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quarta-feira, 30 de junho de 2010

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO!




O escritor Xavier de Maistre é o pai do livro “Viagem à roda do meu quarto”.

Para pessoas que não gostam ou não podem viajar,diz ele,um livro satisfaz plenamente;e,olhe que na sua época não havia Internet.

Pensando nisto escrevi ”A Bahia de Outrora”,um livro que “abre a cortina do passado

tira a mãe preta do serrado

bota o rei negro no congado,

como queria Ari Barroso.O livro é uma viagem pela Bahia Antiga,mas,com ligeiras alterações conta o passado do Brasil,suas raízes,tradições e costumes.

Fala das sinhazinhas e das mães pretas que as amamentaram, fala de enterros e viagens,de festas e costumes,das modinhas e das serenatas.

Não esquece os presépios e as procissões,os bailes e carnavais,as festas de largo e os cinemas,os namoros e casamentos.

A culinária baiana não poderia faltar nem os preceitos dos terreiros, menos ainda os banhos de cheiro e o corpo fechado.

Você sabe o que acontece se cai sal no chão? Mulher grávida deve comer farinha nova?

E o defunto,se enterra com os pés prá fora da casa?

O livro é importante para estudantes medianos ou universitários, para gente ligada ao turismo e,principalmente,para professores e Universidades.Depois de uma consulta prévia o enviei para as Universidades de Harvard e Coimbra que de bom grado o aceitaram.

Apesar de ser um livro focado na história,seus textos são curtos,concisos e bem humorados.

Para pedir o livro que, por enquanto, não vou pôr em livrarias, é fácil.

Peça pelo e-mail: miriamdesales@gmail.com e enviarei instruções para pagamento.O valor de $20.00 não é alto dada à qualidade da edição e conteúdo.

Após o lançamento oficial dia 18 de julho quando estará nas livrarias possivelmente não poderei garantir este preço.

Sinceramente, gostaria que cada leitor pudesse ter este livro;fosse eu rica,não o venderia,distribuiria à mancheias para todos.

Agradeço aos meus editores Via Litterarum que me mostrou como editoras sérias trabalham; à Fundação Pedro Calmon pela força que me deu ao apresentar o livro para projetos governamentais; para o amigo virtual José Carlos Daltozo,de Martinópolis,oferecendo-me oferecendo-me os postais antigos sobre a Bahia que ilustram a capa e o miolo do livro tirados da sua enorme coleção particular e ao amigo virtual e mestre de Informática, Júlio Araújo,cujas dicas sensacionais muito me ajudaram na divulgação do mesmo.

E agradeço principalmente a você,leitor,que prestigiou o meu trabalho de três anos,levando o livro para casa.

Boa diversão!

terça-feira, 29 de junho de 2010

HAIKAI,O QUE É ISTO?

Haikai (em japonês: 俳句, Haiku ou Haicai?) é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco ou mais caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas), e sete ou mais caracteres na segunda linha (sete sílabas) [1]. Em japonês, haiku são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical, enquanto haiku em Língua Portuguesa geralmente aparecem em três linhas, em paralelo[2].




O principal haicaísta foi Matsuô Bashô (1644-1694), que se dedicou a fazer desse tipo de poesia uma prática espiritual.

FONTE:WIKIPÉDIA

UM EXEMPLO:

outro outono



no chão entre as folhas


sonhos do verão


Ricardo Silvestrin

IMG:Busca Google













sábado, 26 de junho de 2010

O "BOCA DO INFERNO"

GREGORIO DE MATOS GUERRA:O “BOCA DO INFERNO”






CONSIDERADO por Glauber Rocha “gênio da raça”e estudado pelos maiores e mais renomados intelectuais baianos,Gregorio de Matos,continua tão enigmático hoje,como há 400 anos atrás,quando nasceu na Bahia considerado um dos mais importantes poetas seiscentistas.


Por seus versos virulentos e ferinos,versos que apesar da Inquisição ,nunca economizaram o lombo dos poderosos e do clero,,era um poeta maldito,execrado pelos moralistas,uma espécie de bruxo-exu-guia das letras nacionais,principalmente as malcomportadas,no dizer de seu biógrafo Higino Barros.


Apesar de nascido em 1636 e morrido em1695,no Recife,o poeta continua tão atual pois nos tempos de Arrudas e mensalões ,políticas globalizantes,neoliberalismos e especuladores irresponsáveis,sua obra continua a espelhar a sociedade,com tanta propriedade,como se ainda estivéssemos no século em que viveu.


A dificuldade de se reunir a obra de Gregório de Matos é que ele não deixou nada escrito e sua obra é quase toda focada na tradição oral.


Da sua vida,sabe-se pouco.Nasceu na Bahia em 23 de Dezembro de 1632,embora a data seja contestada por Pedro Calmon,que apostava no dia 20;sua família,de raízes portuguesas fez fortuna no Brasil,depois de deixar a Corte,graças ao seu avô,Pedro Gonçalves de Matos,que desembarcou aqui como mestre de obras,uma espécie de empreiteiro,enriquecendo rapidamente com a construção de quartéis,fontes e ladeiras.Era também,o único dono de um guindaste novo,para transportar mercadorias da cidade baixa para a alta.Some-se a isso,os engenhos da cana com 130 escravos,a fazenda de Inhambupe,atochada de gado e tem-se uma vaga idéia da posição social e econômica da família.


O pai do poeta,Gregório de Matos,casou-se com Maria Guerra e teve cinco filhos,os mais conhecidos,o Padre Eusébio de Matos,famoso orador sacro e o nosso poeta,que de sacro e temente a Deus e á Igreja,não tinha nada.


O pai só aumentou os bens da família e,seus filhos foram estudar em Portugal,na Universidade de Coimbra,ninho de todos os brasileiros ricos da época.Gregório estudou leis e casou-se com D. Michaela de Andrade,já magistrado e com uma boa posição.Ficou viúvo aos 42 anos e voltou para a Bahia como desembargador e ,agora,clérigo tonsurado,padre de batina e tonsura.


Parece que a entrada na vida religiosa foi uma jogada de mestre para conseguir o que queria,pois,mal aportando aqui,jogou a batina ás baratas,e,aconselhado por um amigo a viver de acordo com a Igreja,respondeu:”que não podia votar a Deus o que era impossível cumprir dado ao seu temperamento e fragilidade de sua natureza.”


Meteu-se em brigas políticas,angariando inimigos e,enquanto seus amigos batiam-se em duelos com espadas,ele achincalhava os adversários com sua pena virulenta e temerária.O que é pior?Matar um homem ou reduzi-lo ao ridículo?Decidam vocês!


