O PASTOR
“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”...
Shakespeare
Quanto mais a gente lê mais se surpreende e o inesperado acontece.
Ora,eu sou leitora contumaz de Frederick Forsyth,como aliás de livros de mistérios e espionagem.
Tenho quase todos os seus livros e,passando numa das minhas rotineiras visitas às livrarias,encontrei “O Pastor”,que nunca tinha lido. E me deparei com uma estória muito bela,embora os céticos vão chamá-la de inverossímil,e,que nos prende do princípio ao fim.
Toda a ação (ou falta dela) se passa no ar;o protagonista é um aviador que quer passar o Natal em casa.
A guerra havia acabado,há algum tempo,mas,aviadores ingleses,ainda trabalhavam em bases da RAF,na Alemanha.
O nosso amigo saiu no seu avião certo de que teria um vôo tranqüilo,atravessando o Mar do Norte e chegando sem maiores problemas à costa inglesa.
Mas,tinha uma pedra no meio do caminho...
Sempre tem.
Sobrevoando o oceano percebeu que estava sem contato com a terra,mudo o rádio e os instrumentos de navegação,inoperantes.
Não se importou muito;sabia que,quando um avião não se comunicava com a torre,esta providenciaria um contato e dava instruções para o pouso,num campo mais próximo possível,mesmo na noite de Natal.
Mas,isso não aconteceu e o garoto de 20 anos preparou-se para morrer.
Seu combustível estava acabando,ele já estava sob uma terrível pressão e,para piorar as coisas,um denso nevoeiro,chegou de repente e não se enxergava nada.
O nevoeiro indicava que a costa inglesa estava próxima,mas,como saber que direção tomar?
Então,lembrou-se do seu instrutor de vôo,que os mandava os
voarem em pequenos triângulos,para chamar a atenção do chefe do tráfego aéreo,pelo menos,que mandaria a salvação esperada.
Mas,passaram-se 15 minutos e nada aconteceu.
Preparado para o pior,resolveu ter uma pequena conversinha com Deus,um sujeito com quem ele não tinha muito contato.
E foi ai que apareceu “o pastor”;eram chamados assim os pilotos,geralmente muito eficientes e preparados que faziam o salvamento dos pilotos que tinham seus aparelhos danificados durante as batalhas da guerra.
De seus próprios aviões eles orientavam o colega até trazê-los para um pouso seguro.
E foi o que aconteceu;sem ver seu guia,só atentando nos sinais,nosso rapaz chegou á base;mas,aterrissou numa velha base da RAF,abandonada desde a guerra,com apenas três velhos soldados tomando conta.
Mas,nada importava;foi aquecido,alimentado e levado a uma velha acomodação para dormir.
E,foi ai que viu o avião salvador;um Mosquito,muito antigo,que tinha virado sucata e sendo vendido como ferro velho;alguns pilotos que ,durante a guerra,pilotavam um desses aviões guias, os compravam nos ferros velhos,punham-nos a funcionar e,faziam pequenas viagens com eles,por diversão ou sadosismo
-Foi esse o caso!.. Pensou o garoto.Alguém comprou um deles, devia estar vindo da Holanda, percebeu meus movimentos triangulares e,experiente piloto como devia ser,percebeu que eu estava encrencado;e,me salvou.
Curioso,perguntou ao velho soldado,se conhecia o piloto desse avião.
_Como não! Fui seu co-piloto;era o maioral,mesmo depois da guerra continuou rasgando os céus a procura de alguém encrencado.
_ E onde ele mora?Ainda está por perto?
O velho rosto entristeceu-se.
_Infelizmente, não;morreu em 1949,ao tentar socorrer um piloto.
Amigos, essa foi a mais bela e comovente estória de fantasmas que já li em toda a minha vida.
E o que é pior;acredito nela.
Forsyth foi jornalista e correspondente estrangeiro,na guerra.Deveria ter ouvido estórias bem estranhas;elas o ajudaram a se tornar um dos maiores romancistas que conheço.
Título: O Pastor (The Shepherd)
Autor:Frederic Forsyth
Editora:BestBolso
Amigo,interação é tudo.Comente,opine,sugira!
