Quando eu era criança minha mãe me presenteou com as obras completas de Monteiro Lobato.
Eu era uma criança solitária,filha única e vivia numa pequena cidade do interior,sem diversões nem vida cultural interessante.
Pela mão de Monteiro Lobato descobri o mundo e as pessoas;D.Benta,a vovó carinhosa que contava belas estórias,Tia Nastácia,e a sabedoria popular transmitida às crianças Pedrinho e Narizinho e a destrambelhada boneca Emília,que depois virou gente,atrevida,irreverente,inconveniente como eu mesma.
Sempre digo que Lobato foi o meu pai espiritual,mas,depois vieram muitos outros livros.Livros à man’cheia como queria o poeta,fazendo a criança pensar.
Nunca mais me senti solitária.Estou sempre rodeada de livros e tanto aos cinco anos quanto agora aos 67 os livros são a minha companhia.
Não temo a morte,mas,receio morrer sem ler todos os livros que desejo.
Mas,o propósito dessas reminiscências é lembrar aos pais e professores o quanto a leitura é importante para o bom desenvolvimento da criança.
Nesta nossa era cibernética,do computador,da Internet,dos games e até mesmo dos livros digitais que estão surgindo – e-books,e-readers – cabe a nós fazermos com que nossos garotos não percam o interesse pelo bom livro impresso,seu conteúdo e sua magia.
O livro é o tapete mágico que nos transporta a mundos diferentes,que nos abre portas para outras culturas e pessoas diversas e nos faz compreendê-las.
A Literatura deve ser levada às crianças e adolescentes de uma forma fácil,interessante,para que possa ser entendida por eles.
Um adolescente me confessa detestar Machado de Assis;acho apenas que Machado lhe foi apresentado de modo errado.
Talvez esse interesse que não veio, tenha sido prejudicado pela leitura em português castiço,antiquado para a nossa época ou essa leitura tenha sido obrigatória e o garoto não pode captar a beleza desses livros.
Pois os temas são os mesmos desde o começo dos tempos:amor,solidão,ciúme,traição,família,interesses,escusos ou não;os personagens vivem até hoje em outros corpos;quem não conhece alguma Capitu,ou Bentinho,ou José Dias,ou Escobar,ou o Ayres?
São eternos, puxa!
Poderiam ser nossos vizinhos,amigos próximos,parentes até.
Uma coisa parece certa; se os pais têm o hábito de ler os filhos terão também.
Se a criança receber livros de presente e esses livros forem interessantes,adequados às suas idades e explicados de forma informal pelos pais e professores,com certeza estaremos formando futuros leitores.
No Brasil temos um probleminha; os livros não chegam à senzala,ou seja,crianças pobres de escolas públicas quase nunca têm acesso aos livros,principalmente porque o livro é caro para o bolso da maioria.
Porque não colocar um livro na cesta básica visando alimentar o espírito?
No meio de bolsa-escola, bolsa –família etc porque não criar o vale-livro,formar bibliotecas nas escolas e centros comunitários,estimular o contador de estórias ,discutir a leitura, “fazer o povo pensar”?
Porque não interessa aos donos do poder.Povo que pensa escolhe melhor seus governantes.
Esse texto lhe ajudou de alguma forma?
IMG:Busca Google
Aqui em casa, com Neno,estimulamos o hábito e ele lê muito. Faz bem e muita falta. Porém essas iniciativas não interessam aos goversnos pois pra que? Quanto menos esclarecidos , mais podemos ser tapeados!!!Lindo texto!beijos,chica
ResponderExcluirMiriam, é curioso como o hábito faz o monge. Tenho uma sobrinha, hoje com treze anos que desde os sete passa suas férias de julho e janeiro aqui na minha casa. Seus pais não lêm nem gibi. Como aqui em casa vivo em meio a leitura e escrita e sempre lhe dou um livro de presente, para crianças, ela agora está virando uma devoradora de livros. Sempre me liga pedidno alguma novidade. Isso não é uma alegria? Abração. paz e bem.
ResponderExcluirSe fosse comentar como desejo vou terminar chorando muitas coisas lembraram minha infância, e tudo que vi os meus fazerem,, a sadade mata a gente, parabens.
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