Teve mesmo que fugir para o Recôncavo,mas,voltou com a pá virada,transformado no cronista picaresco da cidade.Casou-se com uma viúva pobre,porém,a mais linda moça do lugar,D.Maria dos Povos,por quem era apaixonado.Teve um filho chamado Gonçalo, como vingança por uma desavença domestica para provar que “em casa em que não manda a galinha é porque manda o galo.”Mas,o casamento não o domou.Apesar de racista,meteu-se com negras e mulatas,lundus,modas de viola(andava prá todo lado com uma viola de cabaça que ele mesmo fez,para ganhar os bons favores das negras e mulatas jeitosinhas dessa terra.


Um milagre a Inquisição nunca tê-lo pegado,pois,seus alvos favoritos eram as freiras,os padres e o Papa e chegou a rimar Jesus com cús.


Tantas aprontou que,para não ser morto,seu amigo,o governador D. João Lencastre o despacha para Angola.num exílio forçado.Lá meteu-se em confusão,um motim e teve que ser repatriado,dessa vez para Pernambuco,proibido de fazer versos,onde morreu em 1696.


Os poderosos,sossegaram;pois,o “Boca do Inferno,não alisava ninguém,e,dizem,foi o precursor do Tropicalismo,pois, seu escritório de advogado, era adornado com bananas e frutas tropicais,mais tarde considerado como símbolo de identificação cultural brasileiro(modernismo,tropicalismo,Carmem Miranda).


O fato é que foi progressista demais para sua época;um artista livre,consciente de seu dom e do poder dos seus versos.Uma mais completa tradução do barroco baiano,de origens portuguesas,porém,plantado no Brasil.


Eis uma amostra dos seus versos:


Mancebo sem dinheiro,bom barrete,
medíocre o vestido,bom sapato,
meias velhas,calção de esfola-gato,
cabelo penteado,bom topete.

Presumir de dança,cantar falsete,
jogo de fidalguia,bom barato,
tirar falsídia ao Moço do seu trato
furtar a carne à ama,que promete.

A putinha aldeã achada em feira,
eterno murmurar de alheias famas,
soneto infame,sátira elegante...

Cartinhas de trocado para a freira
comer boi,ser quixote com as damas,
pouco estudo,isto é ser estudante.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

FORÇA,BRASIIIIIL!





                                                  Vai pra cima com essa  força extra

                                                                           Vai pra cima faz o penta virar hexa!

*Frase de uma torcedora,na Internet



quinta-feira, 24 de junho de 2010

UMA COPA PITORESCA!



É impressão minha ou essa copa é mesmo diferente das outras,com características próprias,com situações impensáveis,com resultados impossíveis de se prever?

Talvez por ser na África, embora não seja da África, já que mal começou e as seleções africanas sumiram,exceto Gana,que sobrou para marcar território,sabe Deus até quando...

Confesso que entendo pouco de futebol e até não gosto muito de ver tanto dinheiro jogado pelo ralo quando deveria ser destinado a coisas mais sérias como saúde e educação.

Mas, fazer o que !? A política de “pão e circo “continua na moda milhares de anos após os romanos.

Mas,voltando á bola,tenho visto e lido coisas que nunca vi,li ou ouvi nas outras copas que assisti desde os distantes anos cinqüenta.

As seleções européias, campeãs entre todas,estão derretendo sob o sol africano e muitas estão prestes a ir embora;é,o solo africano não está fazendo bem aos craques.E olha que nem é verão.

A disputa,quase guerra declarada entre técnicos rivais ou entre técnicos e jogadores -guerrilha interna- é outra faceta que torna esta competição diferente.Picuinhas sempre houve,mas, não tanto quanto agora,tão ás claras diante dos holofotes das TVs,aliás,ávidas por desavenças e “barracos” que garantem audiência.

Nosso Dunga,um treinador com feitio de pastor presbiteriano,está em guerra declarada com os jornalistas esportivos.Palavras pouco edificantes foram trocadas e explodiram nos ouvidos dos telespectadores que só queriam ouvir gritos de gol.

A gente se pergunta:

-Até onde vai a autoridade do técnico?

Bom,para mim,deveria ser inconteste sendo ele o cara que nos vai dar ou não o caneco sonhado,traçando o caminho para a vitória.Ele comanda e cabe aos demais obedecerem.

Se é assim,que tinha o cartola Ricardo Teixeira de tramar nos seus “arranjinhos” com a Globo,uma entrevista exclusiva com jogadores á revelia do chefe?

Outra disputa que se percebe no horizonte e não é exatamente esportiva , é a dos jogadores evangélicos e certa parte da imprensa.

Levar Jesus para o campo sem que este esteja escalado não me parece bem. Campo não é para disputas ou exaltações religiosas.

Quem quiser amar e servir ao seu deus que o faça nos lugares apropriados.

Mas, o nosso festejado KaKá insiste em fazer proselitismo religioso em benefício dos bispos e seus dízimos,aqueles mesmos, presos nos States por lavagem de dinheiro e dólares não declarados.

Esse Kaká daria um excelente garoto propaganda;tem pinta,tem porte e tem saco para fazer uma defesa acalorada dos seus bispos esquisitos e da jabulani,a bola da copa,que leva o selo dos seus patrocinadores(dela e do jogador,é claro!).

Esse garoto vai longe,embora,até agora,no campo, não disse para que veio.

Durma-se com um barulho desses...que nem é das vuvuzelas,essas sim,sempre na boca das torcidas e vencedoras de todas as partidas.

Estou me divertindo um bocado nessa copa!Assisto aos programas esportivos sob os olhos atônitos do meu marido que nunca viu disto.

Mas,não faltam coisas hilárias para ver, desde juízes sem juízo,jogadores truculentos,jornalistas enraivecidos,cartolas desesperados,técnicos em transe, evangélicos de lança em riste,franceses amarelando(aliás,foram ,de longe,os “bundões” do espetáculo),Maradona,sempre folclórico,e a pergunta que não quer calar:-Ganharemos???

Ou haverá outras maracutaias como as da Argentina em 1978 ou a da França em 1998?

Meu marido,amante da teoria da conspiração acha que não ganharemos.

A copa de 2014 será no Brasil,que ganhará,com certeza.Portanto,lá nos escaninhos mais sombrios das cabecinhas da FIFA,talvez lhes passe a idéia de tramar a derrota brasileira no final das finais.Sem contar que a nossa imprensa a.d.o.r.a.r.i.a crucificar de uma vez o Dunga.Um técnico de opinião,onde já se viu isto?Em que terra nós estamos!!!

