BLOG DE AGOSTO/12
CAMINHOS LITERÁRIOS,
porque o escritor
é um apóstolo...
Percorrer os caminhos
da mente e do mundo é obrigação do escritor.
Onde se faz literatura
ai ele está com seus cadernos de notas e,mais modernamente,seu tablet,a mais
famosa tabuleta desde os tempos de Moisés.
Assim ,levados
pelo faro e pelo coração – afinal temos
amigos queridos por lá –fomos a
Valença antiga cidade do baixo – sul da
Bahia,onde estava acontecendo um Fórum de Cultura e Arte.
Fizemos a travessia
para a Ilha de Itaparica ,pelo ferry- boat,que,apesar de lotado como sempre
acontece nos fins de semana,é uma viagem bastante agradável.
Descobri que posso
viajar de graça ,uma das vantagens da idade.Poucas,mas,algumas valem,como não
pegar fila,por exemplo.Enfim,antes lamber que cuspir.
No Terminal de Bom
Despacho fomos despachados num ônibus comum ,para Valença.
Apesar do fluxo de pessoas só uma empresa
funcionava.Os outros guichês,fechados e nem sinal do Executivo ou do Expresso
que prometiam mais conforto na viagem.Também reparei que ninguém precisou
apresentar documento de identidade para entrar no coletivo.Nestes tempos
violentos achei um descaso .
A viagem ,de quase duas
horas, foi boa ,passamos por Nazaré das Farinhas,uma das mais antigas cidades
do Recôncavo.Sua feira de caxixis é famosa,durante a Semana Santa.
Na rodoviária estava
minha querida amiga ,a escritora e artista plástica,Amália Grimaldi,nos
esperando. Ela tem o privilégio de morar no paraíso sem nem ter precisado morrer.Vive cercada de verde
e mar,na praia de Guaibim,a 15 minutos de Valença e podemos compartilhar um
pouco dessa maravilha pois,ficamos hospedados com ela e Frank,seu marido.
Partimos logo para o
Fórum,onde armei minha barraquinha para expor e vender livros.Alguns se
destacaram ,muito procurados que foram.Senti nas pessoas o amor pelos livros e
o desejo de obtê-los.
No Fórum
No Fórum
Esses eventos são interessantes
e produtivos pela interação entre alunos,professores e escritores,despertando o
desejo de ler e aprender,uns com os outros.
Valença tem uma plêiade
de escritores e literatos de fazer inveja a muita cidade grande.Todos têm um
público,pois,também escrevem no jornal da região,brindando seu público com
literatura de qualidade.
Ponto para Vidal,o
proprietário que escolhe seus colaboradores entre sua gente,no cenário
local.Pois não adianta apenas escrever,tem que publicar e fazer circular novas
ideias.
Terminado o Fórum,
fomos ás visitas,como na velha Bahia de outrora,pois, o bem receber é uma
tradição baiana ainda muito bem conservada no Interior.
Passamos nos Martinez,na pizzaria,pois,queria muito
conhecer Celeste,escritora e artista plástica,também.Seu esposo fez a escultura
que está no entroncamento para Guaibim.E, provar da pizza crocante ,invenção
deles - que não revelam o segredo nem sob tortura – foi demais!
Daí,- last but not
least- fomos tomar a bénção a Arakén Vaz Galvão,decano dos literatos de
Valença,nosso Amadiz da Gália,guerreiro e escritor.Autor de muitos romances,ele
mesmo é um personagem de romance.Poderia ser um personagem de Hugo ou Dumas.
Fomos recebidos como
príncipes por Euzedir ,com direito a
visita á Galeria de Arte que criaram e visita ao salão literário onde se pode
soltar o verbo e passar momentos de frisson literário,vendo e ouvindo as
estrelas da região.Há também uma biblioteca.
Á moda antiga,um bom
papo,movido a gargalhadas,bom vinho , um lanche delicioso e whisky
honesto.Vinicius dizia que o whisky é o cachorro engarrafado,no que
concordo,embora ainda prefira um bom vinho.
GUAIBIM
Amanhecemos em Guaibim
gozando da paz e do silêncio.
Depois do café da
manhã, apesar do tempo frio e mar
revolto,Amália e eu fomos andar na praia.Ponce de León esqueceu de relatar essa
fonte da juventude,mais fácil de encontrar ;depois de uma hora de caminhada
,volta-se aos vinte anos.O céu,o mar,o vento,o verde nos enche de energia
plena.
Minha amiga e eu
tiramos a barriga da miséria –melhor dizendo
,a língua –pois nos fartamos de falar de livros,arte,nossa paixão, num cenário
encantador.E, sob o doce olhar de Oliver,um cão que,certamente,merecerá o céu.
Conheci os trabalhos
fotográficos da dona da casa,uma multifacetada pessoinha,pequena no tamanho e
grande no valor.
Sugeri-lhe um trabalho
de fotos e poesias,um belo álbum que,se sair,vai dar o que falar.
Á tarde, partimos.Com
gosto de quero mais...
O dever me
chama.Ninguém é dono de editora impunemente.
Mas,como dizia minha
vó,quem se aluga a São Miguel não janta quando quer...
AGOSTO
Será que tem alguém que não acredita em superstições?Que nunca usou um patuá,seja pé de coelho ,ou figa ou medida do Bomfim.?Duvido!
A superstição é filha do medo,daquele medo
ancestral do desconhecido e que desde tempos imemoriais sujeitos mais espertos
que os outros se aproveitaram e criaram as religiões.
Não
sei desde quando Agosto passou a ser
considerado o Mês do Desgosto.
