O BLOG DE FEVEREIRO/15
COMPROMISSADO COM A BOA LITERATURA
Eu penso
que tudo na vida é arte;o que você faz,a maneira que você se veste,o seu jeito
de amar,como você se comunica,seu sorriso,sua personalidade, suas crenças e
todos os seus sonhos.Seu jeito de
beber,suas escolhas gastronômicas e como
decora sua casa.As festas que dá os lugares que frequenta,sua lista de
mercearia, o que lê,o que escreve ,o que pensa e sente.
Você está exercitando a
sagrada arte de viver!
Texto autobiográfico de Monteiro Lobato
Nasci José Renato Monteiro
Lobato, em Taubaté-SP, aos 18 de abril de 1882. Falei tarde e aos 5 anos
deidade ouvi, pela primeira vez, um célebre ditado... Concordei. Aos
9 anos resolvi mudar meu nome para José Bento Monteiro Lobato
desejando usar uma bengala de meu pai, gravada com as iniciais
J. B. M. L.Fui Juca, com as minhas irmãs
Judite e Esther, fazendo bichos de chuchu com palitos nas pernas. Por isso,
cada um de meus personagens; Pedrinho, Narizinho, Emília e Visconde representam
um pouco doque fui e um pouco do que não pude ser.Aos 14 anos escrevi,
para o jornal "O Guarani", minha primeira crônica.Sempre amei a
leitura. Li Carlos Magno e os 12 pares de França, o Robinson Crusoé e todo o
Júlio Verne.Formei-me em Direito em 1904, pela Universidade de São
Paulo. Queria ter cursado Belas Artes ou até Engenharia, mas meu avô, Visconde de Tremembé, amigo de Dom Pedro II,
queria ter na família um bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.Em
maio de 1907 fui nomeado promotor em Areias - SP, casando-me no ano seguinte
com Maria Pureza da Natividade, com quem tive o Edgar, o Guilherme, a
Marta e a Rute.Vivi no interior, nas pequenas cidades, sempre escrevendo
para jornais e revistas.Em 1911 morreu
o meu avô, Visconde de Tremembé, e dele herdei a fazenda Buquira, passando de promotor
a fazendeiro. Na fazenda escrevi o Jeca Tatu, símbolo nacional.Comprei a "Revista do Brasil" e
comecei, então, a editar meus livros para
adultos. "Urupês" iniciou afila em 1918. Surgia a
primeira editora nacional "Monteiro Lobato & Cia", neste mesmo
ano. Antes de mim, os livros do Brasil eram impressos em Portugal.Quiseram me
levar para a Academia Brasileira de Letras. Recusei. Não quis transigir com a
praxe de lá -implorar votos.Tive muitos
convites para cargos oficiais de grande importância. Recusei a todos. Getúlio
Vargas(presidente do Brasil na ocasião) convocou-me para ser o Ministro da
Propaganda. Respondi que a melhor propaganda para o Brasil, no exterior,
era a "Liberdade do Povo", a constitucionalização do país.Minha fama de propagandista decorria da minha
absoluta convicção pessoal. O caso do petróleo, por exemplo, e do ferro.
Éramos ricos em energia hidráulica e minérios e não somente café e açúcar.Durante
10 anos, gritei essas verdades. Fui sabotado e incompreendido. Dediquei-me
à Literatura Infantil já em 1921. E, retomei a ela, anos depois, desgostoso dos
adultos. Com"Narizinho Arrebitado", lancei o "Sítio do Picapau Amarelo". O sítio é um reino de liberdade eencantamento. Muitos já o
classificaram de República.Eu mesmo, por intermédio de
um personagem, o Rei Carol, da Romênia, no livro A Reforma da Natureza, disse ser o Sítio uma República.