É esperar para ver!

terça-feira, 22 de junho de 2010

PARA MATAR SAUDADES: UM TEXTO DE SARAMAGO


Em Portugal, na aldeia medieval de Monsaraz, há um fresco alegórico dos finais do século XV que representa o Bom Juiz e o Mau Juiz, o primeiro com uma expressão grave e digna no rosto e segurando na mão a recta vara da justiça, o segundo com duas caras e a vara da justiça quebrada. Por não se sabe que razões, estas pinturas estiveram escondidas por um tabique de tijolos durante séculos e só em 1958 puderam ver a luz do dia e ser apreciadas pelos amantes da arte e da justiça. Da justiça, digo bem, porque a lição cívica que essas antigas figuras nos transmitem é clara e ilustrativa. Há juízes bons e justos a quem se agradece que existam, há outros que, proclamando-se a si mesmos justos, de bons pouco têm, e, finalmente, não são só injustos como, por outras palavras, à luz dos mais simples critérios éticos, não são boa gente. Nunca houve uma idade de ouro para a justiça.


Hoje, nem ouro, nem prata, vivemos no tempo do chumbo. Que o diga o juiz Baltasar Garzón que, vítima do despeito de alguns dos seus pares demasiado complacentes com o fascismo sobrevivo ao mando da Falange Espanhola e dos seus apaniguados, vive sob a ameaça de uma inabilitação de entre doze e dezasseis anos que liquidaria definitivamente a sua carreira de magistrado. O mesmo Baltasar Garzón que, não sendo desportista de elite, não sendo ciclista nem jogador de futebol ou tenista, tornou universalmente conhecido e respeitado o nome de Espanha. O mesmo Baltasar Garzón que fez nascer na consciência dos espanhóis a necessidade de uma Lei da Memória Histórica e que, ao abrigo dela, pretendeu investigar não só os crimes do franquismo como os de outras partes do conflito. O mesmo corajoso e honesto Baltasar Garzón que se atreveu a processar Augusto Pinochet, dando à justiça de países como Argentina e Chile um exemplo de dignidade que logo veio a ser seguido. Invoca-se aqui a Lei da Amnistia para justificar a perseguição a Baltasar Garzón, mas, em minha opinião de cidadão comum, a Lei da Amnistia foi uma maneira hipócrita de tentar virar a página, equiparando as vítimas aos seus verdugos, em nome de um igualmente hipócrita perdão geral. Mas a página, ao contrário do que pensam os inimigos de Baltasar Garzón, não se deixará virar. Faltando Baltasar Garzón, supondo que se chegará a esse ponto, será a consciência da parte mais sã da sociedade espanhola que exigirá a revogação da Lei da Amnistia e o prosseguimento das investigações que permitirão pôr a verdade no lugar onde ela tem faltado. Não com leis que são viciosamente desprezadas e mal interpretadas, não com uma justiça que é ofendida todos os dias. O destino do juiz Baltasar Garzón é nas mãos do povo espanhol que está, não dos maus juízes que um anónimo pintor português retratou no século XV.



Extraido  do blog da Fundação José Saramago ( O Caderno de Saramago)

IMG:Busca Google




segunda-feira, 21 de junho de 2010

POEMA PARA REFLETIR...


Este belo poema do poeta cearense Padre Antonio Tomás

nos fala da fugacidade da juventude,das esperanças malogradas,da chegada e da partida.

Neste intervalo ,que constitui toda a nossa vida,temos que aproveitar bem o tempo,realizar nossos desejos e construir uma felicidade duradoura,enquanto somos jovens e fortes.
Quando partimos,no vigor dos anos,
Da vida pela estrada florescente,
As esperanças vão conosco à frente
E vão ficando atrás os desenganos.
Rindo e cantando,céleres e ufanos,
Vamos marchando,descuidadamente...
Eis que chega a velhice,de repente,
Desfazendo ilusões,matando enganos.
Então,nós enxergamos,claramente
Quanto a existência é rápida e fugaz,
E vemos que sucede exatamente
O contrário dos tempos de rapaz;
-os desenganos vão conosco à frente
E as esperanças vão ficando atrás...

sábado, 19 de junho de 2010

A LONGA VIAGEM DO ELEFANTE




A notícia da morte de Saramago (Morte de Saramago? sinto q/ ainda não me caiu a ficha!)me alcançou num dia feliz.

Estava num hotel em Salvador com meus cunhados portugueses tramando um passeio pela Bahia histórica, onde nossos antepassados comuns, deixaram a sua marca.

Naquele momento, para mim,o sol se pôs;o maior escritor da língua portuguesa de repente, não mais estava lá;tinha ido,como ele desenhava assim a morte.

Levantada do chão fiquei eu.

Sem ter para quem apelar passei uma mensagem telepática para Blimunda,aquela que recolhia os espíritos,no livro “Memorial do Convento”,pedindo-lhe que nos trouxesse de volta este monumento da literatura mundial.

Sem resposta, juntei a coragem e as lições de vida e paciência que recebi do Cipriano Algor,tentando imaginar-me sem novos livros de Saramago.

O escritor, dizia ele,é como todos os homens:sonha.

Então, vamos considerar como um mau sonho esse acontecimento.

Saramago vive!

Vive nas centenas de personagens que criou, vive nos livros que espiam para mim na prateleira da minha biblioteca,vive nos momentos de felicidade que esses textos me proporcionaram,vive no autógrafo que me deu em Lisboa,esse fato,por si mesmo,uma estória de amor.

Meu marido, o português Raul, que detesta filas chamem-se elas filas ou bichas,como em Lisboa,ficou ,de pé,cerca de uma hora até conseguir para mim o autógrafo daquele que ele sabia ser o autor do meu coração.

Está aqui, o livro “Ensaio sobre a cegueira”,agora,ao meu lado,como uma presença eterna do escritor que tanto admirei e admiro,estando nesta ou noutras paragens.

Que não me deixe muito cair na cegueira mental e nem me deixe faltar a sua presença através da sua obra que contém toda a humanidade.

Termino com as palavras do próprio Saramago,que,como eu,também teve o seu pilar aonde pudesse descansar as costas batidas pela vida.Como o português Raul é para mim.

"Viver aquilo que ainda tenho para viver, que, com esta idade, não pode ser muito, mas vou tentar por duas, três ou quatro razões vivê-lo bem. Não é viver na farra porque nunca fui disso, viver bem como tenho vivido com a Pilar que foi algo que eu não podia esperar que me sucedesse",



quarta-feira, 16 de junho de 2010

CANTINHO DA SAUDADE!



