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quarta-feira, 31 de março de 2010

JUCA MULATO,MENOTTI DEL PICCHIA




Menotti Del Picchia
Juca Mulato

Juca Mulato nasceu em Itapira, cidade da zona mogiana do Estado de São Paulo, em 1917. Seu pai, recém-formado em Direito e fazendeiro nessa cidade, acabara de publicar na Capital paulista seu poema Moisés. Exercia agora uma vaga advocacia numa terra quase sem demandas e dirigia o jornal local, Cidade de Itapira, em cujos prelos imprimiu o primeiro exemplar do seu poema.
Foi no ambiente da fazenda Santa Catarina da Capoeira do Meio e na paz e no silêncio do parque que se debruça sobre o Cubatão, bairro no qual serpeja o Rio da Penha, em cujas margens bivacavam ciganos, que a imagem do caboclo do Mato e sua alma lírica empolgaram o advogado-poeta.
E a Filha da Patroa ?
Essa, ainda hoje, nascerá no coração de cada leitor do poema quando haja atingido a idade do amor. É uma idéia e um sonho. Continuará a lembrar, vida afora, a criatura que teria sido o complemento do seu ser, realização sempre sonhada e impossível de um perfeito amor ideal.
Compõem o poema o Céu e a Terra. Todas as coisas telúricas e celestes, o chão que abriga o homem e o alimenta e o que há no mistério do azul quando ele olha para as estrelas. Ali descobre uma nova e mágica dimensão do universo: os animais, como o prudente e confidente Pigarço e os lerdos bois pensativos e decorativos; o galo, clarim do dia que ilumina as coisas para a vida e oferece as maravilhas do mundo ao homem que acorda.
A fala do "Juca" é coloquial e divina. Sai da boca do homem e vem da conexão mágica que ele tem com as coisas. É que o universo é um eterno diálogo de vozes mudas. Cabe-lhe comunicá-las às demais criaturas. Ele é o intérprete da formidável comunhão espiritual que nos envolve numa harmoniosa coesão de vivências e mistérios regida pela fatalidade dessa divina força que é o amor ("...Che muove il sole e l`altre stelle...")


Texto retirado da Revista Agulha




TRECHO ESCOLHIDO DO POEMA "JUCA MULATO",UM DOS MAIS BELOS DO MODERNISMO BRASILEIRO :



E, na noite estival, arrepiadas, as plantas


tinham na negra fronde, umas roucas gargantas


bradando, sob o luar opalino, de chofre:”


Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre…


Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida


é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida…


Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito


é o mesmo que cravar uma faca no peito.


Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:


não amar é sofrer; amar é sofrer mais.


Obs:Se desejar conhecer o poema completo acesse o site http://lachansondamour.wordpress.com/
Img:Busca Google

LEIA MAIS:
CEM ANOS DE SOLIDÃO
RILKE,O POETA

2 comentários:

  1. Mais uma grande aula da Grande Miriam sobre os grandes da nossa literatura. Obrigado, amiga! Abração. Paz e bem.

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  2. Cacá
    Aproveito p/te desejar uma Páscoa muito feliz!
    Esperamos contar com teus deliciosos textos tb na Semana Santa,
    bjks

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