O BLOG DE SETEMBRO/15
APRESENTANDO AOS NOSSOS LEITORES UMA PARTE DA REVISTA LITERÁRIA "BECO DAS PALAVRAS",EDIÇÃO DE JUL/AG/SET
Desde que começamos, nosso principal objetivo é divulgar a
cultura brasileira e seus agentes.
Orgulhamo-nos de contribuir para melhorar a sociedade,
tornando – a mais bem informada mais justa, independente, pensadora, onde tudo
é normal e todo pensamento é livre.
Durante todos estes anos e vivendo muitas batalhas,
desenvolvemos boas parcerias, conhecemos muitos bons autores aos quais demos
voz e vez,espaço e divulgação,já que estão sempre longe da grande imprensa que
não lhes reconhece o talento. Estamos abertos a todos, a todos tentamos ajudar
na realização dos seus sonhos.
Assim surgiram nomes que muito em breve estarão brilhando no
cenário nacional, porque acreditam que o livro é a força motora das
transformações sociais e o responsável pelo ser humano melhor, mais consciente
e respeitador dos seus semelhantes.
Ainda no terreno dos livros, não podemos deixar de citar
nossas Seletas, com as quais lançamos nossos novos autores no mercado,
despertamos o interesse do público pela poesia, que alguns acham maldita porque
dizem que não vende e pela nova geração de autores brasileiros,
aumentando, deveras, nosso patrimônio cultural.
Depois de tudo isto só nos faltava a revista bem, não falta
mais.nasceu ,em setembro/14, virtualmente, a revista literária “BECO DAS
PALAVRAS”. Um projeto dedicado aos livros. Uma revista feita para quem adora,
vive e respira literatura. Assim, democratizamos a literatura. A cultura deve
ser de todos para todos. Confiamos na sua universalidade.
Apesar de não termos sido muito divulgados, os acessos,
segundo informações do site, atingiram mais de 10000 visitas. Começamos a criar
asas e ousadamente, bancamos e publicamos a revista impressa, contando com a
valiosa assessoria da EGBA, a Empresa Gráfica da Bahia, que muito nos ajudou
com orientação e conselhos. Em Dezembro/14 realizamos o desejo de torná-la
impressa; apenas 100 exemplares para ser distribuídos entre nossos
autores,colaboradores,amigos e simpatizantes.
A partir de Abril nosso projeto se estende e nossa revista
será impressa trimestralmente,sento
portanto ,três edições anuais,onde reunimos novos bons autores e os ícones da
Literatura do passado.Pretendemos viajar por todo universo literário dos livros
aos e-books,dos romances á história,dos contos infantis á literatura
fantástica,tão em voga nestes tempos cibernéticos.Enfim,não somos o docinho
brigadeiro,mas,queremos agradar a todos.
Continuamos nossa versão digital e assim estaremos sempre a
seu lado,amigo leitor.
Esta revista é um mimo para vocês, uma homenagem ao livro
como fonte reparadora da humanidade e uma forma de refletir sobre o mundo,as
ideias,sobre quem somos e o que queremos.
Se você gostou convido-lhe a ser nosso assinante.
Miriam de Sales
Editora
Letras
graúdas
BALZAC ,UM OBSERVADOR SAGAZ DA HUMANIDADE
*Nasceu
a 20 de maio de 1799,em Tours
+Morreu a 18 de agosto de 1850[
Um
dos fundadores da literatura realista
este memorável escritor tem uma obra vasta e eterna.Seus personagens são
inesquecíveis e retratam a fauna humana de um modo contundente e verdadeiro,que os tornam vivos,a ponto do
próprio Balzac no seu leito de morte pedir,aflito :-Chamem o Dr. Bianchon,um
dos personagens mais presentes na s suas obras.
Balzac acompanhava pelas ruas de Paris um casal de trabalhadores,observando-lhes os costumes,o
andar ,as palavras trocadas entre si ,assim ,como ,passava noites inteiras cemitério Pére Lachaise visitando
túmulos de escritores famosos ,pedindo-lhes inspiração e conselhos.
Algumas vezes valia-se de pseudônimos ,como na obra “Le Vicaire des Ardennes”,que
tratava de de casamento clerical e
incesto.
Porém,sua obra mais importante,a “Comédia Humana” foi
lançada com seu nome verdadeiro e representa um dos mais
abrangentes,complexos e
estarrecedores feitos da literatura
mundial.São quase 100 romances que retratam a vida na França do urbana e provinciana na época pós-napoleônica
e misturam personagens do povo e banqueiros,meretrizes e
duquesas,política,religião e convenções
sociais de uma forma crua,quase fotográfica.
Balzac trabalhou durante três anos no escritório de
advocacia de um amigo de infância,deixando para trás as turbulências da
juventude até abandonar tudo e tentar a carreira literária.
Escreveu uma peça inacabada para o a ópera cômica e em seguida a tragédia “ Cromwell”.
Só em 1832 concebeu a Comédia Humana,começando com “Eugênia Grandet”,seguida do “Pai
Goriot”,ambos livros de muito sucesso,na época e sempre.
Pobre,feio,medindo menos de
um metro e meio,dentes estragados,pouco asseado e mal vestido,com
certeza a Duquesa de Langeais,um de seus personagens não o convidaria para o
chá da tarde ,nem o banqueiro Cezar Biroteau lhe emprestaria dinheiro...
Trabalhou
exaustivamente até sua
morte,movido a cafezinho,dificuldades financeiras e seus textos foram evoluindo do desânimo ao
entusiasmo,embora sua opinião sobre a humanidade em nada tenha mudado.
Monteiro Lobato, numa das cartas para o amigo Godofredo
Rangel ,aconselhava: -“Leia o Lírio, (O Lírio do Vale) Rangel e esqueça o
alfabeto...
Vítor Hugo,dizia : - “Ele reluzirá...entre as mais
brilhantes estrelas da sua terra natal.”
Sábias palavras ,pois,Honoré de Balzac influenciou grandes
escritores como Proust,Dickens,Zola,Flaubert e continua sendo um ícone da
literatura ocidental.
PECADOS DA LÍNGUA
O QUE É HETERÔNIMO
Ôpa,o nome é danado de difícil e pouca gente parece saber o
que é isso.
-Parece xingamento,diz o meu neto.Você é um heterônimo!
Parece,mas,não é.
O nome vem do grego heteronymus
que significa “outro nome”.Heteros:outro,diferente;nomos:nome.
Note que é diferente de pseudônimo,muito usado pela classe
artística em geral,este também vindo do grego,porém ,significando um nome
falso.Pseudo:falso.
Por exemplo: a famosa Marilyn Monroe cujo nome verdadeiro
era Norma Jean Baker.
Já os heterônimos são nomes imaginários usados por
escritores que não querem usar
pseudônimo,mas,que preferem ,partindo do seu ego original criar uma personalidade, uma pessoa inteira,viva e quase real pois,um ser
não é um só são muitos,assim cada traço do caráter do autor é
explorado pelo mesmo,usando nomes diferentes e até textos com qualidades,tendências
e características diferentes do seu criador.
Quem cria os heterônimos é chamado de ortónimo.
Comentando os diversos heterônimos criados por ele –Alberto
Caieiro,Ricardo Reis e Àlvaro Reis – Fernando Pessoa,um dos maiores poetas
portugueses,escreveu:
“E assim arranjei e propaguei,vários amigos e conhecidos que
nunca existiram,mas que ainda hoje,a perto de trinta anos de
distância,oiço,sinto,vejo.E tenho saudades deles”
Poética Fernando Pessoa
ANALISANDO OS VÁRIOS
HETERÔNIMOS
DE FERNANDO PESSOA
VÂNIA MARIA DO NASCIMENTO DUARTE
Torna-se digno de nota, antes de tudo, que Fernando Pessoa,
apesar de ter se revelado como um artista composto por vários “eu” poéticos,
sobretudo no tocante à heteronímia, também assinou vários poemas com seu
verdadeiro nome – caracterizados pelo que denominamos de poesia ortônima.
Modalidade esta em que a pessoa aparece como ela mesma, perfaz-se de notórios
traços ligados à tradição literária portuguesa, tais como o saudosismo,
sebastianismo (sentimento relacionado ao desaparecimento de D. Sebastião) e o
visionarismo em relação à nacionalidade lusitana – concepções intrínsecas à
própria visão de mundo do poeta, concebida como politicamente
conservadora.
Sua poesia de cunho nacionalista, composta em Mensagem, caracteriza-se como poemas épicos, os quais têm como unidade temática as grandes navegações. Nesses prevalecem um sentimento marcado por uma intensa melancolia em relação ao futuro de Portugal, visto como algo sombrio quando comparado como passado glorioso, demarcado pelas descobertas marítimas. Como bem nos retratam os excertos contidos no poema intitulado Nevoeiro:
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
Sua poesia de cunho nacionalista, composta em Mensagem, caracteriza-se como poemas épicos, os quais têm como unidade temática as grandes navegações. Nesses prevalecem um sentimento marcado por uma intensa melancolia em relação ao futuro de Portugal, visto como algo sombrio quando comparado como passado glorioso, demarcado pelas descobertas marítimas. Como bem nos retratam os excertos contidos no poema intitulado Nevoeiro:
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
(Trechos extraídos da Obra Poética, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1976)
No que se refere à produção lírica, esta se encontra manifestada em Cancioneiro, na qual são retratados temas ligados à infância, vida, arte, solidão, saudade, dentre outros, sempre associados a um clima nostálgico do passado em consonância ao tédio vivido pelo presente.
Grandes mistérios habitam
O limiar do meu ser,
O limiar onde hesitam
Grandes pássaros que fitam
Meu transpor tardo de os ver.
São aves cheias de abismo,
Como nos sonhos as há.
Hesito se sondo e cismo,
E à minha alma é cataclismo
O limiar onde está.
Então desperto do sonho
E sou alegre da luz,
Inda que em dia tristonho;
Porque o limiar é medonho
E todo passo é uma cruz.
Alberto Caeiro
De acordo com a biografia instituída por Fernando Pessoa, Alberto Caeiro era órfão e vivia com uma tia no campo, por isso só recebeu a instrução primária. Autor de uma poesia aparentemente caracterizada pela simplicidade, no fundo mostra-se norteada por uma intensa complexidade filosófica, visto que o poeta nega tudo que esteja aquém da percepção sensível. Em função de tal posicionamento, demonstra todo seu empenho em impedir que o pensamento racional dificulte o contato direto com a natureza.
Apresentando-se como rústico e ingênuo, considera que o verdadeiro conhecimento é aquele oriundo das forças sensitivas, pois acredita que a racionalidade preconizada pela ciência acaba por destituir a naturalidade humana, ao criar mistérios que na verdade não existem. Tais pressupostos pedem ser conferidos em O guardador de rebanhos: conferidos em O guardador de rebanhos:
I
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr do Sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
É se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado p
(Trechos extraídos da Obra Poética, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1976)
No que se refere à produção lírica, esta se encontra manifestada em Cancioneiro, na qual são retratados temas ligados à infância, vida, arte, solidão, saudade, dentre outros, sempre associados a um clima nostálgico do passado em consonância ao tédio vivido pelo presente.
Grandes mistérios habitam
O limiar do meu ser,
O limiar onde hesitam
Grandes pássaros que fitam
Meu transpor tardo de os ver.
São aves cheias de abismo,
Como nos sonhos as há.
Hesito se sondo e cismo,
E à minha alma é cataclismo
O limiar onde está.
Então desperto do sonho
E sou alegre da luz,
Inda que em dia tristonho;
Porque o limiar é medonho
E todo passo é uma cruz.
Alberto Caeiro
De acordo com a biografia instituída por Fernando Pessoa, Alberto Caeiro era órfão e vivia com uma tia no campo, por isso só recebeu a instrução primária. Autor de uma poesia aparentemente caracterizada pela simplicidade, no fundo mostra-se norteada por uma intensa complexidade filosófica, visto que o poeta nega tudo que esteja aquém da percepção sensível. Em função de tal posicionamento, demonstra todo seu empenho em impedir que o pensamento racional dificulte o contato direto com a natureza.
