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sexta-feira, 30 de abril de 2010

NOTÍCIAS LITERÁRIAS


Um alternativo cultural é um meio de divulgação cultural independente, cuja finalidade precípua é ser uma alternativa viável aos veículos de divulgação em massa…resumindo – são jornais, jornaizinhos, fanzines, revistas de pouca tiragem que visam divulgar escritores e outras expressões culturais que de outra forma não teriam como se expressar.
Se você gostaria de publicar seus textos, para serem lidos, apreciados, divulgados por quem de fato ler poesia, crônica e conto de ilustres desconhecidos como você e eu, aí está a oportunidade.
Ah! ia esquecendo um pequeno detalhe importante, estes alternativos não tem verba de custeio pública, nem costumam serem patrocinados ou apoiados por grandes empresas, tampouco recebem quaisquer benefícios fiscais da lei Rouanet…geralmente são sustentadas pelo bolso parco de seus idealizadores ou com alguma propaganda da “Quitanda do Seu João”, do “Depósito do Seu Zé”, e assim vão tentando sobreviver a globalização. Sendo assim, se você puder colaborar enviando selos, envelopes, e até alguma quantia, quem sabe fazendo uma assinatura semestral/anual, entre em contato com seus editores e veja a melhor forma de colaborar para que espaços como estes não desapareçam engolidos pela mega-mídia.
Abaixo você tem 25 novas opções de se divulgar, colaborar e ser lido em papel impresso.



1. A FIGUEIRA – Editado por Abel B. Pereira
Cx. Postal 21617 (Ingleses)
Fones: (048) 3369-3098 / 3266-5145
88058-970 Florianópolis-SC
2. A VOZ – Editado por Genildo F. da Silva & Fátima Costa
Av. Dr. José Rufino, 3625 – Tejipió
50930-000 Recife-PE
Fones: (081) 3455-3176 / 8737-9238
jornal_avoz1@ig.com.br
3. ACONTECÊNCIAS – Editado por Aurélio R. De Loyola
Rua Manoel F. Albuquerque, 457 – Maria Farinha
53427-270 Paulista-PE

4. ARTPOESIA – Editado por Movimento Cultural ArtPoesia
Rua São Salvador, 109 – Liberdade
40325-660 Salvador-BA
Fone: (071) 3241-6821
artpoesia@bol.com.br
5. BOLETIM DO GRÊMIO DE HAICAI “CAMINHO DAS ÁGUAS” – Editado por Mahelen Madureira
Rua Alexandre Martins, 3, Apto. 11-107
11025-201 SantosSP
Fone: (013) 3238-4921
6. CAL 03 – Editado por Benilson Antoniolo
Rua Sebastião de Oliveira Damas, 293 – Jaguaribe
12460-000 Campos do Jordão-SP
7. COTIPORÃ CULTURAL – Editado por Adão Wons
Rua Natal Turcatel, 79
95335-000 Cotiporã-RS
8. FOLHA CULTURAL FARROUPILHA – Editado por Leonel Dutra V. Lopes
Cx. Postal 129
95840-000 Triunfo-RS
insanityrock@taquari.com
9. JORNAL CULTURAL “CONHECE-TE A TI MESMO” – Editado por Marcelo Pereira Rodrigues(MPR)
Cx. Postal 167
36400-000 Conselheiro Lafaiete-MG
Fone: (31) 9231-1998
nosmpr@hotmail.com
10. JORNAL CULTURAL MENSAGEIRO – Editado por Arthur Filho
Rua Espírito Santo, 232/02
90010-370 Porto Alegre-RS
Fone: (51) 3227-2921
11. JORNAL LETRAS SANTIAGUENSES – Editado por Auri Antonio Sudati & Zé Lir Madalosso
Cx. Postal 71
97700-000 Santiago-RS
Fones: (55) 3251-2403 / 3025-3083
auriantoniosudati@terra.com.br & zé-lir@brturbo.com.br
12. JORNAL RADAR – Editado por Rosemary Lopes Pereira & Emília Siraisi
Rua Prof. João Cândido Ferreira, 308 – sl/05 Cx. Postal 601
86800-100 Apucarana-PR
Fones: (43) 3422-5637 / (41) 3233-7611
13. JORNAL VAIA – Editado por Marco Marques & Fernando Ramos
Rua Demétrio Ribeiro, 706/601 – Centro
90010-312 Porto Alegre-RS
jornalvaia@gmail.com
jornal-vaia.blogspot.com
14. LETRAS & OLHARES – Editado por Celso Ferruda
Av. Getúlio Vargas, 1461 – São Miguel
93025-000 São Leopoldo-RS
15. LETRAS TAQUARENSES – Editado por Antonio Cabral Filho
Rua dos Biólogos, 1296 – Taquara – Jacarepaguá
22723-510 Rio de Janeiro-RJ
16. LITERARTE-SP – Editado por Arlindo Nóbrega
Rua Rego Barros, 316
53427-270 São Paulo-SP
Fone: (011) 6785-3920
17. LITERATURA & ARTE – Editado por Humberto del Maestro
Rua Aurora de Aguiar Ferreira, 171/702 – Ed. San Juan – Jd. Camburi
29090-310 Vitória-ES
18. MENSAGEIRO DA POESIA – Editado por Sinésio e Genésio Cabral
Rua Silva Jatahy, 1155/1201 Ed. Vera Cruz – Meireles
60165-070 Fortaleza-CE
Fones: (85) 3242-0690 / 3242-4787
19. O ARAUTO – Editado por Reginaldo Alves de Araújo
Rua 26 de agosto, 384 – 3° andar sala 38
Fones: (067) 3384-3,938 / 9908-3304
79002-081 Campo Grande-MS
20. O PATUSCO – Editado por João Batista Serra
Cx. Postal 95
61600-000 Caucaia-CE
21. PANTANAL POÉTICO – Editado por Benedito C. G. Lima
Cx. Postal 112
79300-970 Corumbá-MS
beneditocglima@bol.com.br / cglima@hotmail.com
22. PORTAS PARA POESIA & PROSA – Editado por Bruno Santos
Rua Paulo VI, 362
37150-000 Carmo do Rio Claro-MG
Fones: (035)3561-3466 / 9112-3294
brunodessantos@yahoo.com.br
23. POSTAL CLUBE – Editado por Araci Barreto
Rua Anízio Pereira Rodrigues (Rua 7), Lt 761 – QD 27 – Apolo III
24800-000 Itaboraí-RJ
araci@imagina.com.br
24. PRÓ-DONS – Jornal da Poesia – Editado por Angelo Augusto Ferreira
Cx. Postal 45
38400-977 Uberlândia-MG
25. TRIBUNA LITERÁRIA
Av. Rui Carneiro, 525 sala 218 – Tambaú
58032-101 João Pessoa – PB
Fones: (83) 3247-9070 / 9332-2674
tribunaliteraria@gmail.com


Texto bastante elucidativo extraído do site"CASA DO POETA" ,com o intuito de divulgar o site e apresentar novas alternativas para os escritores iniciantes.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

FLORBELA ESPANCA,POETA DO AMOR E DA TRISTEZA!




CASTELÃ DA TRISTEZA




Altiva e couraçada de desdém,


Vivo sozinha em meu castelo: a Dor!


Passa por ele a luz de todo o amor...


E nunca em meu castelo entrou alguém!




Castelã da Tristeza, vês?... A quem? ...


-- E o meu olhar é interrogador --


Perscruto, ao longe, as sombras do sol-pôr...


Chora o silêncio... nada...ninguém vem...




Castelã da Tristeza, porque choras


Lendo, toda de branco, um livro de horas,


À sombra rendilhada dos vitrais?...




À noite, debruçada, plas ameias,


Porque rezas baixinho? ... Porque anseias?...


Que sonho afagam tuas mãos reais?




Florbela Espanca






Oito de dezembro de 1894. Nasce em Vila Viçosa (Alentejo), na Rua do Angerino, Florbela d'Alma da Conceição Espanca, em casa de sua mãe, Antônica da Conceição Lobo. O pai, o republicano João Maria Espanca, que era casado com outra mulher, Mariana do Carmo Ingleza, curiosamente fará da esposa a madrinha de batismo da filha. Nos registros da Igreja Nossa Senhora da Conceição de vila Viçosa consta Florbela como "filha ilegítima de pai incógnito". O mesmo acontecendo com seu único irmão, Apeles, nascido em 10 de março de 1897. Em 1899 Florbela já freqüenta o curso primário. Data de 11 de novembro de 1903 o poema A vida e a morte – ao que tudo indica o primeiro de sua autoria. Ingressa, em 1908, no Liceu de Évora, onde permanecerá até 1912. No dia de seu aniversário no ano de 1913, Florbela casa-se, no Registro Civil de Vila Viçosa, com Alberto de Jesus Silva Moutinho que havia sido seu colega de classe desde o curso primário. Em abril de 1916, seleciona, dentre a sua produção poética, cerca de 30 peças produzidas a partir de maio de 1915, com as quais inaugura o projeto Trocando Olhares. Em outubro de 1916, desde setembro vivendo em Lisboa e financiada pelo pai, matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que abandonará em meados de 1920: dentre os 347 alunos inscritos, apenas 14 são mulheres. Em junho de 1919 faz publicar o Livro de Mágoas, com as dedicatórias: "A meu pai. Ao meu melhor amigo." e "À querida Alma irmã da minha. Ao meu irmão." Logo depois começa a trabalhar em novo projeto Livro de Soror Saudade, publicado em 1923. No dia 30 de abril de 1921 é assinado o divórcio de Florbela e Moutinho. Dois meses depois se casa com o alferes de artilharia da Guarda Republicana, Antônio José Marques Guimarães. Em 1925 divorcia-se de Antônio Guimarães. Ainda em 1925, em Matosinhos, Florbela casa-se com Mário Pereira Lage, médico. Em 1930, com poemas e contos, inicia a colaboração na recém-fundada revista Portugal Feminino, na Civilização e no Primeiro de Janeiro. Em seu Diário do Último Ano, Florbela expressa o estado de solidão em que se vê mergulhada: "O olhar dum bicho comove-me mais profundamente que um olhar humano... Num grande esforço de compreensão, debruço-me, mergulho os meus olhos nos olhos do meu cão... Ah, ter quatro patas e compreender a súplica humilde, a angustiosa ansiedade daquele olhar!..." E não há de ser por acaso que Florbela se faz acompanhar de tal imagem durante esse derradeiro percurso: não é o cão mitológico o guardião da morte?Em 2 de dezembro de 1930, encerra-se o seu Diário com a seguinte frase: "e não haver gestos novos nem palavras novas!" Cinco dias depois, no dia de seu aniversário, Florbela d'Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo uma dose excessiva de Veronal.
Biografia tirada da "Coleção a Obra-prima de cada autor", Sonetos - Florbela Espanca (texto integral), Martin Claret editora.
IMG:Busca Google

PALAVRA DO LEITOR:

As cruzes de todos nós, os poetas conseguem descrever desgraças e suas vidas como se fossem diários de uma rotina de vida. parabéns amiga, você merece destaque pela utilidade de seus escritos que nos orienta e diz como a vida passa.
Ana Zélia ,escritora amazonense

quarta-feira, 28 de abril de 2010

POEMA DE AMOR E DESILUSÃO!


