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sexta-feira, 2 de abril de 2010

TRADIÇÕES BAIANAS:O FARRICOCO



O farricoco era o maceiro da Misericórdia,o sujeito que empunhava a maça e que,durante a Procissão dos Passos da Paixão,carregava a matraca e era agredido pelos moleques que tentavam atrasar a passagem do cortejo.
Esses coitados tinham a enervante tarefa de anunciar o desfile e defender a ordem das filas contra a intrusão dos vadios,que os atacavam sem dó nem piedade.
Também eram chamados de farricocos os irmãos que conduziam os andores nas procissões,desde que estivessem vestidos a caráter com túnicas com capuz e mangas largas ,como ainda hoje,em Sevilha.
Eles aparecem também na Procissão do Fogaréu,que relembra a captura do Nazareno,pelos soldados romanos,á noite no Horto das Oliveiras,guiados por Judas,segundo a antiga tradição.
Na Quinta – Feira Santa,também chamada Endoenças,pontualmente ás 8hs da noite,a enorme procissão do fogaréu saia da Misericórdia.
Na frente,vinha um irmão com o estandarte,que o povo chamava pendão,com uma rica inscrição em letras de ouro –S.P.Q.R atestando que o povo romano estava de acordo com os maus tratos sofridos por Cristo.
Depois vinham os sete passos da Paixão,retratados em ricos painéis cada um seguro por dois sacerdotes e dois irmãos da Misericórdia conduzindo tocheiros com os respectivos balandraus,vestimenta com capuz e mangas largas.
Possantes negros vestidos á moda etíope conduziam pesadas lanternas de ferro,penduradas no topo de grossas varas de madeira.Nelas ardiam estopas,breu e água – rás produzindo clarões enormes.
Os irmãos da Misericórdia abriam alas á passagem do clero –bispos,arcebispos e monsenhores – e aos músicos da orquestra que acompanhavam os cânticos sagrados.
O fagote,instrumento de madeira,que emitia sons tristes e lamentosos,não podia faltar.
A imponência da solenidade era quebrada por dois tipos populares e jocosos:o enxota cães ou farricoco,trajando túnica roxa com capuz que lhe cobria cabeça e rosto,deixando de fora os olhos e a boca.Carregava uma maça reluzente para exercer bem o cargo;outra,com igual uniforme,era o gato da misericórdia com sua matraca,cuja função era fazer o préstito parar ou continuar.
Esses personagens eram muito perseguidos pela multidão e pelos vadios,apesar de garantidos pela polícia.
O primeiro ponto visitado era a Igreja de N. Sra. da Ajuda;ai,a imagem de Cristo conduzida pelo escrivão,era colocada numa banqueta.O capelão cantava três vezes o Senhor Deus,Misericórdia,findo o que se retiravam todos e a procissão seguia,repetindo a mesma cerimônia em todas as igrejas do percurso.
No fim da procissão havia o sermão feito pelos oradores mais famosos do tempo.
Terminado esse ato de fé,os irmãos,convidados e pessoas gradas encaminhavam-se para a sala de sessões e ai eram homenageados com um lauto almoço onde não faltavam empadinhas que desmanchavam na boca,frigideiras olorosas,pastéis de camarão ou bacalhau,doces finos e vinho velho do Porto.,que a Bahia não faz por menos.

2 comentários:

  1. Muita riqueza na cultura deste povo. abraços e venha comemorar comigo meu niver, tem bolo rsrrrs, bjs

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  2. AMIGA PAULA,UM fELIZ aNIVERSÁRIO.
    cLARO Q/IREI LHE DAR UM ABRAÇO,COMER BOLO E DESEJAR FELICIDADES. aBRAÇOS

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