Não; República não é, e sim um reino. Um reino cuja rainha é a D. Benta. Uma rainha
democrática, que reina pouco. Uma rainha que permite liberdade absoluta aos seus súditos. Súditos que também governam. Um
deles, Emília, é voluntariosa, teimosa,
renitente e não renuncia os seus desejos e
projetos. Narizinho e Pedrinho são as crianças de ontem, de hoje e amanhã,
abertas a tudo, querendo ser felizes, confrontando suas experiências com o que
os mais velhos dizem, mas sempre acreditando no futuro. Mas eu precisava de
instrumentos idôneos para que o trânsito do mundo real para o fantástico fosse
possível, pois, como ir à Grécia? Como ir à Lua? Como alcançar os anéis de
Saturno? Bem, a lógica das coisas impunha a existência
desse instrumento. Primeiro surgiu o "O Pó
de Pirlimpimpim" que transportaria para todo e sempre, os personagens de
um lugar para outro,vencendo o "ESPAÇO". O "FAZ-DE-CONTA",
pó número 2, venceria a barreira do"TEMPO", suprindo as impossibilidades
de acontecimentos. Finalmente pensei no "SUPER-PÓ", inventado pelo
Visconde de Sabugosa, em o Minotauro, que transportaria, num átomo , para qualquer lugar indeterminado, desde que desejado.Como
disse a Emília: "é um absurdo
terminar a vida assim,
analfabeto!". Eu poderia ter escrito muito mais, perdi muito tempo escrevendo para gente grande. Precisava ter
aprendido mais...Hoje aos 4 de
julho de 1948, vítima de um colapso, na cidade de São Paulo parto para outra
dimensão.Mas o que tinha de essencial, meu espírito jovem, minha coragem, está
vivo no coração de cada criança.
Viverá para
sempre, enquanto estiver presente a palavra inconfundível de
"Emília".
Monteiro Lobato
*Extraído da Internet
TE PEGO PELA PALAVRA...
MIRIAM SALES:OS LIVROS E EU
"Tenho umabiblioteca eclética onde cabe quase tudo e quase todos.A variedade é grande assim livros de literaturaconvivem com livros sobre política,os livros de filosofia convivem bem com os de humor,os de história com os gastronômicos e os de arte com quadrinhos.
Não separo os autores por sexo como faziam as recatadas senhoras vitorianas,nem por devotos e misturo socialistas,imperialistas e comunistas.
Todos devem ler tudo - desde "Minha Luta" até a" Bíblia Sagrada" - mas,respeito todas as correntes ,religiosas ou não,embora seja contra aquelas correntes que aprisionam o espírito e se acham donas da verdade.
Diversifico,também,a leitura e invariavelmente leio dois ou três livros de uma vez,em momentos diferentes ,claro.
No momento estou lendo e adorando estes abaixo:
Um livro realista,encantador ,que prende o leitor da primeira á última palavra.Deixa saudades quando acaba.O jeito é reler...
O que posso dizer sobre Salinger,o escritor que marcou minha geração? Bem ,ele tem o dom de criar personagens únicos e apaixonantes,o que você pode comprovar ao ler este livro composto por dois contos:Carpinteiros,levantem bem alto a cumeeira e Seymour,uma apresentação.
Este livro me foi presenteado pela EGBA e contém 10.000 verbetes sobre termos e falares nordestinos.Um presentaço para um pesquisador ou uma escritora como eu,cujo tema favorito é o Nordeste.
Ainda neste universo nordestino ,"A Antiga Gíria Baiana de A a Z",trás cerca de 1000 gírias e ditos populares baianos,desde o sec.XIX,reunidos por um pesquisador autodidata que fez um trabalho fantástico.Lançamento em Março/2015 na LDM,Praça Castro Alves.
LER NUNCA É DEMAIS...
UM LIVRO MUITO ESPECIAL!
