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quarta-feira, 13 de julho de 2011














Parece  incrível,mas, o mestre Rubem Fonseca está lançando um livro de memórias.
O grande escritor brasileiro,  conhecido por ser avesso a publicidade despertará ,sim,a curiosidade não só de seus leitores fieis  como de todos os amantes da literatura e,porque não dizer,de todos os curiosos.
Rubem  escreve,porém,não gosta de se expor e até aos lançamentos dos seus livros não comparece,como recentemente na FLIP.
No mundo literário isso não é  novidade.Existem outros  anacoretas ou quase,como Saramago,Hermann Hesse,Coetzee que preferem tomar um chá de sossego a enfrentar o público,esse monstro de mil olhos e sete cabeças que define o sucesso ou não ,de alguém.
O livro em questão chama-se José e embora escrito na terceira pessoa não  esconde que o personagem  é o autor,cujo nome completo é José Rubem Fonseca.
Será que  Rubem,um mestre nos  contos,autor de livros memoráveis como “O Cobrador”,”Feliz Ano Novo” e, recentemente um romance, “O Seminarista” desvendará para o mundo sua personalidade  introvertida  e  nos deixará invadir esse campo tão defendido do EU do autor?
O livro inicia-se na infância do autor nascido em Juiz de Fora, embora seja o mais carioca dos mineiros.
Da  adolescência até á maturidade, já no Rio, o livro se estende com narrativas da faculdade e do  trabalho como advogado criminalista.
Uma época importante ficou  escondida :a passagem do escritor pelo IPES,Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais,entidade que referendou o golpe de 64,dando-lhe suporte e ,dizem alguns,tornando-o possível.Não vejo porque Rubem devesse omitir este fato;afinal,ele era apenas um funcionário, sem poder de mando e execução.
Aliás , a política  foi banida completamente ,afora umas breves menções de viagens à Cuba, cujo povo ele pareceu adorar.
Mas, não se deve punir o livro por  isso ,pois sua abrangência e interesse supera todos os senões e nos traz momentos de beleza tocante como a morte  dos irmãos e bons momentos de humor fescenino.
Entende-se que o homem Rubem Fonseca hesite em desnudar-se frente ao  leitor.O escritor não precisa falar de si mesmo; sua obra fala por si.
Concordo com Rubem que o escritor deve se  preservar.A convivência com os nossos semelhantes é impossível nesta guerra de egos e espíritos mesquinhos que parecem viver num estado constante de competição.O escritor é o lobo do escritor.
E,quanto mais medíocre,mas, competitivo e invejoso.
Quanto aos nossos  leitores,um pouco  de mistério não faz mal; deixa a imaginação do leitor funcionar também neste campo.
Hesse, o autor do “Lobo da Estepe” ,escreve ao leitor:
“É claro que não  posso nem pretendo dizer aos leitores como devem entender minha história.Que cada um encontre nela aquilo que lhe possa ferir a corda íntima e o que lhe seja de alguma utilidade.”
Sábias palavras!
FALA O LEITOR:



 CEZAR UBALDO,poeta e professor feirense

Miriam,bela tarde,amada.o rubem é tão espetacular que só o nome dele e o título que ele der a qualquer volume escrito já vale.Beijos.

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