Apresentando-se como rústico e ingênuo, considera que o verdadeiro conhecimento é aquele oriundo das forças sensitivas, pois acredita que a racionalidade preconizada pela ciência acaba por destituir a naturalidade humana, ao criar mistérios que na verdade não existem. Tais pressupostos pedem ser conferidos em O guardador de rebanhos: conferidos em O guardador de rebanhos:
I
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr do Sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
É se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado p
or toda a encosta A ser muita cousa
feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do Sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
[...]
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do Sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
[...]
Ricardo Reis
Ricardo Reis foi educado em colégio de jesuítas, tornou-se médico, monarquista e se revela como verdadeiro apreciador da cultura clássica. Mostrando-se contrário a Alberto Caeiro, sua produção é permeada pela racionalidade, pautando-se por temas relacionados à fugacidade do tempo, haja vista ter sido bastante influenciado pelos representantes árcades. Diante de tal perspectiva, valoriza a simplicidade conferida pela vida campesina, tendo como fonte de inspiração a ideologia de Horácio (baseada no Carpe Diem).
Demonstra ser um autêntico epicurista, uma vez adepto das ideias de Epicuro (séc. III a.C), o qual ressaltava que a verdadeira sabedoria reside no equilíbrio dos sentidos e nos prazeres naturais, abnegados de “eventuais” excessos. Características demarcadas em:
Anjos ou Deuses
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nós e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem E nós não desejamos.
Álvaro de Campos Engenheiro naval formado na Escócia, Álvaro de Campos se mostra como um futurista, demonstrando sua sensibilidade poética arraigada no presente e no futuro, sendo que aquele aparece em menor instância, quase sempre camuflado no saudosismo dos tempos de criança.
Digamos que semelhantemente a Alberto Caeiro e Ricardo Reis, o poeta em questão também cultua as sensações, no entanto, estas resultam do contato com a modernidade, promovido pelo barulho dos automóveis, das máquinas a vapor, enfim, pelo crescimento industrial. Fatores responsáveis pelo instaurar de um sentimento de angústia e perplexidade - mediante tais avanços -, os quais resultam numa criação de cunho existencialista. Como nos revela a seguinte criação:
Ricardo Reis foi educado em colégio de jesuítas, tornou-se médico, monarquista e se revela como verdadeiro apreciador da cultura clássica. Mostrando-se contrário a Alberto Caeiro, sua produção é permeada pela racionalidade, pautando-se por temas relacionados à fugacidade do tempo, haja vista ter sido bastante influenciado pelos representantes árcades. Diante de tal perspectiva, valoriza a simplicidade conferida pela vida campesina, tendo como fonte de inspiração a ideologia de Horácio (baseada no Carpe Diem).
Demonstra ser um autêntico epicurista, uma vez adepto das ideias de Epicuro (séc. III a.C), o qual ressaltava que a verdadeira sabedoria reside no equilíbrio dos sentidos e nos prazeres naturais, abnegados de “eventuais” excessos. Características demarcadas em:
Anjos ou Deuses
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nós e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem E nós não desejamos.
Álvaro de Campos Engenheiro naval formado na Escócia, Álvaro de Campos se mostra como um futurista, demonstrando sua sensibilidade poética arraigada no presente e no futuro, sendo que aquele aparece em menor instância, quase sempre camuflado no saudosismo dos tempos de criança.
Digamos que semelhantemente a Alberto Caeiro e Ricardo Reis, o poeta em questão também cultua as sensações, no entanto, estas resultam do contato com a modernidade, promovido pelo barulho dos automóveis, das máquinas a vapor, enfim, pelo crescimento industrial. Fatores responsáveis pelo instaurar de um sentimento de angústia e perplexidade - mediante tais avanços -, os quais resultam numa criação de cunho existencialista. Como nos revela a seguinte criação:
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
[...]
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
[...]
POÉTICA
SEGREDOS
Nas janelas da alma
Histórias não contadas.
No cenário:
Colchas de retalhos
Fragmentos expostos
Que se resumem em
uma única palavra:
SEGREDOS
Nas janelas da alma
Histórias não contadas.
No cenário:
Colchas de retalhos
Fragmentos expostos
Que se resumem em
uma única palavra:
FIM
CLÁUDIO HERMÍNIO,poeta mineiro
Força da Fé
Jania Souza, Natal,
RN
Madre Teresa de Calcutá
teu coração é maior que a razão
mostrou ao mundo incrédulo
quão forte é o poder da fé.
teu coração é maior que a razão
mostrou ao mundo incrédulo
quão forte é o poder da fé.
Nada te abalou em vida
nem mesmo o perigo da lepra.
Com mãos doces lavaste as feridas
ao homem sem esperança
e o preencheste com amor
semente que o conduziu ao céu.
nem mesmo o perigo da lepra.
Com mãos doces lavaste as feridas
ao homem sem esperança
e o preencheste com amor
semente que o conduziu ao céu.
Jania Souza é escritora capixaba.
janiasouza@uol.com.br
janiasouza@uol.com.br
C/foto da escritora + livro
Festa no jardim
Paola Rhoden , poetisa brasiliense.
Brasilia 20 de Março de 2015.
Meu jardim à tarde, vira festa.
Parece até uma floresta.
Tesoureiros cortam ares,
João de barro, trina alto pela porta da casinha,
Asa branca voa baixo, busca água na biquinha.
Quero-quero martelando,
assusta a garça passeando.
Sabiá canta, na paineira sua mágoa,
Rouxinol trina saudoso, chamando sua amada,
Beija flor bem ligeirinho,
visita todas as plantas, que são tantas,
não faz faz mais nada.
Uma beleza a revoada, do verde Periquitinho.
Na galhada do ipê, a Rolinha faz seu ninho.
Canário canta, no alto do coqueiro,
O anu preto busca a larva, bem ligeiro.
O Chopim, um deslavado, ocupa a casa do vizinho.
Andorinha, alvoraçada,
faz a sua revoada,
curtindo o seu verão.
Meu jardim à tarde, vira festa.
Parece até uma floresta.
Tesoureiros cortam ares,
João de barro, trina alto pela porta da casinha,
Asa branca voa baixo, busca água na biquinha.
Quero-quero martelando,
assusta a garça passeando.
Sabiá canta, na paineira sua mágoa,
Rouxinol trina saudoso, chamando sua amada,
Beija flor bem ligeirinho,
visita todas as plantas, que são tantas,
não faz faz mais nada.
Uma beleza a revoada, do verde Periquitinho.
Na galhada do ipê, a Rolinha faz seu ninho.
Canário canta, no alto do coqueiro,
O anu preto busca a larva, bem ligeiro.
O Chopim, um deslavado, ocupa a casa do vizinho.
Andorinha, alvoraçada,
faz a sua revoada,
curtindo o seu verão.
E o Carcará, bem traiçoeiro,
espreita, no alto do Pinheiro,
um descuidado, para sua refeição.
E a borboleta, indiferente,
constante,
voa alto, voa baixo,
deixa o jardim mais vibrante.
E essa faina alvoraçada,
alegra meu coração.
espreita, no alto do Pinheiro,
um descuidado, para sua refeição.
E a borboleta, indiferente,
constante,
voa alto, voa baixo,
deixa o jardim mais vibrante.
E essa faina alvoraçada,
alegra meu coração.
A POESIA
Exala fluidos, adentra mundos
Toca e aprofunda-se.
Olhares, gestos, palavras, conteúdos
Fundem-se.
A poesia acalma, humaniza.
Colore becos, palcos, praças da vida.
Poesia é arte, falada, cantada
Ornamentada, escrita.
Poesia são vogais, consoantes
Soltas as comédias trágicas e cômicas.
Ações incorporadas as emoções.
Oh! “SE A POESIA PUDESSE MUDAR O MUNDO”
Transforma-lo em paraíso.
Abrandar almas, através dos livros
Escola viva, da vida.
Poesia é cruzamento de raças
Negro, amarelo, cafuzo.
É o feio é o belo.
É o pobre é o rico.
Poesias são os suspensos arranha-céus.
E as submersas palafitas.
Concretas ou abstratas
Mares de utopias.
É uma panela cheia
É um prato vazio.
Poesia, desconhece maldade
Aspira, transpira sensibilidade
Absorve fluídos de liberdade....
Libera libido aos amantes
Fortifica almas dos solitários.
SE A POESIA NÃO TRANSFORMAR O MUNDO
Será a flecha que indicará trilha
Para uma provável humanização.
Sentir, Amar, Doar, Educar-se.
Até que um dia a paz se concretizará
Na humanidade.
Malú Ferreira, poetisa baiana.
maluvife@hotmail.com
JOVINA S
Reencontro
Esta pequenina pétala nos meus braços
Vem das flores gigantes e viçosas,
Plantadas por minhas tataravós, bisavós, avós
E por mamãe.
Nos quatro cantos do Brasil
Plantaram canaviais,
Arrancaram ouro das pedras,
Diamantes dos rios,
Fizeram cabedais
Jorraram leite na boca de todos os brasileiros.
Onde tinha fome plantaram grãos,
Músicas, danças, sabores
E cores,
Em todos os pântanos fizeram jardins multiflores.
Quero respeito para as mulheres pretas parideiras
Dos muitos Brasisi
E para toda gente negra que em tudo bota tento.
Só constrói, conserta não arrebenta.
Que nossos malungos criancinhas
Possam seguir em frente,
Pulando amarelinha com a barriga cheia de leite.
Bons ensinamentos.
De bem com o espelho.
Longe da morte matada.
Jovina S.
ANTONIO ROBERTO(TUNIN)
Pássaro Solitário
Andando pela estrada, vou.
Final de verão, quase outono.
O silêncio grita onde estou,
De relance a relva espiono.
Sobre a haste do seco mato.
Vejo um serzinho solitário.
Parado, pensando a vida em seu recato?!
Nada! É o papa-capim enfeitando o cenário.
Aproximei-me devagarzinho.
Não poderia perder a oportunidade.
Em fotografar aquele animalzinho,
Para matar a minha curiosidade.
Ele bem comportado,
Permitiu-me a façanha,
Fiquei um pouco desconfiado,
De sua cordialidade tamanha.
O galho seco pendeu,
Como se fosse uma gangorra fugaz,
E o bichinho se prendeu,
Numa agilidade perspicaz.
Ele lá no galho ficou,
Dei curso ao meu caminho,
Saudade em mim deixou,
Aquele menino passarinho.
Tunin/março/2015.
Entrevista com
Gisele Ferreira ,criadora da FLIPOÇOS -
FESTA LITERÁRIA DE POÇOS DE CALDAS (C/fotos)
BP-Gisele, admiro bastante seu trabalho que pude participar
no ano de 2014 e constatei a
responsabilidade e o carinho com que é
gerida. Mas, amiga dá trabalho criar e sobretudo,manter uma festa
literária,no Brasil?
Sim, o trabalho é intenso tem muitos detalhes a serem
olhados, mas com amor e dedicação é possível realizar. Felizmente o Flipoços
atingiu o patamar dos grandes eventos literários do Brasil, mas foi graças a
este trabalho árduo não só meu, mas, da minha equipe que conseguimos inseri-lo
no Calendário Nacional. Temos muita alegria em contribuir para que o País se
torne efetivamente uma terra de leitores.
BP:Como são selecionados os convidados?
Assim que definimos a temática central do Festival, buscamos
convidados ligados ao tema. Entretanto, o Flipoços é um evento extremamente
eclético e diversificado. O que buscamos realmente são convidados e assuntos
que despertem ainda mais o gosto pelos livros e leitura. Não há uma fórmula
para isso, mas estamos sempre muito antenados nas tendências, nos assuntos do
momento, nos escritores que estão despontando, procuramos ter uma visão
globalizada para que o conteúdo do Festival atenda a todos, indistintamente.