LANÇADA UMA COLETÂNEA SOBRE JOÃO UBALDO RIBEIRO
ESCRITORES FAMOSOS,POVO E ARTISTAS RENOMADOS PARTICIPARAM DESTE LIVRO ,FALANDO SOBRE O GRANDE ESCRITOR BAIANO MORTO RECENTEMENTE.O LIVRO,QUE NÃO SERÁ VENDIDO ,FOI DISTRIBUÍDO ENTRE OS AUTORES,UNIVERSIDADES E BIBLIOTECAS.
Escritores participantes
ITAPARICA IN BLUE
HOMENAGEM A JOÃO UBALDO RIBEIRO
Gostaria que fosse diferente,
mas, mesmo assim, foi muito bom...
Seria bem melhor se o homenageado
estivesse lá in persona com seu
riso alvar e seu vozeirão inesquecí-
vel; mas, certamente esteve em espí-
rito. Pediu ao Absoluto e, como tem
um prestígio muito grande com Ele,
conseguiu a licença para descer a este
vale de lágrimas e assistir, incógnito,
á sua homenagem.
Divertiu-se um bocado e se sentiu
querido como poucos. Sua imortalidade,
percebeu, não está nas Academias,
nem nos prêmios recebidos,
mas,na alma do povo que o ama e reverencia, gente de
perto, gente que veio de longe – até de Florença, na Itá-
lia, comentou um amigo pescador - artistas, escritores,
músicos como Valtinho Queiroz que fez todo mundo
cantar e dançar até mesmo balançando-se nas cadeiras
do amplo auditório,que coisa mais linda, Cuiúba, nunca
imaginei nada igual! Segredou no ouvido do seu
personagem.
Viva o povo brasileiro que estava todo lá, representado
por intelectuais, acadêmicos, professores,artistas
como Leonel Mattos e Bel Borba, cordelistas e poetas,
jornalistas e pescadores, sóbrios e pinguços, gente sé-
ria e gente amiga da pândega, pessoas simples e so-
fi sticadas, amigos de sempre e amigos de ocasião,um
microcosmo que representou muito bem este povo que
Ubaldo tanto louvou.
A presença de Berenice e de seus fi lhos o levou
ás lágrimas; o busto que ora enfeita os jardins da
Biblioteca,
certamente,o deixou muito feliz. E o beijo
amoroso de Berenice,retratado tantas vezes - todos
queriam uma foto -fi cou na história.
Seria impossível citar todos os presentes; ou captar
a energia boa que pairava nos salões.
Mas, de uma pessoa tenho que falar e falar muito,
fazer a louvação,contar a história. Dalva Tavares
Lima,guardem esse nome no cantinho mais abrigado
dos seus corações; esta mulher extraordinária,capaz da
força na fragilidade, obrigada a matar um leão por dia,
de dar seu sangue e sua vida pela Biblioteca que dirige,
merece todas as palmas e louvores pela festa que realizou.Conheci
a sua luta para fazer esta Seleta,coleção de
textos escritos por pessoas diversas que conheceram e
amaram o escritor João Ubaldo. Este livro histórico,que
perdurará por muitos anos nas bibliotecas não estava
destinado a ser vendido. Teria uma edição limitada e
seria
oferecido aos autores participantes e alguns poucos
selecionados.Trouxe o meu com um cuidado de quem
carrega andor,protegendo-o do banho de água salgada
que tomamos,sem querer,na volta para Salvador.
Dalva disponibilizou 10 exemplares para sortear
com o público; vi a emoção de quem recebeu e a frustração
de alguns quando Tina,a adorável secretária da
Biblioteca, cantava os números.Um garoto,de uns dez
anos de idade, deu um pulo de alegria,agarrado ao seu.
Uma moça esperou até o último minuto que seu número
fosse gritado.Suspense, até o fi nal!
Terminada a homenagem, Ubaldo voltou para o
Além do Além.Ao encontrar o Criador, disse:
– Quefesta mais
porreta!
Deus balançou a cabeça e deu um leve sorriso de
compreensão.
ESCRITOR,AGORA FICOU FÁCIL PUBLICAR
UM GRANDE BLOG LITERÁRIO!
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