O BLOG DE JANEIRO/14
UM GENTLEMAN PERFEITO
“É difícil explicar a relação entre personagem e enredo.Não
se pode escolher uma personagem no ar;no instante em que ela nos surge,nós a
imaginamos em alguma situação ,de modo que,essa personagem e suas
ações mais típicas parecem derivar de um
ato simultâneo de imaginação.”
Confesso que adorava
-e,ainda adoro –ler Somerset Maugham;na sua época ,era um escritor
festejado,mas,nestes últimos anos ,anda um pouco esquecido ó que é
verdadeiramente uma pena,pois,escreveu obras fantásticas como “Servidão Humana”
e “o Fio da Navalha”.
Maugham nasceu em Paris,oriundo de uma rica família inglesa
e muito prestigiada na sociedade.
Perdeu a mãe para a tuberculose,aos oito anos e o pai,aos dez anos;foi viver com um tio,seu
tutor,vigário em Whistable,na Inglaterra.
Talvez devido aos traumas sofridos com a perda dos pais,a
mudança de vida e muita coisa mais ,sofria com uma gagueira que perdurou por
muito tempo e lhe rendeu muita humilhação e zombarias por parte dos colegas de escola e
professores.
Seu tio queria vê-lo padre,mas,o jovem William,o convenceu
de que esta não era sua praia.
O tio aceitou a ideia de que ele fosse estudar em
Heidelberg,no alvorecer dos dezessete anos.
O ambiente desta cidade,onde se respirava arte e cultura
,fez muito bem ao garoto e lhe despertou o desejo de escrever,mas,o tio
desgostoso com o rumo que as coisas estavam tomando,foi contra e o rapaz
,avesso a disputas e discussões,decidiu estudar Medicina em Londres,mas,sem
desistir da Literatura.
No Hospital anexo á
Escola de Medicina havia um serviço que atendia a pobreza ,no bairro de Lambeth;
essa experiência foi ótima para os interesses literários de Maugham,surgindo
,então,seu primeiro romance,”O Pecado de Liza”,logo seguido de“MrsCraddock”,escrito
em Paris,a história de uma mulher culta,mas,escravizada a
um homem vulgar,apenas pelo sexo.
As peças para o teatro vieram em seguida,”Lady Frederick”
foi um sucesso e os bordões da peça eram repetidos por toda Londres.
Em seguida veio “Chuva”,”Histórias dos Mares do Sul”,”Um
Gosto e Seis V inténs “ onde romanceou a vida de Gaugain,e Servidão Humana”.
Todos tratam da maior preocupação do escritor, a
imprevisibilidade da condição humana.
Durante a guerra de
1914 ,engajou-se na Cruz Vermelha como chofer e ajudante de enfermeiro.Um ano
depois foi para Genebra como agente secreto do governo inglês.Dessa aventura
surgiu “Ashenden”.
Em 1928 comprou a Vila Mauresque,no sul da França,onde
concluiu “O Destino de Um Homem”,uma obra satirizando um famoso escritor.
Em 1941 publicou o excelente “Assunto Pessoal”,onde trata a
guerra sob sua visão ,de uma forma irônica e com uma adorável fleuma inglesa.
Anos depois escrevia “O Fio da Navalha”,com personagens
marcantes e inesquecíveis como Larry Darnell e Elliot.
Se ainda fosse vivo,”Catalina” não agradaria nada ao
vigário,seu tio,pois,é uma obra agnóstica,onde o personagem Domingos diz não
poder crer num Deus a quem faltava
sensatez e bom humor.
Voltando ao Sul da França,Maugham reconstruiu sua Vila
Mauresque, destruída na guerra,onde descansava,relia os clássicos e desfrutava
de um merecido sossego.
Aos 80 anos foi
homenageado pelo Garrick Club,onde recebeu da Rainha Elizabeth a condecoração com a insígnia dos Ordem dos Companheiros de
Honra,num banquete onde seu personagem Elliot ,adoraria estar.
A 16 de dezembro de 1965,chorado por mim e por milhares de
fãs no mundo inteiro,caiu o pano sobre “a
agradável comédia da vida”,como gostava de dizer.
OBRAS
O VÉU PINTADO
HISTÓRIA DOS MARES DO SUL
PONTOS DE VISTA
SERVIDÃO HUMANA
MANUSCRITO
EXCELENTE RESENHA
O Fio da Navalha
Essa foi uma das resenhas mais difíceis de começar, pois durante os trinta dias que passei lendo este livro, me senti vivendo junto dos personagens. O próprio autor é um personagem nesta história, narrando e interagindo, pois conforme ele indica no primeiro capítulo, este romance é baseado em fatos reais.
“O Fio da Navalha” conta a história de Larry Darnell, que figura como personagem central, mas graças a ele conhecemos Elliot, Isabel, Gray, Suzanne e Sophie. Citando fatos como a primeira guerra e a grande crise financeira de 1929, o livro narra as escolhas e os objetivos de cada pessoa, onde sentimentos como amor, inveja e tristeza movimentam caminhos.
Larry se diferencia por sair ao mundo em busca de respostas a perguntas que ele mesmo desconhece. Sua calma e bondade o tornam livre do preconceito e da hipocrisia, o personagem oposto a Larry é a sua ex-noiva Isabel, que o trocou por buscar segurança financeira e não poupa o seu charme e veneno de menina egoísta para ter suas vontades atendidas.
O fantástico em Larry é a sua busca por conhecimento, seu sorriso maroto ao ouvir declarações de quem considera o dinheiro muito importante e não compreende o pouco caso deste homem para algo tão vital na sociedade.
Mas ao contrário do que se possa imaginar, “O Fio da Navalha” não é um livro moralista, longe disso, W. Somerset Maugham apenas narra fatos e escolhas, e as consequências que isso trouxe para a vida de cada um. Por isso não há, como avisa o autor, um final feliz. E concordo com ele, pois ao narrar vidas, ele segue o fluxo natural do dia-a-dia, onde a felicidade está nas pequenas coisas e em nossas decisões, e não em algum final hipotético.
“O Fio da Navalha” conta a história de Larry Darnell, que figura como personagem central, mas graças a ele conhecemos Elliot, Isabel, Gray, Suzanne e Sophie. Citando fatos como a primeira guerra e a grande crise financeira de 1929, o livro narra as escolhas e os objetivos de cada pessoa, onde sentimentos como amor, inveja e tristeza movimentam caminhos.
Larry se diferencia por sair ao mundo em busca de respostas a perguntas que ele mesmo desconhece. Sua calma e bondade o tornam livre do preconceito e da hipocrisia, o personagem oposto a Larry é a sua ex-noiva Isabel, que o trocou por buscar segurança financeira e não poupa o seu charme e veneno de menina egoísta para ter suas vontades atendidas.
O fantástico em Larry é a sua busca por conhecimento, seu sorriso maroto ao ouvir declarações de quem considera o dinheiro muito importante e não compreende o pouco caso deste homem para algo tão vital na sociedade.
Mas ao contrário do que se possa imaginar, “O Fio da Navalha” não é um livro moralista, longe disso, W. Somerset Maugham apenas narra fatos e escolhas, e as consequências que isso trouxe para a vida de cada um. Por isso não há, como avisa o autor, um final feliz. E concordo com ele, pois ao narrar vidas, ele segue o fluxo natural do dia-a-dia, onde a felicidade está nas pequenas coisas e em nossas decisões, e não em algum final hipotético.
literamandoliteraturando.blogspot.com.br/2011/04/o-fio-da-navalha.html
FRASES DO AUTOR
ATÉ FEVEREIRO!
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