Sábado passado aconteceu como estava previsto o Seminário da União Brasileira de Escritores,acontecimento que veio ratificar a presença desta entidade em terras baianas.
O evento contou com a presença de muitos autores ,publicados ou não,produtores culturais ,editoras e afins.
O Governo fez-se presente através da Fundação Pedro Calmon,cujo Presidente Prof. Ubiratan Castro foi um dos palestrantes.
A CBaL,Câmara Baiana do Livro foi representada por Aurélio Schommer e a Academia de Letras da Bahia ,pelo seu Presidente o Dr. Aramis Ribeiro Costa e a Federação das Academias pelo Presidente Araken Vaz Galvão.
O evento foi inegavelmente produtivo ,mas,não me pareceu exatamente um Seminário,mas,sim um encontro de entidades dispostas a mostrar o que estão pretendendo fazer para melhorar a combalida literatura desta terra.
Nos seminários não podem faltar os debates ,as discussões sobre como tratar determinado tema ou situação,no caso o que fazer para melhorar a situação do “povo do livro” ,na Bahia.Geralmente duram dois ou três dias,formam-se mesas,discute-se e todas as opiniões são levadas em conta.Eu esperava isso,talvez venha daí a minha decepção.
Entidades importantes não deram as caras e essa ausência foi lamentada e sentida.Refiro-me ás outras Academias baianas, á Fundação Casa de Jorge Amado, ao próprio Secretario da Cultura que,sequer se fez representar ,sem falar no Secretário de Educação que a gente sabe que existe e serve para complicar a Educação na Bahia tão carente de bons nomes,mas,nunca foi visto em nenhum evento literário desta cidade.
O Seminário em si virou uma fábrica de sonhos; todos contaram de seus planos,intenções ,mas,de concreto não vi nada.
Na verdade, tudo o que foi dito já está disponibilizado no site da UBE e da F.P.C.
O Presidente visitante Sr. Joaquim Botelho limitou-se a falar da próxima reunião dos Escritores Brasileiros na cidade de Ribeirão Preto, no próximo mês de Novembro e só.
Guardou os debates literários para São Paulo, locomotiva da Literatura nacional carregando com muito esforço os vagões vazios do Nordeste.
O que me interessava saber ficou fora da pauta.Sendo a bela cidade de Ribeirão distante cerca de 300km da Capital,como fazer para chegar lá sem um custo muito alto.
As linhas de ônibus convencionais são o único meio de transporte.Há os aviões da Passaredo mas,os horários não coincidem com os da Gol ou da Tam e teríamos que , ou pernoitar num hotel em Sampa ou sair daqui de madrugada para alcançar uma conexão.
Quando fui a Paraty na FLIP do ano passado aluguei uma van por minha conta e risco, mas,não sei se conseguiria o mesmo tipo de transporte desta vez.
Esperaria ouvir alguma coisa sobre hotéis e alimentação, mas,não consegui obter nenhuma informação. Ainda não comprei minha passagem; primeiro vou espiar se vale a pena o gasto.
Confesso que ando meio desencantada com os rumos da nossa literatura.
As “panelinhas” continuam cozinhando muito bem, os autores continuam desassistidos ,a luta pela feitura e distribuição de livros continua brava e as soluções ficam no blá-blá-blá.
Cansei de me deixar emprenhar pelos ouvidos.
Quero ação!
Não lamentei ter perdido minha tarde de sábado porque os escritores Ruy Espinheira e Aurélio Schommer,com seus desabafos e cobranças salvaram a pátria.
E é preciso uma coisa realmente muito importante para me fazer mexer o traseiro da minha cadeira no computador.
Aqui estão os meus leitores e não preciso de puxar sacos nem lamber botas para crescer e contar com mais de um milhão de leitores na rede.Nada me custa postar apesar de produtores culturais de São Paulo cobrarem muitos milhões para postar um blog que me custa nada.
Poetas,seresteiros,escritores, correi.
É chegada a hora de escrever e cantar sem peias nem workshops que ensinam o escritor a escrever(!) como se os grandes escritores do passado precisassem disto.
-“Escrever é como quem mija”,dizia outro irreverente ,o Lobato, meu mentor e guia.
Se conselho fosse bom ninguém dava de graça,mas,escutem esse:
Migrem para a Internet,façam e-books de custo baixo,escrevam blogs inteligentes,publiquem seus livros na rede.
Deixem que as Editoras corram atrás de vocês; afinal,a mercadoria das editoras e livreiros somos nós.
Estou pensando em disponibilizar meus livros pela Internet,gratuitamente,pois,se nada ganho também nada gasto.
Mas, atingirei o mercado mundial e meus pensamentos atravessarão fronteiras.