AS COPAS DA MINHA JUVENTUDE




O clima de festa era contagiante!

Desde cedo,as ruas enfeitadas de bandeirolas verde-amarelas,as bandeiras nas janelas,os comes e bebes sendo preparados nas vastas cozinhas coloniais.

Como eram grandes aquelas cozinhas,sô!Podia-se dançar dentro delas.

Quem não tinha camisetas nas cores do Brasil, arrumava uma fita,um cinto,uma bijuteria,qualquer coisa que mostrasse sua lealdade à Seleção,chamada carinhosamente de canarinho,e sua adesão à torcida que empurraria o time para a vitória.

Estou falando da lendária copa de 58 onde um rei despontava, Pelé,o magnífico,primeiro e único!

Não sei porque, me parece que naquela época os jogadores eram mais autênticos,suavam a camisa para glória do Brasil,sem envolvimentos com suspeitas multinacionais que constelam as suas camisas de hoje.

Nem ganhavam essas fortunas que ganham e que os torna mais cautelosos nos jogos de seleção, pois,não pertencem mais ao Brasil, nem a si mesmos,pertencem aos clubes miliardários que os compram e vendem como reles mercadorias.

Imagina uma contusão séria, uma perna quebrada, um menisco fora do lugar...

Perderiam seu valor de mercado, carreira comprometida,voltariam cabisbaixos aos times nacionais ou,pior,acabariam talvez, no Uzbequistão,coisa de louco.

Já o Mané Garrincha, o Vavá,o Nilton Santos , o Gilmar,  não precisavam se preocupar com isto.

Era coração nas mãos e bola no pé.

E nós, torcedores fieis e animados, fazíamos balões de três metros que soltávamos nos céus,livres,leves e soltos, soltávamos fogos, vulcões cujas chamas enchiam de brilho e luz as noites frias de junho.

Depois do jogo a comemoração na casa dos amigos,a cada casa visitada o cortejo crescia, até chegar na casa de Magalhães,onde um grande rinque de dança nos aguardava,devidamente embandeirado e decorado.

Mesas imensas cheias de licores, amendoins cozidos e torrados,canjicas amarelinhas e olorosas, bolo de aipim e carimã, pamonhas , mingaus de puba e milho para aquecer o corpo. As laranjas ganhavam laços de fita verde –amarelo , olhos e boca, fingiam rostos caipiras.

Dançava-se até o sol raiar.

Uma conhecida, recém chegada de Paris contava as novidades:

- Meninas, fala-se que Dior está criando um novo perfume : ”Mon Pelé”.

E aquelas noites fagueiras continuavam até que a Copa terminasse e voltássemos à nossa triste rotina de terceiromundistas.

Mas, durante este curto tempo,éramos reis!








terça-feira, 15 de junho de 2010

JÁ É CLIMA DE COPA!






Ainda há bola rolando no Campeonato Brasileiro, duas rodadas até a parada para a Copa do Mundo, mas é quase impossível não respirar os ares da África do Sul.



Já mergulhamos na Copa, sobretudo depois do amistoso de hoje da seleção brasileira.



O mais desatento e desavisado, ao ligar a televisão, pode ter achado que os brasileiros eram os que vestiam amarelo, pelo menos no primeiro tempo. O Brasil jogou de azul.



O que mais chamou atenção foi a posse de bola do Zimbábue que em determinadas situações controlou as ações do jogo e chegou a assustar o Brasil. Na segunda etapa tudo voltou ao normal e a qualidade de nossa Seleção fez a diferença.



Entre os destaque positivos, a personalidade de Michel Bastos que mostrou que pode ser ótima opção também em cobranças de falta, mais um ponto a favor de Dunga que soube escolher bem o lateral esquerdo titular. Gomes, no lugar de Julio Cesar, que saiu machucado, Julio Batista, Daniel Alves, Luisão, Grafite e Nilmar, nos lugares de Kaká, Maicon, Lúcio, Luis Fabiano e Robinho. Mudanças que demonstram mais uma vez quem é reserva de quem na Seleção.



A maior preocupação pré-copa é em relação ao substituto de Kaká, caso o camisa 10, por falta de um condicionamento físico ideal não possa atuar o tempo todo durante a Copa. Julio Batista, o escolhido, pode não ser tão badalado quanto os outros, e provavelmente estaria fora da lista da maioria dos torcedores, caso estivessem no lugar de Dunga, mas não há como negar que sempre quando solicitado, dá conta do recado, como mostrou em outras oportunidades e na jogada do terceiro gol do Brasil, com direito a toque de calcanhar.



O mais importante é que nossa Seleção é confiável. Quem acompanha os treinamentos diários tem elogiado o que tem visto em relação à quantidade e qualidade do trabalho de Dunga.



Esquema de jogo, preferências por fulano ou cicrano, vai do gosto de cada um e da maneira de se ver futebol.



O Brasil está preparado para vencer a Copa e tem boas chances de conquistá-la ao lado de outros favoritos como Argentina, Inglaterra e Espanha.



Perder é do jogo. Ganhar também. Não há motivos para desconfiar de nossa Seleção.

Texto de Carlos  Cereto.
Sportv









segunda-feira, 14 de junho de 2010

RESENHA LITERÁRIA

Escritor Valdeck Almeida

Tivemos uma semana cheia de acontecimentos literários.

Primeiro, a palestra da escritor Valdeck Almeida na Biblioteca Juracy Magalhães,onde narrou para um público atento ,passagens de sua vida e da luta travada até chegar a ser um dos mais consagrados escritores baianos da nova geração.

Valdeck realiza um trabalho magnífico em prol da Literatura baiana,ajudando outros autores a publicar o livro dos seus sonhos,participando de atividades literárias em comunidades carentes,visitando escolas e bibliotecas públicas.

A festa foi proveitosa para todos; cada vez que um de nós se encontra surgem novas idéias,expectativas de trabalhos e realizações e um conhecimento mais profundos entre aqueles que decidiram trilhar o árido caminho literário.

A esse, seguiu-se o lançamento da nova antologia do Projeto Alma Brasileira,da Sandra Stábile, “ Amor em Verso e Prosa”, com poemas dedicados aos namorados.

Reunindo diversos escritores e estilos, esta Antologia caiu no gosto do povo,principalmente entre as dezenas de clientes da tradicional Cantina da Lua,um ícone da cidade do Salvador,que sempre foi ponto de reunião e debates de intelectuais baianos há muitas gerações.

Escritores Ivone Alves Soll,Miriam Sales e Eurípedes Ribeiro

Presentes muitos escritores baianos para prestigiar os autores, como ,Ivone Soll,cujos versos cheios de sentimento agradam a todos.