BP:Qual é - ou
deveria ser - a participação das Editoras?
As Editoras e Livrarias participam da Feira do Livro que
desenvolvemos em paralelo ao Festival. Entretanto, a participação das Editoras
no oferecimento de autores ainda é bem pequena. Acho que elas se envolvem pouco
com o Festival e ajudam pouco no que tange a cobrir as despesas do autor. Isto
fica sempre a cargo da nossa organização.
BP:Os novos escritores e poetas que estão despontando têm chance
de uma palestra solo ,bate – papo ou participação poética?
Sim, no Flipoços sempre! Aliás, um dos maiores diferenciais
do nosso Festival é exatamente este, dar oportunidade aos novatos e ajudá-los a
alavancar suas obras. Felizmente, temos visto muitos escritores novatos que
passaram pelo nosso Festival começarem a tornar conhecidos e famosos (rsrs) nós
costumamos dar muito sorte a eles!
BP:Como você lida com
patrocínio num país onde é raro e
difícil o mecenato?
Esta é a tarefa mais difícil no processo. Possuir projetos
incentivados no Brasil não é garantia de ter recursos para viabilização do
projeto. Mas no nosso caso, apesar de árdua missão de captação, temos tido
alguns retornos bem felizes. Como é o caso da Petrobras que nos apoia há nove
anos e somos muito gratos a ela. Este ano, depois de seis anos batalhando muito
e correndo atrás, conseguimos ser aprovado no Edital do BNDES, o que me deixou
muito orgulhosa, porque foi por puro merecimento. Aqui em Poços contamos com
patrocínios de algumas empresas como o Grupo DME, Cerâmica Togni, Mineração
Curimbaba, V Metais, Bourbon Coffee que são apoios fundamentais também. Enfim,
a luta é grande e para sempre, mas não sou do tipo de desistir das coisas.
Nunca desisto.
BP: Existe,também,um espaço externo onde artistas e artesãos
de rua trazem seus trabalhos e o folclore sempre está muito presente atraindo
multidões.Fale um pouco sobre esse casamento da música com as palavras , este
entrosamento entre as tradições e a
moderna literatura?
Minas Gerais é um Estado muito rico em cultura e tradições.
Em Poços de Caldas contamos com alguns grupos folclóricos importantes de
relevância nacional. Então sempre que possível inserimos estes grupos no
Festival, além de quê, o Flipoços é famoso também por valorizar outras
manifestações artísticas como música, teatro, dança, artes plástica e muitos
outros. Mas sempre à luz da Literatura. O Flipoços é o festival literário mais
temático de todos.
BP:E as novidades deste ano para o público infantil?
São muitas, afinal, nesta edição comemorativa dos 10 anos do
festival, estamos homenageando as crianças. Desta forma a temática “A
Literatura como Resgate da Velha Infância” vai valorizar as crianças. Muitos
escritores da literatura infantil estão convidados, atividades culturais
diversas oferecidas pelo Sesc Minas ocuparão grande parte da programação, mas a
grande estrela, será o escritor e cartunista Ziraldo, que será o Patrono do
Flipoços 2015.
BP: Você tem uma bela festa temática e inovou criando um
espaço para autores independentes divulgar e vender seus livros,por
isto,dou-lhe os parabéns.Mas, como isto é feito?O autor deve entrar em contato
com a produção,se cadastrar,enviar um portfólio ou a seleção é feita por vocês?
Como disse anteriormente, nós queremos valorizar os novos
escritores e aqueles que precisam de oportunidade. Então abrimos esta
oportunidade que tem sido muito aceita pelos escritores independentes. Os
interessados entram em contato, fazemos o cadastro e disponibilizamos as vagas.
A procura é muito grande mas infelizmente não conseguimos atender a todos de
uma vez. As vagas são limitadas a 25 escritores por edição.
BP:Sei que as editoras podem comprar espaço para um
stand ,mas,como isto pode ser feito?
A editora ou livraria interessadas em participar da Feira
Nacional do Livro de Poços de Caldas, devem entrar em contato antecipadamente
porque a Feira fecha muito rápido. Por volta de outubro os expositores devem
ligar para a GSC (35) 3697 1551 e reservar o estande.
BP:Como você lida com as temíveis “panelinhas” literárias?
Sim, mas de forma tranquila. O que ocorre normalmente é que
a “grande mídia” as vezes subestima nosso festival, por ser no interior (rsrssr).
Mas as poucos, todos estão enxergando o grande bem que este evento faz para o
Brasil, para Minas Gerais, para Poços e toda nossa região. Vamos em frente
sempre!
BP:Esta festa vem crescendo a cada ano e já está
solidificada no calendário das principais festas literárias brasileiras.Quais são seus planos para o
futuro?
Manter a qualidade e o conteúdo eclético e diversificado,
visando sempre despertar mais e mais pessoas para os livros e leitura. Queremos
no mínimo, que nossa cidade e nossa região sejam lugares de leitores e com
número crescente de interessados em cultura literária. Ficamos muito contentes
de hoje estarmos entre os principais festivais literários do Brasil. Isto é o
reconhecimento de um trabalho persistente e feito com muito amor e dedicação,
visando sempre o bem comum e coletivo.
.
Foto 1 – Flipoços o mais charmoso festival literário de
Minas Gerais, recebe grande público em suas edições e festeja em 2015, 10 anos
de grande sucesso.
Foto 2 – Momento histórico e único: encontro de Ariano
Suassuna e Rubem Alves em Poços de Caldas no Flipoços 2013. Foi a primeira vez
que os ilustres escritores se viram, trocaram livros e autografaram um para o
outro.
Entocados : GPL
Ao completar 152 anos o Gabinete
Português de Leitura ,em Salvador,Bahia,tem uma história que merece ser
contada.
Situado num dos mais belos edifícios em estilo neomanuelino
no Brasil onde repousa uma das
mais completas bibliotecas com livros
raros e totalmente aberta ao público,nestes
anos dedicados a difundir a
cultura o Gabinete tem muito a
comemorar .Trata-se de uma instituição
lítero - educativa ,dedicada aos estudos
lusófonos criada a 2 de março de 1863
por membros eméritos da grande comunidade lusa ,em Salvador,cujo lema é “
Saudades e Perseverança”. .Já havia em Salvador a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência 16 de Setembro que ,ainda hoje,mantém
o Hospital Português,referencia nacional em
instituições destinadas á saúde,onde nasceu,em tempos idos o GPL. O
objetivo maior era atender o aspecto cultural da grande colônia, dotando-a do
"maior número de obras de reconhecida utillidade escriptas nos idiomas Portuguez e Francez e
mais aquellas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os
principais jornais publicados em Portugal e no Brasil"
Seu primeiro presidente foi o comendador Manoel Joaquim
Rodrigues .
O GPL teve várias sedes,mas, hoje fica no centro de
Salvador,na Praça da Piedade ,num edifício com obras do arquiteto Alberto Borelli e,na fachada imponentes estátuas de Pedro Álvares Cabral e Luis de
Camões e dentro do prédio um vitral
alegórico representando a Primeira Missa no Brasil e dois murais
representando “o Adamastor” e” Camões a Salvar Os Lusíadas.”
Ainda contamos com o Centro de Estudos Portugueses – Casa
Fernando Pessoa – onde,ano passado o professor e escritor Manoel Gandra
discorreu sobre o maior dos poetas modernos portugueses,para alegria dos seus
admiradores.
Muitas exposições artísticas são realizadas ali como a do pintor Floriano
Teixeira,fotografias,como a do Timor Leste e dos Lusíadas,palestras, debates e
eventos literários.
Vale a pena fazer uma visita,desfrutar da magnificente
biblioteca e passar uma tarde agradável num dos mais belos edifícios de
Salvador.
CANTINHO BEM HUMORADO
O professor do curso de medicina, dirige-se a um aluno e
pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! - Responde o aluno.
- Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
- Traga um feixe de capim, pois temos um "asno" na sala.. - ordena o professor ao seu auxiliar.
- ...E para mim um cafezinho! - Replica o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor, muito irritado o expulsou da sala de aula - o aluno era nada menos do que o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda corrigiu o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins "nós" temos. "Nós" temos quatro: dois meus e dois seus. "Nós" é uma expressão usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
- Às vezes, a vida nos exige mais compreensão do que conhecimento!
Viva a humildade...
E haja capim!!!
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! - Responde o aluno.
- Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
- Traga um feixe de capim, pois temos um "asno" na sala.. - ordena o professor ao seu auxiliar.
- ...E para mim um cafezinho! - Replica o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor, muito irritado o expulsou da sala de aula - o aluno era nada menos do que o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda corrigiu o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins "nós" temos. "Nós" temos quatro: dois meus e dois seus. "Nós" é uma expressão usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
- Às vezes, a vida nos exige mais compreensão do que conhecimento!
Viva a humildade...
E haja capim!!!
O Dois de Julho na Bahia
É a data cívica mais importante para os baianos, dada a sua
relevância para a história do Brasil. Foi quando nosso país de fato conquistou
a sua soberania. Todos os anos, esta data é festejada com um Cortejo cívico
composto por bandas sinfônicas e uma carruagem toda paramentada, puxada pelo
povo. No alto, a figura de um índio e ao lado, a de uma índia. O patriotismo é
notório diante da multidão que se manifesta com alegria, portando bandeirolas
da Bahia e do Brasil. Tudo é muito colorido e com grande simbolismo.
O índio representa o nativo, aquele que era o dono da terra
que o colonizador tomou. Associado aos nossos indígenas vem outro destaque, o
papel do guerreiro. Eles foram muito importantes nas batalhas e confrontos,
pois, enquanto as tropas portuguesas carregavam suas armas, dava tempo do índio
atirar pelo menos três flechas. E suas flechas compridas e certeiras, eram
mortíferas. Sempre lutou ao lado do branco, contra o invasor, nos baluartes e
fortins de Salvador, desde o início da colonização. Na Independência, o
processo se inverteu, o português assumiu o papel de invasor indesejado que,
movido por uma ambição desmedida, levou o nosso pau-brasil, muito açúcar e todo
o nosso ouro, para saciar uma Corte palaciana portuguesa, frívola, perdulária e
improdutiva.
Outra participação importante que geralmente não é citada
nos livros de História, é a dos escravos que tiveram um importante papel, uma
vez que os Engenhos colocaram seus efetivos a serviço da causa da
Independência. Nos embates, portavam as próprias ferramentas de trabalho: os
afiados facões e foices do corte da cana,
Para comemorar o Centenário da Independência da Bahia foi
inaugurado o monumento ao Dois de Julho, considerado obra de maior expressão e
beleza plástica do Estado. As figuras
ali representadas simbolizam os Rios São Francisco e Paraguaçu. A índia, a
filha mais nobre da Bahia, Dona Catharina Álvares de Paraguaçu, que foi casada
com o Caramuru, primeiro habitante do Estado.
Almir Tosta
Do livro “A Bahia das tradições, mistério, mitos e magia”
Almir Tosta é engenheiro, escritor, natural de Petrópolis–
RJ, local de sua residência. É membro efetivo da Academia Petropolitana de
Letras (APL), onde lançou seu mais recente livro, “A Bahia das tradições,
mistério, mitos e magia”, obra premiada pela própria Instituição, como
livro destaque em 2013. Morou em Salvador durante 40 anos, desenvolveu vasta
pesquisa sobre a História da Bahia, o que lhe rendeu 10 livros e lhe credenciou
ao título de membro da Academia de Cultura da Bahia.
