criou o Modernismo,seja lá o que isso signifique.
Na entrevista da TV
,o poeta lamenta que não se estude mais latim;ele está certo.Como pode se falar ou escrever numa língua sem conhecer suas raízes?
Aprendi rudimentos de Latim e Grego na escola,e,hoje,louvo o meu professor,um padre que me obrigava a estudar declinações e ler “De Bello Galico”,a nossa “Arte da Guerra”,de antanho.
Para finalizar,um poema de Ledo Ivo:
“O dia se enamora de si mesmo
como um corpo no espelho.
Tempo,composição da água que flui
num rio de rumores e desejos.
Alarido do ser!
VEJA TAMBÉM:
LER É CRESCER

FALA LEITOR:

CEZARUBALDO CEZAR,poeta baiano 16:26 (7 horas atrás)
CARÍSSIMA MIRIAM,QUE MARAVILHA DE ENTREVISTA.TAMBÉM AS SUAS INSERÇÕES FORAM FEITA DE FORMA EXUBERANTE.QUE BOM QUE UM HOMEM COMO LEDO IVO ABRE A BOCA E DIZ TEXTUALMENTE TANTAS VERDADES.A ENTREVISTA DE LEDO IVO DEVERIA SAIR EM PUBLICAÇÕES DO PAIS INTEIRO,DURANTE O ANO INTEIRO.MAIS UMA VEZ,GRANDE ABRAÇO.E FELIZ FINAL DE SEMANA.

quinta-feira, 11 de março de 2010

ESCREVER (BEM) É PRECISO!


A arte do conto
[Fragmento]

[Mary] Flannery O'Connor

Sempre ouvi dizer que o conto é um dos gêneros literários mais difíceis; e sempre tratei de descobrir por que as pessoas têm tal impressão a respeito do que considero uma das formas mais naturais e básicas da expressão humana. Até me inclino a pensar que a maior parte das pessoas possui certa capacidade inata para contar histórias; capacidade que costuma perder-se, não obstante, pelo caminho. Supostamente, a capacidade de criar vida com palavras é essencialmente um dom. Se alguém o possui desde o início, poderá desenvolvê-lo; mas se alguém carece dele, melhor será que se dedique à outra coisa. Todavia, pude advertir que são as pessoas que carecem de tal dom, as quais, com maior freqüência, parecem possuídas pelo demônio de escrever contos. Estou segura que são elas que escrevem os livros e os artigos sobre "como se escreve um conto". Um conto é uma ação dramática completa e nos bons contos os personagens mostram-se por meio da ação, e a ação é controlada por meio dos personagens. E como conseqüência de toda a experiência apresentada ao leitor, deriva-se o significado da história. De minha parte, prefiro dizer que um conto é um acontecimento dramático que implica a uma pessoa, tanto compartilhando conosco uma condição humana geral, tanto se achando numa situação muito específica. Um conto compromete, de um modo dramático, o mistério da personalidade humana. Para o escritor de ficção, no olho encontra-se a vara com a qual há de se medir cada coisa; e o olho é um órgão que, além de abarcar tudo quanto se pode ver do mundo, compromete com freqüência nossa personalidade inteira. Envolve, por exemplo, nossa capacidade de julgar. Julgar é um ato que tem sua origem no ato de ver. Na escrita de ficção, salvo em muitas ocasiões, o trabalho não consiste em dizer coisas, mas sim mostrá-las. Um bom conto não pode ser reduzido, só pode ser expandido. Um conto é bom quando vocês podem seguir vendo mais e mais coisas nele, e quando, apesar de tudo, seguem escapando-se de um. Na maioria dos bons contos é a personalidade do personagem o que cria a ação da história. Na maioria desses contos, sinto que o escritor pensou numa ação e logo selecionou um personagem para que a leve a cabo. Usualmente, existem mais probabilidades de chegar a um bom final se começar de outra maneira. Se partindo de um personagem real estamos no caminho de que algo ocorra antes de começar a escrever, não se necessita saber o que. Em verdade, pode ser melhor que se ignore o que vai acontecer. Cada um deve ser capaz de descobrir algo no conto que escreve. N. B.: Traduzido por Helton Cenci da versão em castelhano de Flannery O'Connor.

