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quinta-feira, 22 de julho de 2010

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A ERUDIÇÃO




Vocês, meus caros,já notaram a quantidade e variedade de escolas ,alunos e professores que temos no nosso pais?

Ficamos contentes, pois, parece que damos uma grande importância à Educação e à Cultura, pois,para alguns,elas andam juntas e de mãos dadas.

Mas,cá com meus botões,acho que estamos enganados.

As escolas particulares na sua grande maioria,foram criadas no intuito de ganhar dinheiro;alguns professores ensinam apenas com esse objetivo também e não se esforçam para aprender cada vez mais, contentando-se apenas em “parecer” preparados.

Os alunos estão lá ,não para aprender alguma coisa que lhes seja útil no futuro,mas,para passar de ano,tagarelar com os colegas e “ficar” com o sexo oposto.



A cada trinta anos temos uma nova geração ,infelizmente,composta de pessoas que não sabem nada e apenas se limitam a copiar o trabalho das gerações passadas,acumuladas durante milênios e estudadas hoje de modo apressado e apenas para deitar sabedoria no seu meio social e aparecer como o erudito,o bambambam,respeitado e incensado pelos contemporâneos.

Somos imediatistas. Queremos informação,não instrução.Aprendemos apenas o necessário para garantir a sobrevivência e,no caminho,vamos largando as pesadas mochilas do conhecimento denominado supérfluo,como nos livramos de peças de roupa sem importância.

Borboleteamos pelos caminhos do saber,decorando um pouco de cada matéria afim de manter uma conversa erudita e,como em terra de cego quem tem um olho é rei,podemos arrastar soberbamente nossa plumagem,entre os nossos pares embasbacados.

Não pensam que a informação é apenas uma estrada para a instrução,valendo pouco por si mesma se não for embasada por um conhecimento mais profundo.

Ao me defrontar com um desses penso como Schopenhauer:-“Ah,essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ser tão lida.”

Há pouco assisti a uma palestra de uma respeitada erudita um pouco curvada sob o peso de muitos mestrados e doutorados.

Pois bem:de cada vinte palavras que proferia,dez eram citações;parecia uma colcha de fuxico feita com retalhos de conhecimento alheio.Fiquei imaginando aonde ficaria escondido o seu verdadeiro pensar.

Acho que ela lia sem pensar fosse à mesa,nas viagens,no toilette e não pude deixar de rir imaginando se ela teria tão poucos pensamentos próprios que precisava tomar emprestado os alheios.

Conheci muitos analfabetos sábios e muitos sábios analfabetos.

A verdadeira sabedoria brota do homem,da sua essência,aprimorada,sim,pela leitura e pelo conhecimento que nos vem dos livros aos quais é nosso dever questionar e não receber essas informações como um prato de sopa.



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