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sábado, 30 de novembro de 2013

30 ANOS DA MORTE DE FERNANDO PESSOA

                      O BLOG DE NOVEMBRO/13


30 ANOS DA MORTE DE FERNANDO PESSOA
“Talvez a vitória seja a morte,e a glória seja ser só memória disso
E talvez vencer seja mais morrer
Que sobreviver...Que é a morte? É o ocaso...
A vida é só tê-la,vivê-la e perdê-la.
(A um revolucionário morto,Álvaro de Campos)

Uma pessoa inesquecível. O maior poeta português da modernidade.Não era um só,era tantos...Tantos nomes,tanta poesia,tantos sentimentos contraditórios!
“Sou um  deserto  imenso
Onde nem eu estou...
De uns tempos para cá,descoberto,remexido,lido,estudado  o Fernando  virou uma Pessoa da moda.Mesmo quem nunca o leu,fala dele com a intimidade de amigos de botequim.O cita como seu poeta favorito.Alardeia conhecimento sobre ele que ,nunca,verdadeiramente,se conheceu;sempre se buscou.E,desistiu.Não é fácil conhecer Fernando Pessoa,nem para o próprio Fernando Pessoa ,quanto mais para outros...
Sim,s ei bem,
Que nunca serei alguém,
Sei de sobra
Que  eu nunca terei uma obra.
Sei,enfim
Que nunca saberei de mim...
(Odes,Ricardo Reis)
O fato é que faz falta.Numa época de poesia medíocre ,um gênio,como Pessoa,nos faria muito bem.Nos levaria de volta ,com entusiasmo,aos caminhos da poesia...
“Quero,terei
Se não aqui,
Noutro lugar que inda não sei.
Nada perdi
Tudo terei.”
“Com uma falta de literatura,como há hoje,que pode um homem de gênio fazer se não converter-se,ele só,em uma literatura?Com uma tal falta de gente coexistìvel,como há hoje,que pode  um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos,ou,quando menos,os seus companheiros de espírito?”
                              Aspectos,anos 20



QUEM FOI?


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa13 de Junho de 1888 — Lisboa30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poetafilósofo e escritor português.3
Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever seus primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou Pessoa como "Whitman renascido",4 e o incluiu no seu cânone entre os 26 melhores escritores da civilização ocidental,5 não apenas da literatura portuguesa mas também da inglesa.5
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto6 e Almada Negreiros) para o inglês.7
Enquanto poeta, escreveu sob múltiplas personalidades – heterónimos, como Ricardo ReisÁlvaro de Campos e Alberto Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como YeatsPoundElliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros." 
(WIKIPÉDIA)



                                                                 HETERÔNIMOS


ÁLVARO DE CAMPOS
Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo.
Começa a sua trajetória como um decadentista (influenciado pelo simbolismo), mas logo adere ao futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista, expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria. É revoltado e crítico e faz a apologia da velocidade e da vida moderna, com uma linguagem livre, radical.


RICARDO REIS

O heterónimo Ricardo Reis é descrito como um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, na harmonia e num certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante na sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Faz uso da mitologia não-cristã.
Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano da sua morte.
Em O ano da morte de Ricardo ReisJosé Saramago continua, numa perspectiva pessoal, o universo deste heterónimo após a morte de Fernando Pessoa, cujo fantasma estabelece um diálogo com o seu heterónimo, sobrevivente ao criador.

Alberto Caeiro


Por sua vez, Caeiro, nascido em Lisboa, teria vivido quase toda a vida como camponês, quase sem estudos formais. Teve apenas a instrução primária, mas é considerado o mestre entre os heterónimos (pelo ortónimo). Depois da morte do pai e da mãe, permaneceu em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos e morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.
Os escritos pessoanos que versam sobre a caracterização dos heterónimos, "Pessoa-ele-mesmo", Álvaro de Campos, Ricardo Reis e o meio-heterónimo Bernardo Soares, conferem a Alberto Caeiro um papel quase místico, enquanto poeta e pensador. Reis e Soares chegam a compará-lo ao deus , e Pessoa esboça-lhe um horóscopo no qual lhe atribui o signo de leão, associado ao elemento fogo. A relevância destas alusões advém da explicação de Fernando Pessoa sobre o papel de Caeiro no escopo da heteronímia. Citando a atuação dos quatro elementos da astrologia sobre a personalidade dos indivíduos, Pessoa escreve:
"Uns agem sobre os homens como o fogo, que queima nele todo o acidental, e os deixa nus e reais, próprios e verídicos, e esses são os libertadores. Caeiro é dessa raça, Caeiro teve essa força."
Dos principais heterónimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Possuía uma linguagem estética direta, concreta e simples mas, ainda assim, bastante complexa do ponto de vista reflexivo. O seu ideário resume-se no verso Há metafísica bastante em não pensar em nada. A sua obra está agrupada na coletânea Poemas Completos de Alberto Caeiro

BERNARDO SOARES
Bernardo Soares é, dentro da ficção de seu próprio Livro do Desassossego, um simples ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. Conheceu Fernando Pessoa numa pequena casa de pasto frequentada por ambos. Foi aí que Bernardo deu a ler a Fernando seu livro, que, mesmo escrito em forma de fragmentos, é considerado uma das obras fundadoras da ficção portuguesa no século XX.24
Bernardo Soares é muitas vezes considerado um semi-heterónimo porque, como seu próprio criador explica:
"Não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afectividade."
A instância da ficção que se desenvolve no livro é insignificante, porque trata-se de uma "autobiografia sem factos", como o próprio Fernando Pessoa situa o livro. Dessa forma, o que interessa em sua prosa fragmentária é a dramaticidade das reflexões humanas que vêm à tona na insistência de uma escrita que se reconhece inviável, inútil e imperfeita, à beira do tédio, do trágico e da indiferença estética. O fato de Fernando Pessoa considerar (em cartas e anotações pessoais) Bernardo Soares um semi-heterônimo faz pensar na maior proximidade de temperamento entre Pessoa e Soares. Nesse sentido, para alguns, o jogo heteronímico ganha em complexidade e Pessoa logra o êxito da construção de si mesmo como o mais instigante mito literário português na Modernidade.