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Ô DE CASA? CADÊ O VENDEDOR DE LIVROS???



Antigamente,de preferência pela manhã,eles batiam nas portas.
Eram vendedores de livros,mas,eu os considerava vendedores de sonhos.
Vinham em hora matinal,não só para fugir do sol forte;mas,principalmente,para não perder o gás,pois,as reuniões com os supervisores eram cedinho e feitas especialmente para estimular e entusiasmar os vendedores para a dura missão que lhes esperava.
Bater de porta em porta para vender um produto que quase ninguém queria. Livros! Ora,livros,diziam as donas de casa.Se ainda fosse vassouras ou desinfetantes..-Mas,madame,de certa maneira eles são.Varrem preconceitos,juntam sabedoria e desinfetam as idéias,além de criar outras,é claro,às vezes ,perigosas.
Podem servir ,também,como calço para móveis capengas e para enfeitar a estante.Pega bem,com as visitas!
O certo é que eles chegavam,de terno e gravata,todo pimpão,proseando,deitando sabedoria,oferecendo seu produto,com sua capa em brochura,a coleção de enciclopédia,o pai dos burros –excelente para as crianças na escola,madame! –livros de culinária,coleção de Jorge Amado,Monteiro Lobato e Érico Veríssimo,os favoritos,livros de arte,Historia,Atlas, a Bíblia Sagrada,colorida,em papel couché.
A família esperava o vendedor,sempre simpático,que havia marcado hora. –Venha à tardinha,cá estará o chefe da casa,sem ele não resolvo nada.
O chefe da casa,preocupado,a mulher quer o livro de cozinha,os garotos precisam da Enciclopédia (lembrem-se,São Google ainda estava no calcanhar da avó),ele mesmo,de um dicionário,não fosse passar vergonha diante dos filhos,como no conto do Artur Azevedo.Mas,quanto custaria tudo isso?
Essa farra literária,me levará quanto??
Ele chegava pontualmente às 17hs,carregado de pacotes e cartazes para apresentar as obras,tratava a todos pelo nome,como velhos amigos.
-Bom dia,dona Lolota,como vai essa força?E o seu Antonio,está bem?Sua mãe melhorou da coluna?
Olha quem chegou me fazendo festas!- Pára,Rex,espera ai que te faço festinhas.
Ah,uma limonada vem a calhar,mas,se depois tiver um cafezinho...
Gostou daquele livro de receitas?Isso,Helena Sangirardi é ótima,é o que mais vendo...
E,abrindo a sacola mágica:
-Veja esse,para a Carlotinha que vai casar.É um livro de conselhos,”Basta o Amor”? – ela vai gostar.
Sossegue,chefe,dividimos em 12 módicas prestações mensais.E,eu mesmo venho receber,não se aflija,marque o dia e pronto.
Bons tempos esses,em que as famílias eram estruturadas,os pais eram importantes referenciais,o saber era cultivado,ter um livro importante em casa era sinal de cultura e certeza de respeito pela comunidade,era norma ser educado,gentil,correto nos seus compromissos.
Tínhamos consciência que éramos felizes e gostávamos disso.
Agora,nesses tempos modernos,a família se desintegrou,a cultura transformou-se,a música virou agressão,o livro virou virtual,e-books,e-readers,pode-se ler 500.000 no kindle,numa leitura rápida,de consumo,leitura para citar e aparecer nas “rodinhas”,aquelas aonde se dá importância a isso.
A minha geração de sessentões nunca abandonará o livro.
Falando sério,um livro na mão,numa rede à tardinha,sabedoria pensada e sorvida como a água de coco ao lado,a beleza da capa,a leitura da orelha,o prefácio,percorrer os capítulos,sentir o cheiro do livro,novo ou velho...
Ai,que saudades do vendedor de livros!
IMG:Busca Google
Tem uma estória para contar?
Mande que publico.
miriamdesales@gmail.com

