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sexta-feira, 9 de julho de 2010
MITOS BRASILEIROS:O BOITATÁ
Conforme descobri nas minhas pesquisas,o boitatá,ou baitatá ou ainda baitatá,na Bahia,não é um mito apenas brasileiro.
Sim senhor,a grande cobra de fogo,chamada de bitatá em São Paulo,é cosmopolita,tem raízes internacionais.
Seu nome é uma corruptela de mboi(o agente,a coisa)e tatá,a cobra de fogo ou o fogo da cobra,ou ainda a coisa de fogo,mito registrado em primeira mão pelo padre Anchieta.
O monstro vive sempre perto de mar e rios;quem teve o azar de topar com um deles ,diz que viu um facho cintilante,um brilho maléfico,correndo por ali.Ataca os índios e os mata.
Também é visto como um protetor da floresta contra os incendiários,ruralistas ou não,e sua ação é sempre presente quando há destruição desnecessária contra o meio ambiente.
Não pertence a nenhuma ONG nem é escoteiro,mas,está sempre alerta.
O boitatá ,no Brasil,é retratado como uma serpente de fogo que,dependendo da ocasião,se transforma num grosso madeiro em brasa,chamado méuan,que mata por combustão os destruidores da floresta.Também é chamado de fogo corredor.O certo é que ele baila sob a lama dos mangues exibindo seu penacho azul e luminoso;uma língua de fogo,mais comprida que grossa,tendo cerca de três palmos de tamanho,ergue-se da várzea,paira sobre os cochos,dança e pula como uma caninana em fúria,parte-se em duas ou três e depois vão-se esvaecendo,uma a uma.(Valdomiro Silveira)
O boitatá seria,para muitos,o fogo fátuo ou santelmo conhecido no mundo todo;na Alemanha chama-se luz louca,onde anões minúsculos correm carregando archotes.Os romanos identificavam esse fogo como a presença de Cástor e Pólux,os gêmeos sagrados.
Na velha Álbion,tão cheia de mistérios,esse fogo é chamado de Jack with a lantern,um fantasma que viajava com uma lanterna,iluminando os caminhos;na França seu nome muda para “moine de marais”,mas,a fama é a mesma.Por toda parte vêem-se luzes loucas,velozes,azuladas,assombrando a todos.
Os portugueses acreditam que este fenômeno seja as alminhas dos garotos que morreram sem batismo ou um sovina que morreu deixando um dinheiro enterrado e que não se salvará até que o tesouro aparecer.
Na Península Ibérica esse fogo tem outro significado,mais romântico e pecaminoso:pessoas que,em vida,alimentaram romances sacrílegos(irmão e irmã,compadre e comadre padre e beata ),depois de mortos ficam arrastando seu fogo pecador para alertar os viventes a não cair em tentação.
Nas diversas regiões do Brasil,ele é visto como uma alma penada;castigo para purgar um incesto;alma de menino pagão.
Uma belíssima lenda sudanesa explica a presença desta cobra luminosa.
O deus Nzamé casou com Mbóia,uma linda moça e nasceu Bingo,aventureiro e destemido;anos depois,Bingo roubou uns peixes do pai e este,indignado,empurrou o rapaz num abismo sem fim.
Desesperada,Mbóia atirou-se atrás do filho;nunca o encontrou,mas continua procurando,sob a forma de uma bela cobra luminosa e sonora,através da floresta.Uma mãe amorosa não deixa sua missão sem completá-la!
A explicação científica,entretanto,para esse fogo é simples;trata-se da combustão que emana do fosfato de hidrogênio causado pela decomposição de substancias de animais;por isso é muito visto nos cemitérios.
Fontes:
Câmara Cascudo
Gen.Couto de Magalhães
Blaise Cendrars
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Miriam, parabéns pelo lançamento. No dia 22 será meu dia também. Vou fazer um lançamento em Mariana/MG, no Festival de inverno Ouro Preto/Mariana. Depois lhe mando o convite. Abração. Paz e bem.
ResponderExcluirImpossível visitar este blog e não sair embebida de conhecimento e cultura.
ResponderExcluirBeijos