                            CASA ,NO CHIADO,ONDE NASCEU FERNANDO PESSOA

                                                      CRONOLOGIA
                                                               VIDA DE POETA

1888: Fernando António Nogueira Pessoa nasce, a 13 de Junho. É batizado em Julho.
1893: Em Janeiro, nasce seu irmão Jorge. A 13 de Julho, o pai morre, de tuberculose. A família é obrigada a leiloar parte dos bens.
1894: O irmão de Fernando, Jorge, morre em Janeiro. Pessoa cria o seu primeiro heterônimo. O futuro padrasto, João Miguel Rosa, é nomeado cônsul interino em Durban, na África do Sul.
1895: Em Julho, Fernando escreve o seu primeiro poema e João Miguel Rosa parte para Durban. Em Dezembro, João Miguel Rosa casa-se com a mãe de Fernando, por procuração.
1896: Em 7 de Janeiro, é concedido o passaporte à mãe, e a família parte para Durban. A 27 de Novembro, nasce Henriqueta Madalena, irmã do poeta.
1897: Fernando faz o curso primário e a primeira comunhão em West Street.
1898: Nasce, a 22 de Outubro, sua segunda irmã, Madalena Henriqueta.
1899: Ingressa na Durban High School em Abril. Cria o pseudónimo Alexander Search.
1900: Em Janeiro, nasce o terceiro filho do casal, Luís Miguel. Em Junho, Pessoa passa para a Form III e é premiado em francês.
1901: Em Junho, é aprovado no exame da Cape School High Examination. Madalena Henriqueta falece e Fernando começa a escrever as primeiras poesias em inglês. Em Agosto, parte com a família para uma visita a Portugal.
1902: Em Janeiro, nasce, em Lisboa, seu irmão João Maria. Fernando vai à ilha Terceira em Maio. Em Junho, a família retorna a Durban. Em Setembro, Fernando volta sozinho para Durban.
1903: Submete-se ao exame de admissão à Universidade do Cabo, tirando a melhor nota no ensaio em inglês e ganhando assim o Prémio Rainha Vitória.
1904: Em Agosto, nasce sua irmã Maria Clara e em Dezembro termina os estudos na África do Sul.
1905: Parte definitivamente para Lisboa, onde passa a viver com a avó Dionísia. Continua a escrever poemas em inglês.
1906: Matricula-se, em Outubro, no Curso Superior de Letras. A mãe e o padrasto retornam a Lisboa e Pessoa volta a morar com eles. Falece, em Lisboa, a sua irmã Maria Clara.
1907: A família retorna uma vez mais a Durban. Pessoa passa a morar com a avó. Desiste do Curso Superior de Letras. Em Agosto, a avó morre. Durante um curto período, Pessoa estabelece uma tipografia.
1908: Começa a trabalhar como correspondente estrangeiro em escritórios comerciais.
1910: Escreve poesia e prosa em português, inglês e francês.
1912: Publica na revista Águia o seu primeiro artigo de crítica literária. Idealiza Ricardo Reis.
1913: Intensa produção literária. Escreve O Marinheiro.
Ficheiro:File:Pessoabaixa.jpg
Fernando Pessoa no Baixo, Portugal
1914: Cria os heterônimos Álvaro de CamposRicardo Reis e Alberto Caeiro. Escreve os poemas de O Guardador de Rebanhos e também o Livro do Desassossego.
1915: Sai em Março o primeiro número de Orpheu. Pessoa "mata" Alberto Caeiro.
1916: O seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
1918: Publica poemas em inglês, resenhados com destaque no "Times".
1920: Conhece Ofélia Queiroz. Sua mãe e seus irmãos voltam para Portugal. Em Outubro, atravessa uma grande depressão, que o leva a pensar em internar-se numa casa de saúde. Rompe com Ofélia.
1921: Funda a editora Olisipo, onde publica poemas em inglês.
1924: Aparece a revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
1925: A 17 de Março, morre, em Lisboa, a mãe do poeta.

1926: Dirige com seu cunhado a "Revista de Comércio e Contabilidade". Requer patente de uma invenção sua.
1927: Passa a colaborar com a revista Presença.
1929: Volta a relacionar-se com Ofélia.
1931: Rompe novamente com Ofélia.
1934: Publica Mensagem.
1935: Em 29 de Novembro, é internado com o diagnóstico de cólica hepática. Morre no dia 30 do mesmo mês.


"LISBOA ,NÃO SERIA LISBOA SE NÃO FOSSE PESSOA.
PESSOA,NÃO SERIA PESSOA,SE NÃO FOSSE LISBOA.
AMBOS SE COMPLETAM.!
MIRIAM SALES

                                                       PENSAMENTO DO MÊS


                                                    ATÉ DEZEMBRO/13,SE DEUS QUISER.




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