O lugar era mágico, o calor humano,vibrante,por isso,a festa prolongou-se até muito tarde,regada a vinho e música.

Bom,fechamos com o lançamento do novo livro do escritor infanto – juvenil Hugo Homem,”As Travessuras de Frufru” na Biblioteca Monteiro Lobato,um mimo de estória bem ao gosto da criançada,narrando as peripécias de um peixinho de aquário.

Já dizia Schopenhauer( um autor que as crianças não lêem) que um escritor de talento tira dos fatos mais enfadonhos um livro interessante,como um mágico tira um coelho da cartola.

O livro, feito em papel reciclado, é muito interessante até para adultos,a apresentação perfeita,muito bem ilustrado e um excelente trabalho gráfico da JM Gráfica e Editora.

Autores que querem publicar um livro de qualidade não esqueçam esse nome.

Bom, podemos dizer que ganhamos a semana.

Apóstolos da deusa Literatura,cada vez que nos reunimos em seu nome,abrem-se novos caminhos e novas oportunidades para todos.
                                              Escritores Hugo Homem e Miriam Sales


domingo, 13 de junho de 2010

AS FESTAS DE SANTO ANTONIO,NA BAHIA!




O mês de junho é mês de festas, no Nordeste. Fogueiras,comes e bebes,novenas e trezenas,bandeirolas,quadrilha,forró.Antigamente,também balões.Mas,o santo da devoção das moças e senhoras é mesmo Sto. Antonio.A tradição desta festa vai há mais de 300 anos,e,chegou até nós,graças aos portugueses,que herdaram dos celtas,pois,nessa época,começava o plantio,e,de invocavam e festejavam os deuses,para obter boas colheitas.Minha avó,nunca deixou de festejar Sto. Antonio; tinha um bem grande,de madeira,barroco,bem gorduchinho,com o Menino Jesús,nos braços.Mal começava o mês,toda a casa se mobilizava.Nós,as crianças,corríamos para o armazém de Jesuino,para comprar papel de seda,de todas as cores,mas,principalmente azul,cor do santo.Fazíamos as flores em papel crepom,bem bonitas,variadas em formas e tamanhos,trabalho para minha mãe,que era muito prendada;as crianças ajudavam a cortar e colar as bandeirolas coloridas,usando a goma arábica,cuidadosamente,para não manchar.A guarnição do altar de três andares,ainda tinha vários enfeites e guirlandas,enfeitados com areia brilhante,papel dourado,anjos,faixas de agradecimentos,em tafetá,tudo ao gosto do santo.Rezava-se o Responso,para achar coisas perdidas e tirar das aflições,pois a fama do santo era imbatível.Nenhum mais milagreiro que ele.”Se milagres desejais,recorrei a Sto. Antonio,” era um dos versos do responso.”Recupera-se o perdido

Rompe-se a dura prisão

E, no auge do furacão,

Cede o mar, enraivecido.

Quando o milagre acontecia, rezavam-se as trezenas, em agradecimento, com flores, de preferência angélicas, rosas e cravos, cânticos, fogos, fogueira e muita comida: canjica, lelé, cocadas, milho assado e cozido, amendoim, bolos diversos, pães, mingaus de milho e tapioca, bolinho de estudante, também chamado “punheta”, talvez por causa do formato, comprido e grosso, sei lá... E,havia os licores...A boa dona de casa,os preparava ela mesma,o jenipapo de infusão ,de ano prá ano,na boa cachaça,dentro de uma vasilha escura,de vidro,para não pegar sol.,escondida no porão;havia licor de maracujá,cajá,passas,rosas (feito pelas freiras do Bom Pastor) e licor de tamarindo;ainda não falei da doçaria,sequilhos de côco e nata,que desmanchavam na boca,alfenins,carecas de arcebispo,olhos de sogra,já estou engordando só de lembrar.!Vinha muita gente, pelo santo e pela comida. Milhares de fogos,vulcões,rodinhas,traques,bombas,chuvinha,as crianças se regalavam.A fogueira,imensa,no meio do quintal,enfeitada de guirlandas ao redor,as pessoas pulavam a fogueira,viravam “compadres e comadres,” as moças e os rapazes,iniciando um namoro,pois o santo é,acima de tudo,casamenteiro.Escolhido o pretendente,era à hora das “simpatias”;quem quisesse saber com quem ia casar era só arrumar uma bacia virgem,encher de água,e,colocar nela papeluchos com o nome dos candidatos,dobrar bem dobrado,na noite do dia 12 e colocar num quarto bem escuro;no dia seguinte,13,ia verificar;o papel que estivesse aberto,continha o nome do noivo prometido.Era pau,casca;não falhava.Também havia a simpatia dos limões,esta bem portuguesa:numa caixa,colocavam-se três limões;um bem verde,outro meio verde e um bem maduro;deixar num quarto bem escuro,á noite e,no dia seguinte,a moça pegava,ao acaso,um limão;se viesse o bem verde,ia casar com rapaz moço;meio verde,com um homem maduro;já o maduro,ninguém queria;significava casar com velho,possivelmente viúvo e com filhos,prá a moça acabar de criar.No fim da festa,distribuía-se os pães bentos,pequenos,redondos,que não se comia;se punha na lata da farinha,para a casa ser sempre farta.Muita mocinha afoita não resistia e comia o pão proibido,diante da imagem,pensando no amado,para apressar o casamento.

Bons tempos que não voltam mais, pois a força do progresso, silenciou as tradições, como diz a música.

Mas, eu lhes digo; continuo acreditando. ”Que seria de mim,meu Deus,sem a fé em Antonio!” Além do mais,meu marido é Antonio,lisboeta e nasceu em junho.Quer mais!?

*Esse texto é para degustação;faz parte do meu novo livro "A BAHIA DE OUTRORA",costumes,festas,culinária,preceitos ,estórias da velha Bahia.
Pedids podem ser feitos pelo e-mail:
miriamdesales@gmail.com



sábado, 12 de junho de 2010

DIA DOS NAMORADOS!


UM SHOW À PARTE...


E na parte que me toca,
essa tua parte,eu sinto
que sou a parte inteira,
da partitura em negrito.

Meu grito suave,na clave
música em câmara lenta...
Sons de toques polifônicos,
mixagem que me ostenta.

Em teus toques,invento...
Faço do pensamento,arte.
Sou das letras,movimento,
parte de um show à parte.

E na parte que eu te toco
eu me mostro -  tu sentes...

Ivone Soll,poeta baiana,participante das Antologias "Amor em prosa e verso" e "Alma brasileira,vol.3".

sexta-feira, 11 de junho de 2010

SALVADOR ACONTECE...


