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domingo, 26 de fevereiro de 2012

COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS


              Nossa equipe na Bienal de Minas,2010

Certamente que quando Dale Carnegie escreveu este livro,creio que na década de 30 ou 40 ainda não deveria haver festas literárias.
Mas, este título, aplica-se bem a elas.
Em festas assim conhecemos e interagimos com muitos leitores e  escritores;normalmente esses últimos são acusados de ter um ego do tamanho de um bonde e diz- se que não costumam se dar bem uns com os outros.
Talvez por essa ser uma profissão altamente competitiva,principalmente num mercado escasso de leitores como o Brasil,e, por todos disputarem   um lugar ao sol.
Na última festa literária que participei,onde estavam reunidos dezenas de profissionais da palavra do mundo todo ,não percebi nada disso;e,olhe que sou muito observadora e adoro prestar atenção nos seres humanos,essas figuras fascinantes,que tentamos imortalizar nos nossos livros.
Não devemos esquecer que um escritor é também um ser humano,sujeito a chuvas e trovoadas,como todos;haverá o dia em que  despertarão com o pé esquerdo,como todo mundo.
O escritor é apenas um operário da palavra com obrigações profissionais como qualquer outra pessoa. E que luta pela vida como todo mundo .E, confesso a vocês, uma vida muito difícil!
Alguns acham assustador levantar pela manhã e encarar uma tela branca pronta a sugar  palavras.Todo dia fazendo tudo quase sempre igual...


                 Apreciando Paulo Cavalcanti em Paraty

Mas, estou me desviando como sempre do tema que escolhi para hoje que é  a amizade;a importância das festas literárias para ampliar conhecimento e informação e conhecer nossos pares,aprendendo com eles.E,vocês não são capazes de avaliar o que aprendi nesses  dias com esses mestres da Literatura que conheci em Marechal,durante a Flimar e na Fliporto,em Pernambuco.

Lançamento do "Bahia de Outrora,em Paraty
Ia ouvindo e guardando carinhosamente essas informações e depoimentos informais no cantinho mais impenetrável do meu coração como uma espécie de poupança para o futuro; descobri  tudo que não deveria fazer e o que seria necessário fazer para marcar presença   nesse cenário assustador que é a Literatura ,assim mesmo,no maiúsculo.
Para mim, ser escritor não é apenas escrever livros é mais uma atitude diante da vida,uma exigência e uma intervenção;é desassossegar e nunca acumpliciar-se.É ser um apóstolo cuja religião é o conhecimento.
                                         
                                           Mesa em Alagoas

Bambas como Antonio Torres,Ignácio de Loyola Brandão ,Marina Colassanti,Marcos Accioly, Affonso Romano,gente que tem tanto a ensinar,tanta informação a passar e que se debruça com atenção para pessoas como eu que estão começando,trilhando os primeiros caminhos nesta selva onde se criam livros,editam e publicam ,três palavrinhas tão  fáceis de escrever e tão difíceis de realizar.
A primeira lição que aprendi foi a da humildade; a segunda, a da solidariedade e a terceira a da persistência; todos passaram pelo que estou passando hoje e todos venceram.
Não bebi apenas o conhecimento no pequeno convívio com esses mestres; bebi, também, a esperança.

Como escritora – sempre – e como editora iniciante,aconselho aos meus colegas que participem  de todos os eventos literários que puderem.Desde lançamentos   de livros  até as mais importantes festas e feiras literárias,até mesmo as bienais ,onde os fracos não têm vez.
Não recebeu um convite,não será participante de uma mesa? Vá assim mesmo. O importante é o convívio e o aprendizado. Chegue, apresente- se,mostre seu trabalho,faça-se respeitar.Acredite, dependendo de como se comporte você será lembrado.Convém dizer que escritor não é cantor de pagode.Não queira aparecer de modo errado, forçar situações,criar constrangimento.
                                 FLICA,em Cachoeira
Existe a liturgia do cargo, meus amigos; escritor que se preza não perde tempo escrevinhando bobagens no Facebook. A menos que você  queira ser conhecido como um escritor 


folclórico ou popularesco.
Tenho um querido amigo ,o Paulo  Cavalcanti,  autor do  “O Martírio dos Viventes” ,um livro extraordinário.


