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domingo, 28 de outubro de 2012

A MÚSICA DAS PALAVRAS


                                                        O BLOG DE OUTUBRO/2012

A  MÚSICA DAS PALAVRAS

Duas formas de expressão existem desde os primórdios da humanidade, a prosa e a poesia.
Na prosa, empregam-se preciosas palavras algumas,duras,outras fortes ou doces ,coloquiais.Quando escrevemos caprichamos mais na disposição das frases,embora alguns extrapolem o cuidado usando palavras difíceis   e expressões exageradamente acadêmicas,ininteligíveis ao  homem comum.
Os grandes escritores temperam bem suas palavras  e além de nos passarem importante conhecimento,sabem fazê-lo de modo simples e elegante.
Mas,existe uma forma  de escrever onde as palavras soam como música aos nossos ouvidos.É a poesia ,que nos trás encanto,ritmo,imagens mais nítidas que ascendem ao  coração e ao sentimento.
A emoção que os versos nos passam  não vêm só da sua disposição gráfica,mas,também pelo conteúdo das ideias e,principalmente,pela vibração interior que os verdadeiros poetas nos transmitem.
Talvez por causa disto é que o grande poeta Schiller definiu a poesia como “ uma força que age de maneira divina e não apreendida,além e acima da consciência”.
Ou citando Paul Valèry:” Poesia é a tentativa de representar ou de restituir por meio da linguagem articulada aquelas coisas ou aquela coisa que os gestos,as lágrimas,as carícias,os beijos,os suspiros procuram obscuramente exprimir.”
A prosa tem formas e preceitos regulares, deve ser clara e explícita,real e precisa;já a poesia deve ter uma linguagem incomum,uma maior liberdade de expressão e uma interpretação  mais acentuada.
Antigamente os versos tinham que ser metrificados e rimados,isto é  com as mesmas terminações e medidas.Mas,a poesia não pode ser definida apenas por rima e métrica,nem ser aprisionada  em regras determinadas ,pois é livre como a imaginação.
Malherbe comparava a prosa á marcha e a poesia á dança.
Antes mesmo do  homem  aprender a escrever já sabia cantar; daí,nasceu a poesia.Vitórias guerreiras eram celebradas e cantadas,repetidas pelo povo e acompanhadas por instrumentos musicais,como a harpa e a cítara.Assim cantava Homero,o poeta cego,que espalhava aos quatro  ventos a vitória da sua gente.
Isso me  lembra a importância que os poetas tinham na Antiguidade, cercados por uma aura de nobreza; a eles cabiam divulgar os augúrios e por isso eram chamados de vates  e vaticínios essas interpretações.
Existem várias espécies de poesia, a dramática, representada nos teatros,que possui falas e diálogos,enredo,ação e compreende o drama,a tragédia,a comédia,como as obras de Shakespeare,por exemplo.
Como a poesia épica como a de Torquato Tasso (Jerusalém Libertada) ou os Lusíadas ,de Camões que louva os feitos de Vasco da Gama.
Na poesia lírica  exprimem-se os sentimentos de cada um.O amor, a tristeza,a saudade e eram chamadas assim porque os poetas as recitavam “tangendo  a lira”,um instrumento de corda  muito comum no mundo antigo.
A poesia satírica nasceu do desejo de levar ao ridículo pessoas ,instituições ou acontecimentos que o poeta achava merecedores  deste tratamento por seus defeitos e vícios. Daí os epigramas como criavam Gregório de Matos e Bocage.
As poesias são compostas de versos de versos e estrofes.Quatro versos formam uma estrofe:

Na alcova sombria e quente,
Pobre demais, se não erro,
Repousa um moço doente
Sobre uma cama de ferro.

Existem os versos brancos , os preferidos para poemas épicos e para os trágicos.
Na Literatura brasileira temos os poemas “O Uruguai”,de José Basílio da Gama,os “Timbiras”,de Gonçalves Dias, “Anchieta” ,de Fagundes Varela.
Todos priorizam a beleza da forma poética, a harmonia e a expressiva distribuição dos acentos.
Nos tempos modernos ,usa-se muito o verso livre,sem medidas regulares.
Mas,os versos rimados agradam muito mais ao ouvido e nos ajudam a recordar as palavras de uma poesia.
Eu os prefiro a qualquer outro.

Calíope,a deusa da poesia lírica


GIGANTES DA POESIA: JOÃO DE DEUS



A VIDA
A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura num momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!
João de Deus


João de Deus nasceu em São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves, a 8 de Março de 1830. Filho de Pedro José dos Ramos e Isabel Gertrudes Martins, humildes comerciantes nesta freguesia, é baptizado no dia 16 seguinte pelo pároco Joaquim Raimundo Marques, na Igreja Matriz (em frente à casa onde cresceu), tendo por padrinho o alferes António Nogueira. João de Deus nutria uma grande amizade pelos irmãos e meios-irmãos. Teve a sua primeira instrução com o pároco da aldeia ingressando depois no Seminário de Faro nas disciplinas de Aritmética, Latim, Português. Cedo percebeu que não queria seguir a via sacerdotal e chegava a ser chamado à atenção por não vestir fato domingueiro, digno de entrar na igreja.
Acabados os estudos no Seminário de Faro segue para Coimbra realizando os exames de Latim, Doutrina, Francês, Filosofia, Aritmética e Geometria no Seminário de Coimbra, os estudos necessários à entrada na Universidade no curso de Direito. Estamos em 1849 quando a 19 de Setembro morre o seu meio irmão João com 24 anos, em Aljezur.

                             UMA FORMA CURIOSA DE POESIA

DUAS POESIAS DE AUGUSTO DE CAMPOS
A FERIDA
fer
ida
sem
ferida
tudo
começa
de novo
a cor
cora
a flor
o ir
vai
o rir
rói
o amor
mói
o céu
cai
a dor
dói



                                                                   AUGUSTO DE CAMPOS





A POESIA SATÍRICA


ANTONIO ALEIXO,O POETA DO POVO


A POESIA LÍRICA


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta sida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cd me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou

LUIS DE CAMÕES



AGRADECIMENTO


AO PÚBLICO QUE TANTO PRESTIGIOU MEU TRABALHO NA FLICA - FESTA LITERÁRIA DE CACHOEIRA,PARTICIPANDO,APLAUDINDO,MANIFESTANDO-SE ,POSTERIORMENTE ,NAS REDES SOCIAIS,ENVIANDO MAILS E ESGOTANDO,RAPIDAMENTE,TODOS OS MEUS LIVROS VENDIDOS PELA LDM.
A TODOS VOCÊS,MEU CORAÇÃO!





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