Antologia Alma Brasileira-Amor em Verso e Prosa



Projeto Alma Brasileira realiza o lançamento da IV Antologia Alma Brasileira-Amor em Verso e Prosa para a comemoração do 3 aniversário e dia dos namorados.


Dia 11 de Junho (Sexta-feira) na CANTINA DA lUA


Hora: A partir das 19hs

Largo do Pelourinho - Salvador/ Ba

Uma realização Projeto Alma Brasileira

Apoio cultural: Clarindo Silva(Cantina da Lua) e Livraria e Editora VirtualBooks

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Encontro com o Escritor na Biblioteca do Rio Vermelho



A Fundação Pedro Calmon/Secult através da Diretoria de Bibliotecas Públicas, promove a cada mês, o Projeto Encontro com o Escritor, na qual são convidados autores dos mais variados gêneros literários, para discorrer sobre suas carreias literárias, mostrar suas obras e proporcionar o intercâmbio entre o escritor e os leitores. Este mês, o projeto será realizado na Biblioteca Juracy Magalhães Júnior – Rio Vermelho, no dia 10 de junho (quinta-feira), às 15h, com o jornalista e escritor Valdeck Almeida de Jesus. No encontro, o autor apresentará suas obras literárias, falará da sua carreira no mundo das letras, da descoberta da leitura e da literatura em geral. O evento tem entrada franca.
Na pauta do encontro, estarão dicas para os novos escritores, e até para os mais experientes, que ainda tem pouca visibilidade nos meios de comunicação. “Vou abordar o fato de que cada autor deve acreditar na literatura que realiza, investir, participar de debates, encontros, saraus, recitais, lançamentos de livros, bienais, feiras de livros, participar de concursos, publicar na internet, publicar em antologias, enviar textos para sites e jornais, bem como tentar se aprimorar na língua portuguesa e não desistir nunca”, diz o convidado.
Quanto à realização do Projeto Encontro com o Escritor, Valdeck diz que se sente honrado e valorizado em ser convidado. “Estar na programação cultural do estado, participar de eventos nas bibliotecas públicas, estar frente a frente com leitores é um privilégio. O trabalho que a Fundação Pedro Calmon realiza é exemplar e incentivador. Este é o verdadeiro significado da democratização da cultura: colocar o produtor junto ao consumidor de palavras; permitir a troca de experiências, o intercâmbio de informações”, ressalta o escritor.


                                                                   ***




Valdeck Almeida de Jesus – É jornalista, funcionário público, editor de livros e poeta. Membro correspondente da Academia de Letras de Jequié e efetivo da União Brasileira de Escritores. Este ano, ele recebeu o título de Embaixador Universal da Paz, pelo Círculo dos Embaixadores da Paz da Suíça e França, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Publicou os livros Memorial do Inferno: a saga da família Almeida no Jardim do Éden, Feitiço contra o feiticeiro, Valdeck é Prosa e Vanise é Poesia, 30 Anos de Poesia, Heartache Poems, dentre outros, e já participou de mais de 60 antologias. Organiza e patrocina o Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia, desde 2005, o qual já lançou mais de 600 poetas.






Serviço:O quê: Encontro com o Escritor Valdeck Almeida de JesusQuando: Dia 10 de junho (quinta-feira), às 15h.Onde: Na Biblioteca Juracy Magalhães Júnior. (Rua Borges Reis, s/n - Rio Vermelho)






Informações: (71) 3116-5360





















quarta-feira, 9 de junho de 2010

O BURRO, O LEÃO E O LOBO



O mundo animal estava em polvorosa.

Crimes terríveis estavam acontecendo e ninguém descobria o culpado.

Mortes dolorosas e misteriosas vinham dizimando os mais fracos e,só o macaco,que andava daqui pr’ali e dali prá’qui parecia desconfiar.

Mas , era um dos elos mais fracos da corrente – como denunciar os predadores? –seria morto antes mesmo de abrir a boca.

Com a situação começando a incomodar, o Panda,que nesse momento ,presidia o Conselho dos Animais,resolveu tomar uma providencia e reuniu os membros do conselho: o leão,o lobo,o tigre,e outros bichos menores,sem voz,nem vez,mas,que estavam li para fazer número.

Ficou acertado que,todos os animais seriam interrogados sobre seus passos e atos nos dias que antecederam os assassinatos.

Muitos passaram por ali, inclusive o macaco e a coruja, comprovaram inocência, e foram dispensados.

Então chegou a vez do Tigre que falou:

-É da minha natureza,caçar. Mas, o faço com lealdade,às claras,sem provocar sofrimento na vítima.

O Leão,foi o segundo a depor.Arrogante,falou:

-Sou o rei dos animais e não devo satisfações a ninguém. Caço para comer e sustentar meu clã.

Graças às minhas garras e ao meu bote certo,ninguém ousaria se opor aos meus desejos.

Então foi a vez do Lobo:

-Faço minhas as palavras do meu aliado.Devo à sua proverbial cobertura,faço o que quero.Também,não devo nem dou satisfações.

Quem não gostar que enfrente a mim e ao meu poderoso protetor.

O Panda afundou mais na cadeira,sentindo-se muito desconfortável –mas,que raio de cargo esse que lhe coube,triste posição! – e,chamou outros animais,já desanimado.

Chegou a vez do Burro.

Este , pastava tranqüilo,nem era bicho de estar nessas embaixadas,mas,foi,despreocupado.Afinal,tinha apenas os seus cascos e rabo para se defender dos inimigos e abanar as moscas.

Interpelado,confessou:

-O único crime que tenho na consciência é ter dado um coice num homem que estava me maltratando com um chicote.Ele me xingava,dizia coisas feias e me chicoteava,com prazer.

O Tribunal parou,em suspenso.

Estava ai o culpado! O tenebroso assassino que vinha assustando a comunidade com seus zurros fora de hora.

Em poucos segundos o Burro foi condenado.

O macaco e a coruja se entreolharam, balançaram levemente a cabeça e saíram pressurosos do local.

Assim é o mundo!

