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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ZUMBI DOS PALMARES

É Zumbi na noite
Êh,êh,êh é zumbi
É Zumbi no acoite...
A liberdade estava no sangue do Príncipe Zumbi,ou,Zambi,palavra quimbundo(nzumbi)que significava algo como duende,fantasma ou morto-vivo ,no Brasil. O negrinho de olhos espertos era neto da princesa Aqualtune,portanto ,sobrinho de Ganga Zumba(grande senhor),o todo poderoso chefe do Quilombo dos Palmares,uma aldeia auto-suficiente economicamente,situada nas terras de Alagoas e parte da Bahia,perto da Serra da Barriga,hoje,município de União dos Palmares.Ali viviam os quilombolas,negros fugidos das usinas e fazendas de Pernambuco e adjacências,onde viviam como escravos do eito,plantando cana e fazendo serviços pesados, Palmares era quase do tamanho de Portugal e lá viviam cerca de 30000 pessoas;plantavam,faziam artesanato com as folhas das palmeiras,criavam um gadinho e extraíam óleo de babaçu.Quase como na “mamma África”,tirando as grandes savanas onde reinava soberano o leão africano. Zumbi nasceu livre;em 1655 foi capturado e vendido a um missionário português,quando tinha apenas 6 anos de idade.Logo o batizaram de Francisco;muito inteligente e de raciocínio rápido,aprendeu Latim e Português e até era um bom coroinha,ajudando nas missas. Mas,a chama da liberdade estava latente no seu sangue.Em 1670 fugiu e,graças á sua astucia,coragem e destreza inatas,aos 20 anos,tornou-se um dos maiores estrategistas de que se tem noticia. Cansado de uma luta inglória com Palmares,o governador de Pernambuco propôs paz a Ganga Zumba.Os escravos ganhariam a liberdade,porém,submetiam-se á autoridade da Coroa.Acreditando que liberdade não é doação,é conquista,Zumbi rejeitou a proposta e entrou em conflito com seu tio,Ganga Zumba.Passou a liderar o quilombo,mesmo porque,o tio morreu envenenado. Se fosse nos dias de hoje,seriam chamados de mercenários;o governador Melo e Castro,convocou Domingos Jorge Velho,um guerreiro paulista,sobrinho do outro Domingos,um feroz bandeirante,matador de índios e caçador de ouro.O paulista veio disposto a vencer a qualquer preço,Zumbi já liderava seu povo há exatos 15 anos,pois estávamos em 1694,e,Zumbi foi ferido numa luta de morte,porém sobreviveu.Mas,foi traído por um tal Antonio Soares e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça(dele,dizia um cronista da época:nunca vi um Mendonça que não tenha Furtado,o que diz bem do caráter da família),na serra dos Dois Irmãos.Embora apunhalado,resistiu,mas,foi morto com mais vinte de seus guerreiros,em 1695.Não o apanharam vivo;diz a lenda que ,vendo-se cercado,atirou-se de um despenhadeiro. Conforme os portugueses adoravam fazer com seus desafetos,teve a cabeça cortada,salgada e levada como brinde ao Melo e Castro.Como os negros acreditavam na imortalidade de Zumbi,puseram-no exposto nas estradas do Recife.Tinha 40 anos de idade. Quem cria na sua imortalidade,venceu;depois de séculos sendo um herói esquecido e pouco falado,Zumbi voltou á cena e,hoje é reverenciado como paladino da liberdade.Por ser um negro consciente da sua força ,o seu aniversario foi escolhido para ser o “Dia da Consciencia Negra”.


Fontes:”O quilombo dos Palmares” de Edison Carneiro. “Zumbi” de Joel Rufino dos Santos.

COMENTÁRIOS:



21/11/2009 09:56 - Kaline
Miriam querida, obrigada por nos proporcionar essa leitura tão bela ereflexiva, fazendo-nos recordar a triste e intensa história do grandelíder Zumbi dos Palmares. Dia 20 de Novembro, uma data especial, umamerecida homenagem a esse homem que se preocupava com a liberdade ebem-estar de seu povo, que lutou até a morte em prol de seus irmãos decor. Parabéns amiga, e tenha um excelente final de semana. Adoro teler. Desculpe-me por não passar mais seguido, mas é que o trabalhoestá demais, final de ano na escola,. 20/11/2009
22:48 - Euripedes Barbosa RibeiroUma síntese do que foi e do que representa para a nossa história olider negro Zumbi. "Comandante guerreiro", da letra de Gilberto Gil.Assim como João Candido, o almirante negro, lider da Revolta daChibata, não teve à sua epoca o reconhecimento devido. Hojereverenciados, são simbolos de resistencia, dignidade e amor àliberdade, pela qual o grande herói negro se imolou. Pena que o dia 20de novembro, transformado em feriado em algumas cidades (680 em todo oBrasil) não seja efetivamente o dia da Consciencia Negra. Para amaioria, que sequer sabe quem foi Zumbi, á apenas mais um feriado quesomado ao sabado e ao domingo, permite o prolongamento do ocio e dascervejadas. Não precisava ser feriado, mas deveria ser um dia dereflexão, sobre valores tão fundamentais quanto a liberdade, hoje tãoconfundida com libertinagem! Zumbi merece um pouco mais de respeito. *Parabens pelo excelente artigo, nobre escritora.20/11/2009 22:21 - fernanda araujoMiriam, que bom você trazer para nós a história linda e triste deZumbi. Era terrível o que faziam com os escravos! Um grande abraçomineiro. Fernanda
20/11/2009 21:53 - Roberto PelegrinoMinha estimada e nobre escritora Mirian de Sales Oliveira, vivolutando contra o tempo, trabalho em média 12 horas por dia. nas sextasfeiras publico um texto e tenho um tempinho maior. Desculpe se nãoposso passar com frequência em sua escrivaninha e beber de suainesgotável sabedoria. Parabéns ppor mais esse maravilhoso texto. Odia que eu for a Salvador quero encontrar contigo, um abraço minhaestimável amiga!
20 /11/2009 15:16 - Dante MarcucciUma aula de história e uma reverência à raça negra. Parabens. Umabraço




Um comentário:

  1. "Ninguém ouviu um soluçar de dor no canto do Brasil/
    um lamento triste sempre ecoou, /desde que o índio guerreiro/
    foi pro cativeiro e de lá cantou/
    Negro entoou um canto de revolta pelos ares/
    no Quilombo dos Palmares,/ onde se refugiou/
    Fora a luta dos Inconfidentes /pela quebra das correntes/
    nada adiantou/
    e de guerra em paz, de paz em guerra/
    todo o povo desta terra quando pode cantar
    canta de dor/

    Ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh ôh

    E ecoa noite e dia, é ensurdecedor/
    ai, mas que agonia o canto do trabalhador/
    esse canto que devia ser um canto de alegria/
    soa apenas como um soluçar de dor./

    Ôh ôh ôh ôh ôh ôh, ..// Há muito que elegi esse um hino à nação brasileira. Um primor a sua homenagem. Meu abraço. Paz e bem.

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