Quando as folhas caírem,se tu fores

visitar minha triste sepultura,

Hás de colher ali mimosas flores

que ornarão tua fronte linda e pura.


Estas florinhas,meigas e singelas,

Nasceram de meu peito,amor.São elas,

os cantos que eu cantara,se existisse!

E as palavras de amor que não te disse!



Stecchetti,poeta romântico italiano

Lorenzo Stecchetti é o pseudônimo com que se celebrizou Olindo Guerrini. Nasceu em S. Alberto de Ravena em 14 outubro 1845 e morreu em 22 de outubro de 1916.Em 1877 publicou um volume de versos intitulado"Postuma", sob o nome de Lorenzo Stecchetti.

No prefácio informava queos originais lhe tinham sido confiados por um jovem poeta que morreu tuberculoso,e que lhe pedia para publicá-los.A beleza lírica dos poemas e a história fantástica suscitaram debates que consagraram e popularizaram definitivamente seu nome.~~

terça-feira, 27 de abril de 2010

* AMOR FILIAL*



Aquele filho adorava aquela mãe; solteirão, vivia com ela há exatos quarenta anos, naquela fazenda longe de tudo.

Por isso, quando ela morreu de repente, foi um chororô só;ele não se acostumava com a idéia e, quando uns poucos vizinhos chegaram para o velório, o encontraram em prantos e muito arredio.

Já havia banhado e vestido o cadáver, amortalhado e, conforme o costume da roça,coberto seu frágil corpinho com um lençol;os chegantes, se benziam,levantavam um pouco o lençol e olhavam o rosto da falecida.

Isso feito repetidas vezes,começou a irritar o rapaz.

Num dado momento, ao ver o lençol levantado mais uma vez, ele se ergueu bruscamente, arrumou o lençol com cuidado e bradou pros vizinhos:
-Agora, quem quiser ver a cara de minha mãe que vá ver no inferno.
IMG:Busca Google
LEIA MAIS:

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ALAN SILLITOE,OU A FICÇÃO FANTÁSTICA



.- O escritor britânico Alan Sillitoe, uma figura importante da ficção dos últimos 50 anos com livros como "Saturday Night and Sunday Morning", morreu hoje aos 82 anos no hospital Charing Cross de Londres, informou sua família.Nascido na cidade de Nottingham, norte da Inglaterra, Sillitoe publicou obras de poesia, livros infantis e peças de teatro, além de ser crítico sobre temas sociais.Seu livro "Saturday Night and Sunday Morning" foi levado ao cinema com a atuação do ator Albert Finney, e seu romance "The Loneliness Of The Long Distance Runner" também foi levado ao cinema com Tom Courtnay.As duas obras são consideradas dramas clássicos da realidade britânica de meados do século 20.Nascido em 4 de março de 1928, Sillitoe abandonou a escola aos 14 anos e foi trabalhar em uma fábrica de bicicletas, antes de entrar para a Real Força Aérea (RAF),como operador de telefonia.Filho de um trabalhador analfabeto, o escritor relatou em alguma ocasião as penúrias de sua infância."Vivíamos em um quarto em Talbot Street (Nottingham) cujas quatro paredes cheiravam a gás, gordura e camadas de papel mofado", disse uma vez o escritor.Seu primeiro relato de ficção, sobre a vida de seus primos foi escrito quando menino, mas foi queimado por sua mãe porque ela acreditava que o texto era muito revelador.Enquanto servia para a RAF contraiu tuberculose, o que o obrigou a passar 16 meses em um hospital da Força Aérea antes de receber uma pensão, após a qual decidiu se dedicar à literatura.Em 1958, escreveu seu famoso romance "Saturday Night and Sunday Morning", uma história sobre uma família trabalhadora em Nottingham.Outros trabalhos incluem "Gadfly in Russia", um relato publicado em 2007 sobre suas viagens pela Rússia.No total, Sillitoe, que se considerava poeta mais que romancista, escreveu mais de 50 livros, entre estes sua autobiografia, publicada em 1995 com o nome de "Life Without Armour".Sillitoe era casado com a poeta americana Ruth Fainlight.


Fonte:Folha de São Paulo
IMG:Busca Google

domingo, 25 de abril de 2010

EU QUERO É TROVA!


TROVINHAS SOBRE O CIÙME:


Todos os males do inferno

em si guarda,em si resume,

O mais terrivel dos monstros,

a negra fúria,ciùme!

Sá Pereira


Não anda sem companheira

o amor, a eterna criança...

Quando não é a cegueira

é sempre a desconfiança!

Augusto Gil


Toda flor tem seu perfume

toda estrela,seu fulgor;

não existe amor sem ciùme,

nem ciùme sem amor...


L.Henke
IMG:Busca Google

sábado, 24 de abril de 2010

A VIAGEM DO ELEFANTE



Como a paciência não é uma das minhas principais qualidades,fui correndo á Livraria Saraiva e comprei “A Viagem do Elefante”,o novo livro de Saramago.
Mal cheguei em casa,agarrei-me ao exemplar, como se fosse o cornaca Subhro, tratador e condutor do dito elefante Salomão, personagem mais importante dessa historia,onde havia gente de tanta importância como rei, rainha e arquiduques.
Dizem que esta estória verídica, narrando uma viagem de um elefante indiano de Lisboa a Viena, como um presente do rei D.João III ao Arquiduque Maximiliano,da Áustria, é o melhor dos livros escritos pelo genial escritor;mas,se diz isso de todos os seus livros.O livro é realmente magistral, a gente agarra nele e não consegue soltar, a leitura prende, queremos saber como termina,como o elefante Salomão,cujo nome foi mudado á sua revelia para Solimão,ao bel prazer do Arquiduque, (cujo poder muda nomes e vidas não só de elefantes como de pessoas e até países,) conseguiu chegar,se é que chegaria, tendo que atravessar Portugal, Espanha, Itália e Áustria, numa temível viagem através dos Alpes, em pleno inverno, ele, um joguete na mão dos poderosos, como aliás,todos nós.O povo, já dizia uma malfadada ministra de execrável memória, o povo é só um detalhe.
Usando a viagem para os fins que pretendia, Saramago ataca a igreja e o capitalismo, seus alvos constantes e torna a viagem desse elefante uma analogia com a vida das pessoas, indefesas diante do imponderável.
Vale ressaltar a figura do cornaca , tratador e guia do elefante, que por um capricho arquiducal passou a chamar-se Fritz, como muitos se chamam assim na Áustria, embora gostasse de continuar usando o seu nome de nascimento, Subhro, que significava Branco, mesmo porque milhões de fritzs que habitam os países germânicos, nada têm em comum com um guia de elefante indiano, portanto único em toda a Europa.
A Igreja apanha na figura daquele padre em Pádua, que encomenda um milagre ao cornaca, pedindo que faça o elefante ajoelhar diante da Igreja de Santo Antonio,para honra e gloria da Santa Madre Igreja, açoitada pelo látego de Lutero.
Donde a gente conclui a origem de todos os outros milagres.
Quem ainda não leu, que vá correndo comprar.É um dos mais belos livros que já li.Será apresentado a um dos mais belos livros do maior escritor contemporâneo , de língua portuguesa.
*Re-edição
PALAVRA DO LEITOR:José Cláudio Adão,escritor mineiro
Você tem razão. Cada novo livro do Saramago é a presentado como a sua melhor obra. E é mesmo. Cada um melhor do que o outro. Obrigado. Abraços.
Em 23/04/10 ás 18.03hs

sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIVAGAÇÕES HISTÓRICAS


PARA CELEBRAR O DESCOBRIMENTO DO BRASIL...
Quem foi que inventou o Brasil?
Foi seu Cabral! Foi seu Cabral!
No dia 21 de Abril
Dois meses depois do Carnaval ...
(marchinha de carnaval)


Estava eu, lá na roça, debaixo do secular juazeiro,lendo um livrinho e comendo doce de leite,quando danei a divagar sobre o passado;assim,a troco de nada,como quando a mente da gente vagueia sem rumo,procurando em que pensar.Por isso,minha avó,rainha dos adágios,dizia:”mente vazia é oficina do diabo”.
Eu pensei:como estaríamos nós,se o Brasil não fosse colonizado pelos portugueses? Se nós corrêssemos com eles daqui de Pindorama,ou se os lusos tivessem que sair nadando,naquele dia 22 de abril,e,nunca mais viessem por essas bandas; fossem correr atrás das Indias(não as nossas)mas,a das especiarias e nunca mais voltassem,nem eles,nem branco nenhum.!?
O Brasil seria habitado pelos índios,falaríamos tupi-guarani,nosso deus seria Tupã, pescaríamos e caçaríamos respeitando a natureza,nunca iríamos saber o que é capitalismo selvagem,nossos morubixabas seriam justos e honestos,nossos pajés não cobravam dízimos,nossas mulheres teriam o cabelo mais negro que a asa da graúna e lábios de mel,nossos homens seriam fortes ,corajosos e leais,como Ubirajara,excelentes estrategistas como o cacique Cunhambebe ou chefes tribais probos e idealistas como o cacique Ararigbòia. Festejaríamos o Quarup em lugar do Carnaval e o Cacique de Ramos não desfilaria ás segundas feiras gordas.
Agora, imagine uma reunião de Cúpula das Américas,todos os delegados de terno e gravata e os nossos representante...nus . Por baixo da tanga ... só a natureza.Não seria a gloria ? E o desespero dos tradutores para traduzir o tupi-guarani para o Inglês?Mas, haveria muitas vantagens:novelas Faustões e Xuxas,nem pensar;publicitários a nos induzir compras que não precisamos,inexistentes;congresso nacional,tô fora;corruptos , não vingariam:tacape neles,seriam comidos por via oral. Políticos – que maravilha!-nem sonhariam existir. Não haveria dinheiro, haveria trocas justas;a ganância,desapareceria;mercado financeiro,especuladores,crises de bolsa-que é isso-!?Haveria tempo para celebrar o pôr do sol e contemplar a natureza ,e,não estaríamos nem aí,para a crise do petróleo;todas as ubás caboclas singram as águas,serenas e constantes.não estou me referindo aos índios aculturados de hoje,mas,sim,aos seus ancestrais,ainda puros,como nos dias da criação.
Nem TV, nem jornais; estaríamos livres da Veja e da Folha.Eu não estaria aqui,agora,digitando essas mal traçadas,porque não haveria computador nem internet,mas,talvez,sentada debaixo de um jequitibá,contando estórias a meus companheiros de tribo,com meus colares de penas de arara e minha tanga colorida de vermelho e verde.Acho que seria bom.
È,minha avó tinha razão:alma ocupada não é tentada.Vou procurar o que fazer...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