*Há muitos séculos atrás,o filósofo romano,Juvenal,já dizia:
"Prende-se os pombos,soltam -se os gaviões."

terça-feira, 8 de junho de 2010

CARTÓRIO DE PROTESTOS

MEU PROTESTO DE HOJE É SOBRE A INSENSIBILIDADE DO GOVERNO SIONISTA QUE BRINCA,JOCOSAMENTE,SOBRE A INVASÃO E MORTE DOS JOVENS ATIVISTAS.NA SEMANA PASSADA. E,SOBRE O DESRESPEITO COM O PRESIDENTE DO BRASIL ,APENAS POR ELE,FIEL A SEUS PRINCÍPIOS ESCOLHEU FICAR AO LADO DA VERDADE E DA JUSTIÇA,VÍDEO ESSE,QUE QUE PARECE LARGAMENTE APRECIADO PELOS TUCANOS,COMO VOCÊS VÊM NO RODAPÉ. PELO MENOS,O NOSSO É UM PAIS ÍNTEGRO,QUE NUNCA FOI NAÇÃO OCUPANTE NEM COMETEU GENOCÍDIO ,COMO O QUE SE VÊ HOJE NA PALESTINA,SOB OS OLHOS INDIFERENTES DA COMUNIDADE INTERNACIONAL,INCLUSIVE VOCÊ E EU,QUE NÃO PRESSIONAMOS NOSSOS GOVERNOS PARA ISOLAR ISRAEL E PARAR COM SEUS CRIMES CONTRA A HUMANIDADE.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE REVISITADO!

OBRA "ALGUMA POESIA O LIVRO EM SEU TEMPO " REPRODUZ OS TRABALHOS DO COMEÇO DA CARREIRA DO POETA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

O ano de 1930 entrou para a história da poesia brasileira – a afirmação, do poeta Eucanaã Ferraz é totalmente pertinente. Afinal, foi naquela data que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) estreou na literatura com “Alguma Poesia”. E, oito décadas depois, seus poemas ainda conservam o frescor exclusivo dos clássicos.


Ferraz é o organizador de “Alguma Poesia – O Livro em Seu Tempo”, edição fac-similar da primeira edição da obra de Drummond.
Traz ainda reproduções de originais do poeta e, mais importante, da correspondência que ele trocou com Mario de Andrade, cujas observações foram decisivas para a publicação.

“Em suas cartas, Mario definiu extraordinariamente a marcha da formação de Drummond como poeta e personalidade”, escreve ele, na introdução, acrescentando que o jovem poeta mineiro – “tímido e inexperiente”, como se definia – já compunha, naqueles anos de formação, “versos incomuns, de construção habilidosa, imantados pela inquietude estética e, a um só tempo, existencial que definiria sua poética mais madura”.

Então com 28 anos, o poeta enfrentou as dificuldades habituais de um iniciante: sob o selo imaginário Edições Pindorama, criado por Eduardo Frieiro, romancista, tipógrafo e seu amigo pessoal, foram impressos 500 exemplares, pagos do seu próprio bolso sob a chancela da Imprensa Oficial (em que trabalhava como redator), mediante descontos em sua folha de vencimentos.

O livro abre com “Poema de Sete Faces” (Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na sombra /falou: Vai, Carlos, ser gauche na vida). O material traz o emblemático “No Meio do Caminho” (No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha uma pedra), que Mario de Andrade considerou formidável mas fruto de um cansaço intelectual.
“De fato assim é. Mas que é que se procura num poema, – é poesia, sim ou não? Há ocasiões em que o cansaço cerebral só fica uma célula lírica aporrinhando com uma baita força emotiva”, comentou Manuel Bandeira, em uma carta.


Transcrito do jornal "A Notícia"

domingo, 6 de junho de 2010

DOMINGO É PRÁ POESIA!...


A VELHA
LEMBROU O PASSADO
E CONTOU CASOS DE OUTRORA
RESSUSCITANDO PESSOAS,FANTASMAS,
FALOU,FALOU,FALOU,
ESPANTADA DE SENTIR-SE VIVA
NO MEIO DE TANTAS MORTES...

                                                  Vitor Pentagna 

sábado, 5 de junho de 2010

5 DE JUNHO:DIA DO MEIO - AMBIENTE!

Ele não me respeita
Ele não cuida de mim
É ele que me desmata
E me mata sempre assim

Ele nunca me valoriza
Não me cuida nem me ajuda.
Se eu conseguisse dizer o que sinto

Mas não adianta
Minha verdade hoje é muda

Se todas as pessoas do mundo

Que hoje querem me amar

Conseguissem a todos os homens conscientizar

Talvez o mundo seria lindo

Teria mais paz e atenção

Com todos me preservando
E me amando com o coração.

Maiara Abtista


IMG:Google


sexta-feira, 4 de junho de 2010

VAMOS PRESERVAR NOSSA MEMÓRIA


Os exemplos são inúmeros e tristonhos. Não é privilégio do Brasil ,acontece no mundo todo.Mas,aqui,em muito maior número. Refiro-me ao esquecimento em que caem nossos poetas ,escritores,historiadores,quando a morte os leva ou,o que é pior,ainda em vida. A diretora de uma conceituada biblioteca pública de Salvador ,ciosa das nossas tradições,queria fazer uma homenagem ao 2 de julho,nossa data maior,relatando a história dos nossos heróis,hoje no limbo do esquecimento. Seria muito oportuno ,pensou,que alguém,um poeta,quiçá,recitasse o belo poema de Castro Alves ,”Ode ao 2 de Julho”,uma das mais belas poesias do renomado vate baiano.Pois é,lutou,lutou,mas,não encontrou. Pediu ajuda a uma poetisa (continuo chamando poetisa às mulheres da poesia ,não como palavra depreciativa,mas,porque acho verdadeiramente ridículo,chamar uma mulher de poeta,uma palavra nitidamente masculina.Para mim,poetisa soa mais doce e pronto!) que conhece e é conhecida nos meios poéticos,mas,não teve muito sucesso. A poetisa enviou um e-mail” comunitário” ,pedindo ajuda. Recebi e telefonei imediatamente para a diretora oferecendo-me para declamar. Seu suspiro de alívio me aliviou,também. Desde adolescente,sempre fui convidada para recitar esses versos em praça pública,durante os festejos da nossa Independência. Houve uma época em que ,adolescente rebelde e pouco afeita à exposições,cheguei a mudar o nome dos versos:transformei-os em “Ódio ao Dois de Julho”,revoltada com essa tarefa repetida todos os anos.Que me perdoe o poeta,ele,também um revolucionário e transgressor. Mas,voltando ao tema inicial;é terrível perceber como esquecemos dos nossos maiores literatos. Augusto dos Anjos ,Bastos Tigre,Bilac,Cyro dos Anjos,Adonias Filho, Menotti Del Picchia,quem os lê!? Artur e Aloísio Azevedo,Tobias Barreto,onde estarão?Que foi feito de Dionélio Machado? Guimarães Rosa dizia que um poeta não morre ,fica encantado. Mas , o desencanto persiste.Um livro só tem serventia se for aberto e lido.Um escritor conquista a imortalidade pelas suas obras. Se Deus necessita de homens , o escritor precisa do leitor. Não qualquer,mas, leitor inteligente e consciente que leia e entenda as sutilezas do texto,que absorva o simbolismo da linguagem,que perceba as abstrações e capte as diferenças de estilo,os meandros e claro – escuro dos versos,as entrelinhas do texto impresso. Muitos jovens que conheço confessam que não gostam de ler.Querem apenas o “canudo”,pois,num pais de bacharéis,que nunca deixamos de ser,exige-se diploma de curso superior para tudo.Mesmo que o diplomado escreva cachorro com x e macaco com k. Como alguém que não lê nada pode chegar ao ensino superior? Mistérios! Como escritora desejo ser preservada; pretendo que meus livros falem por mim , depois que eu virar pó. Do contrário, as minhas se transformarão em letras mortas, sem ninguém que abra meus livros e eles acabem como calço para mesas desequilibradas.Como acontece nos países de mentes desequilibradas. Por precaução, enviei meu livro “A Bahia de Outrora” para a Biblioteca da Universidade de Harvard;foi aceito,com muita honra,segundo o responsável. Lá ,pelo menos,tenho certeza que não acabará calçando cabeceiras de cama mal ajambradas.
IMG:Busca Google