“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”...
Shakespeare
Quanto mais a gente lê mais se surpreende e o inesperado acontece.
Ora,eu sou leitora contumaz de Frederick Forsyth,como aliás de livros de mistérios e espionagem.
Tenho quase todos os seus livros e,passando numa das minhas rotineiras visitas às livrarias,encontrei “O Pastor”,que nunca tinha lido. E me deparei com uma estória muito bela,embora os céticos vão chamá-la de inverossímil,e,que nos prende do princípio ao fim.
Toda a ação (ou falta dela) se passa no ar;o protagonista é um aviador que quer passar o Natal em casa.
A guerra havia acabado,há algum tempo,mas,aviadores ingleses,ainda trabalhavam em bases da RAF,na Alemanha.
O nosso amigo saiu no seu avião certo de que teria um vôo tranqüilo,atravessando o Mar do Norte e chegando sem maiores problemas à costa inglesa.
Mas,tinha uma pedra no meio do caminho...
Sempre tem.
Sobrevoando o oceano percebeu que estava sem contato com a terra,mudo o rádio e os instrumentos de navegação,inoperantes.
Não se importou muito;sabia que,quando um avião não se comunicava com a torre,esta providenciaria um contato e dava instruções para o pouso,num campo mais próximo possível,mesmo na noite de Natal.
Mas,isso não aconteceu e o garoto de 20 anos preparou-se para morrer.
Seu combustível estava acabando,ele já estava sob uma terrível pressão e,para piorar as coisas,um denso nevoeiro,chegou de repente e não se enxergava nada.
O nevoeiro indicava que a costa inglesa estava próxima,mas,como saber que direção tomar?
Então,lembrou-se do seu instrutor de vôo,que os mandava os
voarem em pequenos triângulos,para chamar a atenção do chefe do tráfego aéreo,pelo menos,que mandaria a salvação esperada.
Mas,passaram-se 15 minutos e nada aconteceu.
Preparado para o pior,resolveu ter uma pequena conversinha com Deus,um sujeito com quem ele não tinha muito contato.
E foi ai que apareceu “o pastor”;eram chamados assim os pilotos,geralmente muito eficientes e preparados que faziam o salvamento dos pilotos que tinham seus aparelhos danificados durante as batalhas da guerra.
De seus próprios aviões eles orientavam o colega até trazê-los para um pouso seguro.
E foi o que aconteceu;sem ver seu guia,só atentando nos sinais,nosso rapaz chegou á base;mas,aterrissou numa velha base da RAF,abandonada desde a guerra,com apenas três velhos soldados tomando conta.
Mas,nada importava;foi aquecido,alimentado e levado a uma velha acomodação para dormir.
E,foi ai que viu o avião salvador;um Mosquito,muito antigo,que tinha virado sucata e sendo vendido como ferro velho;alguns pilotos que ,durante a guerra,pilotavam um desses aviões guias, os compravam nos ferros velhos,punham-nos a funcionar e,faziam pequenas viagens com eles,por diversão ou sadosismo
-Foi esse o caso!.. Pensou o garoto.Alguém comprou um deles, devia estar vindo da Holanda, percebeu meus movimentos triangulares e,experiente piloto como devia ser,percebeu que eu estava encrencado;e,me salvou.
Curioso,perguntou ao velho soldado,se conhecia o piloto desse avião.
_Como não! Fui seu co-piloto;era o maioral,mesmo depois da guerra continuou rasgando os céus a procura de alguém encrencado.
_ E onde ele mora?Ainda está por perto?
O velho rosto entristeceu-se.
_Infelizmente, não;morreu em 1949,ao tentar socorrer um piloto.
Amigos, essa foi a mais bela e comovente estória de fantasmas que já li em toda a minha vida.
E o que é pior;acredito nela.
Forsyth foi jornalista e correspondente estrangeiro,na guerra.Deveria ter ouvido estórias bem estranhas;elas o ajudaram a se tornar um dos maiores romancistas que conheço.
Título: O Pastor (The Shepherd)
Autor:Frederic Forsyth
Editora:BestBolso
Amigo,interação é tudo.Comente,opine,sugira!
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