TIRADENTES, MÁRTIR



É,as coisas não andavam muito boas em 1789 nas Minas Gerais.
Esmagados pelos impostos que a Coroa Portuguesa exigia e de saco cheio de tanta proibição , tanto escárnio,tanta chatice , os mineiros resolveram dar um basta e fazer a Conjuração ou Inconfidência Mineira.
Esse movimento veio do alto, formado por padres, juízes,comerciantes,profissionais liberais,porém, no meio deles, estava o alferes.
Sim, um simples alferes,um quase ninguém diante de tantos nomes pomposos.Um homem do povo,idealista e sonhador.
Pobre, idealista e sonhador metido no meio dos poderosos deu no que deu; a corda,seja aqui ,em Minas ou na Cochinchina sempre arrebenta pelo lado mais fraco e Tiradentes pagou o pato;foi o único condenado a morte,justo o único que não tinha poder para desafiar a Coroa.
A morte injuriosa pela forca até que, guardadas as proporções,não foi tão má.Rápida e indolor,segundo alguns.Era para ser esquartejado ,uma morte horrível,na execução da qual nossos piedosos portugueses eram exímios.Afinal,Tiradentes era um perigoso terrorista,quase AL-Cadiano,se houvesse a AL- Caida naqueles tempos; Deus foi por ele;escapou de ter seus ossos estalados,seu corpo retalhado,foi poupado dessa morte tão cruel,em vida.O esquartejaram depois de morto, sua cabeça indo parar espetada numa estaca,no Rio de Janeiro,pedaços do seu corpo espalhado pelas estradas de Minas.
Afinal, ele e seus colegas de rebeldia foram condenados por alta – traição;traição era discordar do rei,discursar contra ele,escrever artigos nos jornais contra a Coroa,mobilizar o povo,crime que as Ordenações do Reino punia com mortes dolorosíssimas; pois esse moço,alferes,minerador,dentista,entrou nessa roubada e se deu mal.Antes Joaquim José da Silva Xavier tivesse continuado a tirar dentes nos sertões de Minas,(daí sua alcunha) em vez de se meter em briga de cachorro grande,pois,quando a elite e o clero sentiram que estavam avançando nos seus bolsos,graças à Derrama (cobrança de impostos atrasados) saíram no pau contra os lusos, provando que o órgão mais sensível do homem é o bolso.
Tiradentes aderiu patrioticamente , achando que estava lutando contra a exploração do Brasil pela Metrópole ,mas,na verdade, estava mesmo era entrando numa briga provinciana.
E , foi ai que o bicho pegou;os ricos logo correram para sair bem na foto e sobrou para a militância;foram condenados à morte depois convertida em degredo e o alferes foi o único “premiado” com a pena de morte, que D. Maria, tão “boazinha”,coitada , converteu de esquartejamento para enforcamento.
Triste foi enfrentar, algemado, a longa viagem de Vila Rica ao Rio,onde a morte seria realizada,num sábado,para garantir a platéia,e todas as pompas e circunstancias devidas a um acontecimento real.Afinal,a Revolução Francesa estava ai mesmo, do lado ,e os reis temiam pelas suas cabeças.
“Vi o penitente
de corda ao pescoço.
A morte era o menos:
mais era o alvoroço.
Se morrer é triste,
porque tanta gente
vinha pela rua
com ar de contente?”
(Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência)
Tiradentes morreu rápido; a dor coube à família, que não o pode enterrar e ainda foi considerada “infame” até à quarta geração.Muitos trocaram de nome e rumo para não carregar essa pecha.
Mas, e a D. Maria,a rainha,a queridinha dos padres que a exploravam,a triste viúva menina de um rei bem – amado,o que lhe aconteceu?
Meses depois da morte de Tiradentes enlouqueceu, veio aos berros de “não quero!” para o Brasil,onde enclausurada num convento devido á insanidade,passeava com suas aias,despreocupada,sem lembrar de nada, objeto da risota da plebe que dizia:
-“Lá vai Maria com as outras”;Maria sem forças,Maria sem poder,Maria levada pelas outras,Maria ,agora, ninguém.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

BRASÍLIA VISTA POR MIM






Duas vezes estive em Brasília
não por desinteresse,que é isso?
Afinal
do meu pais é a Capital.
Mas,não tenho negócios políticos,nem empresariais
que levam pessoas a visitá-la mais.
Admirei a Praça dos três Poderes no meu primeiro e deslumbrado olhar;
Ao voltar,ainda era a mesma praça
e os mesmos poderes estavam lá.
Tinha a mesma dignidade e o mesmo recado para os visitantes:
-Esta cidade,no Planalto Central do Pais
veio para descentralizar,para unir,não para separar.
Brasília é feia?É bonita?
Ou gosta ou não se gosta.
Mas,eu gostei.
Aquela amplidão,aquele céu que podemos descortinar,sem feios arranha- céus, o crepúsculo visto do lago Paranoá.
A magnificência da Catedral
não por ter afrescos,nem colunatas renascentistas,
mas,por uma beleza serena,sem ostentação
e, aquela luz,aquela paz...
Rezar ali deve levar a gente para mais perto do Céu.
(Deus não deve gostar muito de ouropéis.)
Brasília quer me contar de homens pioneiros
que aqui vieram construir um sonho
antigos homens criando uma cidade nova que impõe respeito
por representar o povo que a construiu
no meio do cerrado.
O Plano Piloto me encantou:
apenas uma cruz,”seu” Lúcio Costa
ou seria um avião? Asa Norte,Asa Sul
o Eixo Monumental
genialidade composta de beleza
e muito azul.
Niemeyer,Lúcio Costa,Juscelino,
planejadores oficiais , decidiram fazer desta cidade tão linda,tão recortada,tão planejada
não um monumento á saudade,ao que já foi
mas,um olhar para o futuro
para o que será.
Monumento ao Candango

O Itamarati, com um belo lago
A estátua da Justiça sempre vendada , sempre arisca
aqui também...
Cega,surda e muda como convém...
Brasília ficou sendo para mim
uma poesia natural
cidade onde se pode respirar
onde se pode beber da beleza do lugar
e se encantar!
Sem necessidade de se usar muitas palavras
a não ser - Magnífica –
e,fazer para ela um gesto de amor!
PALAVRA DO LEITOR:
27/04/10 09:09 - EDNA LOPES,educadora alagoana
Minha linda amiga, saudades!Todos sabem que não tenho negóciosempresariais nem políticos e sim educacionais mas, volta e meia,estou em Brasília.Gosto demais da luz, do céu, do traçado, do verde,das flores do cerrado.Gosto ainda mais dos amigos que reencontro, dosnovos que fiz e sempre faço.Logo mais a tardinha passarei por nossaSalvador e dormirei em Brasilia.. mais uma semana de muito trabalhomas também de muita alegria por rever pessoas queridas e esta cidadeque aprendi amar.Adorei o jeito amoroso com que descreveBrasilia.Beijo nocê, viu?
27/04/10 18:44 - Maria Iaci
Puxa, Miriam, fiquei emocionada por você dedicado esta bela prosa sobre Brasília a mim e aos amigos recantistas brasilienses, que amamos tanto a nossa cidade. Claro que, além dos "vizinhos" indesejáveis que de tempos em tempos o país todo manda pra cá, temos aqui todos os problemas que qualquer cidade grande tem. Mas temos também toda essa beleza e encantamento que você soube captar e traduzir em palavras.Agradeço, comovida, em nome de Brasília, em meu próprio nome e detodos os apaixonados cidadãos brasilienses. Um beijo na testa.
27/04/10 20:55 - Antonio Maria Santiago Cabral,escritor maranhense
Brasília nasceu de um sonho de Juscelino - dourado pela genialidadede Lúcio Costa e Niemeyer - e tornado realidade pela força e bravurados candangos de todas regiões do Brasil. Por isso é bela e merece oseu bom texto, Miriam.

terça-feira, 20 de abril de 2010

UM BOM VENDEDOR NÃO TEM PREÇO!