Na
época dos romanos,com certeza,que deram ao oitavo mês do ano o nome do
Imperador Augusto,vencedor de César.
Os
romanos viam maus presságios neste mês,em que acreditavam ver um grande dragão
atravessando os céus,botando fogo pela boca,horrível,arrastando com ele morte e
destruição.Era apenas a constelação de Leão,mas,o medo os fazia enxergar
monstros e desastres.
Por
ser um mês muito frio e dado a ventos desembestados,o imaginário popular dizia
que as almas penadas saiam a pedir rezas e assustar os mortais,arrastando
correntes com um uivo aterrador;quem não
se lembra de D.Bibiana Terra,personagem de “O Tempo e o Vento”,que ,na sua
cadeira de balanço,monologava:-Noite de ventos,noite de tempestades.
Na
Argentina não se lava o cabelo durante esse mês:atrai a morte.
Em
Portugal,país rico em crenças misteriosas,ninguém casava no mês de agosto;era
quando os navios zarpavam a descobrir novos mundos e as moças corriam o risco
de não ter lua-de-mel,nem marido algum dia,pois o risco de enviuvar era
constante;há um velho ditado português:”casar em agosto,traz desgosto.
”Por
conta disso as pessoas não viajam, não se mudam,não casam,nem começam negócios
no mês de agosto;se um idoso passar incólume esse mês,não morrerá durante esse
ano.
O
certo é que muita coisa ruim aconteceu neste mês:duas guerras mundiais,o
genocídio americano em Hiroshima e Nagasaki,a Noite de São Bartolomeu,inúmeras
revoluções e desastres.
No
Brasil,o suicídio de Getulio,no dia 24,que é também o Dia da Sogra,os terreiros
de candomblé ficam em alerta máximo,pois é o dia que os exus andam soltos e
incontroláveis.
Na Europa,acreditam que é o dia em que o Diabo
tira para passear e espalhar maldades.
No
dia 25,Jânio renunciou criando a maior crise institucional neste país,desde a
República;dizendo ele,que, influenciado por “forças ocultas,seja lá o que isso
signifique.
Já
no dia 22,um desastre de automóvel muito mal explicado,matava Juscelino.
E
tome quarteladas,revoluções,desastres aéreos ou marítimos,tudo nesse mês.Que
ainda é o mês do cachorro louco,ninguém sabe porque,mas,todos querem vestir a
camisa pelo avesso,para se livrar dos dentes do cão.
Na
Bahia,a gente toma banho de pipoca para desfazer mal feitos e tirar ziquizira;é
o mês de Obaluaiê,santo vetusto que aparece nos terreiros vestido de palha sem
nunca mostrar o rosto,senhor das doenças , da peste e epidemias;na Igreja Católica
é S.Lázaro,sempre representado por um cão que lhe lambe as feridas,talvez venha
daí a estória com os cachorros.
Quem
me pergunta se acredito no azar,como boa baiana,digo que sim.Vejam a Lei de
Murphy:”quando alguma coisa está fadada a dar errado,dará.”
De
qualquer sorte trago para vocês essas medidas do Bonfim,que já me valeram,para
que os proteja dos malefícios,dos cachorros,dos políticos,das moléstias ,das
guerras,das sogras e das almas penadas,pois,digo como os espanhóis:”yo no creo
em brujas,pero que las hay,las hay.”
Ah,agosto
é também o mês das bruxas.Haja patuá!
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Há cem anos, nasciam no Brasil vários nomes que ajudaram a construir a história cultural de nosso país. Nelson Rodrigues, Jorge Amado, Evandro Lins e Silva, Luiz Gonzaga e Herivelto Martins estão entre eles. Assim como Luís Antônio Pimentel, jornalista, poeta e exímio haicaísta que completou, em 29 de março, o centenário de uma vida dedicada à cultura. Memória viva de Niterói, onde mora, e do país, ele encanta com a fala, assim como com a escrita. Para homenageá-lo, a Universidade Federal Fluminense, através de sua editora, escolheu-o como inspiração para o 6º Prêmio UFF de Literatura. As inscrições estão abertas e o tema proposto é: “O contador de histórias”. O autor classificado em primeiro lugar em cada categoria - conto, crônica e poesia - ganhará um notebook, além do Troféu Itapuca.
Antologia e festa – O edital já está disponível no site da editora com inscrições até 15 de agosto. Os vencedores do 6º Prêmio UFF de Literatura serão anunciados no dia 17 de dezembro, durante cerimônia na qual também será lançada uma antologia com 20 textos selecionados, nas categorias crônica, conto e poesia, organizada pela Editora da UFF, com o patrocínio da Fundação Euclides da Cunha, da Pró-Reitoria de Extensão da UFF e da Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Os classificados em primeiro lugar em cada gênero literário receberão 10 (dez) exemplares da coletânea; os segundos colocados, 8 (oito); os terceiros, 5 (cinco). Os demais autores selecionados receberão 3 (três) exemplares, cada.
Podem participar do Prêmio UFF de Literatura escritores de língua portuguesa, editados ou inéditos, independentemente de sua nacionalidade. No entanto, o texto apresentado deverá ser rigorosamente inédito, seja na forma impressa ou na forma eletrônica. Não serão aceitas obras póstumas, nem aquelas assinadas por grupos. Cada concorrente poderá inscrever apenas um texto em cada categoria. O conto a ser enviado não pode ultrapassar quatro páginas, enquanto as crônicas e poesias deverão atingir, no máximo, três páginas.
Postado por chpenha news,o blog das novidades importantes.
'TÉ MAIS
Que delícia, amiga!
ResponderExcluirBeijocas! Muuuuitas!