Seguidores

sábado, 18 de junho de 2011

VAMOS PRESERVAR NOSSA MEMÓRIA!


Os exemplos são inúmeros e tristonhos.
Não é privilégio do  Brasil ,acontece no mundo todo.Mas,aqui,em muito maior número.
Refiro-me ao esquecimento em que caem nossos poetas ,escritores,historiadores,quando a morte os leva ou,o que é pior,ainda em vida.
A diretora de uma conceituada biblioteca pública de  Salvador ,ciosa das nossas tradições,queria fazer uma homenagem ao 2 de Julho,nossa data maior,relatando a história dos nossos heróis,hoje no limbo do esquecimento.
Seria muito oportuno  ,pensou,que alguém,um poeta,quiçá,recitasse o belo poema de Castro Alves ,”Ode ao 2 de Julho”,uma das mais belas poesias do renomado  vate baiano.Pois é,lutou,lutou,mas,não encontrou.
Pediu ajuda a uma poetisa (continuo chamando poetisa às mulheres da  poesia ,não como palavra depreciativa,mas,porque acho verdadeiramente ridículo,chamar uma mulher de poeta,uma palavra  nitidamente masculina.Para mim,poetisa soa mais doce e pronto!) que conhece e é conhecida nos meios poéticos,mas,não teve muito sucesso.
A poetisa  enviou um e-mail” comunitário” ,pedindo ajuda.
Recebi e telefonei imediatamente para a diretora oferecendo-me para declamar.
Seu suspiro de alívio  me aliviou,também.
Desde  adolescente sempre fui convidada para recitar esses versos em praça pública durante os festejos da nossa Independência.
Houve uma época em  que ,adolescente rebelde e pouco afeita à exposições públicas,cheguei a mudar o nome dos versos:transformei-os em “Ódio ao Dois de Julho”,revoltada com essa tarefa repetida todos os anos.Que me perdoe o poeta,ele,também um revolucionário e transgressor.
Mas, voltando ao tema inicial; é terrível perceber como esquecemos dos nossos maiores literatos.
Augusto dos Anjos ,Bastos Tigre,Bilac,Cyro dos Anjos,Adonias Filho, Menotti Del Picchia, Lima Barreto,quem os lê!?
 Artur  e Aloísio Azevedo,Tobias Barreto,onde estarão?Que foi feito de Dionélio Machado?
Guimarães Rosa dizia que um poeta não  morre ,fica encantado.
Mas , o desencanto persiste.Um livro só tem serventia se for aberto e lido.Um escritor conquista a imortalidade pelas suas obras.
Se Deus necessita de  homens ,  o escritor precisa do leitor.
Não qualquer leitor,,mas, um  leitor inteligente e consciente que leia e entenda as sutilezas do texto,que absorva o simbolismo da linguagem,que perceba as abstrações e capte as diferenças de estilo,os meandros e claro – escuros  dos versos,as entrelinhas do texto impresso.
Muitos jovens que conheço confessam que não gostam de ler.Querem apenas o “canudo”,pois,num pais de bacharéis,que nunca deixamos de ser,exige-se diploma de curso superior para tudo.Mesmo que o diplomado escreva cachorro com x e macaco com k.
Como alguém que não lê nada pode chegar ao ensino superior? Mistérios!
Como escritora desejo ser preservada; pretendo que meus livros falem  por mim , depois que eu virar pó.
Do contrário, as minhas se transformarão em letras mortas, sem ninguém que abra meus livros e eles acabem como calço para mesas  desequilibradas.Como acontece nos países de mentes desequilibradas.
Por precaução, enviei meu livro “A Bahia de Outrora” ,já na segunda edição,  para a Biblioteca da Universidade de Harvard que foi aceito,com muita honra,segundo o responsável.
 ,pelo menos,tenho certeza que não acabará calçando cabeceiras de cama mal ajambradas.

