O BLOG DA CULTURA
AUTORES E LEITORES
NOVAS ESTRATÉGIAS PARA VENDER SEU LIVRO
Não vou dourar a
pílula,vender livro,no Brasil ,é difícil.Confesso que me espantei em Turim
quando durante o Salão Internacional do Livro ,maio do ano passado,quando cerca
de 40 editores europeus queriam uma entrevista comigo e os recebi a todos,no
meu stand,descobri que a parceria que me ofereciam demandava em publicar,no mínimo 45000
exemplares!Uh- lá-lá pensei eu,questo maledetto imbróglio!Bem,impossível satisfazer
a todos,saí de lá frustrada e
desanimada.No Brasil quando um autor
vende 300 livros é rei;se vender 1000 vira bestseller.Estou falando de autores
iniciantes ou pouco divulgados.É preciso muito marketing para vender acima de
100.000 livros.Muita palestra,muito contato com jornalistas, outdoors nas
paredes,uma distribuição ampla em todo o país e o livro presente em todas as
livrarias.Chegar a uma 2ª edição é tarefa hercúlea.
Quando um novo autor
cheio de sonhos me procura a primeira
pergunta que lhe faço é se conhece ou tem alguma noção do mercado
editorial.Depois,quero saber mais sobre ele,sobre o livro
e,principalmente,sobre sua profissão.Não ria.É importante.Livro é
investimento,gasta-se dinheiro para editá-lo.É necessário saber se o autor tem
(ou terá) público.Se o novel escritor é médico,professor,advogado, jornalista, político
ou tiver uma profissão que lhe dê acesso ao público certamente venderá os 100
primeiros exemplares do seu livro logo no lançamento ou nos dias subsequentes.
Mas,se tiver família
pequena (ou casquinha) ,poucos amigos e não for conhecido,celebridade ou coisa
e tal ,com certeza seus livros ficarão um mês na livraria escolhida para o
lançamento e depois as caixas irão para debaixo da cama.Dura realidade que
quase dez anos de editora e autora me fez perceber.
Eu estou numa boa
posição para enxergar as coisas.Sou escritora e editora transito pelos dois
mundos.O meu bolso grita e dói quando vou fazer um livro.Por isso minha empatia
vai toda para o novo autor.E,por isso, eu lhe mostro as dificuldades da
profissão escolhida onde só os bravos têm vez.
Alguns me perguntam:
-Você põe nosso livro nas livrarias?
Digo-lhes que
não.Poucas livrarias aceitam novos autores;algumas me diziam,ostensivamente,não
aceitar livros de autores baianos.Desaforada como sou ,pergunto:-Nem de Castro Alves?
Sim,porque grandes
nomes da literatura baiana não estão nas livrarias e sequer foram um dia
editados ou reeditados;pense em Arthur de Sales,pense em Kilkerry, Sosígenes
Costa...
Além disso elas
cobram cerca de 50% do preço de capa assim como os distribuidores.O autor sai no
prejuízo.
Viu agora porque
prefiro alertar e orientar meus autores
? Não quero destruir sonhos,mas, mostrar um pouco da realidade.
Sempre vendi meus
próprios livros;eu os ponho nas livrarias ,eles viajam comigo para as festas
literárias ,mas, o grosso das vendas está na internet,boca a boca e na
divulgação nos meus blogs.
Devo ressaltar que
estou falando aqui das minhas experiências e da minha pequena,embora
aguerrida,editora.Faço o que posso,divulgo nas redes sociais,mando e-mails para
a vasta gama de leitores que tenho,criei um blog só para divulgar nossos
autores,uma página no Amazon,e até coloco alguns nas livrarias que os querem
receber.Mas,é tudo...
O resto é com o
autor.Por isso vou escrever uma série de artigos falando das possibilidades da venda dos
livros.E, pretendo explicar o porque da minha preferência, hoje, sobre o livro
digital,o livro do futuro ,muito mais barato de fazer e de vender.
O LIVRO É QUE INTERESSA,O RESTO NÃO TEM PRESSA...
ONDE VENDER SEU LIVRO
PALESTRAS NAS ESCOLAS
FESTAS LITERÁRIAS
FEIRINHAS LITERÁRIAS NAS PRAÇAS
ENFIM
O ESCRITOR NÃO PODE FICAR ASSIM
Querida Mirian, saudades tuas e das boas conversas. Meu abraço a luta continua, porque não se pode parar. Jô Mendonça
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão é fácil, mas você é um exemplo de determinação Miriam.
ResponderExcluirObrigada pelas dicas.