Blog do autor: http://almirtosta2012.blogspot.com.br
E-mail: tostta2012@hotmail.com
EROS
Era o
ano de 1998 e eu havia terminado as gravações do meu personagem, a cigana Lou
Lou Lion, na novela “Que Rei Sou Eu?” de Cassiano Gabus Mendes, dirigida por
Jorge Fernando, para a Rede Globo de televisão. Decidi me encontrar com Fred
Confalonieri, meu companheiro, naqueles anos, que estava em Manaus dirigindo a
produção brasileira do filme Fitzcarraldo, de Werner Herzog.
Lá chegando,
enquanto Fred trabalhava no seu dia a dia, sobre carregado, para produzir
aquela difícil obra em território nacional, eu estudava, havia levado comigo
livros sobre a cultura indiana porque me preparava para dirigir o meu
documentário “Índia, o Caminho dos Deuses” naquele país oriental, ou às vezes
fazia algum turismo durante o dia e, à noite nos amávamos. Fred foi um
companheiro inigualável na minha vida. Aquariano de temperamento alegre,
entusiasmado, afetivo, fez dos quatro anos em que convivemos os mais deliciosos
e divertidos da minha vida. Amante insaciável fazia com que me sentisse super
mulher, colocando sempre minha autoestima em níveis elevados. Quando perguntava
a ele se meu vestido estava bem para a ocasião, ele me respondia “Você é linda,
é atriz, você pode tudo.”
Num dos passeios, diurnos, organizado pelo hotel, com outros
turistas, fomos de jangada ao Rio Negro. Estava muito quente como sempre. Na
hora do almoço paramos num restaurante a beira do rio, que mais parecia uma
casa de índio, mas muito acolhedora, com teto de sapé, redonda, debaixo de
árvores frondosas. Comi um delicioso Tambaqui grelhado, bebi caipirinha de
Umbu, e ao contrario de fazer a sesta, como os outros, nas redes espalhadas
pelo local, pedi ao barqueiro que me levasse para conhecer as cabanas, do mesmo
grupo hoteleiro, construídas no topo das arvores, que não estavam distante
dali. Lá chegando pedi a ele que me deixasse e viesse me buscar mais ao
entardecer.
Subi a escada de marinheiro até a casinha de sapé construída
no alto. Era lindo, o dia estava esplendido e a vista que se descortinava
daquele ponto não podia ser mais notável. Entrei e vi que o quarto estava
mobiliado de forma simples, mas de bom gosto, com esteira no chão, um colchão
sobre ela, lençol, uma mesinha de cabeceira, com bandeja, uma moringa, copos,
tudo limpinho. Além desse espaço havia o banheiro e mais nada. Logo bebi um
copo de água fresca e voltei para a varanda.
O vento suave trazia com ele perfumes embriagadores e, eu me
sentia meio entorpecida, como se estivesse sonhando, tal o encantamento do
lugar.
Nisso vejo um macaquinho chegando aos pulos até um galho da
árvore que estava bem a minha frente. Primeiro dependurado apenas com uma das
mãos ficou se balançando e, me olhando insistentemente, enquanto na outra
segurava uma fruta que mordiscava sem parar de me olhar. Não satisfeito com
essa proximidade, ainda ficou mais arrojado, pulou para o alpendre da varanda,
sentou na grade de madeira, comendo a fruta e, sempre me olhando. Fiquei
observando o macaquinho, mas mantendo distancia, porque quem sabe se ele não
poderia vir a ser agressivo comigo? Ficamos assim eu olhando para ele, ele
olhando para mim. Mas senti que ele parecia querer brincar comigo. Impulsiva,
falei com o bichinho.
- Você é muito abusado, sabia?
Ele me responde claramente e de forma audaciosa.
- Sou. Por quê? Alguma coisa contra?
Perplexa, dei um passo atrás.
- Não acredito que você esteja falando comigo... Devo estar
doida...
- Por que você acha que eu não posso falar com você se você
fala comigo?
- Ora... - respondi perturbada. - Ora... Porque bicho não
fala com gente!
Jogando fora o bagaço da fruta ele parecia se rir de mim ao
me responder.
- Quem disse que bicho não fala? Primeiro que eu não sou um
bicho qualquer sou um macaco que tem um nome, me chamo Eros, muito prazer em
conhecer você, gata.
Não sei se de nervoso, ou por achar aquilo tudo muito
maluco, comecei a rir.
- Eros? – sempre rindo. – Não credito... – sacudindo negativamente
a cabeça e, esfregando os olhos, entrei na cabana tomei um copo d’água e voltei
achando que o macaco, o Eros, não era outra coisa que fruto da minha
imaginação, ou da caipirinha, ou do mormaço. Mas não lá continuava ele, agora
recostado no corrimão do alpendre apoiado pela trave de madeira que ia até o
teto.
-
Não é possível, você ainda está aí?
-
Dei meia volta para entrar novamente, mas fui
interrompida pela sua voz que eu tinha que reconhecer, era encantadora. Parecia
dublado pelo Antonio Fagundes.
- Não foge, gata.
- Para de me chamar de gata, não sou gata, sou gente e
também tenho um nome, ta sabendo?
- Então posso ter a honra de saber o seu nome, linda
princesa?
- Além do mais metido a conquistador!
Colocando as mãos por trás da cabeça me olhou de cima a
baixo.
- Aqui na redondeza sou conhecido como conquistador, é
verdade, você acertou em cheio, princesa.
Resolvi ver até onde o papo poderia chegar.
- Me sinto muito honrada então, nunca pensei que seria um
dia, cantada por um macaco conquistador da floresta e, de nome Eros. – fiz uma
mesura diante dele.
- Então pode colocar isso no seu currículo de atriz.
Fiquei novamente embaraçada.
- Como é que você sabe que sou atriz? Ainda nem disse meu
nome.
- Atriz sim porque toda atriz tem pinta de atriz e isso você
tem, agora o nome eu não sei e gostaria de ter o prazer de saber.
- Me chamo Ittala Nandi, sou atriz, diretora, educadora, ...
- Pode parar, stop, minha bonita...
Interrompi injuriada:
- Olha, pode falar comigo, tudo bem, mas não vem com isso de
“minha bonita”, porque assim é só o meu noivo Fred que me chama, ta
legal?
- Gostei, esse é um homem de bom tom...
- Como de bom tom? De onde é que você tirou isso?
- Ora, minha avó, que era uma paulista quatrocentona, sempre
usava essa expressão, por quê? To errado?
- Paulista quatrocentona? - comecei a rir. - Você é mesmo um
macaco fora de série... Eu nunca vi nenhum bicho falando, só papagaio, e...
Ele me interrompe abruptamente:
- Você nunca viu filmes da Disney com bicho falando?
- Sim, já vi claro... Mas a bem da verdade, o Walt Disney
copiou isso dos filmes indianos, quando ele esteve lá, ainda não era famoso e,
viu que nos filmes da Índia todos os bichos falam com todas as pessoas. Não foi
uma ideia original dele, é cópia.
- Ela sabe tudo! – diz como se falasse com alguém. – Gosto
do seu jeito, bonita. – dizendo isso vem
na minha direção.
Dei um passo atrás e já fui falando:
- Não ouse se aproximar de mim, seu macaquinho metido, senão
eu grito.
- Macaquinho porque você não viu o que eu tenho de bom pra
te agradar sua gostosa.
Eu já ia me jogando árvore abaixo, quando em um piscar de
olhos ele estava segurando e apertando
minha mão entre as suas e, com a mesma rapidez a beija com um jeito muito
humano, gentil, delicado e romântico.
Aquele foi um gesto tão bonito que me deixou fascinada de
tal maneira que fui fechando meus olhos como se algo tivesse me encantado.
Fiquei assim não sei por quanto tempo, talvez segundos, ou mais, mas ao
abri-los vi diante de mim, segurando minha mão um homem lindo, alto, loiro,
cabelos até os ombros, olhos azuis parecendo um viking, completamente nu,
deixando à mostra aquilo que todas nós gostamos e, de um tamanho
respeitável. O curioso é que nada me
assustava, era como se eu estivesse certa que tudo estava na sua absoluta
normalidade.
- Foi uma feiticeira que me encantou há três anos, aqui na
floresta, porque não quis casar com a filha dela. Sou biólogo, neto de família
quatrocentona paulista, como já disse e, estava fazendo pesquisa aqui na
Amazônia com um grupo de professores da PUC de SP. Quero te agradecer por ter
me desencantado. O desencanto só aconteceria quando eu pudesse beijar a mão de
uma bela mulher. Quero oferecer a você tudo o que tenho nesse momento e o que
há de melhor em mim.
-
Vem comigo...
Assim dizendo foi me abraçando, me apertando contra si
enquanto seus lábios procuravam os meus.
Beijamo-nos loucamente até que me ergueu em seus braços,
conduziu ao interior da cabana, me colocando suavemente sobre a cama, ao mesmo
tempo em que me penetrava com uma sofreguidão e desejo arrebatadores.
-
Quanto amor! Muito! Com o calor e o fogo que só
pode ter um homem que não vê mulher há muito tempo.
Fui despertada desse sonho delicioso ao ouvir a voz do
barqueiro que batendo com o remo no tronco da árvore, me chamou para
retornarmos.
FIM
Ittala Nandi
Rio de Janeiro / Março / 2015
A MORTE DE TERRY PRATCHETT
Morreu no dia 12 de março de
2015, para meu profundo luto, alguém com quem realizei uma relação parassocial
única de admiração e respeito, enquanto inspirador de minha carreira enquanto
escritor. Morreu um dos mais respeitáveis autores da literatura fantástica
inglesa e, quiçá, mundial. Foi-se Terry Pratchett, autor e criador do
Discworld, mundo que usou para satirizar nossa sociedade patética ocidental por
meio do humor e comicidade. Esse homem foi dono de um estilo único de escrever
que me apaixonou e fascinou pela forma que apenas ele tinha de personalizar
objetos e ainda lhe fazer rir de si e dos seus semelhantes. Criou o personagem
mais engraçado que já conheci em livros (Rincewind). Formulou as tramas mais
divertidas que já li no gênero de humor. Dono de um estilo próprio, de escrita
simples, livros curtos, mas repletos de situações que nos levam a repensar a nossa
realidade, ele me conquistou. Agarrou minha atenção e manteve meu respeito ante
à sua obra magnífica. Desacredito da ideia de que haverá alguém como ele tão
cedo em nosso mundo. A literatura fantástica perdeu um grande criador de
conteúdos fascinantes e divertidos. Seus leitores perderam a chance de
desfrutar um pouquinho mais de sua obra gostosa, ácida e doce. Temos pouco mais
do que setenta obras. Mas isso é pouco perto de quem sempre tem sede de lê-lo
mais e mais. É muito pouco para quem sempre tem desejo de aprender com aquele
mestre.
Ele não era brasileiro. Era inglês. Mas podia ser
brasileiro. Admiro-o não por sua nacionalidade, mas pelo valor do que escrevia.
Entretanto sua morte significa algo mais do que a perda de um ser humano. Não o
conheci enquanto humano, mas tão somente enquanto escritor por meio de sua
obra. E ele falava muito dele. Também de quem o lê. Tenho noção da grandeza de
um autor pela intensidade de arrepios que ele me faz sentir, ao perceber que eu
gostaria de escrever como ele, ou em um grau de qualidade tão próximo quanto
possível. Segundo Francine Prose "... há escritores que nos paralisam,
fazendo-nos ver nosso próprio trabalho na menos lisonjeira das luzes. Cada um
de nós encontrará um arauto diferente do fracasso pessoal, algum gênio inocente
escolhido por nós por razões que tem a vem com o que sentimos com as nossas
próprias inadequações". Pratchett, para mim, foi um desses autores. Se
literatura fantástica é o tipo de obra em que o absurdo, o especial, o mágico
ou o surreal pode acontecer e se tornar plausível, Terry Pratchett era um de
seus arautos. Se literatura fantástica significa adentrar e explorar nosso
paraíso perdido ou nossos nove infernos, Pratchett me ensinou a andar neles e
absorver dos mesmos sua essência para buscar traduzi-la ao resto do mundo, com
humildade e desprendimento. Por isso hoje, não venho aqui falar de literatura
fantástica sem falar de Pratchett. Não tem sentido fazer isso. É como falar de
literatura fantástica sem falar de J.R.R Tolkien. Falta algo; um buraco que
suas mais setenta obras deixariam no gênero literário e que, creio eu, os mais
eruditos autores do passado e da atualidade insistiriam em seu mérito de serem
lembradas. Morreu Terry Pratchett. Morreu um dos meus três maiores inspiradores
na literatura. Tenho impressão por sua obra de que era uma pessoa sensacional.
