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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

CAMINHOS LITERÁRIOS





                                            BLOG DE AGOSTO/12






CAMINHOS LITERÁRIOS,
                             porque o escritor é um apóstolo...
Percorrer os caminhos da mente e do mundo é obrigação do escritor.
Onde se faz literatura ai ele está com seus cadernos de notas e,mais modernamente,seu tablet,a mais famosa tabuleta desde os tempos de Moisés.
Assim ,levados pelo  faro e pelo coração – afinal temos amigos  queridos por lá ­–­fomos a Valença antiga cidade  do baixo – sul da Bahia,onde estava acontecendo um Fórum de Cultura e Arte.
Fizemos a travessia para a Ilha de Itaparica ,pelo ferry- boat,que,apesar de lotado como sempre acontece nos fins de semana,é uma viagem bastante agradável.
Descobri que posso viajar de graça ,uma das vantagens da idade.Poucas,mas,algumas valem,como não pegar fila,por exemplo.Enfim,antes lamber que cuspir.
No Terminal de Bom Despacho fomos despachados num ônibus comum ,para Valença.
Apesar  do fluxo de pessoas só uma empresa funcionava.Os outros guichês,fechados e nem sinal do Executivo ou do Expresso que prometiam mais conforto na viagem.Também reparei que ninguém precisou apresentar documento de identidade para entrar no coletivo.Nestes tempos violentos achei  um descaso .
A viagem ,de quase duas horas, foi boa ,passamos por Nazaré das Farinhas,uma das mais antigas cidades do Recôncavo.Sua feira de caxixis é famosa,durante a Semana Santa.
Na rodoviária estava minha querida amiga ,a escritora e artista plástica,Amália Grimaldi,nos esperando. Ela tem o privilégio de morar no paraíso sem  nem ter precisado morrer.Vive cercada de verde e mar,na praia de Guaibim,a 15 minutos de Valença e podemos compartilhar um pouco dessa maravilha pois,ficamos hospedados com ela e Frank,seu marido.
Partimos logo para o Fórum,onde armei minha barraquinha para expor e vender livros.Alguns se destacaram ,muito procurados que foram.Senti nas pessoas o amor pelos livros e o desejo de obtê-los.


                                                     No  Fórum
Esses eventos são interessantes e produtivos pela interação entre alunos,professores e escritores,despertando o desejo de ler e aprender,uns com os outros.
Valença tem uma plêiade de escritores e literatos de fazer inveja a muita cidade grande.Todos têm um público,pois,também escrevem no jornal da região,brindando seu público com literatura de qualidade.
Ponto para Vidal,o proprietário que escolhe seus colaboradores entre sua gente,no cenário local.Pois não adianta apenas escrever,tem que publicar e fazer circular novas ideias.



Terminado o Fórum, fomos ás visitas,como na velha Bahia de outrora,pois, o bem receber é uma tradição baiana ainda muito bem conservada no Interior.
Passamos  nos Martinez,na pizzaria,pois,queria muito conhecer Celeste,escritora e artista plástica,também.Seu esposo fez a escultura que está no entroncamento para Guaibim.E, provar da pizza crocante ,invenção deles ­ - que não revelam o segredo nem sob tortura – foi demais!
Daí,- last but not least- fomos tomar a bénção a Arakén Vaz Galvão,decano dos literatos de Valença,nosso Amadiz da Gália,guerreiro e escritor.Autor de muitos romances,ele mesmo é um personagem de romance.Poderia ser um personagem de Hugo ou Dumas.
Fomos recebidos como príncipes por  Euzedir ,com direito a visita á Galeria de Arte que criaram e visita ao salão literário onde se pode soltar o verbo e passar momentos de frisson literário,vendo e ouvindo as estrelas da região.Há também uma biblioteca.
Á moda antiga,um bom papo,movido a gargalhadas,bom vinho , um lanche delicioso e whisky honesto.Vinicius dizia que o whisky é o cachorro engarrafado,no que concordo,embora ainda prefira um bom vinho.



                                  GUAIBIM
Amanhecemos em Guaibim gozando da paz e do silêncio.
Depois do café da manhã,  apesar do tempo frio e mar revolto,Amália e eu fomos andar na praia.Ponce de León esqueceu de relatar essa fonte da juventude,mais fácil de encontrar ;depois de uma hora de caminhada ,volta-se aos vinte anos.O céu,o mar,o vento,o verde nos enche de energia plena.



Minha amiga e eu tiramos a barriga da miséria  –melhor dizendo ,a língua –pois nos fartamos de falar de livros,arte,nossa paixão, num cenário encantador.E, sob o doce olhar de Oliver,um cão que,certamente,merecerá o céu.



Conheci os trabalhos fotográficos da dona da casa,uma multifacetada pessoinha,pequena no tamanho e grande no valor.
Sugeri-lhe um trabalho de fotos e poesias,um belo álbum que,se sair,vai dar o que falar.
Á tarde, partimos.Com gosto de quero mais...
O dever me chama.Ninguém é dono de editora impunemente.
Mas,como dizia minha vó,quem se aluga a São Miguel não janta quando  quer...