LEIA MAIS:
COMO ORGANIZAR UMA BIBLIOTECA
CULTURA É O QUE INTERESSA
COMO SER UM ESCRITOR BADALADO

terça-feira, 9 de março de 2010

A FITA BRANCA


Como entender e detectar as raízes do mal?
Este é o tema do filme “A Fita Branca”,do austríaco Michael Haneke,um dos mais importantes cineastas ativos na Europa.
Seus filmes,geralmente exibidos em circuitos “Cult”,causam um certo desconforto nos espectadores devido à violência,física ou psicológica,sem rodeios nem panos quentes.
Fita Branca ,vencedor de Cannes,2010 é um filme assustador,mas,que todos deveriam assistir.
Toda ação se passa numa aldeia rural da Alemanha,entre 1913/14 onde estranhos e violentos acontecimentos acontecem.
Personagens emblemáticos e poderosos começam a despontar:o barão proprietário das terras,o médico autoritário,a parteira,muito ligada ao médico e “pau mandado”,o pastor protestante rigoroso e fanático;e,os contrapontos:pessoas frágeis e submissas,tímidas,como o professor de aldeia,que detectou o princípio do Mal,mas,não teve a coragem da denuncia,os explorados e subservientes em pregados do barão,a babá dos filhos da baronesa,assustada com os acontecimentos e levada de roldão por eles,as crianças entediadas e reprimidas o mal-estar que causa o filho da parteira,um deficiente físico,o único da aldeia,posto de lado pelas outras crianças que não aprenderam a conviver com “os feios” e,muito menos aceitá-los.
Difícil não associar essa aldeia e seus rigores e preconceitos à origem do nazi-fascismo,moldados na repressão,na submissão dos mais fracos e na arrogância dos fortes.Além da dificuldade de aceitar os diferentes.
O diretor diz que seu filme não é dirigido à Alemanha nazista,mas,apenas busca as raízes do mal.É sobre crianças doutrinadas para pensar como seus pais e se acharem no direito de julgar os outros,pois receberam essas idéias goela abaixo,sem tempo para ruminá-las ou pensá-las.
Se você constrói uma idéia, diz Haneke,de uma forma absoluta,ela vira uma ideologia.E os mais fracos vão segui-la por medo ou para escapar da própria miséria,acrescenta.
Isso vale para o fascismo de direita e esquerda,para o fanatismo religioso,para qualquer autoritarismo.Vale,inclusive,para compreender o terrorismo;as populações islâmicas,atacadas,sem saída,numa situação de aflição,abraça m a ideologia como uma vingança,uma forma de se libertar do sofrimento e causar o mal a seus opressores.
A Fita Branca é um filme que nos faz pensar.
Essa fita ,que dá nome ao filme,é posta no braço das crianças mal comportadas,assim como a estrela amarela posta nos judeus e a letra escarlate que se tatuava nas adúlteras,no passado.
Quem puder,assista.E tire suas próprias conclusões.


LEIA MAIS!
AVATAR, O FILME.

segunda-feira, 8 de março de 2010

TODO PODER ÀS MULHERES!