Um homem de quem eu gostaria de apertar a mão algum dia. Não tive essa chance.
Sigo lendo suas obras, na esperança de que me confortem no vazio de sua
ausência e na tristeza de que dele não posso esperar mais luz. Por fim deixo um
trecho de grandeza ímpar:. "Deveria
existir uma palavra para descrever o breve instante em que acabamos de
acordar, quando a mente ainda se encontra cheia de um nada cálido e rosado.
Ficamos completamente esvaziados de pensamentos, exceto pela
crescente suspeita de que vindo em nossa direção, como um saco de areia
molhada num beco escuro, estão todas as coisas das quais preferíamos não nos
lembrar e que se resumem ao fato de que o único alívio no temível futuro
é a certeza de que ele será curto".
Lucas Medeiros(Mogg Mester)
Aydano Roriz
Por que alguns autores “decolam” e a maioria fica “taxiando
na pista”?
São muitas as variáveis. A começar pelo fato de que, apenas
no Brasil, são lançados, em média, 300 novos títulos por dia, 9.000 por mês,
mais de 100.000 títulos por ano.
Texto:
Quase todo mundo tem histórias pra contar, e muitos
gostariam de colocá-las num livro. Ótimo. Hoje, qualquer pessoa pode escrever
um livro e vê-lo publicado. A Amazon disponibiliza um sistema gratuito de
publicação e paga royalties pelos exemplares vendidos (ver site: https://kdp.amazon.com/?language=pt_BR).
Publicar um livro, ao menos em formato digital, já não é
problema. A questão é: Porque alguns autores “decolam” e a maioria fica
“taxiando na pista”. Exceção feita às celebridades, penso que, na maioria dos
casos, a diferença tem a ver com uns poucos fatores.
1 – Quem é o seu público-alvo? Todo mundo? Negativo. Alvo,
por definição, é apenas uma minúscula porção do universo. Portanto, seja
realista. Quem é o seu público-alvo? Seus amigos, parentes, conhecidos? É
pouco. Não dá para “decolar” apenas com eles. Quem tem os mesmos interesses que
você? Melhor. Este é um bom alvo e o mercado potencial aumenta
substancialmente. Nesse caso, porém, difícil será fazer essas pessoas saberem
da existência do Seu Livro. Supondo que você ou o seu editor estejam
dispostos a fazer propaganda, ajuda muito. Mas não é tudo. Ainda que a
propaganda atinja boa parte do público-alvo, que argumentos você dispõe para
fazer as pessoas meterem a mão no bolso e comprarem o Seu Livro?
2 – Um argumento importante é a capa. Capas, nada mais são
que embalagens. Experimente ir a um hipermercado para comprar, digamos, um
sabonete. Observe quantas opções diferentes existem. Se você não tiver em mente
uma marca predefinida, num primeiro momento, o que irá chamar sua atenção será
a embalagem. Aí, você pegará o sabonete nas mãos e, dependendo do que lá
estiver escrito, se decidirá por aquele ou, se não ficar convencido, procurará
outro. Com livros também é assim. Um autor funciona como uma marca. Se a marca
for conhecida e gozar de credibilidade, já sai com vantagem. Ainda assim, se um
autor desconhecido, do mesmo gênero, apresentar uma capa (título, ilustração e
texto) realmente irresistível, talvez você se dê ao trabalho de folhear o livro
dele e ler um parágrafo qualquer. E aí, ou o autor te “agarra” no primeiro
parágrafo, de cada capítulo, ou bye-bye! Dificilmente você irá comprar o
livro de um autor desconhecido.
3 – O desafio do autor é seduzir o leitor. Envolvê-lo tanto,
que o faça ler e virar a página para continuar a leitura. Todas as páginas. Até
o fim. Do contrário, o leitor irá abandonar a leitura e comentará: “Esse
livro... Até que começou legal, mas depois... Quer saber? Não recomendo”.
Resultado: o autor dança! Críticas negativas, acredite, são espalhadas 20 vezes
mais, e mais rápido, que comentários favoráveis.
4 – Como se consegue escrever de forma a envolver o leitor?
Este é o grande segredo. Noves fora conhecer profundamente o assunto, eu só
consigo lembrar de dois caminhos. Primeiro, ler muitos, muitos e muitos livros
de bons autores. Autores clássicos, inclusive. Depois, escrever, ler e guardar.
No dia seguinte, de cabeça fria, reler. Se for o caso, reescrever, ler e
guardar. Reescrever tantas vezes quanto as necessárias para que você, autor,
possa dizer honestamente para si mesmo: “Minha história é ótima e a prosa está
límpida. Tudo amarrado. Um parágrafo leva ao outro. Depois ao seguinte. O final
desse último parágrafo, então... Certamente levará o leitor a ansiar pelo
próximo capítulo. Não tenho mais dúvida. É o melhor que eu consigo fazer”.
Se vai dar certo com você, não sei. Contudo, os
pré-requisitos essenciais para “decolar” são esses. Por último, caso você
queira uma avaliação abalizada sobre o Seu Livro, nunca o envie para
outros autores. Por gentileza, colegas responderão com elogios ocos, que até
poderão fazer bem ao seu ego, mas não acrescentarão nada à qualidade do Seu
Livro. Para leitura de originais, as pessoas mais recomendáveis são os
professores ou alunos CDFs das faculdades de Letras ou Jornalismo. Geralmente
cobram. Em todo o caso, costumam fazer uma avaliação criteriosa e acurada.
Aydano Roriz
Minibiografia
Aydano Roriz nasceu em 1949, em Juazeiro, Bahia, mas cresceu
e estudou em Salvador, onde ingressou na filial da Abril Cultural. Em 1972 foi
transferido para a matriz, em São Paulo. Trabalhou em publicações por mais de
30 anos. Em 2005, para melhor se dedicar à Literatura, mudou-se para a Ilha da
Madeira, no Atlântico Norte, a 1.000 quilômetros de Lisboa. Em 2015, Aydano
conta oito romances publicados no Brasil, seis em Portugal e quatro em língua
inglesa.
Viagem á roda do seu quarto –livros q/ ajudam a conhecer o Nordeste
Miriam de Sales Oliveira
Escritora,editora e entusiasta do folclore e tradições
nordestinas.O livro descreve a Bahia de
antigamente,costumes,tradições,culinária etc
A Bahia de Outrora
Hermes Rosa
A Antiga Gíria Baiana de A a Z
Escritor e pesquisador autodidata levou cinco anos
pesquisando gírias,ditados e expressões populares do Nordeste
Ariano Suassuna
Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista,
ensaísta e poeta brasileiro. Idealizador do Movimento Armorial e autor de obras
como Auto da Compadecida e O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe ...
João Ubaldo Ribeiro
João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro foi um escritor,
jornalista, roteirista e professor brasileiro, formado em direito e membro da
Academia Brasileira de Letra
Graciliano Ramos
Graciliano Ramos de Oliveira foi um romancista, cronista,
contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais
conhecido por seu livro Vidas
Secas.
2015 MOVIMENTADO PARA A ESCRITORA E ARTISTA PLÁSTICA
PERNAMBUCANA ESTHERROGESSI
A escritora e artista plástica, EstherRogessi adentrou o ano
de 2015 com a sua agenda movimentada. No dia 26/03/15, foi laureada na “Divine
Académie Française des Arts Lettr”, na cidade do Rio de Janeiro, no Palacete
Julieta Serpa, em solenidade glamorosa.
No dia 07/04/15, participou da Solenidade de Posse dos neo-acadêmicos da
ALAF(Academia de Letras e Artes de Fortaleza); participou do lançamento da 6ª
Antologia ALAF, cuja obra de capa, de
sua autoria, venceu a seletiva organizada pela LITERARTE (Associação
Internacional de Escritores e Artistas), com sede em Cabo Frio/RJ. É convidada
Especial para o badalado evento: “Personalidades Notáveis”, que acontecerá, no
dia 25 de Abril de 2015, na cidade de Itabira/MG. A escritora foi outorgada por
três vezes, pelo jornalista e Colunista da “Folha Popular” da cidade de
Itabira: Eustáquio Lúcio Félix, com os prêmios: Mulheres Notáveis (2013):
Cecília Meireles; Destaque do Ano (2013): Carlos Drummond de Andrade;
Personalidades Notáveis (2014): Pedro Aleixo. Desta feita, receberá o Prêmio
Pedro Aleixo( 2015).Vale salientar que o ano apenas começando.
CARLA PACHÊCO
Ler é viajar sem sair do lugar...
Imagine
então se puder somar a isso a leitura de uma narrativa que traduza os aromas,
os prazeres, as descobertas, e tudo o mais que torna viajar algo mágico. Porque
“nenhum lugar é igual, e um mesmo lugar pode ser visto e vivido de várias
maneiras” (Perfume De Hotel - Nova Iorque).
Mário
Quintana dizia que: “Viajar é trocar a roupa da alma”. Sem dúvida o livro tem
esse poder, quando realmente deixamos que ele nos leve para outro lugar. E com
quantos lugares nos identificamos, nos reconhecemos, nos sentimos tão
intimamente ligados, sem que na vida tenhamos a chance real de passear por suas
vielas.
No
caminhar pelas letras dos livros, viajamos longas distâncias sem depender de
avião, sem ter de entrar na fila para o check-in, e sem ter de nos preocupar
com o limite de bagagens. O quanto vamos carregar só depende de nós, da nossa
capacidade de absorver, de nos deixar impregnar pelo perfume.
Se
ainda não fez, faça; vire as páginas e se permita viajar.
E aí?
Qual será o seu próximo destino?
Carla Pachêco, médica e autora da série de livros Perfume
De Hotel
Instagram: @perfumedehotel
MAYRANT GALLO
HÉLIO PÓLVORA (1928-2015)
Num de seus contos mais célebres, Jorge Luis Borges afirma,
grosso modo, que aquilo que verdadeiramente define uma pátria são os seus
artistas, seus ocasos, a natureza, suas montanhas, seus mares, lagos, campos
etc. Portanto, quando morre um artista, um pedaço de terra se foi, desapareceu,
ainda que, com a sua arte, possamos revivê-lo em sua plenitude criadora,
naquele ato que, como nenhum outro, continua, perpetuado por palavras, sons,
cores, gestos, imagens, ritmos, tons.
É o que sinto, hoje, ao saber que Hélio Pólvora se foi.
Desapareceu o homem, calmo, gentil, generoso, sempre com um comentário
inteligente e preciso acerca da literatura ou da vida. Quando liguei para uma
amiga e lhe dei a triste notícia, foi o que ela me disse: "Uma pessoa
boa". Por um instante, ela esqueceu o artista, o escritor e tradutor renomados,
e reviveu o homem, o ser social. Isso, claro, é um sintoma. Vivemos um tempo em
que a grosseria e o mau gosto dão o tom das relações e, assim, sentimos mais
profundamente quando se vai uma pessoa que era antípoda e adversa a tal
tendência.
Dois meses atrás,
estivemos, Emmanuel Mirdad e eu, na casa de Hélio Pólvora. Passamos parte da
tarde com ele, conversamos sobre literatura e cinema, ele nos indicou autores e
livros, recomendou que não deixássemos de ler o Nobel de Literatura Orhan
Pamuk, especialmente Meu nome é vermelho, e depois fizemos três fotos,
apenas. Para registrar, sem qualquer pretensão, aquele encontro, que, não
sabíamos, seria o último. Tínhamos combinado de promover com ele algumas
sessões de cinema, em que assistiríamos a filmes que alternativamente
indicaríamos. Hélio seria o primeiro a indicar algum clássico de sua
preferência. Mas não foi possível. A vida não deixou. Ou deixou por um fio mais
um projeto...