Tenho insistido , nos meus artigos , que , o escritor precisa ser também , um vendedor.
Ninguém melhor do que ele venderia o seu peixe , não é? Pois , ninguém conhece melhor sua obra , seus propósitos quando a escreveu e o que espera dela com relação ao público.
Como cada vez é mais complicado para o escritor independente colocar seu trabalho nas livrarias , pois o ganho é irrisório e, algumas das grandes nem pagam ao escritor o que lhes é de direito , torna-se necessário para a própria sobrevivência da obra que o autor saiba como vendê-la.
Comece por perder a timidez e considerar a venda como um trabalho sujo e desagradável ; você não vai ser um vendedor insistente , nem picareta , incomodando as pessoas , constrangendo-as ou fazendo uma abordagem agressiva.
Pense que,tudo no mundo é venda.O médico vende promessas de saúde, o advogado vende leis ,o padre vende um suposto lugar no céu , o professor lhe vende conhecimento , o comerciante vende bens e serviços necessários á sobrevivência.
Como fui , com muito orgulho , vendedora de livros e hoje sou escritora , portanto transitei nos dois mundos , desejo passar , para vocês um pouco da minha experiência.
Vamos conhecer algumas técnicas para ter sucesso com vendas.
Vender , (eu já dizia há muitos anos atrás quando treinava equipes de vendas) é fazer alguém pensar como nós pensamos;é usar a mais velha técnica do mundo:a técnica da persuasão.
Mas, vamos ao que interessa,o jeito gostoso e sadio de realizar uma venda bem feita.
*Entenda que cada leitor é único ; portanto , antes de tudo , identifique o que interessa a ele. Não vá vender livro de auto – ajuda a um cético, por exemplo.
**A venda de livros é , acima de tudo , passional:o leitor vê , folheia , gosta , compra.
Uma boa capa é fundamental; ela desperta o interesse.Uma boa sinopse , também, ajuda um bocado.Ali , o leitor percebe se , naquele livro está o que ele procura.Ai é onde entra o seu talento: fale com paixão da sua obra , interesse o leitor , faça com que ele deseje saber o que tem lá dentro.
***Esqueça aquela estória de hippie; ficou bem nos anos sessenta , mas, está démodé; o escritor deve ser educado , falar bem e pausado , vestir-se com elegância.
Se mulher e bonita,procure não mostrar muito os seios num decote marilyniano; afinal , é seu livro que você quer vender , não é?
Nem preciso dizer da importância do Português correto; não assassine a língua se você quiser viver dela.
****Dê atenção ao seu leitor; converse com ele , discuta , debata temas, e, depois da compra, ligue ou passe um e-mail para ele, querendo saber se o livro o agradou, se o satisfez , troque idéias sobre literatura , sobre outros autores , fidelize seu leitor.
É importante que você tenha um blog ou site onde possa ser encontrado; convide o leitor a visitá-lo. Corresponda-se com ele por e-mail , fale das novidades , não o perca de vista.Ele ficará encantado!
Não é á toa que Paulo Coelho mantém dezenas de secretárias para responder e-mails de seus fãs.
*****Atenção , hein! O leitor sabe quando o vendedor mente. Não adianta dizer que você ganhou o Jabuti ou que pertence a alguma Academia , pois , se o cara é seu leitor é porque é inteligente.E gente lida e inteligente não se deixa enganar facilmente.
******Se o leitor reclamar de alguma coisa , seja solícito e atencioso.Procrastinar , nesses casos , é suicídio.
*******Um sorriso amplo faz muito por você ; ele só perde para a organização e o planejamento.Numa tarde de autógrafos não saber onde pôs a caneta é imperdoável. Esquecer o nome do leitor , suicídio.
********Seu leitor não vai simplesmente comprar um livro; ele compra uma idéia: a idéia do status , do conhecimento, do desejo de viajar pela sua mente , ,de ver o que você tem a dizer.O desejo de descobrir novos mundos.
Se você , em vez de livros vendesse batom , ele (a) compraria a ilusão de beleza que o batom lhe proporciona.
********* Nunca subestime a inteligência do seu leitor; nem entre em conflito com as idéias dele por mais estapafúrdias que sejam. Aprenda a respeitar os “feios”.
**********Concentre-se no seu livro. Evite debates políticos ou religiosos e , principalmente , nunca, mas , nunca mesmo fale mal de um colega. A ética é sempre bem -vinda em qualquer situação.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

TEMOS LIVRO NOVO NA PRAÇA!





"NINGUÉM RECEBE UM SONHO SEM RECEBER TAMBÉM AS MANEIRAS PARA VÊ-LO REALIZADO."
LIVRO DO ESCRITOR JOSÉ CLÁUDIO ADÃO

Acontece no dia 20 de abril (terça-feira), a partir das 18h30min, no Status Café - Cultura e Arte, o lançamento do livro "A Vida do Bebê 2ª Parte – De 40 Para Frente", de autoria do escritor José Cláudio Adão. Fica à Rua Pernambuco, 1150, Savassi, Belo Horizonte.
Primeiro livro de José Cláudio, a obra é uma crítica bem humorada da meia idade. Com uma linguagem leve, o autor faz um excelente panorama da vida madura, passando por questões importantes como saúde, sexualidade, atividade física, intelectual e profissional, às vezes de forma séria, e em outros momentos, com refinado senso de humor.
Ao adquirir o livro, publicado pela editora Biblioteca 24x7, Seven System Internacional Ltda, o leitor ganha o direito a uma licença de uso pelo portal da editora, que permite acesso ao formato digital da obra.
Durante o lançamento, haverá uma apresentação musical e o autor estará autografando a obra. O preço do livro é de R$ 25,00.
Sobre o autor:
José Cláudio Adão (Cacá), 47 anos, é mineiro de Itabira. Foi mineiro também do trabalho em mineração durante muitos anos. É historiador pela Universidade Federal de Ouro Preto. Além de escrever crônicas, diariamente, gosta de cozinhar no intervalo entre uma palavra escrita e uma fome inventada. A sua produção literária cotidiana pode ser conhecida através do blog http://uaimundo.blogspot.com/



Minha opinião:

Ah,um livro é só mais um livro,um produto comercializável,que queremos ou não,adquirir.

Mas,leitores,um livro não é apenas isso.Naquelas pequenas páginas,naquelas linhas ,naquele formato, existe uma mágica,uma alegria,um conhecimento,um desejo.

Quem não é escritor jamais poderá imaginar o que é fazer um livro;se é que um livro é feito.

Para mim,um livro é o resultado de diversos acasos que se cruzam e conspiram para que a sua existência seja possível.

Um ser humano nasceu preparado para escrever um livro;outros nasceram preparados para ler esse livro.

Um escritor é sobretudo guerreiro e corajoso.

Guerreiro,porque luta insanamente para dar ao público o legado da sua obra.

Corajoso,porque se expõe;desnuda-se diante de um público sem saber a reação deste.

Meu amigo José Cláudio Adão é um desses seres misteriosos que trouxeram esse dom que, nós,escritores não sabemos se é prêmio ou maldição.

Mas,"ajea jacta est" (a sorte está lançada!)

E eu estou certa que esse bebê crescerá muito,durará uma eternidade e gerará uma prole vigorosa.
Para a alegria dos seus amigos e leitores.


LEIA MAIS:
CEM ANOS DE SOLIDÃO
NOVOS AUTORES

sábado, 17 de abril de 2010

CENAS DE UM CASAMENTO BRASILEIRO




Maria acordou ás sete da manhã,meio estremunhada;olhou o relógio de cabeceira, aflita;hora de preparar os ovos mexidos e as torradas para a refeição matinal do marido.
Levantou-se, fez sua higiene pessoal, deu remédio ao velho cachorro de estimação, colocou leite na sua tigela e chamou o marido pois, já estava tudo preparado.
Maria agora era cozinheira, copeira e garçonete.
Sentou-se um pouco, passou a vista no jornal – só tragédias e crimes como sempre –engoliu um café preto com bolachinhas, como gostava e foi lavar a louça.
Despachado o marido para o escritório, varreu e passou um pano na casa, lavou e esterilizou o terraço onde o cão fazia as necessidades; lavou e perfumou o banheiro trocou as toalhas que pôs no cesto ; o cheiro bom de limpeza fez com que ela respirasse fundo,satisfeita.
Apanhou um livro, leu umas poucas páginas e foi colocar umas roupinhas na máquina.
Fez uma pequena prece silenciosa para todos aqueles caras que inventaram os eletro domésticos e encarou o serviço.Ligar, lavar, enxaguar, torcer,estender, secar.
Maria agora era lavadeira.
Maria tinha computador em casa, mas,nunca o abria; faltava tempo. E , ela bem que gostava de entrar no Facebook, jogar “Farm”, conversar com amigos virtuais.
11 hs da manhã –êta raio de tempo que corre – Maria foi dar o remédio do cachorro, passar pomada num machucado, preparar a ração.
Maria agora era veterinária.
Entrou na cozinha – preparar o que para hoje!? –decidiu-se por fazer um pouco de feijão, arroz temperado e um frango assado.Nada mais doméstico e trivial.
Sobremesa, gelatina de limão; o marido,adorava!
Limonada, para acompanhar.
Maria agora era chefe – de – cozinha.
Comeu frugalmente uma salada, tomou um suco e foi passar roupa.
Maria agora era passadeira.
Ás três Maria saiu ali perto até a agencia bancária para pagar contas.Enfrentou fila – Maria estava beirando os setenta,mas,agora tem tanto velho nas filas –depois,aproveitou para passar na padaria,buscar o pão quente.
Maria agora era secretária.
Ás cinco chegou o marido e, como sempre, ligou a TV.
Precisou de Maria para trazer-lhe as pílulas e um pouco de chá.
Foi até a cozinha, trouxe-lhe o jantar, depois lavou a louça.
Maria agora era enfermeira.
O marido, a TV, o cachorro ressonando na sala, seu mundo.
Maria apanhou linha, agulha e tesoura foi pregar uns botões numa camisa.
Maria agora era costureira.
A noite chegou exibindo uma bela e luminosa lua que Maria não reparou.
Saiu no terraço, verificou os portões, lavou mais um xixi do cachorro, molhou as plantas, consertou um pé de jibóia que estava se estendendo pelo chão,apagou as luzes,entrou em casa,apanhou um iogurte para o marido que lhe disse-Vou me deitar.Você vem?
Maria agora era jardineira.
Maria olhou cada cômodo da casa, verificou a geladeira, colocou o garrafão de água mineral no bebedouro doméstico, apagou a TV, verificou as janelas, e, enfim,foi deitar-se.
O marido reclamou:
-Não sei porque você demora tanto;não faz nada!
Maria puxou a coberta, enroscou-se nela.
Maria não sabia mais quem ela era.
IMG:Busca Google
FALA O LEITOR:
Jose Caudio ,escritor mineiro
- Eu sempre fiz um pouco de serviços domésticos e agora faço um pouco mais pelo fato de ficar mais em casa. Mas vou lhe dizer: NINGUÉM RECONHECE. Só se dá valor se tiver alguma coisa suja, alguma coisa faltando. As mulheres tinham mesmo que dar o grito da libertação. Ou o contrário, que seria melhor (mas creio quase impossível)os homens serem mais companheiros.
Paz e Bem!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

DOIS LIVROS IMPERDÍVEIS


NOS TRILHOS DA HISTÓRIA

Sexto livro de José Carlos Daltozo, funcionário aposentado do Banco do Brasil, tem como personagem principal a Estação Ferroviária de Martinópolis, que comemorou recentemente 90 anos de inauguração. Ela foi implantada em plena mata virgem, com o nome de José Teodoro, em 05 de agosto de 1917. O loteamento que deu origem ao povoado só começou sete anos depois, em 1924. Mas o livro não trata só da estação local. Faz um painel geral das viagens de trem que, de certa forma, são idênticas em qualquer lugar do país. Uma espécie de viagem "histórico-sentimental", com pinceladas de saudosismo e nostalgia, uma vez que - além da parte histórica - o livro tem muitos relatos interessantes e até engraçados de ferroviários aposentados e pessoas que usavam a ferrovia para o trabalho, lazer ou estudos. Pedidos pelo e-mail jcdaltozo@uol.com.br ou para a Caixa Postal 117 - 19500-000 - Martinópolis - SP O valor do livro R$ 23,00 (vinte e três reais), já incluida despesa de remessa do correio, pode ser depositado na conta 5.353.140-X, agência 0310-7, do Banco do Brasil, avisando-me em seguida, com endereço completo para onde deve ser remetido o exemplar.