N o principio era o niilismo;as mulheres existiam para procriar,satisfazer os desejos dos seus homens,parir e criar filhos,cuidar da caverna,enquanto o homem,animal guerreiro por excelência,ia á luta,em busca do sustento ou para garantir a paz e a sobrevivência.A elas restava esperar o retorno do guerreiro,curar-lhe as feridas e lhe dar atenção e cuidados.Não,ainda não havia o amor romântico,invenção da era clássica,saído principalmente da cabeça dos poetas(benditos sejam!) e dos escritores.Naquela época as funções estavam bem definidas:ele cumpria seu dever de macho,a procriação e a sobrevivência,matando bichos perigosos e ela paria e cuidava da prole.
Depois,as pessoas se organizaram em sociedade,mas,pouca coisa mudou;elas não seriam mais arrastadas pelos cabelos para a tenda do “dono”,mas,continuavam a procriar e criar,sem voz,nem anseios.Ou melhor,eram “a voz do dono(his master voice)embora ainda não existisse a RCA.
Mas,-e há sempre um mas - as mulheres despertaram,contrariando a Igreja,o establishment,e,claro,seus homens,e,acordaram para a vida,acreditaram na sua potencialidade,não queriam mais ficar presas em haréns nem gineceus,só cuidando dos filhos e vendo a vida passar.Reconhecendo seu poder,foram á luta.Não queimaram só soutiens,queimaram etapas,derrubaram tabus,enfrentaram os preconceitos,sepultaram mitos e,como uma torrente desvairada conquistaram seu espaço.”Quand La femme veut,Dieu veut”,diz o ditado francês.Nada mais verdadeiro.Apesar do machista Millôr Fernandes escrever que “o melhor movimento das mulheres é o movimento dos quadris”,lá foram elas,ouvidos fechados ás críticas e olhos arregalados para o mundo.Venceram.Hoje,são chefes de família,provedoras,ocupam seu lugar no espaço social,com justeza e competência.Estão chegando á política;são parlamentares,presidentes,premiers,ocupam cargos expressivos,presidem Cortes Supremas,e,sua presença perfumada suaviza a aridez destes cargos e torna os Parlamentos mais bonitos.Sem contar que,como esposa e mãe que sempre foram,sentindo na pele a exclusão social,são mais tolerantes,mais sérias,mais compadecidas e menos rapaces que os homens.Usando o cérebro que estava apenas adormecido,baseada no seu microinstinto básico,tornou-se apta a transformar a pátria numa família amplificada,como queria Ruy e a tratar a população como seus filhos.Estou certa que um mundo governado por mulheres será um mundo bem melhor.
PARABÉNS A TODAS AS MINHAS LEITORAS!
img:Busca Google
PALAVRA DO LEITOR:
08/03/2010 10:25 - Antonio Maria Santiago Cabral,escritor maranhense
Mulheres: Saíram da costela do meu Pai Adão/ Pra fazer morada no meucoração!/ Parabéns para todas, especialmente você, Miriam, minha cara colega de ofício literário!

domingo, 7 de março de 2010

8 DE MARÇO:DIA INTERNACIONAL DA MULHER


FRASES SOBRE A MULHER
UMA HOMENAGEM AO SEU DIA!


“Ser mulher é um negócio dificílimo ,já que consiste basicamente em lidar com homens.”
Joseph Conrad,escritor


"Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas."
Séneca


"O coração da mulher, como muitos instrumentos depende de quem o toca."




"Não se nasce mulher: torna-se."
Simone de Beauvoir
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sábado, 6 de março de 2010

RESENHA DE LIVROS:" MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES"




O que significa a velhice? É um simples fato numérico, contado aos cinqüenta, relembrado aos sessenta e temido aos setenta, ou algo que implica naquilo que somos, em nossas atitudes e perspectivas sobre o mundo?
É esta a indagação que Gabriel Garcia Márquez faz nesta obra que contribuiu para reafirmar seu prêmio Nobel de Literatura.
Um ancião, na véspera de seu aniversário de noventa anos, sente um desejo louco de viver uma noite de amor com uma virgem. Não apenas mais uma das centenas de mulheres promíscuas que passaram por sua vida, mas aquela que exalasse a pureza de nunca ter sido tocada.
Ao narrar sua história, ele mostra como seu velho coração é invadido por aquele sentimento que até então somente tinha ouvido falar, sem conhecer realmente seu significado: o amor.
Uma menina de 14 anos que precisa criar or irmãos e terminar de criar-se, desperta uma chama oculta na vida do nobre jornalista, que passa a transbordar esse sentimento nas suas crônicas, agora apaixonadas, no jornal de domingo.
Uma história que realmente nos faz pensar no quanto inusitada é a vida e no valor que devemos dar a cada segundo, pois ele é único e depois dele pode haver mais um, ou não.


TRECHO DO LIVRO:

No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo dizia com sorriso maligno, você vai ver.


FONTE:FNAC