Bem, daqui a algum tempo, quando eu também atender ao
chamado das estrelas, e igualmente Mirdad, faremos este encontro
cinematográfico noutra esfera. E então relembraremos que, neste plano, aqui na
Terra, apenas estávamos ensaiando a verdadeira vida.
Mayrant Gallo já escreveu mais de uma dezena de
livros, entre os quais O inédito de Kafka (2003), Cidade singular
(2013) e O gol esquecido (2014). Sua novela Moinhos, que integra
o volume Três infâncias (2011), ganhou o prêmio Literatura para Todos
2009, do MEC. Em 2010, foi contemplado com a bolsa de criação literária
MinC-Petrobras, o que resultou no romance Os encantos do sol (2013).
CLÁSSICOS
O ESSENCIAL É INVISÍVEL PARA OS OLHOS...
O PEQUENO PRÍNCIPE
Este livro encantou desde as crianças até os mais sábios e empedernidos
corações.Livro mais traduzido da história literária,perdendo apenas para o
Alcorão e a Bíblia ,ganha uma edição de luxo,em capa dura,para guardar e reler
sempre que estiver prestes a perder a fé na humanidade.Pois,é muitos anos depois
de lançado o Pequeno Príncipe ainda não aprendemos a conviver com as diferenças
e continuando não falando com os feios...
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Tradução: Frei Beto
Editora: Geração Editorial
Preço: R$30.00 (luxo,160 pg) R$15.00 (pocket) R$5.000 (e-book)
Tradução: Frei Beto
Editora: Geração Editorial
Preço: R$30.00 (luxo,160 pg) R$15.00 (pocket) R$5.000 (e-book)
Sinopse:
Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra
uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E
ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e
encontram o sentido da vida.Com essa história mágica, sensível, comovente, às
vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de
Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura
universal Livro mais traduzido da
história, depois do Alcorão e da Bíblia, ele agora chega ao Brasil em nova
edição, completa, com a tradução de Frei Betto e enriquecida com um caderno
ilustrado sobre a obra e a curta e trágica vida do autor.
CONVERSA FIADA
(TEXTO,LIVROS,FESTAS LITERÁRIAS)
A MÚSICA DAS PALAVRAS
Duas formas de expressão existem desde os primórdios da
humanidade, a prosa e a poesia.
Na prosa, empregam-se preciosas palavras
algumas,duras,outras fortes ou doces ,coloquiais.Quando escrevemos caprichamos
mais na disposição das frases,embora alguns extrapolem o cuidado usando
palavras difíceis e expressões
exageradamente acadêmicas,ininteligíveis ao
homem comum.
Palavras escritas ou proferidas são,muitas vezes ,o elo
entre gerações,como cita Amós Oz que considera a cultura judaica “uma linhagem
de textos em vez de uma linhagem de sangue.”*
Os grandes escritores temperam bem suas palavras e além de nos passarem importante
conhecimento,sabem fazê-lo de modo simples e elegante.
Mas,existe uma forma
de escrever onde as palavras soam como música aos nossos ouvidos.É a
poesia ,que nos trás encanto,ritmo,imagens mais nítidas que ascendem ao coração e ao sentimento.
A emoção que os versos nos passam não vêm só da sua disposição
gráfica,mas,também do conteúdo das
ideias e,principalmente,pela vibração interior que os verdadeiros poetas nos
transmitem.
Talvez por causa disto é que o grande poeta Schiller definiu
a poesia como “ uma força que age de maneira divina e não apreendida,além e
acima da consciência”.
Ou citando Paul
Valèry:” Poesia é a tentativa de representar ou de restituir por meio da
linguagem articulada aquelas coisas ou aquela coisa que os gestos,as
lágrimas,as carícias,os beijos,os suspiros procuram obscuramente exprimir.” A
prosa tem formas e preceitos regulares, deve ser clara e explícita,real e
precisa;já a poesia deve ter uma linguagem incomum,uma maior liberdade de
expressão e uma interpretação mais
acentuada. Antigamente os versos tinham
que ser metrificados e rimados,isto é
com as mesmas terminações e medidas.Mas,a poesia não pode ser definida
apenas por rima e métrica,nem ser aprisionada
em regras determinadas ,pois é livre como a imaginação. Malherbe
comparava a prosa á marcha e a poesia á dança. Antes mesmo do homem
aprender a escrever já sabia cantar; daí,nasceu a poesia.Vitórias
guerreiras eram celebradas e cantadas,repetidas pelo povo e acompanhadas por
instrumentos musicais,como a harpa e a cítara.Assim cantava Homero,o poeta
cego,que espalhava aos quatro ventos a
vitória da sua gente.
Isso me lembra a
importância que os poetas tinham na Antiguidade, cercados por uma aura de
nobreza; a eles cabiam divulgar os augúrios e por isso eram chamados de
vates e vaticínios essas interpretações.
Existem várias espécies de poesia, a dramática, representada
nos teatros,que possui falas e diálogos,enredo,ação e compreende o drama,a
tragédia,a comédia,como as obras de Shakespeare,por exemplo. Como a poesia
épica como a de Torquato Tasso (Jerusalém Libertada) ou os Lusíadas ,de Camões
que louva os feitos de Vasco da Gama.
Na poesia lírica
exprimem-se os sentimentos de cada um.O amor, a tristeza,a saudade e
eram chamadas assim porque os poetas as recitavam “tangendo a lira”,um instrumento de corda muito comum no mundo antigo. A poesia
satírica nasceu do desejo de levar ao ridículo pessoas ,instituições ou
acontecimentos que o poeta achava merecedores
deste tratamento por seus defeitos e vícios. Daí os epigramas como
criavam Gregório de Matos e Bocage.
As poesias são compostas de versos de versos e
estrofes.Quatro versos formam uma estrofe:
Na alcova sombria e quente,
Pobre demais, se não erro,
Repousa um moço doente
Sobre uma cama de ferro.
Existem os versos brancos , os preferidos para poemas épicos
e para os trágicos.
Na Literatura brasileira temos os poemas “O Uruguai”,de José
Basílio da Gama,os “Timbiras”,de Gonçalves Dias, “Anchieta” ,de Fagundes
Varela.
Todos priorizam a beleza da forma poética, a harmonia e a
expressiva distribuição dos acentos.
Nos tempos modernos ,usa-se muito o verso livre,sem medidas
regulares.
Mas,os versos rimados agradam muito mais ao ouvido e nos
ajudam a recordar as palavras de uma poesia.
Eu os prefiro a qualquer outro.
*Amós Oz:”Os Judeus e as Palavras”
CÁSSIO CAVALCANTI
Um Bem Maior Chamado Amizade
Com citações filosóficas de Aristóteles
Por Cássio Cavalcante
Em tempos tão difíceis nas afinidades humanas, um caos
mundial nas relações internacionais, pode se considerar rico, dono de um
tesouro quem tiver uma amizade sincera. Isso envolve amor, camaradagem, apego e
principalmente benevolência. Elementos que tornam a relação humana amena e
agradável.
Aristóteles filósofo grego, aluno de Platão e professor de
Alexandre, o Grande, avisou sobre o assunto:
"Cada pessoa ama não aquilo que é realmente bom para
ela, e sim o que lhe parece bom."
Nada é pior do que a atenção de um interesseiro, comum em
nossos dias, que é o antônimo de um sentimento que envolve estima e
fraternidade. E pior ainda é quando conseguem nos enganar nos sentimos
acolhidos quando na verdade estamos sendo usados.
Mais uma vez o filosofo já mencionado nos ensina sobre o
delicado assunto:
"Então, quando a amizade é por prazer ou por interesse,
mesmo duas pessoas más podem ser amigas, ou então uma pessoa boa e outra má, ou
uma pessoa que não é nem boa nem má pode ser amiga de outra de qualquer
espécie; mas pelo que são em si mesmas é obvio que apenas boas podem ser
amigas. Na verdade, pessoas más não gostam uma da outra a não ser que obtenham
algum proveito recíproco."
Mas
como saber se estamos envolvidos em verdadeiros sentimentos como o apreço, a
ternura e o apego verídico? Temos que ter a ciência de que tais manifestações
nasceram naturalmente. Pois a empatia mútua acontece espontaneamente sem
envolver proveitos de qualquer natureza ou vantagens para um dos lados.
Mais
uma vez ainda lembramos Aristóteles que na sua sábia prudência nos alertou
sobre isso:
“...cabe-nos
examinar a natureza de amizade, pois ela é uma forma de excelência moral ou é
concomitante com a excelência moral, além de ser extremamente necessária a
vida.”
O ser
humano é coletivo, surgiu para viver em grupo e nada melhor para facilitar essa
convivência do que o velho afeto sincero pelo próximo.
Mas
como já disse a canção amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito.
Crítica
O jornalista Rivelle Andrade dá sua opinião sobre o
que merece ser lido.
Pimenta como refresco
A escritora baiana Miriam de Sales Oliveira sabe como
temperar um texto. Seu livro Contos Apimentados é simplesmente
delicioso. A autora reúne 30 contos saborosos e divertidos em que fala de tudo
e de todos sem nenhum pudor. Como um Nelson Rodrigues às avessas, Miriam
apimenta a vida como ela é de maneira leve e descompromissada.
A
tessitura da escrita da autora enriquece o próprio conceito literário de conto.
A escritora elabora histórias curtíssimas, muitas de uma única página, em que
sintetiza a problemática humana em poucas linhas. Faz lembrar a escrita enxuta
do mestre Rubem Fonseca. Miriam trabalha no limite da palavra.
A
temática recorrente do livro é o sexo. Mas um sexo tão suave e tão sem pecado
que o humor transforma toda transgressão em riso. As relações humanas vividas
pelas personagens, fictícias ou não, dizem respeito a todos nós. Contos como Festa
de Família, O Jantar e Andar de ônibus, por exemplo, trazem
um sentido de pertencimento em que o leitor se reconhece no texto. Faz parte do
nosso cotidiano.
Com seu
texto claro, objetivo, direto, o que não é coisa simples de se fazer em
literatura, a autora usa e abusa de expressões nem sempre politicamente
corretas, mas muito divertidas. O humor refinado da escritora não ofende
ninguém, mesmo que a carapuça sirva.
Miriam
de Sales Oliveira é uma escritora plural. Conhece profundamente seu ofício e
sabe como usar cada palavra. Pela diversidade linguística apresentada em Contos
Apimentados se percebe a vasta cultura da autora. Sua literatura é
acessível a todos, mas é justamente essa capacidade de angariar leitores que
define a qualidade do seu texto. Livro dos bons. Imperdível.
Rivelle Andrade - jornalista
.
Na opinião de...
Conversa com o escritor
Dinarte Portela
Dinarte Portela, o escritor de Guarujá, numa memorável entrevista dá dicas para os novos escritores e fala da sua luta para se impor ao mercado.
Dinarte Portela, o escritor de Guarujá, numa memorável entrevista dá dicas para os novos escritores e fala da sua luta para se impor ao mercado.
01-Como você começou a escrever?
Eu comecei a escrever assim que conheci o universo da
escrita. Eu entrei na Escola muito tarde, pois vim de uma Cidade em que na
época não tinha uma estrutura educacional adequada. Quando cheguei ao Guarujá,
ou eu estudava, ou trabalhava. Perdi muito tempo trabalhando. Aos 12 anos
vendia sorvete com meu pai na Praia. Cada um tinha um carro. Voltei à sala de
aula, a vida era muito dura, ia com fome pra sala de aula. Tive muita
dificuldade para aprender a ler e escrever. Mas quando consegui desvendar o
mistério da escrita não parei mais. Como era muito caro obter livros eu lia
muito Gibis. O dinheiro que eu ganhava no trabalho era dividido metade para
meus pais, e a outra parte pra mim. Ia às bancas de jornal e comprava as
revistas de estórias em quadrinhos. Eu colecionava muito dessas pequenas
literaturas. Tinha várias caixas de papelão cheio de revistas.