UM NOVO AMANHÃ

Sétimo livro histórico de autoria de José Carlos Daltozo, mostra um painel da imigração japonesa para o Brasil, que completou cem anos em junho de 2008. Focaliza a colônia japonesa de Martinópolis (SP) desde 1926, quando chegou a primeira família, até os dias atuais. O livro é repleto de depoimentos e fotografias antigas de lavradores e familiares, fotos de escolas rurais japonesas, disputas de kendô e sumô em plena zona rural, equipes de beisebol que já existiram na cidade, festividades atuais do Kaikan, jogos de gate ball, entre outros assuntos. Um livro para ser lido e guardado, com certeza será de extrema utilidade para que as futuras gerações saibam como foram os tempos heróicos vividos por esses verdadeiros desbravadores. Com 148 páginas em papel couché, o livro apresenta reproduções de mais de 200 fotos históricas sobre a colônia japonesa em Martinópolis-SP e custa apenas R$ 23,00 (vinte e treis reais), já incluso remessa simples do Correio. Pedidos para a CAIXA POSTAL 117 - 19500-000 - MARTINÓPOLIS - SP, enviando cheque anexo ou fazendo o depósito no BANCO DO BRASIL - agência 0310-7, conta 5.353.140-X, avisando-me em seguida, no e-mail jcdaltozo@uol.com.br
José Carlos Daltozo: guardião da memória de MartinópolisJosé Carlos Daltozo encontra no ato de escrever uma forma de organizar as idéias e de registrar fatos históricos que considera importantes. Dono da quarta maior coleção de cartões-postais do Brasil, com 150 mil exemplares, apaixonado por fotografia e leitura e autor de sete livros históricos, o aposentado de 59 anos já se prepara para escrever um novo volume, sobre imigrantes japoneses em Martinópolis. "Tenho várias pesquisas em andamento para futuros livros. Um deles tratará dos costumes rurais que estão desaparecendo com o 'progresso'", diz Daltozo, que durante 27 anos trabalhou no Banco do Brasil, nas agências Metr.Brás -SP e Martinópolis, em São Paulo. ___________________________________________________________________________________________________

quarta-feira, 14 de abril de 2010

TODO DIA É DIA DE POESIA!



À volta da mesa, por Henri Fantin-Latour, 1872, Rimbaud é o segundo à esquerda, tendo ao seu lado direito seu grande amor, o poeta Paul Verlaine



O Barco Ébrio
Quase ilha, a sacudir de meus bordos as querelas


E pássaros ladradores com olhos louros.


E eu vogava, quando através das cordagens fracas


Os afogados a dormir desciam aos recuos.


(…)


Mas, é verdade, muito chorei! Auroras são cruciantes,


Toda lua é impiedosa e todo sol amargo:


O áspero amor me embebeu em sonos embriagantes,


Que minha quilha estale! Que eu me faça ao mar!






Jean Nicholas-Arthur Rimbaud* Charleville, França – 20 de Outubro 1854 nasceu em Charleville e morreu em Marselha, França – 10 de Novembro 1891 .





Se vivesse hoje seria "roqueiro",esse grande poeta simbolista francês,uma das pérolas de Ardennes,jovem rebelde e inconformista.


Dele escrevia Henry Miller,seu mais ardoroso fã:


"Acho que existem muitos Rimbauds neste mundo e que seu número aumentará com o tempo. Acho que o tipo Rimbaud tomará o lugar, nos próximos tempos, do tipo Hamlet e do tipo Fausto. Até que o velho mundo morra de vez, o indivíduo 'anormal' será cada vez mais a norma. O novo homem se encontrará quando a guerra e a coletividade entre o indivíduo cessar. Veremos então o tipo de homem em sua plenitude e esplendor".


Fonte:
Henry Miller,Wikipédia
IMG:Busca Google

terça-feira, 13 de abril de 2010

FRASES ENGRAÇADAS SOBRE :MACHO




Há momentos em que a mais radical feminista precisará do ombro de um macho para se apoiar.
Clive Cluster


Machão não come mel – come abelha
Millôr


Macho não quer dizer mucho.
Zsa ZsaGabor

Não sou de usar as mulheres e jogar fora.Tranco todas no armário.
Angeli

Gaùcho que se preza não deixa sua mulher mostrar a bunda prá ninguém;Nem em baile de Carnaval.Gaùcho que é gaùcho não mostra a bunda prá ninguém.Só no vestiário,para outros homens,e,assim mesmo,se olhar por mais de trinta segundos sai briga.
Luis Fernando Veríssimo

Calma ai,pessoal!O crepúsculo dos machos não trás,necessariamente,o alvorecer da bicharada.
Millôr

Os homens têm duas emoções: Fome e Tesão. Se você não ver uma ereção, faça um sanduíche.
Anônimo

"Macho que é macho não navega na internet; atravessa a nado!"
Anônimo

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ÔBA,TODOS FORAM Á FEIRA!

Escritora Miriam Sales ( que re-lançou o livro digital "Maktub") com JuvenalPayayá,índio e escritor e o mini-escritor de 10 anos, Gabriel Francisco,que lançou ,com sucesso seu livro"O Pequeno Grande Herói".

Foi um su !!! Realmente,foi um sucesso a nossa “Vão da Feira”,evento realizado ontem em Salvador,no Teatro Castro Alves.
Meninos eu vi! Claro,estava lá vendendo meu livro digital (vendi todos que levei) e ajudando na venda de dezenas de livros impressos de excelente qualidade que eram comercializados a $5 e $10,como o povo gosta.
Títulos de novos autores buscando seu lugar ao sol e de autores consagrados como Skármeta,Jorge Amado,Machado de Assis,livros de arte (vendidos a $30)e muitos outros.Havia público para todos.
Mais de 4000 pessoas passaram por lá.Mas,vamos ser sinceros por conta de todas as atrações,como o grupo de teatro baiano “Os Cafajestes”,que tiveram que duplicar a sessão tanta era a procura por ingressos.
Houve bandas,sessão de poesias,música.
Duas observações nasceram desta feira,para mim:o valor das parcerias (a Feira foi o resultado do trabalho da Fundação Pedro Calmon,do Teatro Castro Alves e da nossa Câmara do Livro) e o preço acessível dos livros comercializados e a peça de teatro cujo ingresso custou $1;o que significa que estou certa:o povo não vai aos teatros por causa do alto custo dos ingressos e não compra livro como deveria por causa do alto custo dos mesmos.
Percebi que é importante o autor estar presente autografando seus livros,conversando com o leitor,explicando o seu trabalho,porém,de um modo sóbrio,sem forçar a barra,com dignidade.Todos os autores presentes que agiram assim venderam seus livros.
Livro ,no Brasil,ainda é um artigo de luxo.
Daí o cuidado dos novos autores a procurar editores.Livro acima de $20 é suicídio,pelo menos no Nordeste. Escritores Clara Maciel,Aurélio Schommer,Miriam Sales e Silvino Bastos
Devemos preferir publicar livros em off-set e baixar os custos;livros sob demanda custam caro,pois,em se tratando de gráfica,quanto mais a gente imprime mais baixa o custo.
Fiquei contente ao saber que teremos Feira todos os meses;com certeza entraremos para o calendário de eventos em Salvador o que facilitará a venda e o conhecimento,pelo público,dos novos autores.


Escritores Aurélio Schommer,Miriam Sales e Clara Maciel

Por fim,resta-me agradecer aos que compareceram e ajudaram a difundir a cultura baiana.
Autores e leitores,esperemos Maio.Amai-o!
Outra chance para os que não foram.
Mais atrações vêm ai.

sábado, 10 de abril de 2010



Para participar da Antologia Delicatta V não é necessário que o trabalho seja inédito. Pode ter sido publicado em livro, estar inscrito em outro concurso, internet ou qualquer outra mídia, pois os direitos autorais não são cedidos ao Projeto Delicatta, ficando em poder do próprio autor.

Por um valor mínimo de R$ 210,00 em 3 vezes de R$ 70,00, o que equivale a 2 páginas na obra, vc ocupará o espaço como lhe aprouver com 1,2,3 trabalhos na categoria Poesia ( soneto, poema livre, trova. haicai) ou 1 ou 2 textos em prosa ( crônicas ou contos). Vc pode participar no máximo com 10 páginas em cada categoria e receberá por cada página publicada 5 exemplares da obra

A data de término das inscrições não foi colocada, pois assim que compilarmos trabalhos suficientes para a publicação, editaremos. Lembro ainda que a data do lançamento já está agendada para a semana de 15 de agosto na 21º Bienal Internacional do Livro de São Paulo e 14 de agosto no Itaú Cultural, por isso temos que entrar brevemente em edição.