COM A PALAVRA,O LEITOR:

04/06/10 21:47 - Euripedes Barbosa Ribeiro



Pois é minha amiga. Conheço graduados que entraram e sairam da


Universidade, devidamente munidos do tal canudo, sem que tenham lido


um unico livro inteiro: apenas os capítulos recomendados para as


avaliações. Então não é surpresa que tantos ótimos e imortais autores


sejam esquecidos. O hábito da leitura que já não é tão incentivado,


concorre agora com outros hábitos, surgidos com a diversidade de


mídias disponíveis. * Parabéns pelo belo atualíssimo artigo. Beijos.


Uma boa noite. P.S. Pensei que voce iria hoje lá na Cantina da Lua.




06/06/10 12:32 - EDNA LOPES




Ótima reflexão Miriam...penso que será das novas gerções se ESSA não

acordar para o caos que se avizinha.. li algo de saramago que dizia,

da pouco habilidade de escrita e de leitura que testemunhava:

CHEGAREMOS AO GRUNHIDO...É duro reconhecer que do jeito que vai...

*bjss















quinta-feira, 3 de junho de 2010

Entrevista para a Rádio UFMG Educativa

TODO DIA É DIA DE SOLL!

03/06/10 00:48 - Ivone Alves SOL
A abalizada opinião da escritora e poeta Ivone Alves Soll muito me honra e dignifica o meu trabalho.
Por isso,coloquei aqui sua opinião,enviada através do site "Recanto das Letras",onde ambas postamos nossos pensamentos e idéias.
Aproveito,também,para agradecer à Rádio FM da Universidade Federal de Minas Gerais ,através da jornalista Helen Murta,a entrevista realizada hoje,por telefone,onde pude falar do meu trabalho e projetos futuros,além do novo livro,"A Bahia de Outrora",cujo lançamento será em Julho próximo,mas que,a partir do dia 15/6 estará disponível para compra  neste blog.


Rádio UFMG Educativa


104,5 FM - A Estação do Conhecimento
www.ufmg.br/radio


http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&source=hp&q=soll+dantas+recanto+das+letras&btnG=Pesquisa+Google&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=


Convivi, nos últimos meses, com a ansiedade da Miriam em relação ao

Bahia de Outrora, um livro que vai oportunizar ao leitor um regresso

ao tempo em que costumes e tradições, eram sagrados até quando

profanos. Histórias e vivências do início do século XX são aludidas de

forma lúdica e com o humor característico da escritora, mesclando

informação e entretenimento. Detalhista, comprometida e, com um acervo

literário abrangente, Miriam aborda uma Bahia de outrora com uma

linguagem atual e extensiva ao público de todos os segmentos sociais e

de todos os gostos literários. Bem, vale à pena abancar uma charrete

imaginária e, sem pressa, passear em todos os cantos desses contos;

embarcar nessa viagem cultural e deixar que a imaginação abalize aonde

ancorar. Afinal, a Baía de Todos os Santos é nossa. Parabéns, Miriam!

Obrigada por nos mimosear com essa grande obra. Ivone Alves SOL







quarta-feira, 2 de junho de 2010

A UM CORAÇÃO!...




Ai! Pobre coração! Assim vazio e  frio

Sem guardar a lembrança de um amor!

Nada em teus seios os dias hão deixado!…

É fado?Nem relíquias de um sonho encantador?

Não, frio coração! É que na terra

Ninguém te abriu… Nada teu seio encerra!

O vácuo apenas queres tu conter!


Não te faltam suspiros delirantes,

nem lágrimas de afeto verdadeiro…

-É que nem mesmo o oceano inteiro

Poderia te encher!…

Castro Alves,poeta condoreiro,baiano



terça-feira, 1 de junho de 2010

APONTAMENTOS SOBRE A “VELHA BAHIA"

 Demorou cerca de quatro anos ,muita pesquisa e muitas lembranças.Exigiu muitas visitas e muitas oitivas. Mas , baiano resolve tudo com uma boa prosa e muita paciência.Paciência de escutar relatos de velhas senhoras,procurar negras velhas que conheciam os segredos dos terreiros e orixás,ouvir,sempre,falar pouco,aprender muito. Mas , ele está ai,pronto para ser degustado,amigo leitor. Estou falando do meu novo livro ,”A BAHIA DE OUTRORA”, feito com muito carinho e apresentado com muito orgulho. O livro tira dos cantos escuros do esquecimento a velha Bahia da minha adolescência ,dos meus avós e bisavós. Fala de costumes que morreram ,fala de namoros,casamentos e enterros,fala de incensos,festas e superstições. Conta como eram as formaturas , as visitas e as faxinas aos sábados. Ressuscita o Cinema Olympia,o Guarany e o Jandaia. Trás de volta as viúvas e seus véus negros e as serenatas e modinhas. Como escrevi um livro para todas e todos não é um livro caro.Custa apenas $20 e oferece uma imperdível viagem ao passado. Subam na cadeirinha de arruar,se abanquem e comecem o passeio...

FALA O LEITOR:

Miriam, boa tarde.


Fui comentar lá no Contos e Causos e vi que você só vai ter o livro disponível a partir do dia 15. No entanto, anote aí o meu endereço e mande-me, por favor tão logo o tenha. Autografado e tudo,viu?.rsrs.