02- Teve dificuldade no começo?
As dificuldades foram muitas, dentre as quais eu respondi na
primeira pergunta. Eu só tive essas barreiras mesmas devidas ter passado por
necessidade: Meu pai era sorveteiro e minha mãe domestica. Quando eu entendi o
sentido da palavra, ai não quis parar mais. Lia muito a bíblia e decorava as
histórias de heróis do Velho Testamento: Sansão, Davi, Salomão. Eu já era um
adolescente, e muitos garotos e garotas faziam roda tanto na escola, quanto no
portão de casa para ouvir minhas histórias, ou estórias, pois eu era mestre em
misturar o lúdico com o real, já desde minha adolescência. (Risos).
03-Qual sua formação intelectual?
Eu sou formado em Teologia, e faço licenciatura em Letras
também, no futuro pretendo entrar no campo da Filosofia.
04-Você participa de Eventos Literários em todo o País. Como
vê o espaço para novos escritores?
Eu vejo um avanço muito grande para os novos escritores, eu
sou um visionário. Essa conversa que o nosso Brasil é um pais sem Cultura tem
um fundo de verdade, mas também vejo um clima muito dramático em relação a
isso. Hoje com a hipermídia. A comunicação tem avançado muito em todos os
aspectos. A Internet é uma faca de dois fios. Ou ela anula o autor, ou ela
o consagra! No meu caso tive o privilégio de usá-la a meu favor. Os novos
autores devem estar atentos a isso.
Falando dos eventos. Eu participo pouco dos eventos
literários, é uma parte que eu preciso administrar em minha vida, mas mesmo
assim ainda o universo conspira ao meu favor, pois sou convidado a participar
de outros eventos, e sempre quando entro em um ambiente que sou convidado o
termo escritor e autor fica bem visível para as pessoas ali presente. Isso
torna as coisas fáceis pra mim. Sempre alguém está atento a minha pessoa, e
isso gera Palestras, noite ou tarde de autógrafos e até entrevistas em TVs.
05-Você escolheu sua Editora ou foi escolhida por ela?
Eu fiz uma pesquisa na internet e no meu primeiro livro eu
contratei uma editora para fazer o trabalho. Mais depois resolvi procurar
outra, na qual estou até hoje.
06-Qual sua opinião sobre o livro digital. Você faria um?
Embora o avanço tecnológico tenha feito coisas maravilhosas.
Eu creio que o livro digital é um nicho que ainda precisa ser explorado. Tenho
um romance lançado na versão digital, não vi resultado positivo nisso, e olha
que o livro está nas melhores lojas virtuais do Brasil. Uma pesquisa
recente aponta que ainda há preferência no livro na versão impressa, e eu creio
nisso, senão eu não estaria investindo na versão impressa. Na verdade eu gosto
mesmo de ver a fisionomia dos meus leitores, e gosto de honrá-los autografando
meu livro e entregando a eles. Já que eu sou um autor independente, que eu seja
um dos melhores. Sempre perto do meu público, sempre olhando em seus olhos. Um
dia talvez possa voltar a produzir na versão digital, mas mesmo diante das
dificuldades, eu ainda prefiro a versão impressa.
07-E a distribuição que é o calcanhar de Aquiles do
escritor, como você trata o problema?
Um escritor independente tem que entender que ele é uma
marca. Ele tem que gostar de escrever, e depois têm que ter a consciência de
amar as pessoas, mesmo aquelas pessoas que não tem o menor gosto por seu estilo
literário. Uma vez um senhor veio a mim e me disse: Estou comprando 02 livros
seu, não que eu goste, mas minhas sobrinhas amam o seu trabalho. Eu caprichei
quando fui autografar os livros. Aonde eu vou levo minha marca, ou seja! Eu
mesmo. Quando encontro com alguém logo falam: E os Livros? A partir daí faço
todo o meu marketing.
Eu nem preciso distribuir livros. As pessoas quando me vê já
fazem o pedido. Amo o que faço! Revistarias, livrarias, e assemelhados cobram
40% ou mais para vender o seu produto. Por que não, eu mesmo vender o meu
produto, já que eu sou a própria marca. Outra coisa que me favorece são os
restaurantes, Câmara, Prefeitura, eles acabam sendo meus parceiros para vender
meus produtos em uma noite, ou tarde de autógrafo. Atualmente sou muito requ
isitado a dar palestras em Escolas do Estado e do Município. Vou dou palestras
gratuitas e deixo minha marca. Mais ai o escritor tem que ter um bom conteúdo
para falar, pois estará diante de professores, alunos, e equipe técnica da
unidade escolar. Já teve escola que dei palestras duas vezes. 2012 e 2013.
08-Fale da sua Poesia e de seus livros.
Serei breve!
KDF Traições e Intrigas.
O Livro fala a respeito de um milionário que tem o poder de
Premonição. Este foi o meu primeiro livro. Rendeu-me uma grana boa e é
comentado até hoje nos lugares que eu vou.
KDF é a sigla: Koldo Dornelles Filhos. Eu nem sei onde eu
fui tirar esse nome, mas lembro-me que eu queria um nome incomum para compor o
personagem, em algum lugar as pessoas me chamam de Koldo ou KDF. Hilário isso!
Koldo certo dia na mansão de seu leal amigo tem um sonho, e descobre através
desse sonho que um grupo está usando sua empresa (KDF) para fins escusos. A
estória se passa quase sempre no Rio de Janeiro:
Sinopse
Quem somos nós? O que fazer para chegar ao poder e dinheiro?
Que influência o poder do universo tem para reger toda a
nossa vida? Para ser um milionário tem que pagar um preço?
São essas perguntas que se tornam complexas na vida de Koldo
Donelles Filhos, dono da empresa aérea KDF, empresa esta que leva o seu nome:
Koldo Dornelles Filho.
09-Seu blog é interessante para você, e a internet qual a
sua importância para o seu trabalho?
Eu não tenho blog, mas tenho um site, estou nas redes
sóciais: Twiter, facebook, e vídeos no youtube. A internet é de vital
importância sim, mas se o autor não tomar cuidado ele acaba se tornando um
escravo dela. Falo isso devido o tempo que a internet nos toma com coisas
banais.
É uma ferramenta e tanto, mas que deve ter sua atenção
dobrada. Eu perco meu tempo ou me informando através de estratégias de vendas,
ou de novidades que possam alavancar minhas vendas futuras, mas é de primordial
importância ir à eventos, palestras, clubes, igrejas. O povão é uma ótima
estratégia para vendas e divulgação do seu produto.
Mas a internet não deve ser desprezada!
10-Quais os seus planos imediatos?
Eu acredito que seja um cara muito carismático. Atualmente
eu tenho sido alvo de atenção de produtores artísticos e empresários. Embora eu
esteja sendo Patrocinado por uma empresa a JM Portaria & Serviços Gerais.
Esta empresa me auxilia com uma ajuda de custo para financiar os meus livros. O
Empresário ainda não definiu se vai investir em outros lançamentos, mas outros
empresários da área de comunicação já sinalizaram o interesse sobre possíveis
parcerias. Eu jamais imaginei que chegasse tão longe. Eu passo de 08 a 12 horas
estudando formas de trabalho, me aprimorando a cada dia. Atualmente com o
término do segundo volume: A suave Brisa do amor, o sexto dia. Eu estou
escrevendo duas Biografias. Estou quase terminando uma para começar outra. São
pessoas do ramo empresarial que gostaram do meu trabalho e pediram pra eu
escrever sobre eles. Terminado essas Biografias, eu volto a escrever o terceiro
e último volume da saga: A suave brisa do amor, 1970. E, preciso terminar outro
livro: Síndrome de Caim.
Esses são meus planos de imediato. Transformar literaturas,
em receitas. (Ri sos)
11- Por que o Leitor deveria comprar os seus livros?
Essa pergunta torna-se simples pra mim, e mexe com a minha
vaidade:
O leitor deve comprar minhas literaturas simplesmente por
que sou bom no que faço! Amo o que faço e procuro dar qualidade em cada texto
criado.
Autor e escritor:
Dinarte Alves Portela
ALEILTON FONSECA
AS CORES DO MAR
Aleilton Fonseca
Helena me ensinou a contemplar o mar com olhos plenos de
desejos. Era manhã, e a claridade respingava em pérolas à flor das águas. Ela
tomou-me pela mão e me conduziu até os arrecifes, próximo às ondas, ao abrigo
da luz intensa para que não se turvassem os nossos olhos. O sol reverberava ao
longe, desmanchando a certeza da linha do horizonte. Ao longe passava um barco,
e eu o decalquei na memória como testemunha de nossa aventura.
Eu adorava estar com Helena. O céu e o mar eram apenas os
planos justapostos de uma imensa moldura, sobre a qual eu simplesmente
saboreava a sua presença. Ela prosseguiu seu ensino, mostrando-me como observar
as diversas cores do mar. Eu, de olhos nus, ia tentando ver o que somente ela
sabia recolher às retinas. Helena então retirou seus óculos escuros e os pousou
docemente em meu rosto. A suavidade das lentes acalmou meu olhar. Ela disse:
“concentre-se e veja como é bonito”. Eu obedeci, com vontade de acertar o golpe
de vista sobre as ondas. E comecei a notar nas águas, sob o prisma solar, as
nuanças de cores, entre o espectro do verde e o azul, em tons suaves, entre
mais claros e mais escuros. Era tudo tão simples, era tudo tão bonito. E eu lhe
disse, baixinho, como se cochichasse aos seus ouvidos: “Sim, Helena, estou
vendo os matizes das águas”.
Helena sorriu, satisfeita e divertida. Eu aproveitei o
relance, e naveguei de soslaio nos seus lábios entreabertos. E já me afogava
nas águas que se espelhavam revoltas em seus olhos. As ondas cantavam uma
melodia, seguindo seu rumo até o areal, arrematando-se nas pedras, com ritmo
regular. Meu coração se apressava,
fazendo-me correrem ondas de sal nas veias.
O sol escondeu-se nas nuvens, o calor arrefeceu. Apanhei a
mão de Helena, acariciando-a com ternura. Depositei de volta os seus óculos, e
ela me olhou nos olhos de relance. Abracei-a e caminhamos pela praia, fugindo
das ondas que ameaçavam afogar os nossos pés. Depois, ao final do passeio,
viajamos juntos num silêncio abarrotado de palavras. Helena estava muito feliz.
E eu, mais que isso, o coração no peito saltitava, refletindo as cores do mar.
Aleilton Santana da Fonseca nasceu em 21 de julho de 1959, é
natural de Itamirim, hoje Firmino Alves-Bahia. Escreve ficção, poesia e
ensaios. É Licenciado em Letras pela UFBA (1982), tem mestrado pela UFPB
(1992), e Doutorado pela Universidade de São Paulo (1997). É professor titular
pleno da UEFS, onde leciona na graduação e no mestrado. É coeditor de Iararana
– Revista de arte, crítica e literatura (editada em Salvador, desde
1998). Já publicou cerca de 25 livros, em poesia, crônica, conto,
romance e ensaio. Seu romance Nhô Guimarães foi adaptado para o teatro
pela Companhia Baiana de Teatro, Grupo criaturas cênicas, em 2009. É membro da
Academia de Letras da Bahia, da Academia de Letras de Itabuna, da UBE-SP e do
PEN Clube do Brasil. Em 2013 recebeu o título de Professor de Honra de
Humanidades, pela Universidad del Norte, de Assunção, Paraguai. Em 2014,
recebeu a Comenda Luis Vaz de Camões, do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa, e
a Comenda do Mérito Cultural, Júnior, do Governo do Estado da Bahia.