Mais informações no site:

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A ILÍADA DE HOMERO



A Ilíada é composta de 15.693 versos em hexâmetro dactílico, que é o formato tradicional da épica grega. Hexâmero é um verso composto de seis sílabas poéticas e dactílico faz alusão ao ritmo do poema, composto de uma sílaba longa e duas breves, já que o grego (e o Latim) não possuem sílabas tônicas, e sim breves e longas.
A linguagem utilizada é o grego, num dialeto Jônico, e acredita-se que a Ilíada venha da tradição oral, ou seja, era cantada pelo rapsodo. Existem diversas seções que se repetem, como “ganchos” que facilitariam a memorização pelos aedos, indicando sua natureza de obra transmitida oralmente. Só muito mais tarde os versos foram compilados numa versão escrita, no século VI a.C. em Atenas. O poema foi então posteriormente dividido em 24 Cantos, divisão que persiste até hoje. A divisão é atribuída aos estudiosos da Biblioteca de Alexandria, mas pode ser anterior.
Os gregos acreditavam que a guerra de Tróia era um fato histórico ocorrido durante o período micênico, durante as invasões dóricas, por volta de 1200 a.C.. Entretanto há na Ilíada descrições de armas e técnicas de diversos períodos, do micênico ao século VIII a.C., indicando ser este o século de composição da epopéia.
A Ilíada influenciou fortemente a cultura clássica, sendo estudada e discutida na Grécia (aonde era parte da educação básica) e, posteriormente, no Imperio Romano. Sua influência pode ser sentida nos autores clássicos, como na Eneida, de Virgílio.
Até hoje considerada uma das obras mais importantes da literatura mundial.
Fonte:Consciencia.org
IMG:Busca google

quinta-feira, 8 de abril de 2010

LATINHAS BRASILEIRAS


ou lições de vida na fila do banco!
...
Numa Caixa lotada naquela manhã de segunda – feira eu esperava,impacientemente ,na fila.Estaria melhor se tivesse levado um livro,ou revista,ou jornal que ajudaria a passar o tempo.
Assim,sem nada prá fazer,até gostei quando aquele senhor mirradinho postado logo atrás de mim,começou uma conversa.
O senhor tinha um ar de humildade,usava um boné amarrotado e havaianas que,com certeza, não seriam exibidas nas páginas da “Caras”.
Rodando o boné nas mãos,queixou-se da demora e ,ficando mais animado o cunversê me disse que vinha ao banco fazer um depósito,como fazia todo dia e todo dia recebia um olhar pouco amistoso do caixa.
É que ele depositava moedas e cédulas amarrotadas e de valor baixo.
Contou-me que era catador de latinhas,que apanhava nas ruas,nos monturos e nos sacos de lixo domésticos ou de restaurantes.Alguns proprietários de bar ,disse ele,o ajudavam,guardando separadas,as latinhas ,num grande saco plástico.Agradecia,reconhecido,o favor.
Clientes,também,completou;mocinhas bonitas,rapazes malhados,crianças;mas,nunca os casais bem vestidos,esses lhe viravam a cara meio contrafeitos ao vê-lo por perto.Não ligava.Deus fez as coisas assim e assim tem que ser.
Mas,com o dinheiro da venda sustentava quatro netos.A filha,meio destrambelhada ,sumiu no mundo e deixou-lhe esses presentes.
Resignado,meteu-se a criá - los.Mas,um dia,bateu a angustia;nada tinha de seu,só a casa que morava em Mussurunga,construída com anos de sacrifício.Não lhe agradava a idéia de deixar os netos desamparados.E foi assim,que uma parte do dinheiro das latinhas passou a ser depositado numa conta poupança.Assim que juntava um montante,construía uma casita.quarto e sala,porta e janela,não importa.Seus netos não passariam o resto de suas vidas debaixo da ponte.Depois,com o tempo,crescidos e trabalhando,fariam o famoso puxadinho e tudo ficaria bem.cada qual com seu cada qual ,como Deus quer.
E rematou:
-Um home só pode dizer qui é macho,minha sinhá,quando tem um teto prá por a cabeça.
Aproximamo-nos do caixa.
Que olhou torto para o velho que lhe devolveu o olhar com um sorriso desdentado.
Eu mereço,pensou o caixa;com a prestação do apartamento atrasado e ainda esse velho cheio de moedinhas para eu contar...

PALAVRA DO LEITOR:


15/04/10 12:33 - Rejane Chica p/e-mail
Que maravilha,Miriam...E pior que é bem assim...o descaso com os que não andam com roupas de grife, etc... beijos, linda crônica,como sempre!chica

LEIA MAIS:
A LLIBERDADE É AZUL
DESCULPA, A GENTE JÁ SE CONHECE?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

CONVITE


Feira de Livros “Vão das Letras” anima Domingo no TCA
Programação terá a participação de artistas do cenário da música e poesia contemporânea da Bahia
Amigos e leitores de Salvador e adjacencias
Estarei lá na Feira autografando o livro digital "MAKTUB".
Compareçam,identifiquem-se e ganhem 50% de desconto no CD,além de diversão garantida.
A cultura da Bahia agradece o apoio.

ESPERANÇA!


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:—

O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...


Mário Quintana,poeta gaúcho,eterna poesia
IMG:Busca Google




terça-feira, 6 de abril de 2010


CONTANDO EXPERIÊNCIAS
Muita gente sabida diz: “experiência é como um carro com os faróis voltados para trás”,ou seja,não serve para coisíssima nenhuma,a não ser para que o experiente assuma um ar doutoral,achando que está salvando o mundo.
Afinal,cada caso é um caso e,nem sempre o pau que bate em Chico bate em Francisco o que mostra que cada um deve viver e experimentar suas próprias sensações e/ou experiências.
Mas,no ramo do livro,eu acho,sim,que a gente pode divulgar situações que viveu e impedir que colegas incautos movidos a sonhos,caiam em arapucas.
Todo artista é mau negociante; aqui,em Salvador,um pintor famoso nunca tratava da comercialização das suas telas;papel que cabia à esposa,um dragão de saias,que fazia valer o trabalho do marido.
Quem começou a carreira como internauta,como eu,sabe que os internautas adoram boca livre.Todos amam e adoram seus textos ou textículos,mas,se forem grátis.Compras,nem pensar!
Eu não me queixo com relação a um livro que vendi pela internet;passei todos e já vou para uma segunda edição.Mas, - pasme ! - minha editora não vendeu um só livro,apesar das mirabolantes promessas que me fez,inclusive de aparecer na TV Globo,no programa de um conhecido cômico.
Aviso aos navegantes da Internet e futuros Machados de Assis:editoras sérias não tomam dinheiro de autores para publicar livros.Esta é uma informação que as Câmaras dos Livros de seus Estados deveriam estar lhes passando e que,muitas vezes não passam porque os autores hesitam em fazer a filiação,para não pagar a taxa anual,aqui em Salvador,mínima ,$70.00 por ano.
Se uma editora contatar você,meu amigo,seja por e-mail ou através da Mesa do Editor,que faz o link entre o autor e o editor,num trabalho sério e quase sempre gratuito,é porque achou seu trabalho interessante e viável.
Então,fique de posse da bola e proponha o seguinte:ela banca toda a edição,incluindo layout e capa (muito caros para você,iniciante,bancar) e repassa para você 20 ou 30% do preço de capa,a cada livro vendido.,mantendo seus direitos autorais,inegociáveis.As editoras preferem fazer cerca de 10 ou 15 exemplares e você ajudará a vender,cara pálida,pois,deve ter pelo menos dez parentes ou amigos endinheirados;ficar deitado eternamente em berço esplêndido esperando que os outros façam força prá você ficar vermelho,não funciona.Trabalhe seu livro!
E,ai,entra uma das vantagens da Câmara;temos,só em Salvador,quatro ou mais livrarias afiliadas que vendem nossos livros.Teremos em breve um Portal só de autores baianos, (ou de outros estados,desde que filiados á CBaL)onde eles podem escrever,divulgar seus livros e até vender anúncios.
Uma outra forma de patrocínio é o mecenato.Michelangelo e Da Vinci,Rubens e Veronese já utilizavam ,sem corar,e,se não fosse assim,talvez nunca os tivéssemos conhecido.
Com seu projeto debaixo do braço e disposto a gastar sola de sapato,que aqui custa barato,como canta o Gil,visite empresários de médio ou grande porte (dependendo do tamanho do seu sonho) e proponha que publiquem seu livro,investimento com retorno garantido pela Lei Rouanet(se for coisa de milhões) ou pelo FazCultura(se milhinhos,resolverem);em ambos os casos,cerca de 60% do investimento será retornado aos cofres do empresário,através do IR das empresas dele.
Um bom negócio! O cara investe pouco,tem sua empresa reconhecida por patrocinar Cultura e você ainda lhe dedica o livro;se ficar famoso e sua obra atravessar os séculos,o nome dele lá está,coladinho ao seu,ad aeternum.Suprema glória!
Portanto,mexa-se,levante -se dessa sua poltrona ou rede e vá á luta.
O Céu, nem a Deusa Cadela como D. H. Lawrence chamava a Literatura ,não ajuda o homem que não age.