Paulo,uma figura serena que impressiona pela humildade soberana e pela persistência,não se  sente barrado no baile.Chega (por conta própria) vê, é visto e vence.
Não participa das grandes mesas e debates, mas, vende mais livros do que alguns escritores consagrados, mas, sem carisma,ou aqueles cujo público é forçado  pelas suas poderosas editoras  a engolir garganta abaixo.Os que eu chamo de aves de arribação. Chegam, são endeusados pela mídia, vendem meia dúzia de livros,são frequentemente citados entre os mais vendidos (o que o dinheiro não faz!) e desaparecem para sempre.
Já o Paulo...
Eu o conheci em Paraty e me chamou a atenção aquele homem  vestido a caráter,com um chapéu de vaqueiro,subido num banquinho,como uma estátua ,apresentando seu livro.Conversei com ele, soube que é professor paraibano, filho de lavradores,especializado em Educação,licenciado em História,  dono de uma cultura invejável além do sorriso encantador.Voltei a encontrá-lo em Alagoas e Pernambuco.
Seu modo de trabalhar o livro diretamente com o público, sem intermediários tem lhe rendido muito sucesso  nas feiras que participa.
É o exemplo do escritor que trabalha, crê em si mesmo e chega lá.Ele corrobora o que diz Euclides da Cunha:”O sertanejo é antes de tudo,um forte.”
Reunião U.B.E
Até chegar ás grandes mesas eu comecei assim; vendia meus livros pelas ruas das cidades onde as feiras se realizava e ,em restaurantes,como em Paraty.
Por minha conta e risco fui a todas as festas literárias para as  quais , agora, vou como convidada.
Isso mostra o que disse um grande escritor e eu ratifico: “Sucesso só vem antes de trabalho no dicionário”.


,O verdadeiro escritor não dorme sobre os louros conquistados.
Escritor ,teu nome é trabalho!



ISSO INTERESSA A EDITORES E ESCRITORES


A Câmara Brasileira do Livro e a Fundação Biblioteca Nacional abrem as inscrições para a participação no estande do Brasil no Salão do Livro de Paris 2012. A feira será realiza de 16 a 19 de março.
Promovido e organizado pela CBL e  FBN, o estande brasileiro terá 90 m² para comportar a representatividade, a diversidade e a qualidade do mercado editorial brasileiro.  
Regras para participação:

·   As inscrições seguirão abertas até 8-2-2012, 4ª feira;
·   Os módulos terão custo ZERO aos editores expositores;
·   Sugerimos que sejam enviados 30 unidades de livros por editora;
·   Os livros enviados pela CBL não poderão ser vendidos;
·   Após a feira, a Embaixada Brasileira em Paris irá doar os livros;
IMPORTANTE: os serviços oferecidos pela CBL para a participação das editoras nas feiras internacionais são voltados exclusivamente para a exposição de livros. Por isto, a CBL não oferece pacotes de viagens ou descontos em passagens aéreas. Pagamentos: cada expositor pagará as despesas geradas com frete e taxas de exportação, proporcional à quantidade, peso e volume de seus livros enviados.
Mais detalhes sobre o evento, entre em contato com:
 brazilianpublishers1@cbl.org.br ou pelo telefone              (11) 3069 1300      .







4 comentários:

  1. Um artigo excelente, parabéns. Tem um mimo do blog para você, quando puder passe lá para ler e pegar. Um abraço, Yayá

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  2. É isso aí, Miriam! O escritor é o dono daquela fala que a gente ouve com os olhos. Ótimo o artigo. Abração. E esta feira aí, hein? Quem dera se houvesse uma brecha para os escritores também.

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  3. Bom dia, Miriam! Sempre fui um tanto 'reclusa,' mas sei que você tem razão...

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  4. Voce bem sabe a vida de um escritor,tenho acompanhado sua trajetoria e lhe vejo como pipoca por este Brasil.Seu texto é perfeito retrato da realidade.
    Uma bela semana Miriam.
    Meu abraço de paz e luz.
    Bjo.

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