Atualmente, desenvolve um projeto de escrita de um romance urbano, dedicado às
complicações das relações afetivas, amor, paixão, encontros e desencontros,
diante da dificuldade de tornar as relações afetivas mais sólidas e duradouras.
LIVIANE ALMEIDA
"...Menininha do meu
coração
Eu só quero você a três palmos do chão.
Menininha não cresça mais não,
Fique pequenininha na minha canção.
Senhorinha levada, batendo palminha,
Fingindo assustada do bicho-papão..."
Amo-te demais Stella Nicole!
Deus abençoe você, hoje e sempre, amém!!!!
Eu só quero você a três palmos do chão.
Menininha não cresça mais não,
Fique pequenininha na minha canção.
Senhorinha levada, batendo palminha,
Fingindo assustada do bicho-papão..."
Amo-te demais Stella Nicole!
Deus abençoe você, hoje e sempre, amém!!!!
Quem é a autora?
Nasci em 27/09/1978, na bela cidade de MACAPÁ, onde resido até hoje, com muito amor. Sou filha dos amadíssimos Jurandir Rodrigues e Maria do Rosário Almeida (minha eterna Rosália), esposa de Celso Tadeu Almeida e mãe de Lucas Gabriel e Paulo de Tarso Almeida.
Desde a infância, a paixão pela leitura e pela arte sempre me encantaram, além da literatura, da Língua Portuguesa e toda a imensidão existente no universo das poesias. Lembro-me que meu interesse pelas rimas ficou mais aguçado a partir das leituras intensas em obras de Ferreira Gullar, Clarice Lispector, Cecília Meireles, dentre tantos outros. Mas, sem dúvida, ao conhecer a perfeição literária de Machado de Assis em Dom Casmurro, não pude mais resistir e acabei por render-me ao mundo das letras. Esse encantamento pelos escritos foi norteado e lapidado também pela nobre orientação da minha professora de L. P. Ruth Reis (na quinta série), a quem dedico gratidão eterna.
Alors, Sou Mãe, Consultora Empresarial, Empreteca e uma grande sonhadora. Estudei Ciências Econômicas, Direito, Dominância Cerebral e em 2012, iniciei o Curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literatura pela Universidade Norte do Paraná (Unopar) e confesso que tem sido uma experiência incrível, pois tenho convicção que assim como o amor pelos números é imenso em mim, as letras também inundam meu ser de amor e fascinação.
Aprecio e acompanho trabalhos de cunho literário ou artístico no Amapá. Tenho encantamento pelos feitos do Movimento Poesia na Boca da Noite, do qual participo ativamente. Tenho poesias publicadas em vários veículos de comunicação e em sites de escritores renomados como o www.alcinea.com Escrever é sempre uma alegria e sempre que posso esboço alguns escritos em meu facebook, com o perfil Liviane Almeida, ou anteriormente em meu blog intitulado Antropofagias Figurativas em que publiquei, há tempos, alguns textos com ou sem rimas, que puderam expressar o eu-lirico sentido na ocasião. Assim, brevemente estarei a realizar o que de quimera desejo e almejo: Publicar um livro. Poderia ter feito antes, mas como nada ocorre por acaso nesse vida, ao encontrar com a super escritora Miriam de Sales, senti a realização desse sonho mais perto e creio que brevemente o livro será lançado por aqui, pela conceituadíssima Pimenta Malagueta o que deixa-me bastante feliz e entusiasmada.
Nasci em 27/09/1978, na bela cidade de MACAPÁ, onde resido até hoje, com muito amor. Sou filha dos amadíssimos Jurandir Rodrigues e Maria do Rosário Almeida (minha eterna Rosália), esposa de Celso Tadeu Almeida e mãe de Lucas Gabriel e Paulo de Tarso Almeida.
Desde a infância, a paixão pela leitura e pela arte sempre me encantaram, além da literatura, da Língua Portuguesa e toda a imensidão existente no universo das poesias. Lembro-me que meu interesse pelas rimas ficou mais aguçado a partir das leituras intensas em obras de Ferreira Gullar, Clarice Lispector, Cecília Meireles, dentre tantos outros. Mas, sem dúvida, ao conhecer a perfeição literária de Machado de Assis em Dom Casmurro, não pude mais resistir e acabei por render-me ao mundo das letras. Esse encantamento pelos escritos foi norteado e lapidado também pela nobre orientação da minha professora de L. P. Ruth Reis (na quinta série), a quem dedico gratidão eterna.
Alors, Sou Mãe, Consultora Empresarial, Empreteca e uma grande sonhadora. Estudei Ciências Econômicas, Direito, Dominância Cerebral e em 2012, iniciei o Curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literatura pela Universidade Norte do Paraná (Unopar) e confesso que tem sido uma experiência incrível, pois tenho convicção que assim como o amor pelos números é imenso em mim, as letras também inundam meu ser de amor e fascinação.
Aprecio e acompanho trabalhos de cunho literário ou artístico no Amapá. Tenho encantamento pelos feitos do Movimento Poesia na Boca da Noite, do qual participo ativamente. Tenho poesias publicadas em vários veículos de comunicação e em sites de escritores renomados como o www.alcinea.com Escrever é sempre uma alegria e sempre que posso esboço alguns escritos em meu facebook, com o perfil Liviane Almeida, ou anteriormente em meu blog intitulado Antropofagias Figurativas em que publiquei, há tempos, alguns textos com ou sem rimas, que puderam expressar o eu-lirico sentido na ocasião. Assim, brevemente estarei a realizar o que de quimera desejo e almejo: Publicar um livro. Poderia ter feito antes, mas como nada ocorre por acaso nesse vida, ao encontrar com a super escritora Miriam de Sales, senti a realização desse sonho mais perto e creio que brevemente o livro será lançado por aqui, pela conceituadíssima Pimenta Malagueta o que deixa-me bastante feliz e entusiasmada.
O CAMINHO DAS PEDRAS
Livros
JUDAS – Amós Oz
INVASÃO A PERNAMBUCO
- Aydano Roriz
NARA LEÃO - Cássio Cavalcanti
O PEQUENO PRÍNCIPE - Antoine Saint Éxupéry. Tradução e
adaptação Frei Betto
O DESTERRO DOS MORTOS – Aleilton Fonseca
A ANTIGA GÍRIA BAIANA DE A
a Z - Hermes Rosa
O LIVRO DOS ABRAÇOS – Eduardo Galeano
A TERCEIRA ROMARIA –
José Inácio Vieira de Melo
CURIOSIDADES
A curiosidade matou o gato diz o ditado, mas,curiosos somos
todos nós e sempre queremos saber mais sobre nossos ídolos.
Como será que os mestres da Literatura escreviam?Como se
inspiravam?
Bem,alguns não tinham rituais;já outros como Balzac,por exemplo,tomava rios de café
turco,preto e forte enquanto escrevia.Ao contrário de Verlaine,que só
escrevia movido a drogas ,Balzac era abstêmio.Mas, Hoffman,o célebre
autor dos Contos” tomava um chá de ervas que lhe trazia a inspiração.
Nos tempos anteriores ou posteriores á máquina de
escrever as coisas eram complicadas.H.
G. Wells,por exemplo tinha uma letra tão ruim que além dele só seu
secretário decifrava.Somerset Maugham
escrevia á mão e depois mandava datilografar.
Edgar Wallace
ditava num aparelho mecânico e chegou a dizer mil e duzentas palavras em
vinte minutos.Reclinava-se numa poltrona no seu escritório o microfone numa mão
e uma xícara de chá na outra e vamos que vamos até terminar o capítulo.
Charles Dickens adorava luxo;tinha um escritório
altamente refinado ao contrário de Woodsworth que escrevia ao ar livre e
nunca recebia ninguém;quem quisesse que esperasse ele terminar a escrita.
Victor Hugo escrevia de pé ás vezes até 14 hs por
dia.Goethe ,também,mantinha em casa uma escrivaninha bem alta.
Entre os brasileiros,Aloísio Azevedo desenhava e
pintava,em papelão, seus personagens antes de escrever o livro;e,mantinha estes
desenhos na sua mesa de trabalho.
Ernest Hemingway gostava de escrever no seu
quarto.Apesar de mandar fazer uma mesa enorme colocava a máquina de escrever na
prateleira da estante.Usava uma média de sete lápis em um dia de trabalho.
Achou estranho?Então curta esta:Faulkner digitava com os dedos dos pés.
Franz Kafka buscava sua inspiração num bolo de abacaxi;só escrevia depois de comer um
inteirinho.
IBITIARA E C&A
Mirandí
Alves Pereira Oliveira
“Palavras
Iniciais”
É com muito prazer que
escrevo neste espaço que será de grande valia para divulgação das minhas
produções, como também, da Cultura da minha querida cidade, Ibitiara –BA.
Ibitiara foi cenário do
curta metragem “A Mulher de Branco”. O Filme participou do circuito nacional de
exibição em 2011, através do Projeto Revelando Os Brasis, como também, no Canal
Futura, no ano de 2013 e no início deste ano de 2015. Mais informações: www.revelandoosbrasis.com.br
“Próximas Produções: IBITIARA, contos, cantos e encantos”.
Estou produzindo uma
coletânea de contos fictícios baseados na realidade do município de Ibitiara. Fará
parte: A Lenda das Dunas de Santa Quitéria, A Pedra da Doida, O Morro do Pinga,
O Assobio em Ibitiara, além de A Mulher de Branco. Na próxima edição estarei
divulgando fotos destas paisagens naturais de Ibitiara. Todas têm seus
mistérios e seus encantos. Este fato origina o titulo do livro da coletânea.
Até breve.
SOBRE O SALÃO DE TURIM/MAI/2015
Neste meu segundo ano no Salão
Internacional do Livro, em Turim - Itália, admirei-me com o crescimento deste
evento literário, que me deslumbra sempre como um dos maiores encontros
culturais deste nosso planeta,reunindo centenas de stands de países
diversos – este ano dois stands de língua portuguesa: Brasil e Moçambique –
sendo o país homenageado a Alemanha, que em 2016 dará lugar á Arábia
Saudita.
O 28º Salão Literário contou com a
presença de muitos brasileiros, não só autores, mas, visitantes e compradores e
o stand da A.C.I.M.A, que sediava o Brasil foi muito visitado por pessoas de
diversos países que folheavam interessados os nossos livros expostos nas
vitrines do espaço.
Há dois anos a nossa Editora, uma
pequena editora metida a besta, participa deste evento, lançando Seletas que
levam nossos autores ao centro do mundo. O melhor destes eventos é o
conhecimento compartilhado, a comunicação entre os povos e o fato de vermos e
sermos vistos pelos nossos compatriotas no Exterior e tomarmos conhecimento do
trabalho que desenvolvem nos seus países de adoção.
Estão de parabéns os organizadores, participantes
e o público em geral e, aqui quero demonstrar minha admiração aos
organizadores, como a Mariana Brasil, que leva adiante com garra e competência
todo esse evento.
***
Mas, não paramos por ai; neste meu
tour pela Itália deixamos nossa Seleta, sempre muito comentada e admirada, nas
principais bibliotecas e universidades de Milão, Turim, Veneza, Florença e
Roma.
Da Biblioteca Nazionale Centrale de
Florença recebemos um amável agradecimento
que louvava a qualidade dos nossos livros.
NOSSA SELETA LANÇADA NO SALÃO DE TURIM/23015
NOSSA SELETA NA BIBLIOTECA REALE DI FIRENZE
STAND DA M.A.N.D.A.L,A. NO SALÃO INTERNACIONAL DO LIVRO
Para pedir a revista impressa:miriamdesales@gmail.com
para receber a revista edição de Out/Nov/Dez :e-mail:miriamdesalesoliveira@gmail.com
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