                                    AGOSTO





Será que tem alguém que não acredita em superstições?Que nunca usou um patuá,seja pé de coelho ,ou figa ou medida do Bomfim.?Duvido!
A superstição é filha do medo,daquele medo ancestral do desconhecido e que desde tempos imemoriais sujeitos mais espertos que os outros se aproveitaram e criaram as religiões.
Não sei    desde quando Agosto passou a ser considerado o Mês do Desgosto.
Na época dos romanos,com certeza,que deram ao oitavo mês do ano o nome do Imperador Augusto,vencedor de César.
Os romanos viam maus presságios neste mês,em que acreditavam ver um grande dragão atravessando os céus,botando fogo pela boca,horrível,arrastando com ele morte e destruição.Era apenas a constelação de Leão,mas,o medo os fazia enxergar monstros e desastres.
Por ser um mês muito frio e dado a ventos desembestados,o imaginário popular dizia que as almas penadas saiam a pedir rezas e assustar os mortais,arrastando correntes  com um uivo aterrador;quem não se lembra de D.Bibiana Terra,personagem de “O Tempo e o Vento”,que ,na sua cadeira de balanço,monologava:-Noite de ventos,noite de tempestades.
Na Argentina não se lava o cabelo durante esse mês:atrai a morte.
Em Portugal,país rico em crenças misteriosas,ninguém casava no mês de agosto;era quando os navios zarpavam a descobrir novos mundos e as moças corriam o risco de não ter lua-de-mel,nem marido algum dia,pois o risco de enviuvar era constante;há um velho ditado português:”casar em agosto,traz desgosto.
”Por conta disso as pessoas não viajam, não se mudam,não casam,nem começam negócios no mês de agosto;se um idoso passar incólume esse mês,não morrerá durante esse ano.
O certo é que muita coisa ruim aconteceu neste mês:duas guerras mundiais,o genocídio americano em Hiroshima e Nagasaki,a Noite de São Bartolomeu,inúmeras revoluções e desastres.
No Brasil,o suicídio de Getulio,no dia 24,que é também o Dia da Sogra,os terreiros de candomblé ficam em alerta máximo,pois é o dia que os exus andam soltos e incontroláveis.
 Na Europa,acreditam que é o dia em que o Diabo tira para passear e espalhar maldades.
No dia 25,Jânio renunciou criando a maior crise institucional neste país,desde a República;dizendo ele,que, influenciado por “forças ocultas,seja lá o que isso signifique.
Já no dia 22,um desastre de automóvel muito mal explicado,matava Juscelino.
E tome quarteladas,revoluções,desastres aéreos ou marítimos,tudo nesse mês.Que ainda é o mês do cachorro louco,ninguém sabe porque,mas,todos querem vestir a camisa pelo avesso,para se livrar dos dentes do cão.
Na Bahia,a gente toma banho de pipoca para desfazer mal feitos e tirar ziquizira;é o mês de Obaluaiê,santo vetusto que aparece nos terreiros vestido de palha sem nunca mostrar o rosto,senhor das doenças , da peste e epidemias;na Igreja Católica é S.Lázaro,sempre representado por um cão que lhe lambe as feridas,talvez venha daí a estória com os cachorros.
Quem me pergunta se acredito no azar,como boa baiana,digo que sim.Vejam a Lei de Murphy:”quando alguma coisa está fadada a dar errado,dará.”
De qualquer sorte trago para vocês essas medidas do Bonfim,que já me valeram,para que os proteja dos malefícios,dos cachorros,dos políticos,das moléstias ,das guerras,das sogras e das almas penadas,pois,digo como os espanhóis:”yo no creo em brujas,pero que las hay,las hay.”
Ah,agosto é também o mês das bruxas.Haja patuá!



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“O contador de histórias” é tema do 6º Prêmio UFF de Literatura 2012.

by chpenhanews




Há cem anos, nasciam no Brasil vários nomes que ajudaram a construir a história cultural de nosso país. Nelson Rodrigues, Jorge Amado, Evandro Lins e Silva, Luiz Gonzaga e Herivelto Martins estão entre eles. Assim como Luís Antônio Pimentel, jornalista, poeta e exímio haicaísta que completou, em 29 de março, o centenário de uma vida dedicada à cultura. Memória viva de Niterói, onde mora, e do país, ele encanta com a fala, assim como com a escrita. Para homenageá-lo, a Universidade Federal Fluminense, através de sua editora, escolheu-o como inspiração para o 6º Prêmio UFF de Literatura. As inscrições estão abertas e o tema proposto é: “O contador de histórias”. O autor classificado em primeiro lugar em cada categoria - conto, crônica e poesia - ganhará um notebook, além do Troféu Itapuca.
Antologia e festa – O edital já está disponível no site da editora com inscrições até 15 de agosto. Os vencedores do 6º Prêmio UFF de Literatura serão anunciados no dia 17 de dezembro, durante cerimônia na qual também será lançada uma antologia com 20 textos selecionados, nas categorias crônica, conto e poesia, organizada pela Editora da UFF, com o patrocínio da Fundação Euclides da Cunha, da Pró-Reitoria de Extensão da UFF e da Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Os classificados em primeiro lugar em cada gênero literário receberão 10 (dez) exemplares da coletânea; os segundos colocados, 8 (oito); os terceiros, 5 (cinco). Os demais autores selecionados receberão 3 (três) exemplares, cada.
Podem participar do Prêmio UFF de Literatura escritores de língua portuguesa, editados ou inéditos, independentemente de sua nacionalidade. No entanto, o texto apresentado deverá ser rigorosamente inédito, seja na forma impressa ou na forma eletrônica. Não serão aceitas obras póstumas, nem aquelas assinadas por grupos. Cada concorrente poderá inscrever apenas um texto em cada categoria. O conto a ser enviado não pode ultrapassar quatro páginas, enquanto as crônicas e poesias deverão atingir, no máximo, três páginas.   


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