Leis de Incentivo
A empresa que apoia a cultura e seus profissionais através do Mecenato Cultural garante
acesso às artes, ao entretenimento, estimula a profissionalização do segmento e a melhoria
da qualidade de vida a milhares de pessoas. Para além disso, o Marketing cultural tem o
poder de transferir para a Marca Patrocinadora e seus Produtos os valores e ações propagados
pelo projeto cultural, criando um vínculo emocional com seus clientes.
Entenda mais sobre a renúncia fiscal.
RETORNO AO PATROCINADOR
Além dos benefícios fiscais concedidos pelas leis de incentivo, o patrocinador terá um produto
cultural totalmente conectado ao seu plano de marketing ampliando as possibilidades desta
área sem comprometer o orçamento da empresa.
Pela assinatura do projeto o patrocinador terá direito aos seguintes benefícios publicitários e
promocionais:
MARKETING INSTITUCIONAL: A marca será vinculada a um produto cultural diretamente adequado
à filosofia institucional da empresa patrocinadora, no que diz respeito à sua participação
social e cultural associando-se à cultura nacional e aos valores difundidos no projeto.
PEÇAS PROMOCIONAIS E DE SUPORTE: Inserção da logomarca nos materiais de divulgação (folders,
banners, camisetas, envelopes personalizados, entre outros) buscando a associação direta do
patrocinador à filosofia e temática do produto cultural.
RENÚNCIA FISCAL
A Lei Roaunet n° 8.313/91 permite que os projetos aprovados pela Comissão Nacional de
Incentivo à Cultura (CNIC) recebam patrocínios e doações de empresas e pessoas naturais,
que poderão abater do Imposto de Renda devido o valor investido nestes projetos até o limite
de 4% do IR a pagar para Pessoa Jurídica, o limite sobe para 6% para Pessoa Física.
Já o Fazcultura permite que os projetos aprovados pela Comissão Gerenciadora recebam
patrocínio de empresas emitentes de notas fiscais no Estado da Bahia, que poderão abater do
seu ICMS o valor investido em projetos, até o limite de 5% do imposto devido.
COMO SÃO OS TRÂMITES DAS LEIS DE INCENTIVO?
Após a publicação da aprovação do projeto no Diário Oficial pelo Ministério da Cultura (MinC),
ou pela Secretaria de Cultura da Bahia, o patrocinador efetua um depósito bancário do valor
do patrocínio na conta especial do projeto cultural. O projeto então fornece um recibo no
valor do depósito efetuado, emitido de acordo com o modelo do MinC/SeCult. Com este
recibo, a empresa poderá deduzir do imposto a pagar a quantia referente ao patrocínio. O
procedimento é o mesmo que se faz com um recibo de médico e a dedução é feita na
declaração do Imposto de Renda ou no ato do pagamento do DAE do ICMS.
PASSO A PASSO PARA ENTENDER O MECANISMO DA LEI ROUANET (IR)
a. Supondo que uma empresa de grande porte tenha um lucro liquido de R$ 300 milhões,
ela terá que pagar, em primeiro, 15% de Imposto de Renda, ou seja, R$ 45 milhões
b. ... Mais 10% do seu lucro liquido sobre o que exceder o valor de R$ 240 mil, ou seja,
10% do valor final de R$ 300 milhões menos R$ 240 mil, quer dizer, 10% de R$
299.760.000, igual a R$ 29.976.000
c. Portanto no final das contas a empresa que teve um lucro líquido de R$ 300 milhões
terá que pagar R$ 74.976.000 (R$ 45 milhões mais R$ 29.976.000 = Imposto +
adicional).
d. De acordo com a Lei Rouanet, a empresa pode deduzir até 4% do IR devido,
revertendo este valor para projetos culturais aprovados no MinC, sendo que poderá
deduzir, em cinco áreas, 100% do investimento em tais projetos.
e. A empresa poderá, portanto, reverter R$ 1.800.000,00 em cultura e deduzir 100%
deste valor do seu total a pagar de Imposto de Renda, que cairá então para R$
73.176.000,00 (vale lembrar que os 4% definido pela lei somente incidem sobre o IR e
não sobre o adicional sendo, portanto, 4% de R$ 45 milhões).
f. Mas o benefício tributário não fica somente na dedução no Imposto de Renda. A
empresa também tem que pagar a Contribuição Social sobre Lucro Liquido (CSLL),
estabelecida, na maioria dos casos, na alíquota de 9%. E é daí que vem o lucro
financeiro se a empresa investir em cultura via Lei Rouanet.
g. Vejamos: em nosso caso, uma empresa com lucro de R$ 300 milhões terá que pagar
teoricamente R$ 27 milhões de CSLL.
h. Porém, se a empresa investir R$ 1.800.000,00 em cultura ela poderá abater este valor
como despesa operacional para calcular quanto deverá pagar de CSLL. No nosso caso
a base de cálculo da CSLL passou de R$300 milhões para R$ 298.200.000,00. Com a
redução da base de cálculo da CSLL a empresa tem um lucro financeiro de 9% do valor
investido no projeto, ou seja R$ 162.000,00.
RESULTADO
a. Se a empresa com lucro real de R$ 300 milhões não investir os R$ 1.800.000,00 em
cultura via Lei Rouanet ela terá uma carga tributaria federal de R$ 101.976.000,00.
b. A empresa que investiu via Lei Rouanet (nas áreas que concedem os 100%) pagou R$
1.800.000,00 menos de imposto, valor que foi investido no projeto cultural (podendo
se beneficiar de todo marketing cultural para uso da marca) e ainda obteve um lucro
financeiro na operação de R$ 162.000,00, que ela deixou de pagar de CSLL.
c. Além disso, ela pode criar, a partir do evento, campanhas promocionais de marketing
de relacionamento com seus clientes, utilizando para isso recursos de impostos e
agregando valor a sua marca.
O MECANISMO DO FAZCULTURA (ICMS) funciona de maneira bastante similar.


Fonte:Odô Produção Cultural

Facilitando a vida do autor!
PALAVRA DO LEITOR:
07/04/10 06:23 - CONCEIÇÃO GOMES
Valeu a informação.Um dos meus projetos menina dos olhos é publicar o meu livro.
06/04/10 10:43 - Ivone Alves SOL,poetisa e radialista baiana
Essa é a Míriam que eu conheço - compartilhando conhecimentos e incentivando-nos a fazer o que ela faz com muita propriedade. Muito válido, seu artigo, Miriam, prencialmente, para nós iniciantes. Um beijo grande nesse coração que amo!
06/04/10 10:40 - Norma Suely Facchinetti,escritora virtual
Miriam, seu texto traz informações valiosas. Quem sabe, quando me aposentar, resolvo enveredar por este caminho? Obrigada por compartilhar generosamente a sua experiência. Beijos querida.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

NOVOS AUTORES



È com prazer que lhes trago hoje um autor extraordinário como escritor e como ser humano.Sua luta contra a dependencia e o seu desejo de "conseguir sua vida de volta",como é o título do seu livro,mostra a todas as pessoas que a força,a persistencia e o desejo da vitória fazem toda a diferença.



Apresento-lhes agora :
Antonio Maria Santiago Cabral, 68 anos, nascido e residente em São Luís do Maranhão, é professor e bancário aposentado, ensaísta, poeta e escritor semiprofissional. No Magistério Público chegou a diretor de escola e como bancário, a gerente de agência. A sua paixão pelas Letras remonta à adolescência quando já produzia os seus primeiros contos e poemas.
Entretanto, a sua produção literária, após ter obtido um primeiro lugar num concurso literário da Faculdade de Letras, em 1977, que lhe valeu a publicação de um livro de ensaios – “Josué Montello, o artista literário”, Ed. Sioge/UFMA, São Luís, 1979, estagnou-se diante da evolução de sua dependência química que começara 10 anos antes. Quando se libertou, em 1999, tudo que lhe restava da vida era uma vida inteira por recomeçar e de Literatura, um exemplar do seu livro de ensaios e 12 poemas guardados num velho caderninho de adolescente.
Em 2006 resolveu concorrer com um desses 12 poemas a um concurso literário de poesias, ganhou um 5º lugar e uma participação em Antologia. Então, ressurgiu forte e definitiva a sua vocação para as Letras, passando a postar contos, crônicas e poemas nos mais diversos sites da Internet, especialmente o site Recanto das Letras, onde conta com cerca de 800 textos publicados e mais de 100.000 leituras, o site canadense Poetastrabajando.com, onde é moderador da sala “Poesías em Portugués”, e o seu blog Minhatocaliterária.blogspot.com.
Em 2008, publicou o seu romance autobiográfico “Conseguindo a minha vida de volta”, Editora Corifeu, Rio de Janeiro, e atualmente prepara para publicação um livro de contos e outro de poesias. Como muito bom humor, marca inconfundível de sua personalidade, declara não se autodefinir nem como poeta nem como escritor, mas sim como um homem que mantém um caso de amor com as palavras desde a adolescência. Um incurável caso de amor.
Bibliografia: Obras publicadas: Josué Montello, o artista literário (ensaio), edição Sioge/UFMA, São Luís, Maranhão, 1979; Conseguindo a minha vida de volta (romance autobiográfico), Ed. Corifeu, Rio de Janeiro – RJ, 2008. Participação em Antologias: Antologias Dellicatta I e II, Scortecci, São Paulo, 2006 e 2007.

RESUMO DO LIVRO " CONSEGUINDO A MINHA VIDA DE VOLTA", Editora Corifeu, Rio de Janeiro, 2008"Relato autobiográfico de um homem, envolvido por uma cruel dependência química, desequilíbrio emocional e penosos relacionamentos. Homem de Letras, bancário e professor, chegou, entretanto, à mais completa sarjeta física, moral e social em virtude de sua dependência ao álcool e anfetaminas. Sem fazer concessões às suas fraquezas ou vaidades, ele descreve com imagens fortes a intensa luta que travou consigo mesmo, não só para sobreviver no torvelinho da sua dependência química como para alcançar a sua recuperação e o resgate da sua cidadania.Alternando comportamentos absurdos de dependente compulsivo com gestos de renúncia e altruísmo para criar e cuidar dos seus filhos pequenos, não cai, entretanto, no caminho obscuro da autopiedade, nem assume ares de super-herói: tornou-se dependente químico pela sua incapacidade de aceitar os fatos de sua vida como eles eram e por buscar apoio nas tristes muletas morais do álcool e outras substâncias psicoativas. Por isso, mesmo nos momentos mais dramáticos da sua vida, abandonado e crticado por amigos e parentes, desacreditado pela sociedade, sabe que a solução terá que vir de dentro dele. Volta do seu fundo de poço exatamente por nunca ter abandonado essa percepção.
MENSAGEM DO AUTOR:
Já estão à disposição dos interessados para compra, no site da Agbook, a 2ª edição da minha autobiografia”Conseguindo a minha vida de volta” (revisada e ampliada), bem como a 1ª edição do meu livro de poesias “Além de Um Incerto Amanhã”. Tomo a liberdade de te enviar nesta oportunidade um arquivo com os dados completos: minha biografia e bibliografia, resumo dos livros, condições de compra etc; alguns desses dados já estão no seu belo blog, mas você pode escolher entre apenas acrescentar os novos dados ou considerar tão somente o arquivo ora enviado, excluindo as informações anteriores.
Continuo muito grato a você pela excelente divulgação que faz da minha modesta obra.

domingo, 4 de abril de 2010

MENSAGEM DE PÁSCOA



"A felicidade não é uma estação onde chegamos, mas uma maneira de viajar."

Feliz Páscoa para todos!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

MALHAÇÃO E TESTAMENTO DO JUDAS



Os sábados de Aleluia da minha infância eram esperados com ansiedade por adultos e crianças. O silencio sepulcral e o clima pesado da Sexta-Feira Santa estavam nos estertores,quando,batendo ás 10 horas da manhã, os sinos repicavam alegremente, rompendo a aleluia. As ruas se enchiam de garotos semi nus batendo panelas velhas e cantando:
”Aleluia,aleluia

Comida no prato,

Farinha na cuia,

Embora, para muitos deles, só restasse mesmo a farinha.
A noite nos reservava o melhor: a queima do Judas. Originário da tradição portuguesa, esses bonecos de palha ou de pano, rasgados e queimados furiosamente em praça pública, representavam a eliminação do Mal, alijado pelo fogo,banido da sociedade cristã;soltavam-se fogos coloridos,rojões,enquanto o populacho,em delírio,cantava e dançava. Hoje, quase mortas nas grandes cidades, essa tradição persiste nas pequenas cidades do Interior, onde ainda vivem as lembranças do passado,nossa memória atávica. Desde tempos imemoriais, na Península Ibérica, segundo os estudiosos Frazer e Mannhardt,registraram-se esses ritos próprios das festas da alegria nas proximidades do equinócio do verão,principio ou fim das colheitas,para afastar os maus espíritos. No Brasil, terra irreverente pela própria natureza, inventou-se o Testamento do Judas, lido durante o seu julgamento.Esse escrito,geralmente uma sátira a pessoas ou acontecimentos locais, fica no bolso do boneco e alguém espirituoso lê para a multidão.Eis um exemplo de um destes testamentos:
Judas deixa seu burro para o prefeito da cidade e outras pessoas gradas,locais: Aí vai a cabeça
Pro prefeito Zé Monteiro
A que ele tem não presta,
a do burro vale mais dinheiro;
Um pedaço do meu burro
Vai prá Maria Padeira
Ela ta necessitada
Pois lhe morreu o padeiro; E, por aí vai,com versos de pé quebrado e cheio de insinuações. Não queimei Judas nenhum, mas,fiz um pequeno testamento doando alguma coisa para políticos conhecidos:

Para o senador Sarney,

Que não tenho o que deixa;

Deixo óleo de peroba

Para a cara ele lavar.