9 comentários:

  1. Passarei ,sim, querida.
    E,um bom FDS p/ vc tb. bjs

    ResponderExcluir
  2. Seu relato é forte e real minha amiga, é preciso acordar e cobrar a leitura,ressuscitar nossos poetas alguns bem lembrados aqui.Sobre o 2 de Julho é uma lastima mesmo, inclusive até hoje me cutuca a garganta um osso que trocou o nome de nosso aeroporto para homenagear um pessoa apagada na vida da Bahia.Este Brasil tem coisas que a gente benze com a mão esquerda e com luvas de borracha protegidas por PVC.
    Um abraço terno.
    Bju.

    ResponderExcluir
  3. Aqui também não. O teu livro está numa prateleira de livros. Um abraço, Yayá.

    ResponderExcluir
  4. Me dá esse caminho de Harvard, aí, minha amiga. Eu enviei os meus outro dia foi para o Domínio Público do Mec. Mas ainda não tive resposta nenhuma. Somos um país sem memória, por esse motivo atrasados. Não acho que seja por questão econômica como os cultuadores do Deus mercado gostam de fazer parecer. Abração. Paz e bem.

    ResponderExcluir
  5. Meus caros amigos do coração Toninho,Yayá e Cacá
    O que me dói ao ver a memória curta do nosso país e verificar o esquecimento de tantos q/ contribuíram p/ o nosso crescimento espiritual é ver tantas nulidades tão lembradas e políticos desonestos eternizando-se no poder.
    Mas,a luta continua,pelo menos para mim,para tentar colocar as coisas nos eixos. Bjs a vcs meus maiores amigos na Net.

    ResponderExcluir
  6. Infelizmente, nosso povo, em geral, não tem memória.
    Beijos, querida. E grata pela tua preciosa visita.

    ResponderExcluir
  7. Silvia,devemos fazer alguma coisa p/ preservar nossos tesouros. bjks

    ResponderExcluir
  8. O livro, qualquer que seja, precisa ser lido.
    Sou de opinião que, para o livro ser lido, há que ser subsidiado pelo Ministério e Secreterias de Cultura, de estados e municípios. O livro precisa ser barateado, no bom sentido de que a população possa comprá-lo. Professor, por exemplo, não compra livro, porque é caro demais.
    O salário de professor, não é suficiente nem para a sua alimentação. É preciso que se criem Bibliotecas Comunitárias em cada esquina, em cada praça, em cada canto. Livro, os escritores hão de convir, é "artigo de luxo", dado o preço.
    Como é que o professor vai formar leitor, se êle mesmo não tem acesso ao livro.
    Acabei de sair do blog do Totó Rios, um homem incentivador de cultura, um verdadeiro "animador cultural", em que ele apresenta um senhor que pegou os seu acervo de 2 mil livros e montou um Biblioteca Comunitária no seu bairro. Este senhor, vai formar leiores, os empréstimos são gratuitos.....mas, e depois? aquela garotada vai comprar livro com que dinheiro, se é tão caro?

    O grande problema é que o papel é muito caro, os livreiros, editores cobram muito, alegando o valor do papel. Os escritores têem que LUTAR, pelo barateamento do papel, para, consequentemente, tornar o livro com "preço de banana"...ganham as editoras, ganham os escritores, porquanto as vendas cesceriam, numa proporção lógica.

    Posso está sendo simplista, mas vale uma reflexão.
    Forte abraço( da não escritora, mas imtensa leitora de livros de bibliotecas, emprestados....
    afinal, sou professora e o salario é deste tamanhinho rsrsrs).

    ResponderExcluir
  9. Concordo consigo ,Lúcia.E lhe confesso quem menos ganha nessa c cadeia produtiva é o escritor,ou seja,o criador das obras.
    Imagino que com o advento da Internet,onde tudo é livre e c/ achegada dos e-books,Ipads e Ipods ,os editores vão repensar seus conceitos.
    Afinal,produzir uma obra p/ e-book sai muito mais barato,fica mais bonito porque se põe música e imgs e o preço é bem pequeninho.
    Ouso prognosticar q/ editoras como as vemos hoje são uma espécie em extinção.
    Bjs

    ResponderExcluir