Para o Lula, presidente

Que é malhado todo dia

Por não ser homem letrado,

Vou deixar tudo arrumado:

Deixo minha biblioteca,

pois lá tem livro á beça,

ninguém mais lhe arrelia.



Para o Serra,atucanado
pelo Pê Esse Dê Bê
deixo-lhe esse conselho
para abestado não ser.
Desista da presidência
Pois você tem ciência
Qu’isso não vai acontecer.



Para a Dilma,guerrilheira
que alimenta uma esperança.
Tome cuidado,criança
pois pode se enxofrá.
O líder é o Lula
Você entra nessa festa
Com garra e muita gula
Mas,sem roupa para bancar.



Pro Aécio,bom menino
Mineirin’ bem aprumado
Mesmo bem avaliado
Tucano bicou você.
Mas,não perca as esperança
Se fizerem uma lambança
Na Brasília de Arruda,
Tanto Dilma como Serra.
Se o pais se ferra,
Você deve entrá na fila.
Ai,ninguém lhe derruba.
PALAVRA DO LEITOR:
Miriam Se convença. Quando passa 3 dias que não leio uma mensagem sua eu fico pensando... Cadê Miriam! Eu gosto. Acho você tão chique, tão fina, tão lúcida, tão intelectualmente superior. Quando mando uma mensagegem para você eu fico pensando será que Miriam vai gostar. Toda vez que você me manda um e-mail eu fico mais feliz. Me sinto preenchido,plenificado. Bôa Páscoa

TRADIÇÕES BAIANAS:O FARRICOCO



O farricoco era o maceiro da Misericórdia,o sujeito que empunhava a maça e que,durante a Procissão dos Passos da Paixão,carregava a matraca e era agredido pelos moleques que tentavam atrasar a passagem do cortejo.
Esses coitados tinham a enervante tarefa de anunciar o desfile e defender a ordem das filas contra a intrusão dos vadios,que os atacavam sem dó nem piedade.
Também eram chamados de farricocos os irmãos que conduziam os andores nas procissões,desde que estivessem vestidos a caráter com túnicas com capuz e mangas largas ,como ainda hoje,em Sevilha.
Eles aparecem também na Procissão do Fogaréu,que relembra a captura do Nazareno,pelos soldados romanos,á noite no Horto das Oliveiras,guiados por Judas,segundo a antiga tradição.
Na Quinta – Feira Santa,também chamada Endoenças,pontualmente ás 8hs da noite,a enorme procissão do fogaréu saia da Misericórdia.
Na frente,vinha um irmão com o estandarte,que o povo chamava pendão,com uma rica inscrição em letras de ouro –S.P.Q.R atestando que o povo romano estava de acordo com os maus tratos sofridos por Cristo.
Depois vinham os sete passos da Paixão,retratados em ricos painéis cada um seguro por dois sacerdotes e dois irmãos da Misericórdia conduzindo tocheiros com os respectivos balandraus,vestimenta com capuz e mangas largas.
Possantes negros vestidos á moda etíope conduziam pesadas lanternas de ferro,penduradas no topo de grossas varas de madeira.Nelas ardiam estopas,breu e água – rás produzindo clarões enormes.
Os irmãos da Misericórdia abriam alas á passagem do clero –bispos,arcebispos e monsenhores – e aos músicos da orquestra que acompanhavam os cânticos sagrados.
O fagote,instrumento de madeira,que emitia sons tristes e lamentosos,não podia faltar.
A imponência da solenidade era quebrada por dois tipos populares e jocosos:o enxota cães ou farricoco,trajando túnica roxa com capuz que lhe cobria cabeça e rosto,deixando de fora os olhos e a boca.Carregava uma maça reluzente para exercer bem o cargo;outra,com igual uniforme,era o gato da misericórdia com sua matraca,cuja função era fazer o préstito parar ou continuar.
Esses personagens eram muito perseguidos pela multidão e pelos vadios,apesar de garantidos pela polícia.
O primeiro ponto visitado era a Igreja de N. Sra. da Ajuda;ai,a imagem de Cristo conduzida pelo escrivão,era colocada numa banqueta.O capelão cantava três vezes o Senhor Deus,Misericórdia,findo o que se retiravam todos e a procissão seguia,repetindo a mesma cerimônia em todas as igrejas do percurso.
No fim da procissão havia o sermão feito pelos oradores mais famosos do tempo.
Terminado esse ato de fé,os irmãos,convidados e pessoas gradas encaminhavam-se para a sala de sessões e ai eram homenageados com um lauto almoço onde não faltavam empadinhas que desmanchavam na boca,frigideiras olorosas,pastéis de camarão ou bacalhau,doces finos e vinho velho do Porto.,que a Bahia não faz por menos.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ABRIL,MENTIRAS MIL!



“É INÚTIL CHAMAR ALGUÉM DE MENTIROSO; TODO MUNDO É. (MILLÔR FERNANDES)
1º DE ABRIL É O DIA OFICIAL DA MENTIRA.
Mentira tem pernas curtas,diziam os antigos;se fosse assim,fevereiro é que deveria ser o mês da mentira.Não tem só 28 dias? Mas, escolheram Abril por motivos religiosos;e,isto aconteceu na França,quando o banbanban de plantão,na época,resolveu mudar as comemorações-e o dia- do Ano Novo,de Abril para Janeiro,afim de se adaptar ao calendário gregoriano;algumas pessoas mais conservadoras se revoltaram e continuaram a celebrar o ano novo em Abril.
Passaram assim a ser alvo de brincadeiras, chamadas plaisanteries;recebiam convites para bodas que não se realizavam,aniversários inexistentes e réveillons que só existiam no papel;daí a ser escolhido como “dia da mentira”,foi um passo.
Alguns,cheios de verve,apanhavam um coitado qualquer como mensageiro:-por favor,monsieur,leve essa mensagem ao meu amigo Ferdinand.No papelzinho estava escrito:-“mande este burro a algum lugar que ele queira ir”.
Ter começado na França é sintomático; talvez pelos franceses serem galanteadores natos e por sua comida também ser uma mentira;vem aquele bocadinho no prato,que só dá para o buraco do dente e a gente até fica tentada a dizer para o empertigado “maître”:
-Gostei da amostra,pode trazer a refeição. Os jornais gostaram da idéia (aliás,são aficionados até hoje) e o periódico “A Mentira”,lançado a 1/04/1848 em Pernambuco(não que os pernambucanos sejam mentirosos-que é isso!-;eles só mentem quando dizem que Recife é mais bonita que Salvador),noticiou a morte de D.Pedro, para negá-la no dia seguinte.
Meu caro e perspicaz amigo Henri Cabillo,sugeriu que o dia 1º de Abril fosse “o dia do político honesto”;infelizmente,sua sugestão ameaça gorar,por falta de homenageados.Uma pena!
Sabe, até acho que os políticos não são verdadeiramente mentirosos;eles ,apenas,têm verdades múltiplas. O certo é que Abril é o mês dos bobos; um mês,na verdade,igual a todos os outros,afinal fazemos bobagens todos os dias;eu,mesma,estou acabando de escrever uma. Mas, é o mês adequado para se fazer a reunião do G-20, por exemplo,onde dirigentes do mundo inteiro fingem resolver a crise mundial e o resto do mundo acredita,por ser mais bobos do que eles. O certo é que, o tempo este mês,estará incerto,pode chover,pode não chover,apesar do ditado “Abril,chuvas mil” e o cidadão pode sair de casa agasalhado e morrer de calor,como pode sair esportivamente vestido e se afogar nas enchentes repentinas,em Sampa,por exemplo.Por isso,eu,que sou uma pessoa verdadeira(não em tempo integral,é claro)não sou besta de arriscar previsões. Este é o mês certo para se fazer longas viagens- ah, Paris em Abril!- principalmente se os credores começarem a bater nas portas, mas, aconselho a usar cartões corporativos, que não precisam ser pagos,já que o Credicard e o Visa acharão você aonde quer que esteja escondido.E eles não acreditam em mentiras.
PALAVRA DO LEITOR:
01/04/10 18:23 - Euripedes Barbosa Ribeiro
É bom mesmo que exista um dia oficial da mentira. Pelo menos é um diaa menos entre os dias de mentiras oficiais, que são os outros 364.Existe mentira maior que um PAC 2, quando o PAC 1 mal saiu do papel?Ah, talvez exista: a Dilma, a mentira transformada em estrela pelasmãos e boca do maior mentiroso jamais visto na história deste país.
*Meus aplausos Miriam, pela informativa e bem humorada crônica, bem aoseu estilo. Beijos. E uma boa pascoa.
01/04/10 18:14 - Zaretliteratura
Nossa !Miriam,que bela crônica poetisa,me encantei!Gde beijo. ZL.
01/04/10 17:17 - Maria Iaci
Ô, crônica gostosa de se ler! E não estou mentindo. Gostei da sugestão do Henrique. Quem disse que precisa ter homenageados? A gentecomemora por W.O. e tudo bem. Afinal, é de faz-de-conta mesmo. Umbeijo na testa. E boa páscoa. :)
01/04/10 17:16 - Ester Farias de OliveiraO bom de ler você foi descobrir um ser muito sincero e despojado no fundo de tudo. Deve ser o máximo sentar com você e conversar. Amei lero seu texto.
01/04/10 16:47 - Rejane ChicaÉs maravilhosa e adoro te ler.Me divirto pois tens sempre detalhesque falam tudo.. Um beijo DE VERDADE!!chica
01/04/10 16:20 - Djanira LuzComo meu pai diria se a conhecesse "isso não é uma mulher, é umaenciclopédia"...rs Sempre o ouvia dizer isto ao se dirigir a grandesmentes!rs Excelente texto, querida Miriam! Desejo uma Páscoa com docesmomentos ao lado de pessoas queridas e amigas! Beijoquinhas
01/04/10 23:06 - Maria Olimpia Alves de Melo,escritora
uma crônica e tanto - já havia me esquecido porque era o dia damentira. Mas pensando bem, nesse dia, podemos homenagear todos ospolíticos e chamá-los de honestos...